sexta-feira, 25 de maio de 2012

LAODICEIA, UMA IGREJA MORNA

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LAODICEIA, UMA IGREJA MORNA
Texto Áureo: Mt. 6.33 – Leitura Bíblica: Ap. 3.14-22
Prof. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
Estudaremos, nesta aula, a carta à sétima igreja, a que ficava em Laodiceia. Veremos que se tratava de uma igreja morna, caracterizada pelo faltar de ardor espiritual. A princípio, apresentaremos a igreja em seu contexto histórico-geográfico, em seguida, caracterizaremos a sua mornidão, resultante da opulência. Ao final, mostraremos a necessidade da igreja arrepender-se, e buscar as riquezas celestiais.
1. A IGREJA DE LAODICEIA
A cidade de Laodiceia foi fundada em 250 a. C., por Antíoco da Síria, e se destacava pela sua localização. Ela ficava no meio de duas grandes rotas comerciais, famosa por sua riqueza e ostentação. A cidade de Laodiceia era a preferida pelos milionários, a efervescência cultural atraia a muitos, tinha teatros, estádios, ginásios. A prosperidade financeira era a principal motivação de muitos que se dirigiam àquela localidade. O desenvolvimento contribuiu para a produção de manufatura de tecidos e do avanço da medicina. A imponência da cidade era tanta que se vangloriava de ter se reerguido rapidamente, após a sua destruição, em 60 d. C., sem o auxílio governamental. O poderio de Laodiceia era tamanho que ela favorecia as cidades vizinhas quando essas eram atingidas por terremotos. O império romano guardava ali ouro, prata e moedas, homens de negócios viajavam para a cidade a fim de auferir lucros. As fábricas produziam lã e linho finíssimos, grandes centros médicos podiam ser encontrados em Laodiceia. Sua escola de medicina era a melhor da época, atraia estudantes de várias localidades. A igreja de Laodiceia estava contextualizada a essa realidade, ao invés de transformar a cidade, esta estava moldando a igreja. Os cristãos de Laodiceia viviam a partir da sua prosperidade material. Acabaram por desenvolver uma sensação de autossuficiência, a religiosidade era aparente, não havia fervor espiritual, a mornidão imperava. A igreja se assemelhava a água da cidade, que, em virtude da escassez, vinha de Hierápolis, saindo de lá quente, mas chegando a Laodiceia morna.
2. UMA IGREJA MORNA
A essa igreja morna Jesus se apresenta como o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o Princípio da criação de Deus (Ap. 3.14). Como o Amém, Ele é a confirmação de todas as profecias, o cumprimento dos arautos divinos (Lc. 24.44). Sendo a testemunha fiel e verdadeira, Ele é Aquele que tem a Palavra, que fala com propriedade a respeito do Pai (Hb. 1.1,2). Ele também é o Princípio da criação de Deus, mas não é criado, pois tudo existe a partir dEle e sem Ele nada do que foi feito se fez (Jo. 1.3). Jesus conhece as obras das igrejas, sabem com que intenção elas são feitas. No caso de Laodiceia, diz o Senhor, “nem és frio nem quente, oxalá foras frio ou quente! Assim, porque és morno e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca” (Ap. 3.15). A igreja de Laodiceia multiplicou a iniquidade, por causa disso, o amor se esfriou (Mt. 24.12), perdeu o interesse pela Palavra, não tinha mais ardor quando o evangelho era partilhado (Lc. 24.32). A igreja cristã deve saber que o fervor espiritual pode se apagar, por isso precisa ser alimentado (Rm. 12.11; At. 18.25; II Tm. 1.6). A igreja não se definia, nem era fria nem quente, era morna. As águas da cidade haviam perdido sua