sábado, 15 de dezembro de 2012

AGEU – O COMPROMISSO DO POVO DA ALIANÇA

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AGEU – O COMPROMISSO DO POVO DA ALIANÇA
Texto Áureo: Mt. 6.33 – Leitura Bíblica: Ag. 1.1-9

Prof. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD

INTRODUÇÃO
A ênfase nos interesses pessoais contribuiu significativamente para que as pessoas se esqueçam de Deus. O povo da aliança, depois de retornar do cativeiro, também se esqueceu do seu compromisso com o Senhor. Na aula de hoje, a partir do profeta Ageu, estudaremos a respeito dessa falta descompromisso. Destacaremos, a princípio, os aspectos contextuais do livro, em seguida, sua mensagem, e por fim, sua aplicação para os dias atuais.

1. ASPECTOS CONTEXTUAIS
Ageu, cujo nome significa “festivo”, profetizou por um período de quatro meses, no ano 520 a. C., após o retorno de Judá do cativeiro babilônico. O templo de Jerusalém havia sido destruído em 586 a. C., mas Ciro permitiu que os judeus o reedificassem  em 538 a. C. O problema principal foi a falta de continuidade do trabalho, que havia sido iniciado há 18 anos. Os profetas Ageu e Zacarias tiveram papel preponderante a fim de despertar o povo da aliança para o engajamento naquela obra. O versículo-chave se encontra em Ag. 1.4: “É para vós tempo de habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta”. Isso porque o povo, ao invés de se voltar para a obra de Deus, se preocupava apenas com o bem-estar pessoal. Ageu foi o primeiro dos profetas pós-exílicos, os demais foram Zacarias e Malaquias. Naquela época, Zorobabel, o governador de Judá, e Josué, o sumo sacerdote, estavam na liderança, tentando reconstruir o Templo. O altar já havia sido restaurado, mas o trabalho do Templo não prosseguia. As razões para a falta de continuidade do trabalho eram diversas, dentre elas a oposição dos inimigos, mas a principal delas era a hostilidade. A mensagem de Ageu encontrou guarida nos corações do povo da Aliança, que se arrependeu e voltou-se para a reconstrução do Templo. Menor que o anterior, mas esse Templo acabou sendo fundamental para a restauração do culto ao Senhor. O livro de Ageu apresenta a seguinte divisão: 1) a ordem para a reconstrução do Templo (Ag. 1); 2) a glória do Templo reconstruído; (Ag. 2.1-9); 3) as bênçãos da obediência (Ag. 2.10-19); e 4) a promessa de benção de Deus (Ag. 2.10-2.23).

2. A MENSAGEM DE AGEU
A mensagem de Ageu é uma denúncia contra o egoísmo humano. O povo da Aliança retornou do cativeiro, preocupando-se apenas com a edificação das suas casas (Ag. 1.2-4). Por causa disso, o povo passou a enfrentar dificuldades financeiras, adquiria muitas coisas, mas não encontrava satisfação (Ag. 1.5,6). Isso porque de nada adianta juntar dinheiro e não colocá-lo debaixo do governo de Deus. É a mesma coisa que juntá-lo em um “saquitel furado”, muito trabalho, mas pouco proveito, e, às vezes, dívidas. Mas o povo de Judá se arrependeu e deu ouvidos à mensagem do profeta Ageu e durante três semanas, a comunidade inteira trabalhou de forma incansável a fim de completar a reconstrução do Templo (Ag. 1.12-15). A dedicação à obra de Deus não é apenas uma ordenança, mas uma necessidade, o ser humano foi criado para servi-LO. Ageu entregou três mensagens de encorajamento para o povo da Aliança. A primeira dizia respeito a uma promessa de que  templo recém-construído, ainda que fosse menor, em comparação com o de Salomão, sua glória seria maior (Ag. 2.1-9). Não é o tamanho do espaço, muito menos a estética, que determina a presença de Deus, mas a disposição espiritual. Esse “segundo Templo”, ainda que tivesse sido reformado por Herodes, teve maior glória, pois Cristo, o Senhor, nele ministrou. A segunda mensagem de Ageu é uma parábola viva. O profeta faz algumas indagações a respeito da lei. Ele pretendia mostrar que a presença de um lugar sagrado não garante a santidade do povo (Ag. 2.10-19). A última mensagem é destinada a Zorobabel, representante da linhagem de Davi, que exercerá autoridade sobre a terra, quando Cristo voltar para reinar.

3. PARA HOJE
Nesses dias tão difíceis para a igreja evangélica precisamos ouvir mais mensagem de restauração. A teologia da ganância está formando uma geração de “crentes” que somente pensa neles mesmo. Estão pouco interessados na obra de Deus, a prioridade é a compra da mansão ou do carro importado. Nada há de errado em buscar satisfazer as necessidades familiares com equilíbrio e modéstia. Não é pecado adquirir uma casa ou um veículo, de acordo com os rendimentos da família. Mas é preciso ter cuidado para não ostentar, os bens materiais não podem ter como objetivo a glorificação pessoal. Por causa do consumismo que adentrou as igrejas, muitos evangélicos estão deixando de viver em paz por causa das dívidas, contraídas a fim de satisfazer o status exigido pela sociedade. A obra de Deus também sofre, pois os projetos eclesiásticos são relegados a segundo plano. É verdade que não dependemos de um templo para adorar a Deus (Jo. 4.21-24), mas isso não exime sua relevância enquanto espaço de encontro para ministração da palavra, oração e adoração (At. 2.44-47). Muitas igrejas locais estão tomadas pelo marasmo, o egoísmo está solapando a comunhão e a unidade. Alguns crentes estão francos, outros se tornaram “desigrejados”. A fraqueza desses não deve ser motivo para perder o ânimo, antes devemos ser fortes no Senhor (Ef. 6.10).

