terça-feira, 28 de setembro de 2010

O QUE É ORAÇÃO


O QUE É ORAÇÃO
Texto Áureo: Ef. 6.18 - Leitura Bíblica em Classe: I Cr. 16.8,10-17; J.. 15.16
Pb. José Roberto A. Barbosa

Objetivo: Definir os sentidos bíblicos da oração enquanto meio de comunicação que Deus estabeleceu para cultivamos um relacionamento íntimo e contínuo com Ele.

INTRODUÇÃO
Neste trimestre estudaremos a respeito da oração, um assunto extremamente importante e necessário para a igreja e a saúde espiritual de todo cristão. Há quem diga que a relevância que o oxigênio tem para o corpo é a mesma que a oração tem para a alma. As lições serão: 1) o que é oração; 2) a oração no Antigo Testamento; 3) a oração sábia; 4) a oração em o Novo Testamento; 5) orando como Jesus ensinou; 6) importância da oração na vida do crente; 7) oração da igreja e o trabalho do Espírito Santo; 8) a oração sacerdotal de Jesus Cristo; 9) a oração e a vontade de Deus; 10) o ministério da intercessão; 11) a oração que conduz ao perdão; 12) quando o crente não oração e 13) se o meu povo orar. Nesta primeira lição, abordaremos os sentidos bíblico-teológicos da oração.

1. SENTIDOS DA ORAÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTOO termo “oração” tem diferentes palavras no Antigo Testamento. Palal é um verbo encontrado em oitenta contextos com o significador predominantes de “orar”. As ocorrências desse verbo dizem respeito às orações que são oferecidas a Deus (Gn. 20.17; Nm. 11.2; Dt. 9.26; I Sm. 1.10; I Rs. 8.28; II Rs. 6.17; II Cr. 6.19; Ne. 2.4; Sl. 5.2; Is. 37.15; Jr. 29.12; Jn. 2.1). Essa palavra também é usada para referir-se ao ato de interceder a Deus (Jr. 7.16; 11.14; 14.11) e como um ato de confissão (Ed. 10.1; Ne. 1.4; Dn. 9.4,20). Outra palavra em hebraico para oração é tephilah, um substantivo derivado de palal, que se encontra em II Sm. 7.27; I Rs. 8.28; Sl. 42.8; Jn. 2.7. Tephilal também ocorre no sentido da oração intercessória em Is. 37.4; Dn. 9.3 e também diz respeito ao templo, enquanto Casa de Oração, em Is. 56.7. O verbo selah, em aramaico, é encontrado em dois lugares: Ed. 6.10; Dn. 6.10, no sentido de oração. O verbo paga apresenta o sentido de “encontro”, ressaltando esse aspecto da oração em Jó. 21.15. Atar é um verbo encontrado em Gn. 25.21; Ex. 8.8 com o significado de “interceder”. Shaal, encontrado aproximadamente 170 vezes no Antigo Testamento, tem como significado primário o ato de “pedir” (Sl. 122.6). Halah é uma palavra com sentidos variados, dentre eles destacamos: a petição (Zc. 7.2; 8.21,22).

