TÍTULO: “A PRIMEIRA CARTA DE JOÃO”
TEXTO ÁUREO - II Tm 3:16
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: I Jo 1:1-4
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
I - INTRODUÇÃO:
I Jo 2:12-14 - A Primeira Carta de João foi escrita pelo já encanecido apóstolo, no ano 90 depois de Cristo, provavelmente em Éfeso. Ao contrário dos outros apóstolos, ele não dirige sua epístola a nenhuma Igreja ou pessoa em particular. Escreve para todos os cristãos, velhos e moços. Ele os chama pelo terno nome de “teknia”, que quer dizer “FILHINHOS”, “CRIANCINHAS”. Nesta Carta, Deus trata com Seus filhos nascidos de novo.
II - JOÃO, O DISCÍPULO DO AMOR:
Era filho de Zebedeu e Salomé, vindo, ao que parece, de uma família abastada, pois tinha empregados e sua mãe também serviu a Jesus(Mc 1:19-20; 15:40-41).
Inicialmente, João era conhecido como um dos “filhos do trovão” - Mc 3:17, que em diversas ocasiões agira com intolerância, caráter vingativo e espírito de intrigas (Mt 20:20-21; Mc 9:38; 10:35; Lc 9:49, 54).
Mesmo assim, João foi o discípulo a quem Jesus amava e foi o poder de Cristo que transformou este Galileu típico em “O APÓSTOLO DO AMOR”.
Ficou junto a Jesus na cruz do Calvário - Jo 19:25-27.
Contemplou o túmulo vazio na manhã da ressurreição - Jo 20:1-8.
Em Patmos foi arrebatado pelo Espírito e viu uma porta aberta para o céu - Apc 1:9-10; 4:1-2.
I Jo 1:1-4, 7; 2:13-14; 5:13 - João apresenta-nos o testemunho desses fatos, não havendo possibilidade de dúvidas quanto a eles. Ele dá-nos a prova daquilo que conhece. Ele tinha ouvido, visto e apalpado com as mãos a Palavra da vida. Ele deseja levar os leitores a essa íntima comunhão com o Pai e com Seu Filho, para que a alegria deles seja completa.
III - O GNOSTICISMO:
Gnosticismo (do Gr. Gnostikós = conhecimento) - Escola teológica que floresceu nos primórdios do Cristianismo. Contrariando as pregações dos apóstolos, seus adeptos diziam-se os únicos a possuírem um conhecimento perfeito de Deus. Seu arcabouço doutrinário considerava a matéria irremediavelmente má. Por isso, diziam que a humanidade de Cristo era apenas aparente. Os gnósticos foram muito combatidos pelo apóstolo João que, em suas epístolas, fazia questão de mostrar ser o Senhor Jesus verdadeiro homem e verdadeiro Deus.
O Gnosticismo defendia, particularmente, que :
1) O conhecimento é superior à virtude;
2) O verdadeiro significado das Escrituras está no sentido não literal e que só podem ser compreendidas por alguns poucos seletos;
3) O mal no mundo impossibilita que Deus seja o criador;
4) A encarnação é coisa incrível porque a divindade não pode se ligar a nada que seja material - tal como o corpo; e
5) Que não existe a ressurreição da carne.
Esta doutrina resultou no Docetismo, ascetismo e antinominianismo.
O Docetismo extremo defendia que Jesus não era humano sob qualquer aspecto, mas uma teofania meramente estendida, enquanto o Docetismo moderado considerava Jesus o filho natural de José e Maria, sobre o qual Cristo veio no momento do batismo. Ambas as formas da heresia foram atacadas por João na Primeira Epístola (I Jo 2:22; 4:2-3; 5:5-6).
Alguns gnósticos praticavam o ascetismo porque criam que toda a matéria era má. O ascetismo é largamente praticada por monges de todas as ordens religiosas. Constitui numa série de exercícios que tem como objetivo levar o homem à realização plena da virtude e à mortificação de certos desejos da carne. O ascetismo não preenche os requisitos bíblicos de uma vida verdadeiramente santificada (I Ts 5:23).