CONCLUSÃO
O compromisso da igreja é com o Reino de Deus, que já está no meio de nós, na expectativa por Sua completude (Lc. 17.20,21; 19.11-27). Muitos evangélicos estão interessados apenas no reino deste mundo, não têm interesse de investir no Reino dos Ceús (Mt. 13.44). Essa é uma questão de prioridade, pois Jesus nos ensinou a buscar primeiro de Deus e a Sua justiça, e que as outras coisas (alimento e vestimenta), não “as demais”, seriam acrescentadas (Mt. 6.33).

BIBLIOGRAFIA
BALDWIN, J. G. Ageu, Zacarias e Malaquias: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1982.
BOICE, J. M. The minor prophets. Grand Rapids: Bakerbooks, 2006.

Ageu — O compromisso do povo da aliança

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Lições Bíblicas do 4º Trimestre de 2012 - CPAD - Jovens e Adultos
Título: Os Doze Profetas Menores — Advertências e consolações para a santificação da Igreja de Cristo.
ComentaristaEsequias Soares.
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração, pesquisa e postagem no Blog: Francisco A Barbosa.

Por Francisco A Barbosa
Blog Auxílio Ao Mestre
Lição 11
Ageu — O compromisso do povo da aliança

16 de dezembro de 2012

TEXTO ÁUREO

“Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33). – Em vez de se preocupar com bens materiais, nossa ambição deve ser buscar primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, tendo conhecimento disso enquanto o fazemos. Ele comprometeu-se a responder com lealdade – e todas essas coisas vos serão acrescentadas. [a]

VERDADE PRÁTICA

A verdadeira profecia liberta o povo da indiferença e do comodismo espiritual.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Ageu 1.1-9.


OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • Conhecer o contexto histórico da vida de Ageu;
  • Elencar os principais problemas encontrado pelos judeus para reconstruir o Templo; e
  • Saber que temos responsabilidade diante de Deus e dos homens.

Palavra Chave
Templo
s. m.
1. Casa de oração em que se adora uma divindade; igreja.
2. Sinagoga, mesquita.
3. Local onde a maçonaria celebra as suas sessões.
4. A Ordem dos Templários.
5. [Figurado] Lugar sagrado ou venerável. [b]

COMENTÁRIO

introdução

Do primeiro profeta menor, Joel, até o ministério de Ageu, há um hiato de mais de 300 anos. Até aqui, já são nove profetas menores a profetizar sobre o cativeiro de Israel e os juízos de Deus sobre Israel, como sobre Judá devido a sua idolatria. Agora o império babilônico cai. O império vigente agora é o Persa. Ageu, cujo nome significa “Festivo”, foi um dos profetas pós-exílicos, um contemporâneo de Zacarias, e o primeiro dos profetas menores a profetizar após o cativeiro babilônico [Ageu é o primeiro de três livros pós-exílicos no AT; os outros dois são Zacarias e Malaquias]. Após 70 anos de cativeiro como Jeremias havia profetizado o rei Ciro “o grande”, rei da Pérsia, (2Cr 36.22) permitiu e incentivou o povo de Israel a viajarem para Jerusalém para que a casa do Senhor fosse reconstruída. Nessa época, Daniel faleceu. Nem todos desejaram voltar, mas aqueles que se prontificaram voltaram sob o comando de Zorobabel, que tinha a primazia sobre eles por ser descendente direto dos reis, junto com o sumo sacerdote Josué. Ageu tinha as qualidades de um bom pastor. Um encorajador cuja palavra estava em sintonia com o coração do povo e a mente de Deus; ele foi o mensageiro do Senhor, com a mensagem do Senhor, levando ao seu grupo desanimado a segurança da presença de Deus. Tenham todos uma excelente e abençoada aula!

