ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL DA IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO Nº 11 - DATA: 12/09/2010
TÍTULO: “O DOM MINISTERIAL DE PROFETA E O DOM DE PROFECIA”
TEXTO ÁUREO – I Cor 12:28
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Ef 4:11-14; I Cor 14:3
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e-mail: geluew@yahoo.com.br
blog: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/
I – INTRODUÇAO:
• O ser profeta no N.T. é um dom ministerial. Portanto, distinto do dom de profecia, atualmente. Este dom ministerial foi dado à Igreja depois que Cristo “subiu às alturas”; como os demais dons espirituais, certamente se manifestou depois da descida do Espírito Santo no dia de Pentecoste. Desta forma, o profeta representava um dom ministerial de reconhecida autoridade perante a Igreja.
• Por exemplo: At 13:1-3 – Aqui temos uma reunião em que estava presente um grupo de profetas, por quem o Espírito Santo falou. Em seguida, o texto nos dá clara ideia da autoridade ministerial que tinham, uma vez que “... jejuando e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram”. Este acontecimento é semelhante ao ocorrido sob a presidência de Paulo e Barnabé em At 14:23. Isso nunca teria acontecido se não se tratasse de pessoas de reconhecida autoridade ministerial.
II – DISTINÇÃO DOS DONS MINISTERIAIS:
• Ef 4:11 – Na mente de Deus não há uma hierarquia ministerial seguindo uma ordem cronológica, pois não teria sentido então a unidade do corpo de Cristo. O destaque de uma função mais que outra não representa uma posição maior em ordem. Paulo fez questão de ensinar isso à Igreja de Corinto:
• “Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo?... Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis” – I Cor 12:14-15, 17-18.
• A lição prática da unidade do Espírito quanto aos ministérios distribuídos, é que cada um deve assumir seu trabalho na Igreja, porque assim Deus o quer. Assim sendo, cada qual poderá dar o melhor de si para a unidade na obra do Senhor.
• Logo, esses dons são enumerados sem a preocupação de ordem ou grau. São dons concedidos àqueles que são “nomeados” ou “ordenados” para o ministério do corpo de Cristo (a Igreja), no mesmo nível de valor e propósito.
• (1) – APÓSTOLOS = MENSAGEIRO; ENVIADO; DELEGADO.
• Há uma forte corrente de interpretação que restringe esse ministério aos dias apostólicos, isto é, aos introdutores da Igreja Primitiva.
• Essa posição de interpretação assegura que, no N.T., “apóstolo” é palavra empregada para os doze, para as pessoas relacionadas a Igrejas específicas (II Cor 8:23; Fp 2:25), e dos cristãos de modo geral (Jo 13:16).
• Ainda segundo esta interpretação, as qualificações de um apóstolo de Cristo eram ter visto a Jesus (I Cor 9:1-2) e ser testemunhas de Sua ressurreição (At 1:21-23; I Cor 15:4-8).
• Ainda segundo esta interpretação, as qualificações de um apóstolo de Cristo eram ter visto a Jesus (I Cor 9:1-2) e ser testemunhas de Sua ressurreição (At 1:21-23; I Cor 15:4-8).
• Há também uma outra corrente de interpretação que ensina a sucessão apostólica e outra que rejeita tal ideia.
• A ideia da não-sucessão pode ser vista de dois modos:
• (A) - O primeiro afirma que, não havendo sucessão dos apóstolos, não pode haver mais apóstolos, senão aqueles que foram reconhecidos na Igreja Primitiva;
• (B) – O segundo, não admite a sucessão apostólica, mas crê na ação soberana e contínua de Deus para chamar e enviar homens com uma missão especial, para um trabalho que outro não fez.
• O N.T. apresenta outros apóstolos além dos 12 discípulos de Jesus. O único nome citado que participou da sucessão foi Matias, que entrou no lugar de Judas Iscariotes (At 1:25-26). Depois, Paulo é reconhecido como apóstolo, e também Barnabé (At 14:14). No entanto, nem Paulo, nem Barnabé foram sucessores de algum dos apóstolos que estiveram com Jesus.
• Por isso, cremos que ainda hoje Deus chama homens para o apostolado, porque o mesmo Jesus que enviou Seus primeiros discípulos e outros nos dias primitivos da Igreja, continua enviando, de forma especial, homens com uma missão delegada onde Ele quer que se faça algum trabalho particular em favor de Seu reino na face da terra.