2. SENTIDOS DA ORAÇÃO NO NOVO TESTAMENTO
No Novo Testamento também existem palavras distintas para o sentido de oração. Proseuchomai é uma das mais comuns para explicitar o ato de orar ou de oferecer oração. Algumas referências gerais à oração com esse termo se encontram em Mt. 24.20; Mc. 11.24; Lc. 1.10; At. 9.11; 22.17; I Co. 11.4; 14.13. Há passagens em que esse termo é usado em relação à postura da oração (Mt. 6.5; I Tm. 2.8) e para exortar à oração (Mc. 13.18; Ef. 6.18; I Ts. 5.17; Jd. 20), inclusive por aqueles que perseguem os seguidores de Jesus (Mt. 5.44; Lc. 6.28). As ocorrências de proseuchomai aludem à oração por direcionamento (At. 1.24), cura de enfermidade (Tg. 5.13), intercessória (Rm. 8.26; Fp. 1.9; Cl. 1.3,9; 4.3; II Ts. 1.11; 3.1; Hb. 13.8). A oração também deva ser ato de comissão para o ministério, incluindo a imposição de mãos (At. 6.6; 8.15; 15.3; 14.23). Esse termo também é usado por Jesus para reprovar a oração hipócrita em Mt. 23.24; Mc. 12.40; Lc. 20.47. O verbo euchomai ocorre no grego do Novo Testamento com o sentido de orar, desejar, interceder (At. 27.29; II Co. 13.7,9; Tg. 5.16; III Jô. 2). Os termos para suplicar é deomai, geralmente relacionado ao ato intercessório (Mt. 9.38; Lc. 10.2; 21.36; 22.32; At. 4.31; 8.22,24; 10,2; I Ts. 3.10) e deesis, especificamente ao ato da súplica em Ef. 6.18; Fp. 4.6; I Tm. 2.1; 5.5; Tg. 5.6; Hb. 5.7. A relação entre oração e adoração também é explicitada através do substantivo deesis em Lc. 2.37 e à oração ouvida e recebida por Deus em Lc. 1.13; I Pe. 3.12.

3. SENTIDOS DA ORAÇÃO NA TEOLOGIA BÍBLICA
A oração baseia-se na convicção de que o Pai Celeste, que tem providencial cuidados sobre nós (Mt. 6.26,30; 10.29,30), que é cheio de misericórdia (Tg. 5.11), ouvirá e responderá às petições dos seus filhos da maneira e no tempo que Ele julgue melhor. A oração deve, então, ser feita com toda a confiança (Fp. 4.6), embora Deus saiba de tudo aquilo que necessitamos, antes de lhe pedirmos (Mt. 6.8,32). A resposta do Senhor pode ser demorada (Lc. 11.5-10), importuna (Lc. 18.1-8) e repetida (Mt. 26.44), e a resposta pode não ser o que pedimos (II Co. 12.7-9), mas o cristão pode descarregar sua ansiedade em Deus, sabendo que nEle podemos descansar (Fp. 4.6,7). As posições na oração, de acordo com a Bíblia, são as mais diversas: em pé (I Sm. 1.20,26; Lc. 18.11), de joelhos (Dn. 6.10; Lc. 22.41), curvando a cabeça e inclinando-a à terra (Ex. 12.27; 34.8), prostrado (Nm. 16.22; Mt. 26.39), com as mãos estendidas (Ed. 9.5) ou erguidas (Sl. 28.2; I Tm. 2.8). Sobre o lugar, o templo é reconhecido, prioritariamente, como “Casa de Oração” (Lc. 18.10), mas os fieis sempre oraram em lugares diversos, de acordo com a necessidade: dentro de um grande peixe (Jn. 2.1), sobre os montes (I Rs. 18.42; Mt. 14.23), no terraço da casa (At. 10.9), em um quarto interior (Mt. 6.6), na prisão (At. 16.25), na praia (At. 21.5). O lugar e a posição corporal não são dogmáticos em relação à oração, o mais importante, conforme ressaltou o Senhor, em Jo. 4.24, é a disposição espiritual, a fim de não incorrer na hipocrisia dos fariseus (Mt. 6.5).

CONCLUSÃOEsperamos que o Senhor nos guie ao longo dos estudos sobre a oração neste trimestre. Dispomos de muitos recursos bíblico-teológicos sobre esse assunto que serão úteis à igreja do Senhor. O desafio, porém, é não apenas aprofundar o tema da oração, conhecer exaustivamente sobre o assunto (que tem sua devida importância), mas que sejamos cada vez mais despertados a buscar o Senhor em oração. Que neste trimestre aprendamos bastante sobre a oração, mas, principalmente, que venhamos a orar mais. Assim, “quando a noite chegar, e o mal me cercar, quero estar em constante oração” (HC 296).

BIBLIOGRAFIA
BUCKLAND, A. R. Dicionário bíblico universal. São Paulo: Vida, 1999.
VINE, W. E, UNGER, M. F., WHITE JR, W. Dicionário Vine. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.

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