terça-feira, 21 de julho de 2009

JESUS, O REDENTOR E PERDOADOR



POR EV. ISAIAS DE JESUS

1. - Para captar a atenção:

Tendo considerado o Senhor Jesus como nosso “Salvador”, pode parecer-nos que este título significa o mesmo que “Redentor”. Entretanto, “Redentor” expressa outros aspectos de Sua obra e de nossas necessidades, que a palavra “Salvador” não inclui.

A redenção - o pagamento de um resgate para libertar-nos - teve que ser cumprida antes que Cristo pudesse ser apresentado como Salvador. Ele pode salvar somente sobre a base do resgate que pagou na cruz.

Então, da parte de Deus, a redenção precede a salvação; mas na ordem em que nossas almas O recebem, nós devemos ser salvos, para, depois, gozarmos plenamente a liberdade, que é a conseqüência da salvação.

2. - Argumentação:

2.1 - O título “Redentor”.

No Velho Testamento encontramos a expressão “Redentor” freqüentemente (Jó 19:25, Salmos 19:14, 78:35, Isaías 41:14, 43:14, 44:6); e, embora o título “Redentor” não seja encontrado no Novo Testamento, o fato de que Cristo é o Redentor pode ser encontrado em todos os livros, pois é dito que Ele nos redimiu e que temos esta redenção através do Seu sangue. (Lucas 2:38; 21:28; Romanos 3:24; 8:23; 1Corínios 1:30; Efésios 1:7; 4:30; Colossenses 1:14; Apocalipse 5:9; 14:4).

2.2 - O que é Redenção:

A palavra “redenção” significa: “ato ou efeito de redimir”; “adquirir de novo, resgatar”; “libertar do cativeiro, do poder do inimigo”; “compensar, reparar”; “libertar uma propriedade de um ônus, através de pagamento”. (Grande Enciclopédia Larousse Cultural).

Em Hebreus são usadas duas palavras diferentes: a primeira significa “comprar de novo” pelo pagamento de um resgate (gaal) e a segunda significa “desatar” ou “libertar” (padah), mesma idéia de Efésios 1:7. No Novo Testamento existe uma idéia que abrange as duas expressões: “libertar mediante resgate”, expressando primeiro que o resgate foi pago, e em seguida a completa libertação que é a conseqüência; uma posição de completa liberdade, obtida pela redenção na cruz.

2.3 - Redenção é tanto o livramento da penalidade como do poder do pecado.

“…tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz”; Colossenses 2:14

“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado,” 1 Pedro 1:18-19.

Não éramos apenas pecadores, cometendo atos pecaminosos e, por isso, em débito para com Deus. Pelo pecado, não só a MORTE veio a reinar por toda parte, como também Satanás ganhou poder sobre nós, através da queda de Adão: ele detém o poder da morte para forçar ao pecado e à escravidão, e foi dessa forma que ele tornou-se o príncipe deste mundo.

Nós éramos cativos, vendidos ao inimigo de nossas almas por causa do pecado, sem nenhuma força em nós mesmos para sairmos dessa horrível condição (Romanos 7:14, 25; Efésios 2:1-3).

“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”. Romanos 5:12.

“Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar”. Romanos 8:7.

2.4 - Redenção através da Cruz.

“…para que, por Sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse a todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida.” (Hebreus 2:14-15).

“… Que nos libertou do poder das trevas e nos transportou para o reino do Filho do Seu amor.” (Colossenses 1:13). Nesta batalha contra o poder das trevas Cristo foi vitorioso na cruz e nos tornou livres.

Contra Ele e contra nós estavam “os principados e potestades, os poderes espirituais do mal nas regiões celestiais” (Efésios 6:10). Estes poderes aparentemente obtiveram a vitória, quando Jesus, ao ser preso, disse:

“Diariamente, estando eu convosco no templo, não pusestes as mãos sobre mim. Esta, porém, é a vossa hora e o poder das trevas”. Lucas 22:53

De fato, estes poderes das trevas O haviam capturado, e o Príncipe da Vida foi desnudado, flagelado em meio a cruel zombaria, e pregado à maldita cruz: homens e demônios eram testemunhas dessa aparente vitória de Satanás e derrota de Cristo.