• Em resumo:
• (A) - APÓSTOLO é aquele que lançou os fundamentos da Igreja e atualmente trabalha edificando-a.
• (B) - Há 3 tipos de apóstolos:
• (B.1) - Os 12 Apóstolos (que estiveram com Jesus);
• (B.2) - Os apóstolos primitivos e fundadores de Igrejas (como Paulo e Barnabé ); e
• (B.3) - O ministério apostólico de caráter permanente (que Cristo atualmente dá à Igreja até que se complete a edificação de Seu corpo).
• (B.1) - Os 12 Apóstolos (que estiveram com Jesus);
• (B.2) - Os apóstolos primitivos e fundadores de Igrejas (como Paulo e Barnabé ); e
• (B.3) - O ministério apostólico de caráter permanente (que Cristo atualmente dá à Igreja até que se complete a edificação de Seu corpo).
• (2) – PROFETAS – Na literatura bíblica, profeta é um proclamador (quem prega) e vidente (que prevê o futuro).
• Essas pessoas recebem uma mensagem específica de Deus, diretamente ou mediante Sua Palavra; através de proclamações divinas, fazem que a vontade de Deus seja conhecida em situações específicas. Na maioria dos casos, o profeta comunica uma mensagem imediata da parte de Deus a Seu povo: a Igreja.
• Essas pessoas recebem uma mensagem específica de Deus, diretamente ou mediante Sua Palavra; através de proclamações divinas, fazem que a vontade de Deus seja conhecida em situações específicas. Na maioria dos casos, o profeta comunica uma mensagem imediata da parte de Deus a Seu povo: a Igreja.
• (3) – EVANGELISTA – At 21:8; II Tm 4:11 - A definição mais óbvia é PREGADOR DO EVANGELHO (II Tm 4:2).
• Na Igreja Primitiva havia pregadores itinerantes que andavam por áreas ainda não evangelizadas a fim de proclamar o Evangelho. Todavia, o evangelista também poderia ter o dom necessário à função de explicar o Evangelho às pessoas, além de levar pagãos a aceitá-lo como Palavra de Deus – II Tm 4:5.
• O Evangelista tem um ministério distinto entre os demais, mas não isolado, porque é enviado pela Igreja. É um ministério difícil e custoso, porque é ele o que vai na frente da batalha contra os poderes do mal; as marcas deste ministério aparecem no poder sobrenatural da Palavra de Deus e nos sinais e maravilhas operados por sua fé, levando as pessoas à decisão para Cristo.
• Em resumo: O Evangelista é enviado pela Igreja, para sair em busca dos perdidos, levando-os ao conhecimento de Jesus como Salvador; traze-os à casa do Pai Celestial para que os pastores e mestres possam desenvolver os seus ministérios.
• (4) – PASTORES – No grego, o real significado de Pastor é o de GUARDADOR DE OVELHAS. O exemplo mais claro desse significado está na identificação que Jesus fez acerca de si mesmo – Jo 10:11 cf Hb 13:20; I Pe 2:25; 5:4.
• O ministério pastoral inclui outros títulos que representam a mesma função de pastor, tais como ancião, presbítero e bispo. Todos esses nomes tem o mesmo significado em relação ao ministério pastoral.
• As primeiras Igrejas eram entregues aos “anciãos” locais: At 11:30; 14:25; 20:17 e At 28. Por serem homens idosos e de larga experiência na vida, eram colocados na direção das Igrejas.
• A palavra ANCIÃO referia-se mais à idade e posição deles, mas o título mais oficial era bispo ou presbíteros. Esse título indicava a ideia de uma posição de liderança na Igreja local. Eram pastores locais. Seu trabalho era o de alimentar o rebanho, protegê-lo dos falsos ensinos, conservar a sã doutrina, orientar os crentes na vida diária e conduzir as reuniões com ordem e decência – At 20:28; I Cor 14:40; Tt 1:9, 11; Tg 5:14; I Pe 5:2; II Pe 2:11.
• (5) – MESTRES = DOUTORES; ENSINADORES – Até certo ponto, o pastor tem um ministério acompanhado do ensino. Ele pode exercer as duas funções. Entretanto, a função de MESTRE é específica no ministério cristão, que é ensinar a Palavra de Deus de forma lógica.
• Pelo fato de ser um ministério dado por Jesus, o Espírito Santo atua de maneira poderosa no sentido de aclarar as verdades divinas ensinadas aos crentes.
• O mestre podia ser ministro itinerante pelas Igrejas. Seu trabalho era com as almas ganhas pelos Evangelistas e Apóstolos.