propriedade terapêutica, porque não eram mais quentes. Do mesmo jeito, os crentes da igreja perderam o entusiasmo. A perda da essência favoreceu o culto à exterioridade. Eles se vangloriavam: “rico sou, estou enriquecido e de nada tenho falta” (Ap. 3.17). Muitas igrejas atuais, como a de Laodiceia, perderam o fervor, são igrejas mornas, e como perderam a espiritualidade, sobrevivem da opulência financeira. Templos vultosos, cultos marabalísticos, “pastores” que mais parecem animadores de auditório, danças pirotécnicas, tudo para camuflar a ausência de ardor espiritual. A avaliação de Jesus parte de outros parâmetros: “e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e cego e nu” (Ap. 3.17). A igreja que ostentava riqueza era desgraçada e miserável; que vivia cercada de uma medicina avançada, com a produção de colírios eficientes para os olhos, era cega; que produzia tecidos caríssimos, se encontrava espiritualmente nua.
3. CONSELHO AO FERVOR
A essa igreja desgraçada, miserável, pobre, cega e nua, Jesus a admoesta: “aconselho-te que de mim compres outro provado no fogo, para que te enriqueças; e vestidos brancos, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez, e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas”. Mais valioso que outro é a fé do crente, e essa deva ser provada no fogo (Tg. 1.2-4), e mais importante que roupas caras, luxuosas de grife, são as vestes da justiça dos santos (Ap. 19.8). Em meio a tanto consumismo, os crentes são admoestado pelo Senhor a investirem em valores que permanecem para sempre (Is. 55.1). A igreja de Laodiceia, com os seus muitos bens, achava que tinha tudo, que nada lhe faltava. O problema da ostentação é que ela é contagiosa, uma igreja que sobrevive da riqueza contamina as outras. Existem muitas igrejas no Brasil que vivem se comparando, para saberem quem são as mais ricas. Há crentes que avaliam uns ao outros pela congregação que frequentam. Esse sentimento, ao invés de ter a aprovação de Cristo, Lhe provoca náuseas. Mas ainda há esperança, assim diz o Senhor Jesus: “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso e arrepende-te”. Uma igreja repreendida por Cristo cresce espiritualmente, pois Seu castigo é demonstração de amor (Hb. 12.5-11). O resgate do fervor passa pelo arrependimento, aquele que confessa seus pecados e os deixa alcançará a misericórdia do Senhor (Pv. 28.13). Ele está a porta e bate, diz Ele, “se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei e ele comigo” (Ap. 3.20). Muitos pregadores dirigem esse versículo aos descrentes, mas é digno de destaque que ele é destinado a uma igreja. A igreja tinha tudo, mas lhe faltava o principal, Jesus Cristo, critério para que ela fosse, de fato, ekklesia (Mt. 16.18).
CONCLUSÃO
Os que vencerem recebem, do Senhor, a promessa de que se assentarão, com Ele, no Seu trono (Ap. 3.21). Um dia os santos reinarão com Cristo na terra, por ocasião do Milênio (Mt. 19.28; I Co. 6.38; Ap. 20.4). A maior riqueza do crente não está no perecível, seu tesouro se encontra na eternidade (Mt. 6.20). De nada adianta ganhar o mundo inteiro e perder a alma (Mc. 8.36), onde estiver o tesouro do crente, ali também estará o seu coração (Lc. 12.34), o amor às riquezas tem conduzido muitos a ruinas (I Tm. 6.6-10). Portanto, quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.
BIBLIOGRAFIA
FÁBIO, C. O apocalipse das igrejas. São Paulo: Abba Press, 2009.
LOPES, H. D. Ouça o que o Espírito diz às igrejas. São Paulo: Hagnos, 2010.