Mas tudo era apenas aparência, porque na realidade foi o Senhor Jesus quem, em meio à vergonha, solidão e morte, obteve uma vitória eterna. E então esses poderes foram desarmados perante o Senhor:

“E despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz“. Colossenses 2:15. (Destaquei.)

2.5 - Redenção do pecado.

“Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus em cristo Jesus”. Romanos 6:11.

“Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor”. Romanos 7:24, 25.

Muitos crentes desfrutam apenas parcialmente as bênçãos que são suas em Cristo. Quando estamos satisfeitos com o pensamento de que nossos pecados e transgressões foram postos de lado, sem perseguir uma libertação mais completa, haverá o perigo de que nossa vida cristã se torne descuidada, mundana e até mesmo pecaminosa.

Mesmo um verdadeiro filho de Deus não tem poder em si mesmo para resistir aos desejos da carne e à sedução de Satanás. Para caminhar em comunhão com Deus não é suficiente crer que Cristo morreu por nossos pecados, mas é necessário saber que o crente morreu com Cristo. Uma vida de fé abençoada e vitoriosa requer o conhecimento prático de duas verdades:

1) Cristo morreu por meus pecados.

2) Eu morri com Cristo.

Nossos pecados e más ações foram descartados, mas o princípio do pecado que habita em nós não foi posto de lado, mas permanece em cada filho de Deus até que ele morra ou seja transformado na vinda de Cristo. A Escritura chama este princípio de “pecado na carne” ou “o velho homem”, a velha natureza que temos de Adão. Este princípio pecaminoso tem sempre o desejo de levar-nos a atos pecaminosos.

Como podemos evitar isso? O poder da carne pecaminosa somente pode ser subjugado pelo poder de nosso Libertador vivo. Deus não esquece este pecado na carne, não melhora o velho homem, e não tira a velha natureza de nós. Deus fez apenas uma coisa para anular o poder da carne pecaminosa: Ele condenou o pecado na carne. Este é uma faceta preciosa da cruz de Cristo para os crentes que desejam ser vitoriosos sobre o pecado na carne.

“Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o Seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e com efeito condenou Deus, na carne, o pecado.” Romanos 8:3.

Quando nós nos consideramos, pela fé, crucificados com Cristo, nossos pensamentos sobre nós mesmos estão de acordo com os pensamentos de Deus sobre nós, e nesta comunhão, somada à confiança de todo o coração em Cristo, o invencível Libertador, experimentamos a vitória sobre a vontade da carne, e não cometemos pecado. “Ora, Àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da Sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos.” Judas 24,25.

2.6 - Redenção dos homens.

“Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: não manuseies isto, não proves aquilo…” Colossenses 2:2.

O Evangelho fala ao homem, não apenas ao culpado, mas também à pessoa religiosa. Ele encontra o homem sob o poder do pecado.

A natureza humana é tão hábil em falsa religiosidade, como em clamar com efetivo ódio contra Deus. Então, a verdade de Deus encontra uma rejeição igual, tanto de parte de homens religiosos como de homens dedicados às suas paixões.

E Jesus previu “que os publicanos e as prostitutas” entrariam no reino de Deus antes dos fariseus. Nos nossos dias as religiões humanas têm um amplo alcance, e não apenas o homem organiza religiões de acordo com a sua vontade e gosto, mas ainda tenta mudar a

Palavra de Deus de acordo com seu próprio desejo, em vez de colocar o seu desejo na dependência da Palavra de Deus. Mas na morte de Cristo na cruz nós morremos para as pretensões do homem e aos seus princípios religiosos e tirania, e estamos de fato livres para seguir somente a Jesus.”Saiamos, pois, a Ele, fora do arraial, levando o seu vitupério”. Hebreus 13:13.

“Se vós permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” João 8:31, 32.

2.7 - Redenção do corpo.

“…gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo.” Romanos 8: 23.

Como o crente , enquanto está aqui na terra, leva consigo a carne, sempre tentando roubar-lhe-á o brilho da face de Deus, não é espantoso que seu grande desejo seja estar para sempre livre de sua velha natureza, e estar com o Senhor. “…preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor” 2 Coríntios 5:8.