I. O LIVRO DE AGEU

1. Contexto histórico. Como Ageu foi realizar sua tarefa em 520 a.C., ele se juntou aos exilados que haviam retornado a sua terra natal em 536 a.C. para reconstruir o templo do Senhor. Eles haviam começado bem, construindo um altar e oferecendo sacrifícios, estabelecendo, então, o fundamento para a Casa do Senhor no ano seguinte. A construção havia cessado, toda via, quando os inimigos zombaram dos esforços dos construtores. Mas o ministério de Ageu e o de Zacarias fizeram com que o povo se reanimasse e completasse a tarefa em cinco anos. O templo reconstruído foi dedicado em 515 a.C. O rei Ciro, da Pérsia baixou o decreto que pôs fim ao cativeiro de Judá em 539 a.C. Pouco tempo depois, a primeira leva dos hebreus partiu da Babilônia de volta para Judá. (PÉRSIA, do latim Persia, através do grego antigo Περσίς ou Persís) é oficialmente admitido como um sinônimo para Irã, embora esta última tenha se tornado mais usual no Ocidente, depois de 1935. O país sempre foi chamado "Irã" (Terra dos Arianos), pelo seu povo, embora durante séculos tenha sido referido pelos europeus como Pérsia (de Pars ou Fars, uma província no sul do Irã) principalmente devido aos escritos dos historiadores gregos. Em 1935 o governo especificou que o país deveria ser chamado Irã; entretanto, em 1959 ambos os nomes passaram a ser admitidos. No uso corrente, o termo Pérsia costuma ser reservado para referir-se ao Império Persa em uma ou mais de suas diversas fases históricas (século VII a.C.–1935 d.C.), fundado originalmente por um grupo étnico (os persas) a partir da cidade de Anshan, no que é hoje a província iraniana de Fars, e governado por dinastias sucessivas (persas ou estrangeiras), que controlavam o Planalto Iraniano e os territórios adjacentes.[c]
a) Cambisses II (Kambujiya ou کمبوجیه em persa, ?-522 a.C.), rei da Pérsia entre 530 a.C. e 522 a.C., foi o segundo governante da dinastia dos Aquemênidas. Herdou de seu pai, Ciro II, o maior império que o mundo jamais vira. Suas instituições, fundamentadas na autodeterminação dos povos conquistados, permitiram que Cambises se dedicasse menos à política e mais às conquistas militares. Invadiu o Egito com um grande exército formado por soldados de todos os povos do império, e, em 525 a.C., derrotou o faraó Psamético III na Batalha de Pelúsia, conquistando aquele país. Enquanto Ciro foi lembrado por sua generosidade para com seus inimigos, Cambises foi lembrado como um tirano. Dizia-se que era um homem de temperamento explosivo. Segundo Heródoto, Cambises teria tido um acesso de fúria contra sua irmã grávida, e a teria matado por espancamento. [d]
b) Dario Histaspes. O filho de Ciro II foi Cambises II (529- 522 a.C.), aquele que conquistou o Egito. Cambises II foi sucedido por Dario I, conhecido tanto como Dario, o Grande (522- 486 a.C.), quanto como Dario Histaspes (seu pai era um dos sátrapas do império persa). Dario criou vinte satrapias (províncias) a fim de administrar com mais eficácia o crescente poderio do império persa. Dario I também mudou a capital de seu império da cidade de Pasárgada para Persépolis. Ele era um seguidor de Zoroastro e adorava a divindade Ahura Mazda (também venerada por Xerxes e Artaxerxes, mencionados na história bíblica). Esse Dario é o mesmo rei que aparece nas profecias bíblicas de Ageu e Zacarias. O projeto de construção do templo (do segundo templo judeu – N. do Tradutor) foi concluído pelos judeus em 516 a.C., durante o reinado dele. O rei Dario Histaspes autorizou a continuação da obra do Templo (Ed 6.1,12,13). Até pediu a oração do povo em seu favor.
2. Vida pessoal. Ageu (em hebraico: חַגַּי, Ḥaggay or "Hag-i", Koine Greek: Ἀγγαῖος; em latim: Aggeus) foi um profeta judeu durante a construção do Segundo Templo em Jerusalém e um dos doze profetas menores na Bíblia hebraica e autor do Livro de Ageu. Seu nome significa "meu aniversário". Ele foi o primeiro dos três profetas (com Zacarias, seu contemporâneo, e Malaquias, que viveu em torno de cem anos depois), que pertenceu ao período da história judaica a qual iniciou após o retorno do cativeiro na Babilônia. É mencionado nominalmente duas vezes em Esdras (5.1; 6.14), e nove neste livro. É chamado “o profeta” (1.1; 2.1,10; Ed 6.14) e “embaixador do Senhor” (1.13). Pode ter sido um daqueles poucos exilados que, ao voltarem para repovoar Jerusalém, ainda se lembravam do templo de Salomão antes que fosse destruído pelos exércitos de Nabucodonosor em 586 a.C. (2.3). Sendo assim, Ageu devia ter entre setenta e oitenta anos de idade ao profetizar.
3. Zorobabel. [líder israelita mencionado no Antigo testamento da Bíblia que teria liderado o retorno do primeiro grupo de judeus exilados que se encontravam no cativeiro babilônico, fato histórico ocorrido após 539 a.C., quando o rei Ciro da Pérsia havía ocupado a Babilônia. Ao estabelecer-se na terra prometida, trabalha pela reconstrução do Templo de Jerusalém, completando a obra em torno do ano 515 a.C., com muita persistência, tendo enfrentado uma interrupção das atividades durante um período de dez anos. Seu nome é citado na genealogia de Jesus Cristo nos versos 12 e 13 do capítulo 1 do Evangelho segundo Mateus e no verso 27 do capítulo 3 do Evangelho segundo Lucas, mencionado como filho de Selatiel, neto do rei Jeoaquim, da descendência de David. Porém, a sua história é contada por Esdras, sendo mencionado ainda em outros livros do Antigo Testamento como em II Crônicas, Neemias, Ageu e Zacarias.] [e].
4. Estrutura e mensagem. O livro contém quatro mensagens, cada uma delas introduzida pela frase: “a palavra do Senhor” (1.1; 2.1; 2.10; 2.20). (1) Primeiro, Ageu repreende os repatriados por estarem tão interessados em suas próprias casas, revestidas de cedro por dentro, enquanto a Casa de Deus permanecia em desolação (1.4). O profeta exorta-os por duas vezes a considerar seus caminhos (1.5,7), revelando-lhes ter o Senhor Deus retirado a bênção sobre eles em consequência de seus maus caminhos (1.6,9-11). Zorobabel e Josué, juntamente com o restante do povo, reagindo à palavra do profeta, demonstram reverência a Deus, e recomeçam a obra (1.12-15). (2) Poucas semanas depois, a reação dos repatriados, que haviam visto a glória do primeiro templo e que consideravam como nada o segundo, começava a desanimar o povo (2.3). Ageu, então, exorta os líderes a se mostrarem corajosos, porque (a) seus esforços faziam parte de um quadro profético mais amplo (2.4-7), e (b) “a glória desta última casa será maior do que a da primeira” (2.9). (3) A terceira mensagem de Ageu, que conclama o povo a viver uma vida de santa obediência (2.10-19), (4) e sua quarta mensagem (2.20-23), foram entregues no mesmo dia. A última mensagem prediz que Zorobabel representaria a continuação da linhagem e da promessa messiânica (2.23). Quatro aspectos básicos caracterizam o livro de Ageu. (1) Foi a primeira palavra profética nítida ouvida por Judá depois do exílio babilônico. (2) É o segundo menor livro do AT (apenas trinta e oito versículos); Obadias é o menor. (3) A frase “assim diz o Senhor” (e suas variações) ocorre vinte e nove vezes, ressaltando a urgência de sua mensagem aos repatriados. (4) Contém uma das profecias mais arrojadas do AT a respeito da visitação futura de Deus (2.6-9).[f]

