quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Sinais e Maravilhas na Igreja

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SINAIS E MARAVILHAS NA IGREJA
Texto Áureo: Hb. 2.4 – Leitura Bíblica em Classe: At. 3.1-11

Pb. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @EBD_ADMossoro

Objetivo: Mostrar aos alunos que sinais e maravilhas são fenômenos atuais, que, como nos tempos da igreja primitiva, seguem à atividade evangelizadora, à proclamação do evangelho de Cristo.

INTRODUÇÃO
O livro de Atos está repleto de sinais e maravilhas realizados pelo Espírito Santo através da igreja. Na lição de hoje, estudaremos os significados dos termos sinais e maravilhas. Em seguida, analisaremos o milagre da Porta Formosa, registrado por Lucas em At. 3. Ao final, veremos que o mesmo Deus que realizou milagres nos tempos da Igreja Primitiva, ainda os faz nos dias de hoje.

1. SINAIS E MARAVILHAS
No Novo Testamento, a palavra sinal é semeion, e diz respeito a algo que marca ou distingue, a utilização desse termo é geralmente associada a milagres. Os sinais são vistos como uma verificação ou indicador de uma verdade. Os escribas e fariseus buscavam um sinal da parte de Jesus para que pudessem acreditar que Ele era de fato o Messias (Mt. 12.38; Mc. 16.3). João mostra que os milagres de Jesus eram sinais, demonstrando que Ele era o Messias (Jo. 2.11,18,23; 3.2; 4.48,54, 6.2,14,26,30; 7.31; 9.16; 10.41; 11.47; 12.18,37; 20.30). Em relação à igreja, os sinais demonstram que Deus está com ela, pois sinais são prometidos àqueles que crêem (Mc. 16.17,20). No livro de Atos, Lucas registra os vários sinais realizados pela igreja (At. 2.19,22,43; 4.16,22,30; 5.12; 6.8; 8.6,13; 14.3; 15.12). A palavra maravilhas, em grego, é teras, que pode significar também milagre. A utilização do termo maravilhas costuma está atrelada ao de sinais, formando um tipo de expressão idiomática “sinais e maravilhas” (Mt. 24.24; Mc. 13.22; Jo. 4.48; At. 2.19,22,43; Rm. 15.19; II Co. 12.12). Interessa destacar que o poder para realizar sinais e maravilha é sobrenatural, e pode proceder tanto de Deus quanto do Maligno (Mt. 24.24; Mc. 13.22; II Ts. 2.9). Os sinais e maravilhas na igreja servem para confirmar a autenticidade dAquele que opera por meio dela (At. 2.22).

2. O MILAGRE DA PORTA FORMOSA
Por volta das 3 da tarde, Pedro e João seguem para o templo, em um dos horários regulares de oração (Ex. 29.38-41; Nm. 28.2-8). O templo antigo tinha várias portas, uma dela se chamava Formosa. Nessa porta se encontra um homem aleijado, isso porque não era permitido que entrasse no templo. De repente, os apóstolos são interpelados por aquele pobre homem, pedindo-lhes que dessem algum dinheiro. Pedro olha fixamente para o mendigo e diz: “olha para nós” (At. 3.4). Com essa expressão, ele chama a atenção daquele homem e lhe dá alguma esperança. As palavras iniciais são desalentadoras: “não temos prata nem ouro”, isso demonstra a condição financeira dos apóstolos do Senhor no primeiro século. Por outro lado, eles têm muito mais, por isso, declaram: “em nome de Jesus Cristo”, e, ao levantar o homem pela mão e suas pernas são curadas (At. 3.6). O mendigo curado pôde, então, adentrar ao templo e a reação dos que o conheciam é de “pasmo e assombro” (At. 3.10). A igreja primitiva, na virtude do Espírito, tinha autoridade para testemunhar de Jesus Cristo. O testemunho era acompanhado de sinais e maravilhas, que, juntamente com a mensagem, atestavam à verdade do evangelho. Algumas igrejas dos dias modernos não podem mais, como Pedro e João declarar: “não temos prata e nem ouro”, por outro lado, também não podem dizer ao paralítico “levanta e anda”.

3. DEUS REALIZA SINAIS E MARAVILHAS
Alguns teólogos cessacionistas afirmam que Deus não mais realiza sinais e maravilhas nos dias de hoje. Outros não são cessacionistas, até se dizem pentecostais, mas deixaram de acreditar, na prática, que Deus ainda os faz atualmente. Os cessacionistas radicais dizem que os sinais e maravilhas (milagres) Ficaram restritos ao período apostólico. Mas essa declaração se contradiz com a Grande Comissão, na qual Jesus ordena que seus discípulos preguem o evangelho, com poder para realizar sinais e prodígios (Mt. 28.18-20; Lc. 24.47; At. 1.8). Nos tempos de Cristo, Ele concedeu autoridade, não apenas aos apóstolos, mas aos 72 discípulos para curarem os enfermos em sua missão de pregar as boas novas (Lc. 10.9,17). No livro de Atos, o próprio Ananias, que não era apóstolo, orou por Paulo, exercendo o dom de cura (At. 9.17). Filipe, o diácono, também operou muitos milagres pelo poder do Espírito (At. 7.13). Não podemos esquecer que Jesus é o mesmo (Hb. 13.8), por isso, continua realizando sinais e maravilhas, e esses apontam para o futuro, quando a natureza tiver sido libertada (Rm. 8.20-22) e o corpo glorificado (I Co. 15.51-53). A igreja não tem controle sobre os sinais e maravilhas, esses dependem da soberana vontade de Deus, que os opera de acordo com os Seus eternos desígnios (Jo. 5.1-5; 9.1-3).

CONCLUSÃO
A respeito da atuação sobrenatural dos apóstolos, diz o autor da Epístola aos Hebreus: “Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade” (Hb. 2.4). A igreja do Senhor, ciente da soberana vontade de Deus, deva continuar crendo e orando para que Deus realize sinais e maravilhas (Mt. 10.8). Mas é preciso destacar que os sinais e maravilhas não garantem a conversão dos pecadores, principalmente dos religiosos que atribuirão o sobrenatural de Deus ao poder de Satanás (Mt. 12.24-27; Mc. 3.21). Mais importante ainda é saber que os sinais e maravilhas não podem, sob qualquer hipótese, substituir o testemunho da morte vicária de Jesus Cristo, essa deva ter proeminência sobre os sinais e maravilhas (Mc. 16.14-18).

