quarta-feira, 1 de julho de 2009

A PRIMEIRA CARTA DE JOÃO



TÍTULO: “A PRIMEIRA CARTA DE JOÃO”
TEXTO ÁUREO - II Tm 3:16
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: I Jo 1:1-4
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO

I - INTRODUÇÃO:

I Jo 2:12-14 - A Primeira Carta de João foi escrita pelo já encanecido apóstolo, no ano 90 depois de Cristo, provavelmente em Éfeso. Ao contrário dos outros apóstolos, ele não dirige sua epístola a nenhuma Igreja ou pessoa em particular. Escreve para todos os cristãos, velhos e moços. Ele os chama pelo terno nome de “teknia”, que quer dizer “FILHINHOS”, “CRIANCINHAS”. Nesta Carta, Deus trata com Seus filhos nascidos de novo.

II - JOÃO, O DISCÍPULO DO AMOR:

Era filho de Zebedeu e Salomé, vindo, ao que parece, de uma família abastada, pois tinha empregados e sua mãe também serviu a Jesus(Mc 1:19-20; 15:40-41).

Inicialmente, João era conhecido como um dos “filhos do trovão” - Mc 3:17, que em diversas ocasiões agira com intolerância, caráter vingativo e espírito de intrigas (Mt 20:20-21; Mc 9:38; 10:35; Lc 9:49, 54).

Mesmo assim, João foi o discípulo a quem Jesus amava e foi o poder de Cristo que transformou este Galileu típico em “O APÓSTOLO DO AMOR”.

Ficou junto a Jesus na cruz do Calvário - Jo 19:25-27.

Contemplou o túmulo vazio na manhã da ressurreição - Jo 20:1-8.

Em Patmos foi arrebatado pelo Espírito e viu uma porta aberta para o céu - Apc 1:9-10; 4:1-2.

I Jo 1:1-4, 7; 2:13-14; 5:13 - João apresenta-nos o testemunho desses fatos, não havendo possibilidade de dúvidas quanto a eles. Ele dá-nos a prova daquilo que conhece. Ele tinha ouvido, visto e apalpado com as mãos a Palavra da vida. Ele deseja levar os leitores a essa íntima comunhão com o Pai e com Seu Filho, para que a alegria deles seja completa.

III - O GNOSTICISMO:

Gnosticismo (do Gr. Gnostikós = conhecimento) - Escola teológica que floresceu nos primórdios do Cristianismo. Contrariando as pregações dos apóstolos, seus adeptos diziam-se os únicos a possuírem um conhecimento perfeito de Deus. Seu arcabouço doutrinário considerava a matéria irremediavelmente má. Por isso, diziam que a humanidade de Cristo era apenas aparente. Os gnósticos foram muito combatidos pelo apóstolo João que, em suas epístolas, fazia questão de mostrar ser o Senhor Jesus verdadeiro homem e verdadeiro Deus.

O Gnosticismo defendia, particularmente, que :

1) O conhecimento é superior à virtude;

2) O verdadeiro significado das Escrituras está no sentido não literal e que só podem ser compreendidas por alguns poucos seletos;

3) O mal no mundo impossibilita que Deus seja o criador;

4) A encarnação é coisa incrível porque a divindade não pode se ligar a nada que seja material - tal como o corpo; e

5) Que não existe a ressurreição da carne.

Esta doutrina resultou no Docetismo, ascetismo e antinominianismo.

O Docetismo extremo defendia que Jesus não era humano sob qualquer aspecto, mas uma teofania meramente estendida, enquanto o Docetismo moderado considerava Jesus o filho natural de José e Maria, sobre o qual Cristo veio no momento do batismo. Ambas as formas da heresia foram atacadas por João na Primeira Epístola (I Jo 2:22; 4:2-3; 5:5-6).

Alguns gnósticos praticavam o ascetismo porque criam que toda a matéria era má. O ascetismo é largamente praticada por monges de todas as ordens religiosas. Constitui numa série de exercícios que tem como objetivo levar o homem à realização plena da virtude e à mortificação de certos desejos da carne. O ascetismo não preenche os requisitos bíblicos de uma vida verdadeiramente santificada (I Ts 5:23).