O antinominianismo, ou a anarquia religiosa, era a conduta dos outros, uma vez que consideravam o conhecimento superior à virtude (I Jo 1:8; 4:20).
IV - OBJETIVOS DA PRIMEIRA CARTA DE JOÃO:
Três vezes, na primeira epístola, João indicou o seu propósito em escrevê-la:
1. Para tornar o seu gozo completo (I Jo 1:4);
2. Para advertir seus leitores para não caírem no pecado (I Jo 2:1); e
3. Para dar aos fiéis, dentre os seus leitores, a certeza de que possuíam a vida eterna (I Jo 5:13).
Porém, é necessário ir além destas expressões de objetivo, a fim de estabelecer mais compreensivamente os vários objetivos, além dos declarados em mente, ao enviar esta carta para as Igrejas. Tais objetivos podem ser declarados como se segue:
1. Advertir contra falsos mestres, cujas idéias distorcidas, a respeito de Jesus, o Cristo, ameaçavam romper a comunhão - I Jo 2:18-25; 4:1-3.
2. Pelo simples gozo de partilhar a maravilhosa experiência que tivera de associação pessoal com Jesus - I Jo 1:4.
3. Estabelecer alguns importantes testes de discipulado e, desta forma, propiciar critérios pelos quais os seus leitores pudessem orientar a certeza de salvação e a posse da vida eterna. Os testes são estes:
(A) Andar na luz, que é a mesma coisa que obedecer aos mandamentos de Cristo (I Jo 1:7; 2:3-6);
(B) Guardar o superimportante mandamento de amar os irmãos (I Jo 2:9-11; 3:10, 15-16; 4:7, 20; 5:1-2);
(C) Ter fé em Jesus Cristo como o Filho de Deus (I Jo 2:23; 4:15; 5:1, 5, 10, 12-13);
(D) Viver uma vida de vitória sobre o pecado (I Jo 3:4-10; 5:18);
(E) Reconhecer a presença do Espírito de Deus na vida (I Jo 3:24; 4:13).
4. Deixar como um legado à posteridade a sua interpretação do amor que ele havia experimentado na vida e ensino de Jesus (I Jo 4:8, 16).
V - VISÃO PANORÂMICA DA PRIMEIRA CARTA DE JOÃO:
Alguns dos falsos mestres negavam a humanidade de Jesus - eles se recusavam a crer que Cristo havia vindo em carne.
Por outro lado, havia os que negavam a divindade de Cristo - eles declaravam que o homem Jesus não era o Cristo, o Filho de Deus.
Esses falsos mestres, a quem João procurava atacar com veemência, eram os precursores dos gnósticos consumados do segundo século. Por isso, a fé e a conduta estão fortemente entrelaçados nesta carta.
Os falsos mestres, aos quais João chama de “anticristos”, apartaram-se do ensino apostólico sobre Cristo e a vida de retidão.
De modo semelhante a II Pedro e a Judas, a Primeira Carta de João refuta a conduta e condena com veemência os falsos mestres com suas crenças e condutas destruidoras (I Jo 2:18-26; 4:1-5).
Do ponto de vista positivo, esta Primeira Carta de João expõe as características da verdadeira comunhão com Deus e revela cinco evidências específicas pelas quais o crente poderá saber, com confiança e certeza, quem tem a vida eterna.
1. A evidência da verdade apostólica a respeito de Cristo (I Jo 1:1-3; 2:21-23; 4:2-3, 15, 10, 20);
2. A evidência de uma fé obediente que guarda os mandamentos de Cristo (I Jo 2:3-11; 5:3-4);
3. A evidência de um viver santo, isto é, afastar-se do pecado para comunhão com Deus (I Jo 1:6-9; 2:3-6, 15-17, 29; 3:1-10; 5:2-3);
4. A evidência do amor a Deus e aos irmãos na fé (I Jo 2:9-11; 3:10-11, 14, 16-18; 4:7-12, 18-21); e
5. A evidência do testemunho do Espírito Santo no crente (I Jo 2:20, 27; 4:13).
Por fim, João afirma que a pessoa pode saber com certeza que tem a vida eterna, quando estas cinco evidências são manifestas na sua vida (I Jo 5:13).
