quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Lição 6 - A prosperidade dos bem-aventurados


Lição 6 - A prosperidade dos bem-aventurados
Data: 5 de Fevereiro de 2012
Por Francisco A. Barbosa

TEXTO ÁUREO

O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração(Lc 4.18). O primeiro sermão de Jesus na sinagoga da cidade de Nazaré, onde morava, envolveu o cumprimento de uma passagem das Escrituras. Quando o rolo do Livro de Isaías foi entregue a Jesus, ele se pôs de pé e leu (Is 61.1,2; 58.6), omitindo “o dia da vingança do nosso Deus”, e então começou a pregar. Depois que o rejeitaram, não há registro de que Jesus tenha voltado a Nazaré para pregar [1].
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[1] Bíblia de Estudo da Mulher, Editora Mundo Cristão e SBB; Barueri, SP; 2003
Nota Textual de Lc 4.18; p. 1258
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VERDADE PRÁTICA

A verdadeira prosperidade não reside no acúmulo de bens materiais, mas se encontra na abundância dos bens espirituais que a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo nos proporciona.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 5.1-12.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
· Saber quais são os fundamentos das bem-aventuranças;
· Explicar as bem-aventuranças da mansidão e da misericórdia; e
· Conscientizar-se de que a prosperidade dos bem aventurados firma-se nas coisas espirituais e não nas materiais.
Palavra Chave
Bem-aventurança: Do gr. makarismós; felicidade perfeita.