O antinominianismo, ou a anarquia religiosa, era a conduta dos outros, uma vez que consideravam o conhecimento superior à virtude (I Jo 1:8; 4:20).

IV - OBJETIVOS DA PRIMEIRA CARTA DE JOÃO:

Três vezes, na primeira epístola, João indicou o seu propósito em escrevê-la:

1. Para tornar o seu gozo completo (I Jo 1:4);

2. Para advertir seus leitores para não caírem no pecado (I Jo 2:1); e

3. Para dar aos fiéis, dentre os seus leitores, a certeza de que possuíam a vida eterna (I Jo 5:13).

Porém, é necessário ir além destas expressões de objetivo, a fim de estabelecer mais compreensivamente os vários objetivos, além dos declarados em mente, ao enviar esta carta para as Igrejas. Tais objetivos podem ser declarados como se segue:

1. Advertir contra falsos mestres, cujas idéias distorcidas, a respeito de Jesus, o Cristo, ameaçavam romper a comunhão - I Jo 2:18-25; 4:1-3.

2. Pelo simples gozo de partilhar a maravilhosa experiência que tivera de associação pessoal com Jesus - I Jo 1:4.

3. Estabelecer alguns importantes testes de discipulado e, desta forma, propiciar critérios pelos quais os seus leitores pudessem orientar a certeza de salvação e a posse da vida eterna. Os testes são estes:

(A) Andar na luz, que é a mesma coisa que obedecer aos mandamentos de Cristo (I Jo 1:7; 2:3-6);

(B) Guardar o superimportante mandamento de amar os irmãos (I Jo 2:9-11; 3:10, 15-16; 4:7, 20; 5:1-2);

(C) Ter fé em Jesus Cristo como o Filho de Deus (I Jo 2:23; 4:15; 5:1, 5, 10, 12-13);

(D) Viver uma vida de vitória sobre o pecado (I Jo 3:4-10; 5:18);

(E) Reconhecer a presença do Espírito de Deus na vida (I Jo 3:24; 4:13).

4. Deixar como um legado à posteridade a sua interpretação do amor que ele havia experimentado na vida e ensino de Jesus (I Jo 4:8, 16).

V - VISÃO PANORÂMICA DA PRIMEIRA CARTA DE JOÃO:

Alguns dos falsos mestres negavam a humanidade de Jesus - eles se recusavam a crer que Cristo havia vindo em carne.

Por outro lado, havia os que negavam a divindade de Cristo - eles declaravam que o homem Jesus não era o Cristo, o Filho de Deus.

Esses falsos mestres, a quem João procurava atacar com veemência, eram os precursores dos gnósticos consumados do segundo século. Por isso, a fé e a conduta estão fortemente entrelaçados nesta carta.

Os falsos mestres, aos quais João chama de “anticristos”, apartaram-se do ensino apostólico sobre Cristo e a vida de retidão.

De modo semelhante a II Pedro e a Judas, a Primeira Carta de João refuta a conduta e condena com veemência os falsos mestres com suas crenças e condutas destruidoras (I Jo 2:18-26; 4:1-5).

Do ponto de vista positivo, esta Primeira Carta de João expõe as características da verdadeira comunhão com Deus e revela cinco evidências específicas pelas quais o crente poderá saber, com confiança e certeza, quem tem a vida eterna.

1. A evidência da verdade apostólica a respeito de Cristo (I Jo 1:1-3; 2:21-23; 4:2-3, 15, 10, 20);

2. A evidência de uma fé obediente que guarda os mandamentos de Cristo (I Jo 2:3-11; 5:3-4);

3. A evidência de um viver santo, isto é, afastar-se do pecado para comunhão com Deus (I Jo 1:6-9; 2:3-6, 15-17, 29; 3:1-10; 5:2-3);

4. A evidência do amor a Deus e aos irmãos na fé (I Jo 2:9-11; 3:10-11, 14, 16-18; 4:7-12, 18-21); e

5. A evidência do testemunho do Espírito Santo no crente (I Jo 2:20, 27; 4:13).

Por fim, João afirma que a pessoa pode saber com certeza que tem a vida eterna, quando estas cinco evidências são manifestas na sua vida (I Jo 5:13).