LIÇÃO 9: LAODICEIA, UMA IGREJA MORNA

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Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012 - CPAD - Jovens e Adultos
“As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem Final de CRISTO à Igreja”.
Comentários da revista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto

LIÇÃO 9
LAODICEIA, UMA IGREJA MORNA
27 de Maio de 2012

Por Francisco A Barbosa
 
TEXTO ÁUREO

Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas(Mt 6.33). – Devemos fazer do governo soberano de Deus e do correto relacionamento com ele, a mais alta prioridade da nossa vida. A preocupação é incoerente com essa prioridade, revela dúvida a respeito da soberania e bondade de Deus, e nos desvia dos verdadeiros objetivos da vida. Deus satisfará todas as necessidades daqueles que arriscam tudo por ele{a}.

VERDADE PRÁTICA
A igreja que não busca os interesses do Reino de Deus está fadada ao fracasso, ao esquecimento e a indigência espiritual.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Apocalipse 3.14-22.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·         Descrever a situação espiritual da igreja de Laodiceia;
·         Conscientizar-se de que a riqueza da igreja está em manter comunhão com o Senhor; e
·         Saber Como manter a igreja fervorosa espiritualmente.

Palavra Chave
Morno: Desprovido de calor, de efervescência, de vida, monótono, aborrecido.

COMENTÁRIO

introdução
Laodiceia (Gr. Λαοδίκεια πρός τοῦ Λύκου; Lt. Laodicea ad Lycum), por vezes transliterada como Laodikeia, anteriormente chamada Diospolis e Rhoas, foi uma das mais prósperas cidades da Frígia, durante a época romana{b}. Antígono II, governador da Síria, chamou-a Laodiceia em homenagem à sua esposa Laódice, após reedifica-la em cerca de 250a.C.. Possuía bancos,  e suas atividades econômicas envolviam a indústria de lã negra, o manufaturamento de vestimentas comuns e caras, e a invenção e produção de um colírio eficaz para os olhos{c}, embora tivesse problemas com o abastecimento de água. Em certa ocasião, foi construído um aqueduto que transportava as águas térmicas vindas de Hierápolis. Porém, quando a água chegava na cidade, não estava nem quente e nem fresca, mas chegava em Laodiceia morna e saturada com carbonato de cálcio, onde bebida naquelas condições induzia ao vômito{d}. O vale de Lico, na Ásia Menor, tinha três cidades principais: Colossos, conhecida por suas fontes de água fria, Hierápolis, conhecida por suas fontes de águas termais, e Laodicéia, conhecida nesta carta por sua igreja morna, que causou enjoo ao Senhor Jesus Cristo. A igreja de Laodicéia era uma igreja morna. Seus membros eram materialmente prósperos, mas Deus lhes disse que os enxergava como espiritualmente miseráveis, dignos de compaixão, pobres, cegos e nus. Boa aula!

desenvolvimento

I - A IDENTIFICAÇÃO DE JESUS.
Laodiceia era uma igreja arrogante e autossuficiente em uma cidade afluente. Àquela igreja, Cristo revela-se  como o “Amém” – amém (אָמֵן) “palavra litúrgica de aclamação, que indica anuência firme, concordância perfeita, com um artigo de fé; assim seja”. – e é empregado com a finalidade de confirmar uma verdade. No começo de uma afirmação, significa “certamente” ou “verdadeiramente”. No fim, pode ser entendida como “que seja assim”. Jesus é a palavra final, a autoridade absoluta. O Amém é o Deus da verdade (veja Ap 1.6; Is 65.16) e aquele que garante todas as promessas (2Co 1.20). “[...] a testemunha fiel e verdadeira”; quase a mesma descrição encontrada em 1.5. Jesus traz o verdadeiro testemunho sobre seu Pai e a vontade dele para com os homens. Ele fala a verdade em cada promessa e cada advertência que vem da sua boca. O princípio da Criação de Deus refere-se à fonte e causa da criação (Jo 1.3; Cl 1.15-18; Hb 1.2).