BIBLIOGRAFIA
DEERE, J. Surpreendido pelo poder do Espírito. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
PEARLMAN, M. Atos: e a igreja se fez missões. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
________________________
P.S.: Participe dos estudos bíblicos para superintendentes e professores da Escola Dominical da sua igreja. As postagens do http://www.subsidioebd.blogspot.com/ se propoem a contribuir com o aprendizado na igreja, não substitui-lo.

Sinais e Maravilhas na Igreja

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"Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas, e dons do Espírito Santo [...]" (Hb 2.4).
- Os termos usados neste versículo descrevem os milagres especiais que Deus usou para demonstrar a autoridade do Salvador (At 2.22), bem como para atestar os ministérios dos apóstolos e de Estevão (At 6.8; Rm 15.19; 2Co 12.12). Jesus não limitou esta situação apenas aos apóstolos, como defendem os “cessacionistas”, mas “a todos quantos Deus nosso Senhor chamar”. Os sinais dão crédito à mensagem do evangelho, e não podem ser limitados à era apostólica, assim como a comissão do Senhor de transmitir o evangelho pelo mundo (Mc 16.17-18). Não houve, em absoluto, cessação dos milagres ao longo da história da Igreja, mas uma diminuição que, ao contrário do que afirmam os “cessacionistas”, está, sim, relacionada à falta de fé ou, quando muito, à falta de insistência por parte dos cristãos, pois os milagres precisam ser buscados, procurados por parte daqueles que deles necessitam (Sl 105.4; Mt 7.7; Lc 11.9; Cl 3.1). Os sinais, portanto, confirmam o ministério dos embaixadores de Cristo em cada geração.
VERDADE PRÁTICA
A Igreja evangelizadora e missionária jamais deixará de operar milagres e prodígios, pois o Deus do impossível tem um sério compromisso com os que proclamam as Boas Novas.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 3.1-11
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Compreender porque os milagres e maravilhas eram sinais tão comuns à Igreja Primitiva;
- Explicar os objetivos de Deus ao realizar milagres e maravilhas, e
- Conscientizar-se de que a proclamação da Palavra é mais importante que o milagre.
PALAVRA-CHAVE
SINAIS e MILAGRES: - Prodígios operados pelos discípulos por intermédio da ação do Espírito Santo.
COMENTÁRIO
(I. INTRODUÇÃO)
Atos dos Apóstolos narra o vertiginoso crescimento quantitativo e qualitativo da igreja primitiva. É curioso pensarmos como isso aconteceu entre um povo oprimido, inculto e com uma teologia sectária e legalista. Sem dúvidas, uma grande razão foram os sinais e maravilhas freqüentes da parte de Deus. O livro de Atos dos Apóstolos é o livro-texto de Deus para regular a vida normativa da Igreja em todos os tempos. Atos tem 28 capítulos e em cada um deles encontramos sinais, maravilhas e eventos sobrenaturais ocorrendo. Milagres não são como um espetáculo, que gera assombro, nem servem para promover a pessoa a quem Deus usa. Ao contrario, eles são sinais e evidências da presença de Deus, e são belos sinais de Sua compaixão para com aqueles que estão sofrendo ou estão cativos de demônios. Os milagres apontam para a Cruz e para o poder do Senhor Jesus (At 5.12-14). Boa aula!
(II. DESENVOLVIMENTO)
I. SINAIS E MARAVILHAS, A AÇÃO SOBRENATURAL DA IGREJA
Maravilhas - do gr ‘terás’, ‘algo estranho’, que leva o observador a se maravilhar, sempre é usado no plural e geralmente depois do termo ‘semeia’, ‘sinais’). Em At 2.19, teras aparece sozinho (prodígios). O sinal tem o propósito de apelar para o entendimento, a ‘maravilha’ apela para a imaginação, o poder (dunamis) indica que a sua fonte é sobrenatural[1]. A mensagem de Jesus consistia na trilogia: ensinar, pregar e curar (Mt 4.23; 9.35). Isso Jesus mandou que seus discípulos fizessem (Mt 28. 19,20; Mc 16.15-19). É essa a mensagem que pregamos na atualidade. Em At 2.43, Lucas afirma: ‘e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos’, isso nos mostra que o poder de Jesus, para curar os enfermos, continua, o qual foi delegado aos seus discípulos. Nos textos de 1Co 12.7-11, Ef 4.11-12 e 1Pe 4.10,11 está revelado que o Espírito Santo concede aos crentes habilidades sobrenaturais para que a igreja possa cumprir a sua missão no mundo até a volta de Jesus Cristo. A relação dos dons espirituais é enorme: profecia, ensino, cura, hospitalidade, milagres, sabedoria, socorro, generosidade, etc. (1Co 12.4-11, 28-30; Rm 12.6-8; Ef 4.11; 1Pe 4.9,10). Dentre os dons espirituais, há um grupo de dons especiais que são destinados a autenticar diante dos incrédulos a mensagem do evangelho de Cristo, chamados de dons extraordinários - os dons de milagres, cura, exorcismo, profecia, línguas e interpretação. Sinais e maravilhas são de suma importância para a pregação do Evangelho.
1. Definição. Milagre (do Gr ‘dunamis’, ‘poder, habilidade inerente’, é usado acerca de feitos de origem e caráter sobrenaturais, visto que não podem ser produzidos pelos agentes e meios naturais[1]; do latim miraculum, do verbo mirare, "maravilhar-se") é um fato dito extraordinário que não possui uma explicação científica. No Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, é “ato ou acontecimento fora do comum, inexplicável pelas leis naturais”. Para os crentes, sua realização é atribuída à onipotência divina, é considerado como um ato de intervenção de Deus no curso normal dos acontecimentos.
2. Objetivos do milagre. Na Bíblia, os milagres e as curas eram sinais para confirmar a mensagem dos pregadores. Deus autenticou cada nova mensagem com sinais (Hb 2.3-4; Mc 16.20). Os milagres que acompanham as pregações de discípulos confirmaram às pessoas que os mensageiros diziam a verdade, que Deus estava sustentando suas mensagens com fenômenos sobrenaturais e que uma nova dispensação, a era da graça, havia entrado no mundo. Sinais e Maravilhas têm como finalidade conduzir os seres humanos a Deus de modo extraordinário. Estas ações extraordinárias nos foram dados para vermos a manifestação da glória de Deus Pai e do Senhor Jesus [E Jesus, ouvindo isto, disse: Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela.(Jo 11.4); Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele. (Jo 2.11)]. Todo milagre que Deus realiza serve, primeiro, para manifestar a Sua glória, serve para que todos conheçam a glória Dele, para que todos saibam o quanto Ele é capaz de fazer. Além das duas citações feitas pelo comentarista, há uma outra finalidade: toda cura através de Cristo é a obra de Deus invadindo a esfera de Satanás e destruindo a sua obra (1 Jo 3.8). Não obstante o objetivo prático podemos constatar pela experiência, que nem todos que buscam um milagre, alcançam. O Pr Augustus Nicodemus afirma isso da seguinte maneira:“Creio em milagres. Creio que Deus cura hoje em resposta às orações de seu povo. Durante meu ministério pastoral, tenho orado por pessoas doentes que ficaram boas. Contudo, apesar de todas as orações, pedidos e súplicas que os crentes fazem a Deus quando ficam doentes, é um fato inegável que muitos continuam doentes e eventualmente, chegam a morrer acometidos de doenças e males terminais[2].