SINOPSE DO TÓPICO (I)
O tema do livro de Ageu é a reconstrução do Templo. Dos trinta e oito versículos, dez falam da Casa de Deus em Jerusalém.

II. RESPONSABILIDADE E OBRIGAÇÕES

1. A desculpa do povo. A designação favorita de Ageu para Deus é “Senhor dos Exércitos”, que aparece 14 vezes neste curto livro. “Exércitos” significa ou “anjos”, “estrelas” ou os “exércitos de Israel” e é usado pelo profeta para enfatizar a grandeza e o poder de Deus.[g] A expressão “Este povo diz” estabelece a cena para a contestação de Deus contra o povo de Jerusalém. Uma expressão de desagrado implícito. Nos versículos 2 ao 11 acusam a indiferença espiritual e as prioridades equivocadas do povo de Deus.
2. Inversão de prioridades (vv.3,4). O povo, embora negligenciando o templo, embelezou suas próprias casas, por decorar suas casas com decorações caras, como no templo de Salomão, onde “tudo era cedro, pedra nenhuma se via” (1Rs 6.16). A palavra hebraica sãpan significa tanto "apainelar" como "colocar forro", e é raiz da palavra "telhado". É mais provável que Ageu esteja se referindo à conclusão das casas do povo, e não tanto no luxo de painéis de madeira, mas talvez a residência do governador estava sendo reconstruída com um pouco da elegância do palácio de Salomão. Se este foi o caso, Ageu estava pensando diretamente em Zorobabel e Josué. O conflito entre despesas com luxo em casa e sustento condigno do trabalho do Senhor persiste até hoje entre nós. Ageu revela a hipocrisia das suas objeções empregando uma questão retórica. As casas tinham provavelmente, paredes e teto trabalhados em madeira, o que revela o luxo em que o povo vivia em detrimento da obra principal para qual retornaram a Jerusalém, a reconstrução do templo, o lugar de habitação da presença especial de Deus com o seu povo (1Rs 8.27-30).
3. Um convite à reflexão. “Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos”, em hebraico, significa, literalmente, “Ponde o vosso coração nestas coisas”. O povo estava, aparentemente, usando sua pobreza, escassez de alimento e a inflação como desculpas para não terminar o templo. Na realidade, eles são julgados pela falta em completar a construção.Então, Deus ordena ao povo que considere por que não fora ainda abençoado. A causa era a desobediência (ver 1.9-11).

SINOPSE DO TÓPICO (II)
A responsabilidade e as obrigações devem ser precedidas por uma reflexão cujo bom senso e a consciência permite-nos conhecer o agir do Senhor em nossa volta.