COMENTÁRIO

(I. introdução)
A expressão “bem-aventurado” aparece sete vezes no Antigo Testamento e vinte e seis vezes no Novo Testamento. Encerra o sentido de ‘ditoso’, ‘feliz’ e ‘felicidade perfeita’. Esta ‘felicidade perfeita’ é fundamentada principalmente em Deus, na obediência à Sua palavra e na fé. A obediência conjugada à fé gera a ação de Deus no coração, que gera a felicidade, que ajuda o crente a resistir aos momentos mais difíceis - “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.” (Mt 5.4). Os servos de Deus que por algum motivo estão chorando, serão bem-aventurados, pois essa felicidade é fundamentada em Deus e na fé (serão consolados). Este é o tema que estudaremos na lição de hoje: “A Prosperidade dos Bem-Aventurados”. Ser um bem-aventurado não é ter muitos bens materiais, mas é viver do favor de Deus. A graça divina nos dá condições para vivermos segundo os seus preceitos. Ser bem-aventurado é ser feliz. Obediência gera felicidade, não obediência aos sistemas nem a homem, mas a Deus, que se comunica através dos mandamentos que deixou para o nosso bem-estar. Obediência é para a mente e para o coração. A obediência começa com o conhecimento do mandamento (o que exige meditação), desejo de seguir as instruções e esforço na caminhada. Obediência é para quem acha que os mandamentos de Deus são bons, mesmo que soem como azorragues (chicotes) ou repreensões. Diante deles, nós devemos nos sentir como aqueles que estão no caminho da obediência ou como aqueles que caminham pela margem deles. Obediência é uma palavra que só tem efeito quando vira prática. Essa felicidade não se origina dos bens materiais que possuímos, mas em termos os nossos pecados perdoados por Jesus. Somente aqueles que receberam a Cristo como único e suficiente Salvador podem desfrutar dessa felicidade; felicidade que nos acompanhará por toda a eternidade. Vejamos, pois, na aula de hoje, em que consiste a verdadeira prosperidade. Boa aula!
(II. desenvolvimento)
I. O FUNDAMENTO DAS BEM-AVENTURANÇAS
1. O significado das bem-aventuranças. É importante salientar que o nosso conceito de felicidade precisa se inscrever no círculo bíblico, não importa o que se proponha nos outros compassos. A Bíblia está cheia de descrições sobre felicidade. Makarismos denota ‘declaração de bem-aventurança, felicitação’; é encontrado em Gl 4.15; os convertidos gálatas tinham se considerado felizes quando ouviram e receberam o Evangelho de Paulo; ele lhes pergunta retoricamente o que tinha acontecido com o espírito que os tinha animado. A palavra também ocorre em Rm 4.6,9. A bem-aventurança, a comunhão com Deus e tudo aquilo que os acompanha, bem como a salvação, não são adquiridas mediante as obras, mas são o efeito do dom do perdão. É por causa da obra de Cristo, e não por causa da nossa, que somos justificados. Méritos humanos de qualquer tipo ficam excluídos. O Dicionário VINE afirma que o termo hebraico “‘asrê” ocorre 44 vezes e que todas, menos quatro das 44 ocorrências bíblicas, estão em passagens poéticas, como 26 ocorrências nos Salmos e oito em Provérbios e que conota, basicamente, o sentido de ‘prosperidade’ ou ‘felicidade’ que vem quando um superior concede seu favor (bênção) a alguém. Na maior parte das passagens, a fonte é sempre Deus: “Feliz és tu, ó Israel! Quem é como tu? Povo salvo pelo SENHOR” (Dt 33.29) [2].
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[2] Dicionário VINE, CPAD; Rio de Janeiro, RJ; 1ª edição, 2002
Bendito, ‘asrê; p. 53
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2. Bem-aventurados os pobres (Mt 5.3). No Sermão da Montanha, Bem-aventurados significa mais do que um estado emocional representado pela palavra ‘feliz’. Inclui bem-estar espiritual, tendo a aprovação de Deus e, assim, um destino mais feliz (Sl 1). Nesse contexto, a pobreza não é vista propriamente como escassez de bens materiais, mas como necessidade espiritual. Os que têm maior necessidade espiritual estão mais aptos para perceber essa necessidade e depender só de Deus e não da sua própria bondade. Paulo observa o mesmo princípio em Romanos 9.30 e 31. O paralelo em Lucas 6.20 omite “de espírito”. Isto tem levado muitos intérpretes a entender que Jesus, primariamente, se referiu aos materialmente pobres. Pobreza material e reconhecimento da necessidade espiritual freqüentemente andam juntas (Sl 9.18), mas as duas espécies de pobreza são idênticas.
3. Bem-aventurados os que choram (Mt 5.4). Por que um crente chora? O contexto de Mateus 5.4 indica que estão chorando por causa do pecado e do mal, especialmente os deles mesmos, e por causa do fracasso da humanidade em dar a glória devida ao Senhor. Apocalipse 21.4 afirma que “Deus limpará de seus olhos toda lágrima...” Se de fato choramos aos pés de Cristo, o consolo certamente virá.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Ser bem-aventurado é ser feliz por amar intensamente ao Senhor.
II. A BEM AVENTURANÇA DA MANSIDÃO E DA MISERICÓRDIA
1. Bem aventurados os mansos (Mt 5.5). Nesse contexto, manso assemelha-se à bem aventurança de Sl 37.11 e, talvez, esteja baseada nela. A mansidão aqui referida é de natureza espiritual, é uma atitude de humildade e submissão ao senhorio de Deus. Nosso modelo máximo de mansidão é Jesus, que se submete à vontade do Pai celeste. O termo grego paütes é utilizado nas Escrituras com um significado bem mais amplo que nos escritos seculares; não consiste apenas no comportamento exterior nem em suas relações interpessoais. Antes, ema entretecida graça da alma; e cujos exercícios são primeira e primariamente para com Deus. É o temperamento de espírito no qual aceitamos Seus procedimentos conosco como bons, e, portanto, sem disputar ou resistir.
2. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça (Mt 5.6). Os que procuram a justiça de Deus recebem aquilo que desejam, e não os que confiam em sua própria justiça. ‘Fome e sede’ é uma expressão idiomática que significa ‘forte desejo’. Por isso mesmo este versículo é um dos mais importantes do Sermão do Monte e afirma que a condição primordial para uma vida santa em todos os aspectos é ter ‘fome e sede de justiça’. Tal fome pode ser vista na vida de Paulo (Fp 3.8-10). A verdadeira prosperidade é possuída apenas por aqueles que demonstram um ardente, extremo, penetrante, e que tudo consome, desejo e paixão da alma pela completa união com Deus e pela plenitude do Espírito (Sl 42.; 63.1; 143.6; Is 41.17; 44.3).
3. Bem-aventurados os misericordiosos (Mt 5.7). Os ‘misericordiosos’ são aqueles que cheios de compaixão e dó para com os que sofrem, quer seja pelos pecados, quer seja pelas aflições da vida. Os misericordiosos desejam minorar os sofrimentos e fazem isso levando as boas novas do Evangelho ao homem aprisionado pelo pecado (Mt 18.33-35; Lc 10. 30-37; Hb 2.17). O termo grego aqui é eleemon e denota uma palavra gentil, compassiva, solidária, misericordiosa e sensível, que combina intenções do coração com ação.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Ser próspero é agir com mansidão e submeter-se à vontade divina.
III. A BEM-AVENTURANÇA DA PUREZA E DA AFLIÇÃO
1. Bem-aventurados os limpos de coração (Mt 5.8). O termo grego aqui é katharos e significa ‘sem mancha’, ‘limpo’, ‘imaculado’, ‘puro’. O termo descreve a limpeza física, pureza cerimonial e pureza ética (Mt 23.36; 27.59; Lc 11.41; Rm 14.20; Jo 13.10; At 18.6). O pecado macula e corrompe, mas o sangue de Jesus vertido no Calvário tem a propriedade de tirar toda e qualquer mancha. O crente verá a Deus pelos olhos da fé, já que a Deus é espírito e sua essência divina é invisível (Cl 1.15; 1Tm 1.17; 6.16). Jesus assegurou aos discípulos que, vendo-o, vêem ao Pai (Jo 14.9). Não obstante isso, temos a grata promessa de que, quando glorificados, os filhos de Deus o verão ‘como ele é’ (1Jo 3.2).
2. Bem-aventurados os pacificadores (Mt 5.9). Deus é o pacificador supremo, e nós, como filhos do Pai, que carrega as características daquele que nos gerou, devemos seguir seu exemplo. O crente tem por obrigação buscar a paz até com seus próprios inimigos. A idéia de paz encontrada no Antigo Testamento não é simplesmente uma ausência de discórdia. Ao contrário, paz, shalom, é um termo dinâmico e positivo que implica tanto em saúde quanto em inteireza. [“...] Existe a clara implicação de que a pessoa capaz de trazer cura e inteireza, é pobre de espírito, mansa, misericordiosa e pura de coração” [3].
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[3] RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007, p.25
3. Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça (Mt 5.10,11). O Pr Antonio Gilberto em seu livro O fruto do Espírito discorre acerca da natureza do Amor Ágape: A pessoa que tem amor é sofredora. Este é o amor passivo, o amor paciente, o amor que espera, suporta, sofre, na quietude. A pessoa que tem amor é benigna. Certo escritor chama a benignidade de amor ativo. A pessoa que tem amor não é invejosa. A pessoa amorosa não tem inveja ou ciúmes do sucesso dos outros. A pessoa que tem amor ágape não trata com leviandade, não se ensoberbece. Ela não é orgulhosa. A pessoa que tem amor semelhante a Cristo não se porta com indecência. Ela não é rude. É natural a pessoa amorosa ser cortês, mostrar consideração pelos outros. A pessoa que tem amor não busca os seus interesses. Ela é altruísta. A pessoa que manifesta amor não se irrita. Ela não fica zangada facilmente. A pessoa que ama não suspeita mal. Ela não guarda rancor, não mantém um registro dos erros. A pessoa que tem o verdadeiro amor não folga com a injustiça, mas folga com a verdade [4].
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[4] GILBERTO, A. O fruto do Espírito. RJ: CPAD, 2004
p. 40-42
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Sofrer injustiça, ser perseguido e até mesmo martirizado por causa do Reino de Deus são evidências de uma bem-aventurança eterna.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Sofrer injustiça e ser perseguido por causa do Reino de Deus são evidências de uma bem-aventurança eterna.
(III. conclusão)
As bem-aventuranças contém a revelação dos princípios divinos da justiça, segundo os quais todo crente deve vivenciar através da fé em Jesus Cristo (Gl 2.20), e mediante o poder do Espírito Santo que em nós habita (Rm 8.2-14; Gl 5.16-25). Todos os servos do Cordeiro, que pertencem a ele e são cidadãos do reino de Deus, deve ter um intenso desejo, de que trata esse sermão proferido por Jesus. Devemos ressaltar que, Deus tem para os seus bênçãos sem igual e que isso não significa que Deus não queira que os seus filhos prosperem materialmente. Porém, entendemos que ‘Ainda que o Senhor é excelso, atenta para o humilde; mas ao soberbo, conhece-o de longe’ (Sl 138.6). “Necessitamos da força e da ajuda de Deus em tudo o que fazemos. Não existe nenhum ‘vencedor pelo próprio esforço’, mas homens e mulheres que desenvolveram os talentos recebidos de Deus. Há muitas pessoas bem-sucedidas, que chegaram ao topo de sua profissão e esqueceram-se do que (ou quem) as levou até lá. Os nossos talentos, a nossa inteligência, singularidade e oportunidade vieram de Deus. Se agirmos na vida com fidelidade e confiança, cresceremos e saberemos o que fazer para ser próspero” [5].
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[5] GOODALL, W. O Sucesso que Mata: Fuja das Armadilhas que Roubam os seus Sonhos. 1.ed., RJ: CPAD, 2011, p.77
“Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade." (1Jo 3.18)
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Campina Grande, PB,
Fevereiro de 2012.
Francisco de Assis Barbosa,