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
Os sinais e maravilhas são operações extraordinárias e sobrenaturais de Deus com o propósito de glorificar o nome do Senhor e expandir-lhe o Reino.
II. O MILAGRE NA PORTA FORMOSA
O historiador judeu Flavio Josefo comenta: “O templo tinha nove portas, que eram revestidas de ouro e prata em todos os lados, mas havia uma porta, que estava fora da casa santa e era de bronze de Corinto e muito excedia aquelas que eram apenas revestidas de ouro e prata. A magnitude das outras portas era igual em todas. Contudo, a porta de Corinto, que abria para o Oriente, em oposição à porta da própria casa santa, era muito maior, pois sua altura era 50 côvados, isto é, cerca de 25 metros, e era adornada da maneira mais rica, tendo placas mais ricas e mais grossas de prata e ouro que as outras. Esta última é, provavelmente, a porta chamada Formosa, porque era no exterior do templo, para a qual havia fácil acesso e visto que era, evidentemente, a de maior valor”. A palavra hebraica para formosa, bela é ‘yafeh’, e qualquer turista pode entrar na Antiga Cidade de Jerusalém pela ‘Porta de Jaffa’; é o fim da estrada que vem do porto de Yafo (Jaffa, Jope), no litoral sul de Tell Aviv, assim chamada por sua beleza. A porta à qual o texto se refere pode ser a Porta Nikanor, mencionada na Mishna, que saía do pátio dos gentios e se estendia até o pátio das mulheres no Templo[3]. Pela Porta Formosa do Templo de Jerusalém passavam sacerdotes, rabinos, comerciantes, enfim, muita gente ilustre e rica que possivelmente via aquele aleijado a mendigar diariamente, sempre no mesmo lugar e, tudo o que podiam fazer era dar-lhe algumas moedas e nada mais. E o homem continuava paralítico necessitado. Essa situação só mudou quando providencialmente, a cura do mendigo coxo foi realizada pelo poder de Cristo operando através de Pedro. Jesus disse aos seus seguidores no tocante àqueles que viriam a crer nEle: ‘Em meu nome...imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão’ (Mc 16.17,18).
1. Oração e milagre. Pedro e João estavam subindo os terraços para os átrios do templo na hora da oração, às três horas da tarde (havia duas outras, às nove da manhã, e ao meio dia; nas contas romanas, o dia iniciava com o nascer do sol; portanto, a ‘hora nona’ era cerca de 15:00hs). David H. STERN afirma que “de acordo com uma fonte talmúdica, os três cultos de oração foram instituídos depois da destruição do primeiro Templo para substituir os sacrifícios (veja Dn 6.11 para um costume semelhante durante o exílio na Babilônia). Os três cultos são denominados Shacharit (manhã), Minchah (tarde) e Ma’ariv (noite)[3]. Os apóstolos e os que se convertiam a Cristo continuavam a fazer suas orações no templo, mesmo que já não observassem todos os ritos. Devemos buscar a presença de Jesus em nossa vida, pois é Ele quem comunica ao nosso coração a necessária fé para que haja sinais e maravilhas (Rm 12.3; 1Co 12.9; Fp 2.13). A igreja continuou o ministério de cura que Jesus exercera, em obediência à sua vontade, fato demonstrado pelo milagre que recebeu o coxo da porta Formosa. O milagre aqui foi realizado mediante a fé em nome de Jesus Cristo (v. 6) e o dom de curar, operando através de Pedro (1Co 12.1,9). Pedro declarou que não tinha prata nem ouro, mas que daria ao mendigo coxo algo muito mais valioso. O mandamento para buscarmos a comunhão com Deus por meio da oração vem através dos salmistas (1Cr 16.11; Sl 105.4), dos profetas (Is 55.6; Am 5.4,6), dos apóstolos (Ef 6.17,18; Cl 4.2; 1Ts 5.17) e do próprio Senhor Jesus (Mt 26.41; Lc 18.1; Jo 16.24). Deus aspira a comunhão conosco; mediante a oração, mantemos o nosso relacionamento com Ele. A oração é o elo de ligação que carecemos para recebermos as bênçãos de Deus, o seu poder e o cumprimento das suas promessas. Numerosas passagens bíblicas ilustram esse princípio. Jesus, por exemplo, prometeu aos seus seguidores que receberiam o Espírito Santo se perseverassem em pedir, buscar e bater à porta do seu Pai celestial (Lc 11.5-13).
2. Quando nem o ouro nem a prata fazem a diferença. Pedro declarou que não tinha prata nem ouro, mas nem por isso deixou de ser um crente vitorioso. Ao contrário do que andam pregando alguns pastores, a alegria do crente não reside na riqueza, mas em ter a segurança da salvação eterna em Cristo Jesus (Ef 2.8). Nas incomensuráveis palavras de Paulo: ‘Como contristados, mas sendo alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo e possuindo tudo’ (2Co 6.10). Foi com essa alegria e certeza que Pedro deu ao mendigo coxo algo muito mais valioso. As igrejas que desfrutam de prosperidade material devem meditar nestas palavras de Pedro e adotá-las como ‘texto áureo’ bem como as palavras de Paulo como ‘verdade prática’. Muitas igrejas dos nossos dias já não podem dizer: Não tenho prata nem ouro, mas também não tem condição de dizer: Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda .
3. O milagre na Porta Formosa. Já temos ouvido muitas pregações acerca da cura do coxo na Porta Formosa e talvez imaginemos que o coxo estava sentado à porta do templo, quando Pedro e João iam entrando. Na verdade, quando se encontrou com os apóstolos, estava exatamente sendo carregado por alguém para ser colocado no local costumeiro. “E Pedro e João subiam juntos ao templo à hora da oração, a nona. E era trazido um varão que desde o ventre de sua mãe era coxo, o qual, todos os dias, punham à porta do templo, chamada Formosa, para pedir esmolas aos que entravam”. (At 3.1,2). Esse detalhe é importante por que aponta para alguém que conduziu o coxo à posição de receber a cura! À porta chamada Formosa, ironicamente, jazia o coxo e para este, essa porta significava humilhação, vergonha, dor e tristeza. Ele nunca pôde atravessá-la. Nunca soube como era o outro lado. Aquela porta não tinha nada de formosa para ele. Ela o impedia de entrar no templo – era deficiente físico e mendigo, escória da sociedade. Era para ali levado e deixado todos os dias para pedir esmolas. Pedro, cheio do poder do Espírito, fixa o olhar naquele que lhe estendia a mão esperando uma esmola e ousadamente diz:“Olha para nós” surpreendendo com essa ordem o coxo acostumado a não ser notado pelos que cruzavam a porta do Templo [...] Não tenho nem prata nem ouro mas, o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” Que autoridade! Que intrepidez e ousadia! Que intimidade! Pedro estende a mão, o levanta; o homem saltou, andou e adorou a Deus. É dever de todo crente ministrar as bênçãos de Deus para o necessitado. È em situações como essa que Deus nos concede oportunidade de evangelizar!
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
Pedro e João oram em nome de Jesus e um milagre é realizado na porta do Templo chamada Formosa.
III. O MILAGRE ABRE A PORTA DA PALAVRA