1. A testemunha fiel e verdadeira. O termo grego martus denota alguém que testifica a verdade que viu, alguém que tem conhecimento de um fato e pode dar informações a respeito e é nesse sentido que em Apocalipse 1.5, a Testemunha Fiel e Verdadeira é Cristo: “e da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados,”. Jesus traz o verdadeiro testemunho sobre seu Pai e a vontade dele para com os homens. Ele fala a verdade em cada promessa e cada advertência que vem da sua boca. Nesse contexto, é função da igreja apoiar e transmitir ao mundo a verdade que Deus revelou. Simon Kistemaker, Ph.D. (Free University, Amsterdam, professor emérito de Novo Testamento do Reformed Theological Seminary) vai dizer que “Laodiceia vivia um modelo de cristianismo tão apático, que as suas obras não eram sequer dignas de serem mencionadas. Pregação, ensino, evangelização, discipulado e outras realizações parecem não fazer parte da agenda da igreja em Laodiceia. É nesse ponto que encontramos na carta o primeiro sinal da manifestação da graça de Jesus operando em favor dos crentes laodicenses. Ele declara: “estou a ponto de vomitar-te da minha boca”. O tempo verbal no grego implica uma ação ainda não executada, ou seja, apesar da condição da igreja, a graça de Jesus estava dando aos crentes em Laodiceia tempo para se arrependerem após a leitura da carta {e}.
2. O princípio da criação de Deus. Esta expressão tem causado grande confusão em virtude de admitir duas interpretações. Alguns a entendem no sentido passivo (o primeiro criado por Deus), outros no sentido ativo (a origem ou a fonte da criação). Certamente, conforme o entendimento, pode-se abraçar uma verdade ou uma grande heresia: Jesus é uma criatura, ou o eterno Criador? Ele foi feito por Deus, ou é Deus? Textos como João 1.1 e Apocalipse 1.18 afirmam que Jesus é eterno; Apocalipse 1.17 diz que ele é o primeiro e o último; em Mateus 1.23 Ele é Deus conosco, e João 1.14 vai afirmar que Cristo é o verdadeiro Deus que se fez carne. Ele é o “Eu Sou” (Jo 8.24,58; Êx 3.14), o soberano “Senhor dos senhores e o Rei dos reis” (Ap 17.14). Jesus não foi criado. Ele não veio a existir. Ele é eterno. Laodiceia afirmava: “[...] pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma...”. (Ap 3.17); Esta afirmação não condiz com o real estado daquela igreja. Afirmar que está tudo bem na vida espiritual de uma igreja ou de um crente é fácil, mas “Aquele que tem olhos como chama de fogo” e que “passeia no meio dos candeeiros” conhece a verdade. Ele vê as obras e sonda os corações. A igreja de Laodicéia mentia para si mesma, mas a Cristo ela não conseguia enganar. O orgulho deles os cegou ao ponto de não enxergarem os seus problemas. Pareciam fortes e independentes, mas o Cristo glorificado apresenta uma radiografia do seu estado real: uma igreja fraca, cega e infrutífera. Aquele por meio de quem todas as coisas vieram a existir e em quem subexistem é a fonte última de toda autossuficiência. A mesma atitude de autossuficiência que reinava na cidade em virtude de sua prosperidade, perigosíssima num rebanho de ovelhas que precisa seguir o seu Bom Pastor, afetou aqueles crentes.