VI - ESBOÇO DA PRIMEIRA CARTA DE JOÃO:
CAPÍTULO 1:
O apóstolo dedica sua epístola aos crentes em geral, com evidente testemunho de Cristo para promover a felicidade e o gozo deles - I Jo 1:1-4;
Demonstra que a vida de santidade é necessária para se ter comunhão com Deus - I Jo 1:5-10.
CAPÍTULO 2:
O apóstolo se dirige à expiação de Cristo como ajuda contra as fraquezas pecaminosas - I Jo 2:1-2;
Os efeitos do conhecimento salvador para produzir obediência e amor para com os irmãos - I Jo 2:3-11;
Os cristãos são tratados como filhinhos ou criancinhas, jovens e pais - I Jo 2:12-14;
Todos são advertidos contra o amor a este mundo e contra o engano - I Jo 2:15-23;
Exortação a permanecer firmes na fé e na santidade - I Jo 2:24-29.
CAPÍTULO 3:
O apóstolo admira o amor de Deus ao tornar os crentes Seus filhos - I Jo 3:1-2;
A influência purificadora da esperança de ver a Cristo - o perigo de ter esta pretensão, vivendo em pecado - I Jo 3:3-10;
O amor aos irmãos é o caráter é o caráter do verdadeiro cristão - I Jo 3:16-21;
Esse amor é demonstrado por seus atos - I Jo 3:22-24;
O benefício da fé, do amor e da obediência - I Jo 3:22-24.
CAPÍTULO 4:
Os crentes são advertidos contra dar atenção a qualquer um que tenha a pretensão fingida de ter o Espírito - I Jo 4:1-6;
O amor fraternal está em vigor - I Jo 4:7-21.
CAPÍTULO 5:
O amor fraternal é o efeito do novo nascimento que torna grato obedecer a todos os mandamentos de Deus - I Jo 5:1-5;
Referências às testemunhas que concordam em provar que Jesus, o Filho de Deus, é o verdadeiro Messias - I Jo 5:6-8;
A satisfação que o crente tem por Cristo e pela vida eterna por meio dEle - I Jo 5:9-12;
A certeza de que Deus ouve e responde as orações - I Jo 5:12-17;
A feliz condição dos verdadeiros crentes e a ordenança de renunciar à idolatria - I Jo 5:18-21
Fontes de consulta:
Comentário Bíblico Moody - vol. 5 - Charles F. Pfeiffer e Everett F. Harrison - Imprensa Batista Regular
Comentário Bíblico Broadman - JUERP
Dicionário Teológico - CPAD - Claudionor Corrêa de Andrade
Estudo Panorâmico da Bíblia - Editora Vida - Henriquetta C. Mears
Comentário Bíblico de Matthew Henry - CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal - CPAD
Publicado no blog Escola Bíblica Dominical para Todos
2 comentários:
MARAVILHOSO BLOG.
TENHO APRENDIDO MUITO COM O QUERIDO IRMÃO!
QUE O SENHOR JESUS CONTINUE LHE ABENÇOANDO.
GRAÇA E PAZ IRMÃO EDILSON,
DEUS CONTINEU ABENÇOANDO SUA VIDA, OBRIGADO POR ACESSAR NOSSO BLOG.
NOSSO PROPÓSITO É AJUDAR DE ALGUMA FORMA AQUELES QUE QUEREM CRESCER
NA GRAÇA E CONHECIMENTO DO SENHOR.
ACESSE TAMBÉM O PROFETIZANDO A PALVRA.
http://pregadoruilsoncamilo.blogspot.com/
UM GRANDE ABRAÇO A TI
UILSON CAMILO.
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