O Espírito Santo criou nos apóstolos um desejo irreprimível de proclamar o evangelho. Por todo o livro de Atos, o Espírito impeliu os crentes a levar o evangelho aos outros (1.8; 2.14-41; 3.12-26; 8.25,35; 9.15; 10.44-48; 13.1-4). Pregação e milagres devem seguir à pregação das Boas Novas (cf. 3.1-10; 4.8-22,29-33; 5.12-16; 6.7,8; 8.6ss.; 15.12; 20.7ss). É mediante estes sinais que Cristo confirma a palavra de suas testemunhas (14.3; cf. Mc 16.20). Demonstrando a existência do poder divino e advertindo ou encorajando a fé; por sua vez, prodígios se refere a eventos extraordinários que causam pasmo ao espectador. Note que a igreja estava orando pela realização de curas, sinais e maravilhas (At 4.30). A igreja dos nossos dias precisa interceder ferventemente em oração para Deus confirmar o evangelho com grande poder, milagres e graça abundante. Somente quando o evangelho é proclamado com poder, como declara o NT, é que o mundo perdido pode ser ganho para Cristo. Mas precisamos tomar cuidado quando o assunto é milagres! ‘Algo que esta se tornando comum é acreditar que todos os milagres que vemos são farsas ou puras alucinações. Esse pensamento extremamente crítico quanto aos milagres se deve basicamente a um argumente contra os milagres utilizados pelo cético David Hume (1711-1776). Segundo ele, uma pessoa sábia não devia acreditar em milagres pois eles são acontecimentos raros, e acontecimentos raros têm evidências menores do que acontecimentos comuns, assim, devemos acreditar naquilo que tem evidência maior (acontecimentos comuns). Norman Geisler comparou esse argumento ao fato de se ganhar na loteria e não acreditar nisso ao menos que você ganhe mais 5 vezes, até que assim se torne um acontecimento comum. Pois o fato de um acontecimento ser raro não significa que ele não tenha acontecido e muito menos que as evidências para ele sejam menores. Portanto esse argumento logo é refutado. Mas e hoje? Devemos acreditar? Sim, devemos, mas não em todos. Como podemos ver, os milagres já não são tão raros, pois podemos assisti-los todos os dias pela televisão acontecendo aos montes. O fato é que provavelmente existem fraudes nesses programas. Não que todos que testemunhem estejam mentindo, alguns devem ter sido realmente curados pelo poder de Deus, mas existem casos em que se percebe a falta de bom censo, como os casos de cura de dor de cabeça ou coceira no ouvido (acredite ou não já ouvi isto), coisas que podem ser totalmente psicológicas (placebo ou cura psicossomática) ou até mesmo mentira. Portanto se, por exemplo, você conhece uma pessoa que recebeu o milagre e sabe que sua doença era grave e hoje está curada, mesmo com a descrença dos médicos quanto à possibilidade da cura, porque não acreditar? A evidência maior esta a favor do raro, do milagre. Porém, sempre que a evidência maior estiver a favor do comum, como por exemplo uma cura de dor de barriga, o mais sábio é acreditar no comum, uma simples cura psicológica’[4].
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
Os milagres realizados em nome de Jesus abriram as portas para que a Palavra de Deus fosse proclamada.
(III. CONCLUSÃO)
O Deus de Abraão, e de Isaque, e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu Filho Jesus [...] a fé que é por ele deu a este, na presença de vós, esta perfeita saúde’ (At3.13 e 16). Pedro declarou que não tinha prata nem ouro, mas que daria ao mendigo coxo algo muito mais valioso. Que lição extraordinária aprendemos neste domingo! Devemos crer em milagres? Sim! A quem daremos o crédito? À denominação a qual fazemos parte? Ao ‘pregador-ídolo’ que se apresenta em mega-eventos? Pedro inicia sua defesa, humildemente perguntando: ‘porque vos maravilheis disto? Ou, por que olhais para nós, como se por nossa própria virtude ou santidade fizéssemos andar este homem?’ (AT 3.12). David H. STERN afirma que “essa frase (At3.13) não aparece por acidente no discurso de Pedro. São duas partes que constam do primeiro parágrafo da ‘Amidah’, a seção central do culto de oração Minchah, que começa com: ‘Louvado sejas tu, Adonai nosso Deus e Deus de nossos pais, Deus de Abraão, Deus de Isaque e Deus de Jacó [...]’, o que seus ouvintes teriam acabado de recitar nas orações minchah em todas as dependências do Templo, boa parte das quais ainda hoje se fazem no mura das lamentações[5]. Ao usar as mesmas palavras com as quais o povo acabara de se dirigir à Deus, Pedro diz que a cura do mendigo coxo foi realizada pelo poder de Cristo operando através deles. Jesus disse aos seus seguidores no tocante àqueles que viriam a crer nEle: Em meu nome...imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão (Mc 16.17,18).
APLICAÇÃO PESSOAL
Em At 2.43 Lucas afirma: ‘e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos’. A cura do mendigo coxo é uma amostra desses sinais. Isso também mostra que o poder de Jesus para curar os enfermos continua, o qual foi delegado aos seus discípulos. No decurso de toda a presente era, e até à volta de Cristo, Deus enviará tempos do refrigério (o derramamento do Espírito Santo) a todos aqueles que se arrependerem e se converterem. Embora tempos perigosos venham perto do fim desta era, acompanhada da apostasia da fé (2Tm 3.1; 2Ts 2.3), Deus ainda promete enviar reavivamento e tempos de refrigério aos fiéis. A presença de Cristo, a bênção espiritual, milagres e derramamento do Espírito Santo virão sobre os remanescentes que fielmente o buscarem e vencerem o mundo, a carne e o domínio de Satanás (At 26.18). Notemos que os judeus tinham e mantêm o hábito de orar três vezes ao dia, o crente deve orar continuamente (1Ts 5.17) [5]. Não é preciso entender de milagres para experimentar um. O ser humano possui duas naturezas - física e espiritual. Se desejarmos experimentar somente o que a mente pode compreender, nunca experimentaremos um milagre. O Deus das coisas naturais é o mesmo Deus das coisas sobrenaturais. O Deus que rege a lei da gravidade é o mesmo Deus que rege a lei dos milagres. Nada é impossível para Deus.
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Francisco A Barbosa
NOTAS BIBLIOGRAFICAS
- Lições Bíblicas 1º Trim 2011 – Livro do Mestre, CPAD, Atos dos Apóstolos – Até aos confins da terra;
- Wiersbe, Warren. Comentário Expositivo. Geográfica Editora 2006;
- Lições Bíblicas 3º Trim 1996 - Jovens e Adultos: Atos - O padrão para a Igreja da última hora;
[2]. Dicionário VINE, 1ª Ed., 2002, CPAD; pp. 774, 789;
[3]. STERN, David H.; Comentário Judaico do Novo Testamento, Atos & Templus, 1ª edição brasileira, Mar 2008. p. 257;
[5]. Adaptado de STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD; nota textual de At 1.4.
EXERCÍCIOS
1. O que são os sinais e maravilhas?
R. São operações extraordinárias e sobrenaturais de Deus no âmbito das coisas naturais.
2. Quais as funções do milagre?
R. Dois são os objetivos do milagre: glorificar a Deus e expandir-lhe o Reino.
3. Por que o milagre não deve ser encarado como um espetáculo?
R. Porque o Senhor nada fez ante a curiosidade das pessoas.
4. Realizado o milagre, o que fizeram os apóstolos?
R. Eles proclamaram a Palavra de Cristo.
5.O que diz Marcos nos últimos versículos de seu evangelho sobre os sinais e maravilhas?
R. 'E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas [...]'.