• O N.T. destaca Apolo como exímio ensinador: Ele andava pelas Igrejas ministrando a Palavra de Deus – At 18:27; I Cor 16:12; Tt 3:13. Daí podemos concluir que:
• (A) - HÁ MINISTROS QUE SÃO PASTORES E MESTRES;
• (B) - OUTROS QUE SÃO PASTORES, MAS NÃO SÃO MESTRES; e
• (C) - OUTROS QUE SÃO MESTRES, MAS NÃO SÃO PASTORES.
• O mestre é um ministério de extremo valor, mas pouco reconhecido, ou então, prejudicado pelo sistema de governo de nossas Igrejas, que, por não reconhecerem a importância de tal ministério, obrigam o mestre a pastorear. É como obrigar um lavrador a fazer o trabalho do alfaiate.
• Igrejas sem mestres são Igrejas fracas espiritualmente. Por isso, deve-se reconhecer a importância e a necessidade do ministério do ensino. É através do ensino sadio e racional, inspirado pelo Espírito Santo, que a Igreja se defende contra as falsas doutrinas e que se fortifica contra os ataques espirituais de satanás.
• Quando os Evangelistas realizam cruzadas evangelísticas, devem os ensinadores ser acionados para fortalecerem a fé dos novos convertidos (discipulado).
• Uma Igreja não vive só de pregações: precisa também de ensino sadio, firme e constante.
III - SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS ENTRE O PROFETA DO V. E DO N. TESTAMENTOS:
• O ministério de profeta no V. T. era um ofício da parte de Deus.
• No N. T. tem-se a impressão de ser também um ofício.
• Porém, na lista dos dons espirituais, a profecia aparece como DOM DO ESPÍRITO – I Cor 12:10.
• Surgem daí os seguintes questionamentos:
• (A) - O MINISTÉRIO DE PROFETA É OFÍCIO OU DOM?; ou
• (B) – É OFÍCIO E DOM AO MESMO TEMPO?
• Alguns intérpretes fazem diferença entre “dom” e “ofício”. No entanto, em relação ao ministério profético no N. T., a profecia engloba tanto o dom como o ofício.
• Estaria ultrapassado o ministério do profeta na atualidade? Seria mais um título do N. T. dado ao pregador? NÃO!
• Existe o ministério de profeta na atualidade e a pregação pode receber o impulso profético na transmissão das verdades divinas.
• Devemos entender que o profeta na Igreja é indispensável, e não significa simplesmente o dom de predizer o futuro, nem o de guiar a Igreja em negócios particulares.
• Essencialmente, o profeta não é um pregador, mas entendemos que um pregador pode exercer, na pregação, o ministério profético.
• Uma pregação devidamente ordenada com pensamentos lógicos e inspirados, pode não ser uma mensagem profética, mas à medida em que aqueles pensamentos vão sendo expostos, novas verdades espirituais são inspiradas ao pregador e se tornam, automaticamente, numa mensagem profética.
• Em I Cor 14:30, Paulo dá a entender que o profeta exerce sua função quando o Espírito Santo lhe inspira, repentinamente, uma mensagem advinda duma súbita revelação e, obediente ao impulso do Espírito, transmite a mensagem de Deus.
• Na verdade, o profeta é aquele que interpreta o sentimento do Espírito Santo para o povo. É um ministério que tem função poderosa, fora de uma pregação. Quando o Espírito dá sobrenaturalmente uma mensagem ao profeta, e este a transmite em suas palavras essa profecia ou mensagem divina, interpreta o desejo de Deus para a Sua Igreja.
• Desta forma, entendemos que o ministério dos profetas na Igreja é colocado entre outros ministérios, porque é útil para a edificação do corpo de Cristo.
IV – O DOM DE PROFECIA:
• Quanto à natureza essencial do dom de profecia, podemos ver que:
• (1) - O dom de profecia se distin gue da simples pregação. O profe ta é alguém através de quem Deus fala, alguém que fala em nome de Deus. Neste sentido qualquer pregador poderia ser chamado de "pro feta" na medida em que fala a Pala vra de Deus. Mas no caso da manifestação do dom de profecia, o possuidor deste dom fala em nome de Deus trazendo uma mensagem de edificação, exortação e de consolação para a congregação. Por mais importante que seja essa mensagem profética, ela não tem o valor de cânone, tampouco deverá ter a pretensão de complementar a Palavra de Deus.