O livramento definitivo do corpo mortal tem lugar tanto na segunda vinda de Cristo como por ocasião da morte do crente. Na vinda de Cristo, ressuscitando-nos dentre os mortos, seremos revestidos com um novo e glorioso corpo, sem pecado, mortalidade, ou fraqueza, cansaço ou tristeza.

“Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade”. 1 Coríntios 15:53.

Então veremos a Cristo, nosso Libertador, face a face, e plenamente desfrutaremos de Sua vitória na cruz. Agora gememos neste tabernáculo terrestre, mas breve ele dará lugar a uma habitação melhor, não construída por mãos, mas eterna, nos céus.

Então seremos transformados na semelhança do Cristo glorificado.

3 - Jesus, o Caminho para o Perdão dos Pecados

O pecado é uma ameaça mais séria contra nosso bem-estar do que qualquer perigo físico, econômico ou social, que enfrentemos. Entretanto, todos nós somos culpados de pecado e incapazes, por nós mesmos, de remover sua mancha. O pecado é violação da lei de Deus e somente Deus pode perdoá-lo. Ele providenciou nosso perdão através de Jesus.

“No qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça” (Efésios 1:7).

“Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados” (1 Pedro 2:24).

Depois de seu sacrifício por nós, Jesus explicou como aqueles que estão perdidos no pecado podem ter a remissão dos pecados e serem salvos.

“Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém” (Lucas 24:46,47).

“Quem crer e for batizado ser salvo” (Marcos 16:16).

4 - Jesus, o Caminho para Deus

As pessoas perdidas necessitam mais do que perdão dos pecados. Elas precisam de recuperação daquela íntima união com Deus que perderam por seu pecado. Enviando Jesus ao mundo, “”Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (2 Coríntios 5:19).

Jesus declarou que só se pode chegar a Deus através dele. Ele disse:

“Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6).

5 - Jesus Cristo Nosso Substituto e Redentor

Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. (Jo. 3:17).

Deus não podia ter feito maior sacrifício do que este: Dar o seu próprio Filho para reconciliar consigo um mundo rebelde e perdido. A transgressão de Adão trouxe a condenação e a morte a toda geração humana. “Por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.” (Rm. 5:12). Deus decretou uma lei imutável: “A alma que pecar, essa morrerá.” (Ez. 18:4).

O pecado separa o homem de Deus. “As vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça.” (Is. 59:2).

Para nos aproximarmos a Deus há só um caminho. Jesus disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.” (Jo. 14:6). “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos.” (I Tm. 2:5-6).

Deus, na sua infinita misericórdia e amor, planejou um meio pelo qual o pecador pode ser salvo. Deus enviou o Espírito Santo ao mundo para convencer homens pecaminosos da sua condição perdida e “não tendo esperança, e sem Deus no mundo.” (Ef. 2:12).

Nunca poderemos entrar no céu nem permanecer na presença de Deus enquanto houver pecado na nossa conta. Temos que ser salvos do pecado pela expiação que Cristo consumou no Calvário, porque “sem derramamento de sangue não há remissão? Porquanto é o sangue que fará expiação pela alma.” (Hb. 9:22, Lv. 17:11).

Para salvar o homem perdido e pecaminoso do castigo correspondente à transgressão da lei, tinha que haver um substituto. Na Bíblia lemos: “Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito para que todo aquele nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16).

“Ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.” (Is. 53:5-6). “Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” (II Co. 5:21).

Na cruz, Jesus exclamou: “Está consumado.” Isto significa que estava concluído a obra da redenção. Jesus satisfez a justiça divina por nós? “Não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro que fostes resgatados, mas com o precioso sangue de Cristo.” (I Pe. 1:18-19). “Foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação.” (Ap. 5:9). “Também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito.” (I Pe. 3:18).

Todos aqueles que crêem em Jesus Cristo tem vida eterna. “Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida.” (I Jo. 5:11-12). “A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome.” (Jo. 1:12).

Jesus disse: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida? Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.” (Jo. 5:24, 3:36).

“Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus.” (I Jo. 5:13).

6 - O Que Significa Perdoar?