Autorizo a todos que quiserem fazer uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente, que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente, a gentileza de um e-mail indicando qual o texto que está utilizando e com que finalidade (estudo pessoal, na igreja, postagem em outro site, impressão, etc.).

Sinais e Maravilhas na Igreja

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Sinais e Maravilhas na Igreja

Texto Áureo: “Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo [...]” (Hb 2. 4)

I – Introdução

Primeiramente, a Paz do Senhor a todos os leitores, que por alguns minutos irão dispor de seu tempo e concentração na leitura de mais esse estudo da palavra de Deus.
Estudo tal que versa sobre um tema muito importante para a vida de cada um de nós, pois muitas vezes nos sentimos fracos e desacreditamos que Deus ainda hoje faz seus sinais e maravilhas. Além disso, de modo contrário, existem pessoas aproveitando-se dos que acreditam que Deus opera, para enganar, para ludibriar.
Por isso, leiamos atentamente tal estudo, não nos atentando para as falhas, mas lembrando do foco principal, que é reforçar nossas fé e atitude diante de Deus.

II – Conceito de Milagres, Sinais, Prodígios e Maravilhas

Tais vocábulos, em seu profundo sentido, podem ser considerados sinônimos. Todavia, vejamos cada uma delas individualmente.
Milagres, segundo o Dicionário Houaiss é ato ou acontecimento fora do comum, inexplicável pelas leis naturais; acontecimento formidável, estupendo; evento que provoca surpresa e admiração. A Pequena Enciclopédia Bíblica de Orlando Boyer diz ser sucesso que se não explica por causas naturais.
Tal conceito de milagres abrange os outros, mas vejamos o que a Pequena Enciclopédia Bíblica de Orlando Boyer fala sobre tais outros vocábulos: Sinal é indício, marca, gesto; Prodígio é coisa sobrenatural; e Maravilha é causa extraordinária que excita admiração. Vê-se, portanto, que abrangem a mesma questão todos os conceitos.
Ou seja, o milagre, sinal, prodígio ou maravilha acontecem quando Deus opera o sobrenatural, fazendo aquilo que aos homens não é possível, de modo a trazer admiração a todos aqueles que tomam conhecimento.

É o que vemos em Marcos 10. 27:
“Jesus, porém, olhando para eles, disse: Para os homens é impossível, mas não para Deus, porque para Deus todas as coisas são possíveis”.