SINOPSE DO TÓPICO (I)
A riqueza da igreja não está em seus bens materiais, mas em sua comunhão com o Senhor.

2. A SITUAÇÃO ESPIRITUAL DA IGREJA DE LAODICEIA.
Onisciente que é, conhecia o Senhor Jesus a real situação de Laodiceia. Esta igreja, que vivia uma vida de aparências e mentiras, é desmascarada pela Testemunha Fiel e Verdadeira.
1. Mornidão espiritual. O Prof. João Flávio Martinez, do ministério CACP escreve: “O Deus que conhece todas as nossas obras requer de nós uma vida cristã bem definida - ou somos de Deus ou não somos. A referida Igreja era composta de crentes “mais ou menos”, pessoas que frequentavam as reuniões e não tinham a devida responsabilidade com o Senhor. Lamentavelmente, vemos exatamente isso nos dias atuais, aonde mais e mais indivíduos vão aos cultos sem objetividade e fazem da Igreja um clube. As pessoas e suas opiniões estão invadindo as Igrejas e a conformando com o mundo. Os pastores estão preocupados em agradar as multidões e como atraí-las, mesmo que para isso tenham que colocar Jesus lá fora, do outro lado da calçada (Ap 3.20). Com isso a degeneração cresce e assola a Igreja atual. Só que o Senhor da Igreja tem uma palavra para esses: “vomitar-te-ei da minha boca”. Se Deus não quer frieza e nem mornidão, então vamos aprender como se esquentar, Leiamos: “O fogo sobre o altar se conservará aceso; não se apagará”. O sacerdote acenderá lenha nele todos os dias pela manhã, e sobre ele porá em ordem o holocausto, e queimará a gordura das ofertas pacíficas. O fogo se conservará continuamente aceso sobre o altar; não se apagará” (Lv 6.12-13). “e nos fez reino, sacerdotes para Deus, seu Pai, a ele seja glória e domínio pelos séculos dos séculos. Amém” (Ap 1.6). Pelos textos em lide, fica claro o segredo de termos uma vida quente e ativa na presença de Deus. Na atual Dispensação todos somos sacerdotes do Senhor e devemos ter responsabilidades na manutenção de uma fé viva. A Bíblia fala que a incumbência de manter o fogo aceso no altar era do sacerdote. Todos os dias o sacerdote tinha que atear lenha no fogo e cuidar para que esse fogo permanecesse em chamas vivas. Esse “cortar lenha cotidiano” representa algumas atividades que precisamos manter no pragmaticismo de nossas vidas. “Cortar lenha” é: orar, jejuar, ler a Palavra de Deus, ir aos cultos frequentemente, evangelizar, frequentar a escola dominical... Enfim, “cortar lenha” é ser ativo dia-a-dia sem deixar o desanimo dominar. Fazendo assim seu espírito manter-se-á vivo e desfrutará do fogo do Espírito.  “E por isso mesmo vós, empregando toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, e à ciência o domínio próprio, e ao domínio próprio a perseverança, e à perseverança a piedade, e à piedade a fraternidade, e à fraternidade o amor. Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, elas não vos deixarão ociosos nem infrutíferos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, vendo somente o que está perto, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados. Portanto, irmãos, procurai mais diligentemente fazer firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis”. (2Pe 1.5-10) {f}.
2. Arrogância espiritual. A mensagem a Laodicéia revela a raiz mais profunda da culpa e dos problemas da igreja, aos quais ela sucumbirá, se permanecer na impenitência: segurança própria, justiça própria, satisfação própria. Aquela igreja assemelha-se às atuais, as quais ninguém ousaria dizer que Deus não é com ela. Ainda que parecesse espiritual, essa Igreja era arrogante, petulante e altiva. Certamente ouvimos com muita frequência coisas do tipo: “depois que vim para esta igreja, tudo mudou”; será que Deus está com sua mão somente nesta igreja? Somente eles têm as revelações de Deus? Curas e milagres existem apenas lá? Muitas igrejas hoje têm-se tornado arrogantes e presunçosas como Laodiceia. “Nenhuma igreja pode se vangloriar do poder do Espírito e dos dons que nela opera, do capital teológico e cultural que possui, de sua riqueza musical, nem de qualquer outra riqueza espiritual. O que temos e somos, temos e somos pela graça de Jesus” {g}.
3. Falta de percepção do próprio eu. Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno”. (Sl 139.23-24). Laodiceia sucumbiu ante o autoengano, tendo uma visão equivocada de seu estado espiritual. Estavam cegos ao ponto de não perceber a sua nudez espiritual. Certamente Deus possui uma visão mais aprofundada de nós mesmos e somente Ele pode guiar-nos pelo caminho correto. Através do estudo sistemático das Sagradas Escrituras, e somente através dela, poderemos perceber nosso estado espiritual, obter um diagnóstico preciso de como Deus nos vê. Numa cidade conhecida por tratamentos de olhos, a igreja se tornou cega e não procurou o tratamento do Médico dos médicos. Precisavam da humildade dos publicanos e pecadores (Lc 5.31-32). Numa cidade que produzia roupas de lã, a igreja andava nua, sem a vestimenta de justiça oferecida por seu Senhor (2Co 5.3; Cl 3.9-10).

SINOPSE DO TÓPICO (II)
A igreja de Laodiceia vivia de aparência e mentiras. Ela era morna e arrogante espiritualmente.