José tinha apenas dezessete anos quando seus irmãos, friamente, venderam-no para a escravidão. Separado de sua família e do seu país, ele atingiu a posição de supervisor da casa de Potifar, seu senhor egípcio. Mas o desastre atingiu-o novamente. Ele recusou os avanços sexuais da esposa de Potifar e ela acusou-o falsamente de assediá-la. Ele foi posto na prisão, onde, mais uma vez, o Senhor estava com ele e se tornou o supervisor dos outros prisioneiros. José permaneceu nessa prisão pelo menos durante varios anos (Gênesis 37; 39).

Faraó, rei do Egito, teve um sonho e desejava sua interpretação. José foi capaz, pelo poder de Deus, de interpretar o sonho de Faraó e foi exaltado a uma posição de poder próxima à do próprio Faraó. Este fê-lo encarregado da armazenagem e da distribuição dos cereais em toda a terra do Egito. Foi depois disto que os irmãos de José vieram ao Egito para comprar cereais. Estava dentro do poder de José tomar vingança contra aqueles que tinham pecado contra ele tantos anos atrás. Contudo, a Bíblia nos conta que José experimentou seus irmãos e, tendo visto o arrependimento deles, recebeu-os com lágrimas e afeto (Gênesis 45:1-15). Ele os tinha perdoado por seu pecado.

Muitas pessoas não perdoariam, como José o fez. Não é fácil, freqüentemente, perdoar, e quanto maior a intimidade que temos com aquele que peca contra nós, mais difícil é perdoá-lo. As Escrituras nos ensinam, contudo, que a má vontade em perdoar os outros nos retira o perdão divino. Jesus ensinou: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6:14-15). Desde que todos os indivíduos responsáveis diante de Deus necessitam de perdão, é portanto indispensável que entendamos e pratiquemos o perdão.

7 - O que é o Perdão?

A palavra grega traduzida como “perdoar” significa literalmente cancelar ou remir. Significa a liberação ou cancelamento de uma obrigação e foi algumas vezes usada no sentido de perdoar um débito financeiro. Para entendermos o significado desta palavra dentro do conceito bíblico de perdão, precisamos entender que o pecador é um devedor espiritual.

Até Jesus usou esta linguagem figurativa quando ensinou aos discípulos como orar: “e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores” (Mateus 6:12). Uma pessoa se torna devedora quando transgride a lei de Deus (1 João 3:4). Cada pessoa que peca precisa suportar a culpa de sua própria transgressão (Ezequiel 18:4,20) e o justo castigo do pecado resultante (Romanos 6:23).

Ele ocupa a posição de pecador aos olhos de Deus e perde sua comunhão com Deus (Isaías 59:1-2; 1 João 1:5-7).

A boa nova do evangelho é que Jesus pagou o preço por nossos pecados com sua morte na cruz. Quando aceitamos o convite para a salvação através de nossa obediência aos mandamentos de Deus, ele aceita a morte de Jesus como o pagamento de nossos pecados e nos livra da culpa por nossas transgressões. Não ficamos mais na posição de infratores da lei ou devedores diante de Deus. Somos perdoados!

O perdão, então, é um ato no qual o ofendido livra o ofensor do pecado, liberta-o da culpa pelo pecado. Este é o sentido pelo qual Deus “esquece” quando perdoa (Hebreus 8:12). Não que a memória de Deus seja fraca. Por exemplo, Deus lembrou-se do pecado de Davi a respeito de Bate-Seba e Urias muito tempo depois que Davi tinha sido perdoado (2 Samuel 12:13; 1 Reis 15:5). Ele liberta a pessoa perdoada da dívida do seu pecado, isto é, cessa de imputar a culpa desse pecado à pessoa perdoada (veja Romanos 4:7-8).

8 - O Perdão é Condicional

É importante entender que o perdão de Deus é condicional. Deus perdoa livremente no sentido que ele não exige a morte do pecador que responde a seu convite de salvação, permitindo que a morte de Jesus pague a pena por seus pecados. Contudo, Deus exige fé, arrependimento, confissão de fé e batismo como condições para o perdão do pecador estranho (Marcos 16:16; Atos 2:37-38; 8:35-38; Romanos 10:9-10). O perdão é também condicional para o cristão que peca.