• (2) - O dom de profecia é de ori gem divina. No contexto de l Coríntios 12, o dom de profecia é uma concessão divina através do Espírito Santo, assim como são os demais dons ali relacionados pelo apóstolo Paulo. Ninguém, portanto, está autorizado a inventar as suas profecias como forma de ajudar as pessoas mais queridas, tampouco para afrontar aquelas pessoas das quais não gosta. Inventar profecias como forma de mostrar muita espiritualidade é uma total irreverência que poderá levar o crente a cair em blasfêmia contra o Espírito Santo.
• (3) - O dom de profecia tem prop ósitos específicos, "...o que profe tiza fala aos homens para edifica ção, exortação e consolação" (l Co 14.3). Portanto, "edificação", "exortação" e "consolação" se consti tuem no tríplice propósito do dom de profecia no seio da igreja local.
• (4) - O dom de profecia é distinto da interpretação das línguas. Par tindo do ensino de Paulo de que "o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus..." (l Co 14.2), "...mas o que profetiza fala aos homens... (l Co 14.3), temos de aceitar que é Deus quem fala através da profecia à congregação.
V - CONSIDERAÇÕES FINAIS:
• Ef 4:12 – Há um tríplice propósito no uso dos dons ministeriais:
• (1) – O APERFEIÇOAMENTO DOS SANTOS = Devemos procurar viver de acordo com os ensinos da Palavra de Deus;
• (2) – A OBRA DO MINISTÉRIO = Devemos executar o serviço em favor da Igreja por meio dos dons ministeriais; e
• (3) – A EDIFICAÇÃO DO CORPO DE CRISTO = Devemos construir e desenvolver o Corpo de Cristo (a Igreja) através dos dons ministeriais.
• Ef 4:13-16 - Aqui está a culminação do propósito dos dons ministeriais:
• (1) - ATÉ QUE TODOS CHEGUEMOS À UNIDADE DA FÉ = É uma fé coletiva porque só a fé pode produzir a unidade desejada no evento do arrebatamento da Igreja, quando o "corpo" através de seus membros em toda a terra, estará reunido em tudo quanto é e possui;
• (2) - E AO CONHECIMENTO DO FILHO DE DEUS = Implica numa relação autência, pessoal, espiritual e real com aquele a quem o centurião, ao pé da cruz, reconhecendo, disse: - "Verdadeiramente este é o Filho de Deus";
• (3) - PARA QUE NÃO SEJAMOS MAIS MENINOS INCONSTANTES = São aqueles crentes facilmente agitados por circunstâncias, sujeitos a mudanças provocadas por "ventos" de doutrinas falsas; são aqueles que naufragam nas dúvidas espirituais e se deixam levar pelo desânimo, que lhes causa o abandono da fé recebida;
• (4) - ANTES, SEGUINDO A VERDADE EM CARIDADE (sendo verdadeiros em amor) = Num mundo de mentiras, a verdade surge como espada de dois gumes, cortante e imparcial. Sem amor é difícil seguir a verdade, pois a verdade combate o erro baseada no amor;
• (5) - CRESÇAMOS EM TUDO = Diz respeito ao desenvolvimento da fé nas atitudes, não mais infantis, mas atitudes maduras, com os pés firmes no chão, ao invés de leviandade. Visto que é a cabeça (Cristo) que comanda o corpo (a Igreja), à medida que o crente vai crescendo, seu crescimento é assumido pela cabeça; e
• (6) - O AJUSTAMENTO DO CORPO = A finalidade do crescimento do corpo de Cristo significa o crescimento de cada parte do corpo numa justa cooperação. Nenhum membro do corpo se individualiza, nem se isola dos demais membros, nem busca um crescimento próprio, mas busca o crescimento de todo o corpo. O corpo é um; por isso, o crescimento espiritual do crente deve visar ao crescimento de todos os demais irmãos em Cristo.
FONTES DE CONSULTA:
1. Souza, Estêvam Ângelo de – Títulos e Dons do Ministério Cristão – CPAD
2. Stott, John R. W. - A Mensagem de Efésios – ABU Editora
3. Patzia, Arthr G. – Novo Comentário Bíblico Contemporâneo – Editora Vida
4. Cabral, Elienai – Carta aos Efésios - CPAD
5. Lições Bíblicas – CPAD – 3° Trimestre de 1988 – Comentarista: Raimundo de Oliveira.
5. Lições Bíblicas – CPAD – 3° Trimestre de 1988 – Comentarista: Raimundo de Oliveira.
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