Desse forma, levando-se em consideração que tais conceitos são sinônimos, durante tal estudo usaremos cada um dos termos como se referisse ao mesmo tema.

III - O Milagre na Porta Formosa

Um dos milagres mais emblemáticos que a Bíblia nos relata é o acontecido na porta formosa. Deste acontecimento, muitas lições podem ser tiradas, as quais vamos expor algumas.

III. 1 – Relato Histórico

O milagre está relatado no livro de Atos dos Apóstolos 3. 1-11. Aconteceu que certo dia Pedro e João iam juntos ao tempo à hora da oração quando, na porta do templo, foram abordados por um homem, que era coxo desde o ventre da mãe, o qual lhes pediu uma esmola. Pedro assim respondeu ao coxo: “Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda”(versículo 6).

Após isso, o coxo levantou-se e conseguiu andar, enchendo-se de alegria. Entrou no templo saltando e louvando a Deus. Todos que ali estavam o viram louvando a Deus e pasmaram-se, pois conheciam o homem que todos os dias ficava sentado na porta do templo pedindo esmolas. Em consequência disso, todo o povo foi em busca de Pedro e João, para ouvir a Palavra de Deus.
III. 2 – Oração e Milagre

Primeiro ponto importante que vemos nessa passagem está relatado logo no primeiro versículo:
“E Pedro e João subiam juntos ao templo à hora da oração, a nona”. (At 3. 1)
Nota-se que ambos iam ao templo para orar. Nesse sentido, relembrando o que estudamos no trimestre passado, vemos que a oração é essencial tanto para aqueles que precisam de um milagre, quanto para aqueles que querem ser usados por Deus na operação de um milagre. Nesse caso especificamente, fica implícito que Pedro e João tinham vidas de constante oração, por isso eram próximos a Deus, sendo, desse modo, instrumentos na Sua mão.
Nós ainda hoje podemos ser usados por Deus na operação de milagres, no entanto, é condição essencial para que isso aconteça que tenhamos uma vida de constante oração. Busquemos estar cada dia mais próximos a Deus, para que possamos ser instrumentos em Suas mãos.

III. 3 – Nem prata ou ouro

Quando o coxo pediu esmolas a Pedro e João, antes de darem aquilo que tinham, eles declaram não ter prata ou ouro. Eles eram pobres, mas cheios poder do Espírito Santo.
Hoje em dia muitas igrejas são muito ricas, mas já não tem autoridade para dizer: “[...] mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda”.
Isso se dá porque atualmente muitas igrejas perderam o foco do que é uma igreja. Só pensam em lucrar, em construir templos vultuosos, em comprar aviões, helicópteros, enfim, só pensam na prata e no ouro. Até imagino como muitos hoje em dia responderiam àquele coxo: “Se você me der tudo o que tem, obterá vitória e prosperidade”.
Mesmo diante de tal realidade em que vivemos, podemos fazer diferente. Buscar, sobretudo o que há de mais valioso, que é estar próximo a Deus, sendo usados por Ele.

III. 3 – Conheciam-no

Já destacamos dois pontos nessa passagem do milagre da Porta Formosa. Porém, o ponto que julgo mais importante nessa passagem é o que encontramos no versículo 10 do capítulo 3 de Atos:

“E conheciam-no, pois era ele o que se assentava a pedir esmola à porta Formosa do templo; e ficaram cheios de pasmo e assombro, pelo que lhe acontecera.”

Todos os que estavam no templo maravilharam-se com o milagre acontecido, ficaram pasmados. Entretanto, isso só aconteceu, pois todos aqueles que ali estavam conheciam o coxo, pois ele ficava todo dia na porta do templo, e todos sabiam que ele era coxo desde o nascimento.
Quem sabe se o coxo fosse um desconhecido de todos, eles desconfiariam, e talvez não dessem crédito a Pedro e João. Nisso vemos que Deus opera da maneira correta, para que não haja desconfiança.
Hoje em dia muitas igrejas sofrem desconfiança exatamente por causa disso. Eles dizem que operam milagres e maravilhas, mas ninguém consegue ter certeza, pois não conhecem a pessoa que recebeu o milagre.
Tudo ter ocorrido da maneira como ocorreu no templo foi para que a palavra de Deus pudesse ser pregada e tivesse crédito diante de todos aqueles que viram o agir sobrenatural de Deus.
Posteriormente, os sacerdotes, o capitão do templo e os saduceus não gostaram da pregação de Pedro e João, questionando a eles sobre o milagre realizado. Porém, nada tinham a dizer, pois o milagre era evidente:
“E, vendo estar com eles o homem que fora curado, nada tinham que dizer em contrário”. (At. 4. 14)
Pelo exposto, fiquemos atentos irmãos, para que não sejamos enganados. Quando Deus agir, a dúvida não há de permear em nossos corações.


III. 4 – Abriu porta para a palavra

Há ainda um ponto chave, talvez o mais importante. Através desse milagre Deus abriu a porta para que Pedro e João pregassem a Sua palavra. No entanto, tal questão será tratada de forma mais específica posteriormente.

IV – Porque Deus Opera Milagres

Quando Deus opera, Ele não o faz em vão. Todo agir de Deus tem um objetivo específico, os quais trataremos pormenorizadamente neste tópico.

IV. 1 – Glorificar a Deus e expandir-lhe o reino

No livro de João, capítulo 11, é relatado quando Lázaro foi ressuscitado por Jesus. Este foi informado da doença de Lázaro, estando em local diverso daquele onde Lázaro se encontrava. Porém, ainda assim Jesus não se apressou, indo somente após dois dias ao encontro de Lázaro. Quando lá chegou ele estava morto já, mas Jesus operou grande milagre, ressuscitando-o.
Entretanto vemos que, antes mesmo de ir ao encontro de Lázaro, quando foi informado de sua enfermidade, Jesus assim disse:

“E Jesus, ouvindo isto, disse: Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela.”(Jo 11. 4)

Portanto, Jesus operou tão grandioso milagre como um de Seus grandes sinais, para que aqueles que estavam ali dessem crédito a sua palavra, para que glorificassem a Seu santo nome.
Esse é um dos principais objetivos de um milagre, glorificar ao nome de Deus e abrir caminho para que sua palavra seja pregada, expandindo o Seu reino.
No milagre da porta formosa também podemos visualizar tal objetivo. Feito o milagre, maravilharam-se todos e foram ao encontro de Pedro e João. Partindo-se disso, então, eles começaram a falar da mensagem de Cristo a todos que ali se encontravam. Começaram a glorificar a Deus, apontando-O como autor do milagre. Foi o prodígio realizado que fez com que todos lhes dessem atenção e valor. Grande foi a pregação, e muitos foram os que se converteram a Cristo naquela ocasião.