III. A EXORTAÇÃO DIVINA

1. Crise econômica. As suas dificuldades econômicas e sociais eram o efeito da maldição segundo a aliança de Deus por causa da sua desobediência (Dt 11.8-15; 28.29,38-40; Lv 26.20). Deus frustrou os seus esforços por causa da falta de interesse deles pela glória divina. O povo de Deus perdera a sua bênção, pois estava vivendo apenas em função das próprias vantagens. Eles revelavam um mínimo interesse pelos alvos e propósitos divinos. De igual modo, poderemos esperar um declínio das bênçãos e da ajuda de Deus em nossa vida, se não estivermos vitalmente interessados pela sua obra, tanto no lar quanto entre as nações. O favor de Deus, seu amor e comunhão, vêm-nos somente à medida que continuamos a buscá-lo, e a observar-lhe os mandamentos (ver Jo 14.21-23).
2. A solução. Ageu exortou-os para que empenhassem todo esforço na empreitada e DEUS moveria céus e terra (Ag 2.6-8) para levar a Jerusalém toda prata e todo ouro necessários à obra do templo, e assegurou-lhes: "A glória desta última casa será maior do que a primeira" (Ag 2.9). Os líderes e o povo reagiram positivamente à mensagem de Ageu, obedeceram e temeram ao Senhor. Levando a sério a palavra de Deus, recomeçaram de imediato os trabalhos de construção da Casa de Deus. Deus responde à obediência de seu povo, prometendo-lhe que estaria ao seu lado. Fortaleceu-lhes a resolução, e ajudou-os a levar a efeito a obra (cf. Zc 4.6). Estar "contigo" é a mais grandiosa promessa que o Senhor pode fazer-nos (ver Gn 26.24; 28.15; 39.2,3,21,23; Êx 3.12; Mt 28.20). Deus mostra ao povo que, embora a santidade não possa ser transmitida mediante o contato, as influências corruptíveis do pecado não deixam de ser contagiosas. Noutras palavras: morar na terra santa não torna ninguém santo, ao passo que o pecado profana tudo quanto o povo faz, inclusive os atos de adoração.
3. O Segundo Templo. No ano 539 a.C., Ciro apodera-se da Babilônia e ordena o repatriamento dos judeus mantidos em cativeiro e a reconstrução do seu templo, que, segundo a descrição presente no livro de Esdras (capítulo 1, versículos 1 a 4), aconteceu sob Zorobabel, sendo apoiada pelo funcionário Esdras e pelos profetas Zacarias e Ageu. Após um hiato, o trabalho é retomado cera de 521 a.C., com a conclusão ocorrendo em 516 a.C. e a dedicação em 515 a.C.; como descrito no Livro de Esdras, a reconstrução do templo foi autorizada por Ciro, o Grande, da Pérsia e ratificada por Dario, o Grande, da Pérsia. Os romanos destruíram Jerusalém e o seu segundo templo em agosto CE 70 4, acabar com a Grande Revolta judaica que começou em 66 dC.  Apesar de tudo o impacto da pregação de Ageu foi tal que todos, unanimemente, decidiram retomar o trabalho no templo, mas de forma alguma isto lhe foi creditado. O Senhor o fizera. Liderado por Zorobabel e Josué, todo o resto do povo obedeceu. O "remanescente" foi um tema característico da profecia de Isaías. Na visão do templo ele advertiu da destruição, à qual somente um pequeno grupo sobreviveria (Is 6.11-13), e o nome de seu filho, Sear­Jasube (Is 7.3, "Um resto volverá"), se tornou representativo da sua pregação (Is 7.3, 10.21. 11.l). Ageu e também Zacarias reconheceram no pequeno grupo de judeus repatriados o cumprimento da profecia de Isaias, mas exigia-se mais deles do que simples presença física na terra em que eles deveriam cumprir as esperanças de Isaías. O verbo "retornar" significa também "arrepender-se" (Zc 1.3), e é digno de nota que Ageu aplica para o povo a palavra "resto" no momento em que ele atende à voz do Senhor seu Deus. Ninguém está pondo em dúvida a autoridade de Ageu (cf 1Rs 22.24, Mq 2.6). O povo temeu diante do Senhor. Este temor contrasta com a indiferença despreocupada que os profetas pré-exílicos enfrentaram. Apatia diante das palavras de DEUS é evidência de ateísmo na prática. Eles "temeram" no sentido de terem sido despertos pela voz de DEUS.

SINOPSE DO TÓPICO (III)
A presença de Deus no Templo fez a glória da segunda Casa maior que a da primeira.

CONCLUSÃO

Ageu censurou os judeus por sua indiferença, e os repreendeu por construírem as suas próprias casas enquanto a casa de Deus era negligenciada. Ele assegurou aos habitantes de Jerusalém que as adversidades que vinham sofrendo eram castigos por sua apatia. Zorobabel foi estimulado a dar a supervisão apropriada à obra que tinham em mãos, e quando parecia que as revoltas na Babilônia podiam ainda ser bem sucedidas, ele parece ter sido considerado como o homem divinamente ungido, que deveria conduzir Judá à independência. O desafio à fé é o mesmo em cada geração; busquemos primeiro as coisas de Deus, e confiemos nele para prover as necessidades básicas diárias da vida.
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),
Recife, PE
Novembro de 2012,
Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere.


EXERCÍCIOS
1. Quem embargou a construção do Templo de Jerusalém, e quem depois vetou esse embargo?
R. Cambises, identificado na Bíblia como Artaxerxes (Ed 4.7-23).
2. Quem liderou os remanescentes de Judá no retorno de Babilônia para Jerusalém?
R. Zorobabel e Josué, filho de Jozadaque.
3. Qual o tema do livro de Ageu?
R. A reconstrução do Templo.
4. O que representa o gesto de desprezo peia Casa de Deus?
R. Representa o gesto de ingratidão do povo judeu.
5. O que fez a glória da segunda Casa ser maior do que a da primeira?
R. A presença de Deus.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;
 - Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
OBRAS CONSULTADAS:
[a] -.
 Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001. P. 957;
[b] -.http://www.priberam.pt/dlpo/;
[c] -.http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A9rsia;
[d] -. 
dhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cambises_II_da_P%C3%A9rsia;
[e] -. http://pt.wikipedia.org/wiki/Zorobabel
[f] -. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP, CPAD;
[g] -. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001. p 915;
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
-. 
HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.-. MERRIL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.

Os textos das referências bíblicas foram extraídos do site http://www.bibliaonline.com.br/, na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel, salvo indicação específica.