3. COMO REAVIVAR UMA IGREJA MORNA.
Jesus não elogiou a igreja em Laodicéia, mas ofereceu conselho para guiá-la de volta à comunhão íntima com ele. Sugeriu três coisas necessárias para a igreja:
1. Ouro refinado pelo fogo. A verdadeira riqueza é espiritual, e vem exclusivamente de Deus. Ele oferece o ouro puro, refinado pelo fogo. O fracasso e a fraqueza de Laodiceia deve-se ao fato de que a fé verdadeira tomou um direcionamento equivocado. Sobre isto, Pedro vai afirmar que o ouro provado pelo fogo é “fé em provação” (1Pe 1.7). Provação que os tais não gostam de experimentar.
2. Vestiduras brancas. A cidade de Laodicéia era um centro comercial importante, famoso por causa da sua linda lã negra, que era tecida e usada para fazer roupas finas e caras. O Senhor Jesus aconselha-os a comprarem dEle roupas melhores. É Deus quem lava os nossos pecados e nos veste de pureza e de atos de justiça (3:4; 19:8). A mensagem de Cristo a esta igreja é a mesma, de certo modo, constante de Is 55.1, posto que era pobre, miserável, não tinha com que comprar o próprio resgate, Sl 49.7,8; Mc 8.36-38, ela devia comprar “sem dinheiro e sem preço”, do próprio Cristo, ouro para se enriquecer, 2 Co 8.9; 1 Pe 1.7, vestes para cobrir a vergonha de sua nudez, Is 12.2,3; 61.10; Ap 19.8, e colírio para curar a cegueira espiritual de que estava sofrendo, Ap 3.18.
3. Colírio. Ali também havia uma escola de medicina ligada ao templo de Esculápio, cujos médicos preparavam um pó frígio famoso para a cura de infecções oculares, usado em forma de colírio. Daí, a associação que Cristo faz; Somente Jesus pode curar a cegueira espiritual que aflige os orgulhosos e autossuficientes. Foi exatamente o mesmo problema que Jesus apontou nos fariseus (Mt 15.14; 23.25-26). É o mesmo problema de qualquer um que se esquece da importância do sacrifício de Jesus e começa a confiar em si mesmo (2Pe 1.9). Esta igreja deveria trilhar o caminho de volta a Deus, o caminho da simplicidade da fé, iniciando pelo arrependimento, Ap 3.19; 1Jo 1.9.

SINOPSE DO TÓPICO (III)
O Senhor Jesus não desistiu de Laodiceia. Ele a aconselha a buscar um grande e poderoso avivamento.

CONCLUSÃO
O que deve sobressair nessa lição é o entendimento de que a correção que vem de Deus é uma manifestação do seu amor (Hb 12.4-11). Quando esta correção nos alcança, devemos aceitar a disciplina, como ele deseja, para o nosso próprio bem. Seu beneplácito quer nos conduzir ao arrependimento e à plena comunhão com ele. Ainda, devemos entender que a disciplina aplicada pelos servos de Deus deve, também, ser motivada pelo amor (Hb 12.12-13). É o mesmo sentimento que deve guiar os pais na correção dos seus filhos (Pv 13.24). Sê, pois, zeloso e arrepende-te: note-se que a solução para Laodicéia não consistia apenas em algumas mudanças externas. Era necessário o zelo para com Deus para se arrependerem. Aconselho a leitura do artigo A Mentira De Laodicéia! (The Laodicean Lie!), de David Wilkerson.

N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Campina Grande, PB
Maio de 2012
Francisco de Assis Barbosa,


EXERCÍCIOS
1. Como o Senhor se apresenta a igreja de Laodiceia?
R. Senhor Jesus se apresenta como o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus.
2. De acordo com a lição, o que é uma igreja verdadeiramente rica?
R. Uma igreja verdadeiramente rica é aquela que consagra ao Senhor preciosas almas.
3. Segundo a lição, o que caracterizava a mornidão espiritual de Laudiceia?
R. A igreja de Laodiceia faz-se indiferente a Deus e à sua palavra.
4. Se Adão logo após a queda percebeu-se nu, como o pastor de Laodiceia julgava-se?
R. Bem vestido e ornado.
5. Segundo a lição, como podemos encontrar o ‘colírio’ recomendado pelo Senhor?
R. Podemos encontrar o colírio nas Sagradas Escrituras.
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NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;
{a}. Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999, nota textual de Mt 6.33 p. 1109;
{b}.http://pt.wikipedia.org/wiki/Laodiceia_no_Licos;
{c}. KISTEMAKER, Simon. Apocalipse. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 223;
{d}. Ibidem, p. 224;
{e}. Ibidem, p. 227;
{f}.http://www.cacp.org.br/estudos/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=1179&menu=7&submenu=3;
{g}. Altair Germano, http://www.altairgermano.net/2012/04/laodiceia-uma-igreja-morna-subsidio.html;



OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
-. HORTON, S. M. Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. 2.ed., RJ: CPAD, 2001.
-. LAWSON, S. J. As Sete Igrejas do Apocalipse: O Alerta Final de Cristo para seu povo. 5.ed., RJ: CPAD;

Os textos das referências bíblicas foram extraídos do site http://www.bibliaonline.com.br/ , na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel, salvo indicação específica.
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Francisco de Assis Barbosa

 

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