VI - ESBOÇO DA PRIMEIRA CARTA DE JOÃO:

CAPÍTULO 1:

O apóstolo dedica sua epístola aos crentes em geral, com evidente testemunho de Cristo para promover a felicidade e o gozo deles - I Jo 1:1-4;

Demonstra que a vida de santidade é necessária para se ter comunhão com Deus - I Jo 1:5-10.

CAPÍTULO 2:

O apóstolo se dirige à expiação de Cristo como ajuda contra as fraquezas pecaminosas - I Jo 2:1-2;

Os efeitos do conhecimento salvador para produzir obediência e amor para com os irmãos - I Jo 2:3-11;

Os cristãos são tratados como filhinhos ou criancinhas, jovens e pais - I Jo 2:12-14;

Todos são advertidos contra o amor a este mundo e contra o engano - I Jo 2:15-23;

Exortação a permanecer firmes na fé e na santidade - I Jo 2:24-29.

CAPÍTULO 3:

O apóstolo admira o amor de Deus ao tornar os crentes Seus filhos - I Jo 3:1-2;

A influência purificadora da esperança de ver a Cristo - o perigo de ter esta pretensão, vivendo em pecado - I Jo 3:3-10;

O amor aos irmãos é o caráter é o caráter do verdadeiro cristão - I Jo 3:16-21;

Esse amor é demonstrado por seus atos - I Jo 3:22-24;

O benefício da fé, do amor e da obediência - I Jo 3:22-24.

CAPÍTULO 4:

Os crentes são advertidos contra dar atenção a qualquer um que tenha a pretensão fingida de ter o Espírito - I Jo 4:1-6;

O amor fraternal está em vigor - I Jo 4:7-21.

CAPÍTULO 5:

O amor fraternal é o efeito do novo nascimento que torna grato obedecer a todos os mandamentos de Deus - I Jo 5:1-5;

Referências às testemunhas que concordam em provar que Jesus, o Filho de Deus, é o verdadeiro Messias - I Jo 5:6-8;

A satisfação que o crente tem por Cristo e pela vida eterna por meio dEle - I Jo 5:9-12;

A certeza de que Deus ouve e responde as orações - I Jo 5:12-17;

A feliz condição dos verdadeiros crentes e a ordenança de renunciar à idolatria - I Jo 5:18-21

Fontes de consulta:

Comentário Bíblico Moody - vol. 5 - Charles F. Pfeiffer e Everett F. Harrison - Imprensa Batista Regular

Comentário Bíblico Broadman - JUERP

Dicionário Teológico - CPAD - Claudionor Corrêa de Andrade

Estudo Panorâmico da Bíblia - Editora Vida - Henriquetta C. Mears

Comentário Bíblico de Matthew Henry - CPAD

Bíblia de Estudo Pentecostal - CPAD

Publicado no blog Escola Bíblica Dominical para Todos

2 comentários:

Anônimo disse...

MARAVILHOSO BLOG.

TENHO APRENDIDO MUITO COM O QUERIDO IRMÃO!
QUE O SENHOR JESUS CONTINUE LHE ABENÇOANDO.

Uilson Camilo on 6 de julho de 2009 às 13:17 disse...

GRAÇA E PAZ IRMÃO EDILSON,

DEUS CONTINEU ABENÇOANDO SUA VIDA, OBRIGADO POR ACESSAR NOSSO BLOG.
NOSSO PROPÓSITO É AJUDAR DE ALGUMA FORMA AQUELES QUE QUEREM CRESCER
NA GRAÇA E CONHECIMENTO DO SENHOR.
ACESSE TAMBÉM O PROFETIZANDO A PALVRA.
http://pregadoruilsoncamilo.blogspot.com/

UM GRANDE ABRAÇO A TI

UILSON CAMILO.

Postar um comentário

Quem sou eu

Minha foto
Pregador do Evangelho Pela Graça do Senhor.

NOS INDIQUE

Uilson no twitter

ACESSOS

 

FAMÍLIA EBD. Copyright 2008 All Rights Reserved Revolution Two Church theme by Brian Gardner Converted into Blogger Template by Bloganol dot com | Distributed by Deluxe Templates