Autorizo a todos que quiserem fazer uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente, que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente, a gentileza de um e-mail indicando qual o texto que está utilizando e com que finalidade (estudo pessoal, na igreja, postagem em outro site, impressão, etc.).
Francisco de Assis Barbosa

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

MIQUEIAS A IMPORTÂNCIA DA OBEDIÊNCIA

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Lições Bíblicas do 4º Trimestre de 2012 - CPAD - Jovens e Adultos
Título: Os Doze Profetas Menores — Advertências e consolações para a santificação da Igreja de Cristo.
ComentaristaEsequias Soares.
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração, pesquisa e postagem no Blog: Francisco A Barbosa.

Lição 7
Miqueias — A importância da obediência

18 de novembro de 2012

TEXTO ÁUREO

“[...] Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender melhor é do que o gordura de carneiros” (1 Sm 15.22). - O obedecer é melhor do que o sacrificar: embora Samuel obviamente não acredite na desculpa de Saul (veja V. 19), mostra que, mesmo na hipótese de haver verdade nisso, a lição é que a prática de rituais não tem valor quando não é acompanhada por um espírito sincero e submisso. Veja denuncias semelhantes de rituais sem conteúdo, feitas posteriormente por outros profetas de Israel (Is 1.10-17;Jr 6.19-20; 7.21-26; Os 6.6; Am 5.21-24; Mq 6.6-8; Sl 51.16-17; Pv 15.8; 21.3,27).

VERDADE PRÁTICA

A mensagem de Miqueias leva-nos a pensar seriamente acerca do tipo de cristianismo que estamos vivendo.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Miqueias 1.1-5; 6.6-8.


OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • Explicar a estrutura da mensagem de Miqueias.
  • Definir a obediência bíblica.
  • Conscientizar-se de que o ritual religioso não proporciona relacionamento íntimo com Deus e nem salvação.

Palavra Chave
Obediência: 
1. Cumprimento da vontade alheia.

2. Submissão.
3. Preito de homenagem.
4. Domínio, autoridade.
.

COMENTÁRIO

introdução

O ministério profético de Miquéias tem lugar numa época dominada por um enorme contraste, tanto em Israel quanto em Judá, entre os excessivamente ricos e os pobres oprimidos, devido à exploração da classe média de Israel (veja 2.1-5). Os ricos opressores eram apoiados por líderes corruptos políticos e religiosos de Israel. Em razão dessa má liderança, toda a nação tornou-se corrupta e digna de julgamento. Miquéias é levantado por Deus nesse cenário, para proclamar que o Santo e Justo não tolerará mais a maldade de seu povo. Os pecados morais e religiosos da ganância e da idolatria daqueles dias foram o fator desencadeador do ministério profético de Miquéias. Tenham todos uma excelente e abençoada aula!

I. O LIVRO DE MIQUEIAS

1. Contexto histórico. Ele profetizou nos dias de Jotão , Acaz e Ezequias, reis de Israel e de Judá entre 750 e 680 a.C., antes e depois da tomada de Samaria pelos assírios em 721 a.C., tendo sido contemporâneo de Oséias e de Isaías. Não há muitas informações sobre a sua vida pessoal, sabemos que ele era Morastita, ou seja, morador de Moreseti- Gate. O local fica na área em redor de Beit-Jibrim, situada a aproximadamente 32 km ao sudoeste de Jerusalém e a 27 km a oeste de Tecoa, onde vivia Amós. Seu nome (מִיכָיְהּMikhayhu), significa “quem é como Jeová?” Aparentemente ele faz um jogo de palavras sobre isto em 7.18: “Quem, ó Deus, é semelhante a ti?”. Contemporâneo de Isaias e como este, serviu no reino do sul, Judá, sendo que, seu ministério iniciou depois do de Isaías e provavelmente, tenha terminado um pouco antes.Por sua origem camponesa se assemelha à Amós, com quem compartilha uma aversão às grandes cidades e uma linguagem concreta e franca, nas comparações breves e nos jogos de palavras.
2. Estrutura e mensagem. O assunto do livro divide-se em três seções: na primeira condena os pecados da Samaria e de Judá, principalmente as injustiças praticadas pelos ricos e poderosos que despojavam injustamente os pobres; a segunda começa com um vaticínio sobre a restauração de Jerusalém, sobre a qual virão as nações estrangeiras e das quais esta se libertará; a terceira corresponde a um processo contra Jerusalém devido às suas idolatrias. A mensagem de Miquéias dirigia-se a Israel e Judá, endereçada primeiramente as respectivas capitais, Samaria e Jerusalém. Suas três ideias principais eram: os pecados, a destruição e a restauração deles. Tais ideias no livro são mistura das, com transições súbitas da descrição da desolação presente à da glória futura. Samaria era a capital do reino do norte, seus governantes eram responsáveis direto pela corrupção nacional dominante. Sendo que 200 anos antes apostataram de Deus e adotaram o culto do bezerro e a baal e outros ídolos e práticas idólatras dos cananeus. Deus lhes enviara Elias, Eliseu e Amós pra fazê-los abandonar os ídolos, não aceitaram as mensagens dos profetas, já estavam amadurecidos para o golpe de morte. Miquéias chegou a ver a realização de suas palavras, os assírios levaram todo norte de Israel e em Samaria mesma tornou-se um montão. Na fronteira dos filisteus, na própria cidade natal de Miquéias foi invadida e devastada e pelos assírios, enquanto o reino do norte era derribado.

SINOPSE DO TÓPICO (I)
O livro de Miqueias tem como assunto principal a ira divina sobre os pecados de Samaria e Judá.