Outra passagem que bem nos relata tal função do milagre encontramos no livro de Marcos capítulo 2. 3-12:

“3E vieram ter com ele conduzindo um paralítico, trazido por quatro.
4E, não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão,descobriram o telhado onde estava, e, fazendo um buraco, baixaram o leito em que jazia o paralítico. 5E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados. 6E estavam ali assentados alguns dos escribas, que arrazoavam em seus corações, dizendo: 7Por que diz este assim blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus? 8E Jesus, conhecendo logo em seu espírito que assim arrazoavam entre si, lhes disse: Por que arrazoais sobre estas coisas em vossos corações? 9Qual é mais fácil? dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados; ou dizer-lhe: Levanta-te, e toma o teu leito, e anda? 10Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra poder para perdoar pecados (disse ao paralítico), 11a ti te digo: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa. 12E levantou-se e, tomando logo o leito, saiu em presença de todos, de sorte que todos se admiraram e glorificaram a Deus, dizendo: Nunca tal vimos.”

Vemos que Jesus perdoou os pecados do paralítico, mas que foi questionado sobre sua autoridade para fazer isso. Diante de tal situação, para mostrar que realmente poderia perdoar, curou o paralítico. Fica claro, portanto, que Jesus assim o fez para que aqueles que ali se encontravam cressem que Ele tinha poder para perdoar pecados.


É necessário frisar, para que fique claro, que o perdão dos pecados, diante de Deus, é mais importante que ele ter voltado a andar. No entanto, aos olhos humanos, e Jesus bem sabia disso, um sinal surtiria maior efeito para que Sua palavra tivesse crédito.

Disso, tiramos que, a pregação da palavra que segue ao milagre é mais importante que o próprio milagre. O prodígio torna-se um meio de Deus agir, de forma a trazer pecadores a si. Portanto, não devemos perder o foco, um dos principais (se não o principal) objetivos da operação de uma maravilha, é para que o nome de Deus seja glorificado por isso, e para que mais almas venham a convencer-se de Cristo através de nossa pregação.

IV. 2 – Benefício do ser humano

Mesmo sendo a principal função a glória de Deus, não há que se perder de vista que todo milagre também é para beneficio do ser humano. Em todos os exemplos citados no sub-tópico anterior, no caso de Lázaro, do coxo da porta formosa e do paralítico de Cafarnaum, vemos que eles beneficiaram-se, podendo ter a partir daquele momento uma nova vida.
Deus opera milagres sempre para a Sua glória, e também sempre para que as pessoas que receberam tal milagre se alegrem.
Tal benefício às pessoas também é para a glória de Deus, pois essas pessoas passam a ter um testemunho a dar de Deus. Quando Deus opera milagres a sua palavra passa a ser anunciada em duas frentes.

Primeiro naquela já citada, que é quando Deus opera através de um servo Seu, fazendo com que esse passe a ter oportunidade de falar. Mas também para que aquele que recebe o milagre passe a falar de Jesus, passe a testemunhar do que Ele fez em sua vida.
Muitas vezes, a pregação de quem recebe um milagre é ainda mais eficaz, pois ele pode contar como ocorreu, pode mostrar o que Deus pode fazer por nós.
Ainda, lembremos que muitas vezes um milagre operado por Deus dá uma nova chance para aquele o recebeu. Vemos em João 5, quando da cura do paralítico de Betesda, que após operar o milagre Jesus encontrou no templo o homem que tinha recebido a cura, e disse-lhe:

“Eis que já estás são; não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior.” (Jo 5. 14)

Disso, vemos que tal homem recebeu uma nova chance. Quando Jesus exorta para que não pequs mais, para que não suceda coisa pior, fica implícito que Jesus está lhe dando uma nova chance, uma nova vida.
Portanto, irmãos meus, creiamos que Deus pode operar milagres em nossas vida, que Ele pode nos curar, pode nos livrar de problemas, angústias, enfim, de toda forma de enfermidade. No entanto, tenhamos sempre em mente que quando recebemos um milagre de Deus, estamos recebendo junto a responsabilidade de testemunhar desse milagre, bem como uma nova chance, para uma vida diferente.

IV. 3 – A Glória é de Deus, não nossa

Voltando ao exemplo do milagre da porta formosa, vemos que após a operação do milagre, Pedro e João poderiam muito bem enaltecer seus nomes, glorificar a si mesmo. Todavia, não foi o que fizeram, mas sim deram glórias a quem realmente era o autor da obra, o nosso Grande e Maravilhoso Deus.
Hoje em dia, porém, as coisas estão mudando. Vemos na televisão, em igrejas espalhadas, pessoas que fazem verdadeiros shows em cima de milagres, que a maioria das vezes nem aconteceram.
Pessoas criam igrejas independentes, montam palcos, para mostrarem supostos prodígios de Deus. Que Deus tenha misericórdia desses, que atentam contra o Seu nome.

O pior de tudo, porém, é que muitos desses enganam diversos fiéis. Quantas vezes não vemos pessoas dizerem que vão a tal evento, pois lá estará um pastor que cura. Eu me pergunto, quem é que cura? Quem opera o milagre? O dono da obra é Deus, somente Deus. Pobres e coitados esses que apresentam a obra como se sua fosse.
Atentemo-nos irmãos, toda honra e toda glória sejam dadas a Deus, única e exclusivamente a Deus.



V – O Milagre da Salvação

Apesar de fugir um pouco ao foco da lição, quando se fala em milagre, não se pode deixar de comentar o maior dos milagres, o da Salvação.
Digo ser o maior dos milagres, pois é o que concede a cura da alma, dá alegria e paz eternas. Em Romanos 14. 1 encontramos:

“ORA, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas.”