EXERCÍCIOS

1. O que significa ser bem-aventurado?
R. Significa ser feliz por amar intensamente ao Senhor.
2. Como é vista a pobreza no Sermão da Montanha?
R. No Sermão da Montanha, a pobreza não é vista propriamente como escassez de bens materiais, mas como carência da alma.
3. De acordo com o contexto das bem-aventuranças, o que é ser manso?
R. Ser manso é demonstrar total submissão à vontade de Deus, mesmo quando esta parece contrariar os interesses pessoais.
4. Segundo a lição, quem são os verdadeiros prósperos?
R. Os verdadeiramente prósperos são aqueles que demonstram um forte desejo pela justiça divina e a buscam ansiosamente.
5. Qual ensino você pode extrair para a sua vida pessoal depois de ter estudado esta lição?
R. Resposta pessoal.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, A verdadeira prosperidade — A vida cristã abundante; Comentarista: José Gonçalves; CPAD;

CITAÇÕES:
-. Bíblia de Estudo da Mulher, Editora Mundo Cristão e SBB; Barueri, SP; 2003; Nota Textual de Lc 4.18; p. 1258;
-.
Dicionário VINE, CPAD; Rio de Janeiro, RJ; 1ª edição, 2002; Bendito, ‘asrê; p. 53;
-.
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007, p.25;
-.
GILBERTO, A. O fruto do Espírito. RJ: CPAD, 2004; p. 40-42.

OBRAS CONSULTADAS:

-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
-. Bíblia de Estudo da Mulher, Editora Mundo Cristão e SBB; Barueri, SP; 2003;
-. COUTO, G. A Transparência da Vida Cristã. 1.ed., RJ: CPAD, 2001;
-. RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007.
Os textos das referências bíblicas foram extraídos do site http://www.bibliaonline.com.br/ , na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel, salvo indicação específica.
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Francisco de Assis Barbosa

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