II. A OBEDIÊNCIA A DEUS

1. O conceito bíblico de obediência. O verbo hebraico šāma’ (raiz primitiva): “ouvir com inteligência – com implicação de atenção, obediência. Basicamente significa ouvir. O uso mais conhecido deste termo é para introduzir o Shemá, “Ouve, Israel”, seguido pelo conteúdo daquilo que os israelitas devem entender acerca do Senhor, seu Deus, e sobre como devem responder a Ele (Dt 6.4). Miqueias apresenta sua profecia a Judá e Israel, mostrando que Deus é o responsável por julgar a falta de temor do povo para com seu Deus. Ele denuncia os falsos profetas, os líderes desonestos e os sacerdotes ímpios que enganavam o povo e o conduziam ao pecado, ao invés de direcioná-los a uma vida mais próxima de Deus. Por mais que se pratique de forma correta os rituais que a Lei ordena, esses rituais não podem ser suficientes se o coração do povo mantinha seus pecados. Deus estava irado com Samaria e Jerusalém, pois o povo não o adorava de coração. Isso não significa que Deus abomina rituais. Ele mesmo prescreveu em Levítico a liturgia e as festas religiosas. O que deixou Deus irado foi o povo imaginar que seguindo corretamente os rituais, estariam isentos de uma vida de fé e das obrigações sociais da Lei quanto ao auxílio dos pobres. “Agradar-se-á o SENHOR de milhares de carneiros? De dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão? O fruto do meu ventre, pelo pecado da minha alma? Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o SENHOR pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com o teu Deus?” (Mq 6.7,8). O profeta deixa claro o desejo de Deus para os israelitas, numa referência que serve também para a Igreja do Senhor: a prática da justiça, o amor à bondade e o andar de forma não soberba diante de nossos pares e do próprio Deus.
2. A desobediência das nações. O julgamento do Senhor contra Israel e Judá exemplifica e configura o julgamento divino contra todos os povos que comentem idolatria e crimes sociais.
3. A ira de Deus sobre o pecado (1.3-5). Como Miquéias estava muito interessado na injustiça social, não é de surpreender que a sua profecia fosse dirigida a Samaria e Jerusalém (Mq 1.1,5). Estas cidades eram habitadas pelas classes mais ricas e privilegiadas da sociedade, e havia muitas desumanidades sendo cometidas contra os grupos menos afortunados. Miqueias apresenta sua profecia a Judá e Israel, mostrando que Deus é o responsável por julgar a falta de temor do povo para com seu Deus. Ele denuncia os falsos profetas, os líderes desonestos e os sacerdotes ímpios que enganavam o povo e o conduziam ao pecado, ao invés de direcioná-los a uma vida mais próxima de Deus.

SINOPSE DO TÓPICO (II)
A obediência deve ser precedida de compreensão e amoroso acatamento da mensagem divina.

III. O RITUAL RELIGIOSO

1. O rito levítico. O termo hebraico para rito é mê’mar (rito, determinação, mandato), derivado do aramaico e corresponde ao termo mâ’amar (alguma coisa oficialmente dita; um decreto; mandamento). Esta palavra se origina do verbo aramaico comum amar, que significa dizer. Rito é o conjunto de cerimônias e práticas litúrgicas através das quais externamos a fé. A maioria dos grupos protestantes concordam entre si que Cristo deixou à Igreja duas observâncias - ou ritos – ou sacramentos - a serem incorporadas no culto cristão: o batismo nas águas e a Ceia do Senhor. (O protestantismo, seguindo os reformadores, tem rejeitado a natureza sacramental de todos os ritos menos os dois originais). Desde os tempos de Agostinho, muitos têm seguido a opinião de que tanto o batismo quanto a Ceia do Senhor servem como "sinal exterior e visível de uma raça interior e espiritual". O problema não está na prática dos ritos, mas na interpretação do seu significado (por exemplo, o que subentende uma "graça interior e espiritual"?). Estes ritos históricos da fé cristã são normalmente chamados sacramentos ou ordenanças. Alguns empregam os termos de modo intercambiável, ao passo que outros defendem que o entendimento correto das diferenças entre os conceitos é importante para a correta aplicação teológica. O Catolicismo Romano, a Ortodoxia Oriental e algumas das denominações protestantes usam o termo "sacramento" para se referir a "um sinal/ritual que resulta na graça de Deus sendo transmitida para o indivíduo". Geralmente existem sete sacramentos nessas denominações. Eles são o batismo, a confirmação, a sagrada comunhão, a confissão, o casamento, as ordens sagradas e a unção dos enfermos. Segundo a Igreja Católica, "há sete sacramentos. Eles foram instituídos por Cristo, devem ser administrados pela igreja e são necessários para a salvação. Os sacramentos são os veículos da graça que eles transmitem." A Bíblia, ao contrário, diz-nos que a graça não é dada através de símbolos externos e nenhum ritual é "necessário para a salvação". A graça é gratuita (Tt 3.4-7). Esses cerimonialismos, contudo, não substituem o relacionamento sincero com Deus, nem proporcionam salvação (1 Sm 15.22; Sl 40.6-8; 51.16,17; 1 Co 1.14-17; 11.28,29).
2. O diálogo de Deus com o povo (6.6). O texto do capítulo 6 apresenta um exemplo clássico da ação judicial profética, onde o Senhor pleiteia os termos da aliança contra o seu povo desobediente. A mensagem inicia com uma cena de julgamento na qual o Senhor é aquele que apresenta a queixa, Miquéias é o seu enviado, os montes são as testemunhas, e Israel é o acusado (6.1,2) Como o representante de Deus, Miquéias deve acionar a causa de Deus contra o povo. Os versículos 6 a 8 apresentam uma réplica de Israel ao processo de Deus, no qual se reivindica ignorância, apresentando questões ao Senhor acerca do que é aceitável para ele. A resposta implícita é que nada é aceitável, a menos que essa pessoa esteja num relacionamento adequado com Deus e seu próximo. A perícope também mostra a inadequação do sistema sacrificial inteiro, sem o acompanhamento de uma fé obediente (Hb 9.11; 10.1-14).
3. Sacrifício humano (6.7). Mediante a progressão retórica dos sacrifícios – bezerros... milhares de carneiros... o meu primogênito - Miquéias expôs o absurdo da dependência de Israel dos ritos e sacrifícios vazios para merecer o favor divino. Tal confiança demonstrava uma profunda falta de compreensão da graça divina, pois a salvação de Israel era gratuita e não por méritos (6.4,5). Além disso, as obrigações da aliança por parte de Israel subentendiam justiça social, e não somente liturgia (6.8).