Portanto, vê-se que existem pessoas que são enfermas na fé, de modo que a salvação é também um milagre de cura. No mundo perverso em que vivemos, no qual vemos pessoas que em nosso ponto de vista não tem salvação, quando tal pessoa é alcançada pela palavra de Deus, estamos diante de um verdadeiro milagre.
Vejamos, portanto, alguns dos principais pontos desse milagre tão maravilhoso.

V. 1 – Uma nova chance

A Salvação oferece ao pecador uma nova chance. A oportunidade de ter uma vida diferente, de ter atitudes diferentes, de ter a vida eterna. Grande exemplo disso é a história da mulher adúltera.
Tal história é relatada no Evangelho de João, capítulo 8. Trata-se de uma mulher que foi pega em adultério e levada até Jesus para que falasse o que devia ser feito. Os que a levaram queriam ver se Jesus negaria as leis de Moisés, que mandava que ela fosse apedrejada. Foi quando Jesus disse que aquele que não tivesse pecado, fosse o primeiro a atirar uma pedra.
Levantando a cabeça Jesus viu que não havia mais ninguém. Em decorrência disso Jesus perguntou à mulher onde estavam seus acusadores e se ninguém a havia condenado, respondendo ela que haviam ido embora e não a haviam condenado. Foi quando Jesus disse:

“Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais.” ( Jo 8. 11)

Dessa forma, vemos que Jesus deu àquela mulher uma nova chance, a chance de mudar sua vida. A partir daquele momento a mulher poderia decidir se voltaria a cometer pecado ou não, mas sabia que se não voltasse a cometer pecado estava salva, teria a vida eterna.

Em 2 Co 5. 17 temos:
“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.”

Portanto, ganhamos uma nova chance, nos tornando novas criaturas. Tudo que fizemos de errado ficou para trás, sendo nossa responsabilidade fazer tudo diferente daqui para frente. Maravilhoso milagre é ter uma nova oportunidade de fazer tudo diferente.
Sobre essa nova chance nasce também uma responsabilidade. Devemos falar a todos desse maravilhoso milagre da salvação. Devemos anunciar que Jesus pode dar uma nova vida ao mais vil pecador.

V. 2 – Alegria e Paz

Quando somos salvos experimentamos da paz e alegria perfeitas, que só vem de Cristo. Nesse sentido:

“Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.” (Rm 14. 17)

Tanto em nossa vida terrena, e sobretudo em nossa vida eterna, desfrutaremos da paz e alegria que o Espírito Santo, nosso Consolador, nos dá. Sabemos que aflições hão de vir, mas a alegria e paz são perfeitas em Cristo por causa disso, pois mesmo diante de tais aflições, se estivemos ligados à Videira Verdadeira, continuaremos alegres e em paz.
Há maior milagre do que enfrentar a vida, os problemas, as angústias, as aflições, com a alegria e paz no coração? Não há, esse é um milagre verdadeiro.



V. 3 – O Maior dos milagres

Como já dito anteriormente, o milagre da salvação é o maior dos milagres, pois sem ele há condenação eterna. A pessoa pode ter a saúde perfeita, ser próspera financeiramente, mas se não tiver a salvação, de nada servem essas coisas.

Também já dito anteriormente, quando falamos sobre o paralítico de Cafarnaum, Jesus deu um sinal aos que ali estavam (a cura do paralítico), para que cressem que Ele poderia perdoar pecados. Porém, o principal, para o paralítico, foi ter seus pecados perdoados. Pode ser que não percebamos isso claramente, sobretudo aquele que se encontra enfermo, todavia, vale muito mais ter uma vida eterna estando doente aqui na terra, do que ter uma saúde perfeita e ser condenado.

Muitos ainda questionam-se do porquê de existirem muitas pessoas que aceitam a Cristo, recebem perdão e salvação, mas continuam enfermos. É o caso muitas vezes de pessoas que por terem uma vida desregrada acabam tendo enfermidades graves. Estas podem receber a salvação, mas seus pecados têm suas consequências. Não que Deus não possa reverter tal situação, muito pelo contrário, por tudo que já foi dito sabemos que Deus pode fazer qualquer coisa, mas é que muitas vezes não é da vontade de Deus que a pessoa seja curada. Esse é um dos grandes mistérios de Deus, que não cumpre a nós humanos julgar.

Para finalizar, temos o um grande exemplo de que a salvação é o maior dos milagres, e que sem ela de nada vale o resto. É o que encontramos no Evangelho de Lucas, capítulo 17. 11-19:

“11E aconteceu que, indo ele a Jerusalém, passou pelo meio de Samaria e da Galiléia; 12E, entrando numa certa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez homens leprosos, os quais pararam de longe; 13E levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós. 14E ele, vendo-os, disse-lhes: Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, indo eles, ficaram limpos. 15E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz; 16E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano.17E, respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? E onde estão os nove? 18Não houve quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro? 19E disse-lhe: Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.”

Vemos nessa passagem que foram dez os que pediram a cura a Jesus, mas somente um deles voltou para glorificar a Deus por isso. Mediante tal fato Jesus disse: “vai, a tua fé te salvou”. Portanto, vemos que todos aqueles leprosos receberam a cura, porém somente um deles recebeu a salvação. De que vale ter uma vida saudável, mas não ter a salvação?

Irmãos, essa é a última exortação que faço. Foquemos-nos na salvação de nossas almas, que é maior de todos os milagres que Deus pode realizar em nossas vidas.

VI – Conclusão

Após este estudo, o que se busca é que entendamos quão maravilhoso é ver Deus operar em nosso meio. Tenhamos fé de que Deus pode nos usar como Seu instrumento. Assumamos nossa responsabilidade de falar aos outros da palavra de Deus, nos utilizando dos sinais que Ele operar, e testemunhando daquilo que Ele faz. E que busquemos sobre todas as coisas o milagre da salvação em nossas vidas, bem como que falemos de tal milagre àqueles que necessitam de receber essa tão maravilhosa mensagem. Amém!


Elaboração por:- Jonathan S. Silva

Membro da Igreja Assembléia de Deus Ministério do Belém de Dourados-MS.

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