SINOPSE DO TÓPICO (III)
O ritual religioso não substitui o relacionamento intenso com Deus e, muito menos, proporciona salvação.

IV. O GRANDE MANDAMENTO

1. A vontade de Deus. Deus estava realmente procurando uma resposta ética de seu povo da aliança. Os mestres da Lei encontraram 613 preceitos, no Salmo 15 estes estão reduzido a 11, em Isaías 33.15 a 6 mandamentos; Miquéias condensa-os a três: ser honesto em tudo o que fizer; cultivar fidelidade compassiva, e comprometer-se a viver em submissão a Deus. A Bíblia valoriza a obediência de todo o coração acima da conformidade religiosa externa. O ritual de sacrifícios, ou qualquer outra religiosidade externa, sem uma mudança de atitude interior do espírito, fica aquém do arrependimento verdadeiro.
2. O sumário de toda a lei (6.8b). Benevolência, chesed; Strong 02617: Generosidade, misericórdia, bondade, amor infalível; ternura, fidelidade. Chesed ocorre 250 vezes na Bíblia. Ela pode ser melhor traduzida como “bondade”, embora, fidelidade seja, às vezes, a ideia principal. Na maioria das vezes, nas Escrituras, chesed é usada para a misericórdia de Deus. Em Mateus 9.13 Jesus chama misericórdia de assunto mais importante da lei (Mt 23.23). A bondade é uma característica que Deus espera que o homem possua. O homem é tendencioso a ser escrupulosamente atento às coisas externas e esquecer dos princípios fundamentais de moralidade. O Novo Testamento considera a obediência cristã como a prática de boas obras. Os crentes são ricos de boas obras. Não obstante isso, o legalismo distorce a obediência, a motivação e o propósito e jamais produzirá boas obras (Mt 22.37-40).

SINOPSE DO TÓPICO (IV)
O grande mandamento é este: amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

CONCLUSÃO
Nesta lição vimos que por mais que se pratique de forma correta os rituais que a Lei ordena, esses rituais não podem ser suficientes se o coração do povo não estiver livre de seus pecados. Deus estava irado com Samaria e Jerusalém, pois o povo não o adorava de coração. O povo de Israel e Judá na sua ignorância acerca da vontade do Senhor preferia multiplicar os holocaustos e dar toda a atenção ao cerimonial. Eles não percebiam que o que Deus queria era uma vida de justiça, misericórdia e fé. Muitos crentes também estão presos no ritualismo vazio sem jamais buscarem pela justiça e demais qualidades dadas por Deus. Miquéias deixa claro o desejo de Deus para os israelitas, numa referência que serve também para a Igreja do Senhor: a prática da justiça, o amor à bondade e o andar de forma não soberba diante de nossos pares e do próprio Deus.
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Recife, PE
Outubro de 2012,
Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere.


EXERCÍCIOS
1. Qual o assunto do livro de Miqueias?
R. O assunto do livro é a ira divina em relação aos pecados de Samaria e de Jerusalém.
2. Qual a definição de obediência?
R. É acatar ordens de autoridade religiosa, civil ou familiar.
3. Qual o significado da palavra “rito” e quais são os dois rituais do cristianismo?
R. Cerimônia religiosa, uso, costume, hábito, forma, processo, modo. E os dois rituais do cristianismo são o batismo e a ceia do Senhor.
4. Desde quando o estilo de vida que agrada a Deus foi comunicado ao povo?
R. Desde Moisés.
5. Qual é a maior declaração do Antigo Testamento?
R. Os três preceitos — praticar a justiça, amar a beneficência e andar humildemente com Deus.



NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;
 - Louis Berkhof – Teologia Sistemática – p. 68
- http://www.monergismo.com/textos/atributos_deus/moral_berkhof.htm
- Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
- ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009.
- SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
- SCHULTZ, Samuel J. A história de Israel no Antigo Testamento Ed. Vida Nova SP 1. Edição
- CHAMPLIM, Russel Normam. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia . Ed. Candeia 3. Edição 1995 São Paulo
[a] - http://www.priberam.pt/dlpo/


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