O arrependimento, a mudança de pensamento, precisam ocorrer antes que o perdão divino seja estendido (Atos 8:22). Deus nos chama a perdoar assim como ele perdoa. Quando alguém peca contra mim, ele se torna um transgressor da lei de Cristo. Eu o considero um pecador. Se ele se arrepende e pede para ser perdoado, eu tenho que perdoá-lo, isto é, libertá-lo de sua culpa como transgressor.

Quando eu o perdôo, não o considero mais um pecador. Posso não ser literalmente capaz de esquecer o pecado que ele cometeu mais do que Deus literalmente “esquece” nossos pecados, mas preciso deixar de atribuir a ele a culpa pelo seu pecado. Deste modo, eu o liberto de sua “dívida”"

E se o pecador não se arrepender? Tenho que perdoar aquele que peca contra mim, mas não se arrepende? Talvez esta pergunta seja melhor respondida pelas palavras de Jesus: “Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe” (Lucas 17:3-4).

Jesus indicou que o perdão deveria ser estendido quando o pecador se arrepende e confessa seu pecado. Precisamos também lembrar que Deus sempre exige arrependimento como condição de divino perdão. Deus não exige de nós o que ele mesmo não está querendo fazer.

9 - Perdão Não É . . .

De fato, se libertamos o pecador de sua culpa sem arrependimento, encorajamo-lo a continuar em seus modos destruidores. O perdão não é a desculpa pelo pecado. Algumas pessoas “esquecem,” isto é, ignoram os pecados cometidos contra elas porque têm medo de enfrentar o pecador.

Entretanto a Bíblia é bem explícita sobre o curso da ação a ser seguida quando um irmão peca contra mim (Lucas 17:3; Mateus 18:15-17). O perdão fala de misericórdia, mas não deverá ser confundido com a tolerância e permissão do pecado. O Senhor perdoará ou punirá o pecador, dependendo da reação do pecador ao evangelho, mas ele não tolera a iniqüidade.

A Bíblia ensina que o direito de vingança pertence ao Senhor (Romanos 12:17-21). O perdão, contudo, não é simplesmente uma recusa a tirar vingança.

Algumas vezes a pessoa ofendida abstém-se de responder ao mal com o mal, mas não está querendo libertar o pecador de sua condição de transgressor mesmo quando o pecador se arrepende. A pessoa contra quem se pecou pode querer usar o pecado como um cacete para castigar o pecador, mencionando-o de vez em quando para vergonha do pecador. Se perdôo meu irmão, tenho que “esquecer” seu pecado no sentido que não mais o atribuo a ele.

O perdão não é a remoção das conseqüências temporais de nosso pecado. O homem que assassina outro pode arrepender-se e procurar o perdão, mas ainda assim sofrerá o castigo temporal da lei humana. Mesmo se perdoado, pode ter que passar o resto de sua vida na prisão. O perdão remove as conseqüências eternas do pecado!

10 - Como Posso Perdoar?

O pecado danifica as relações entre as pessoas como prejudica nossa relação com nosso Criador. A pessoa contra quem se pecou freqüentemente se sente ferida, talvez irada pela injustiça do pecado cometido. O perdão é necessário para a cura espiritual da relação, mas precisamos preparar nossos corações para perdoar. Precisamos aceitar a injustiça do ferimento, a deslealdade do pecado, e ficarmos prontos para perdoar (observe os exemplos de Jesus e Estevão; Lucas 23:34; Atos 7:60).

Mesmo se o pecador se recusar a se arrepender, não podemos continuar a nutrir a raiva, ou ela se tornará em ódio e amargura (veja Efésios 4:26-27,31-32). Ainda que o pecador possa manter sua posição como transgressor por causa de sua recusa a se arrepender, seu pecado não deverá dominar meu estado emocional.

E se o pecador se arrepender? Como posso aprender a perdoar? Jesus contou uma parábola sobre um servo que devia uma quantia enorme (10.000 talentos) ao seu rei (Mateus 18:23-35). Ele era incapaz de pagar a dívida e implorou ao rei por compaixão.

O rei perdoou-o por sua enorme dívida, mas este servo prontamente saiu e encontrou um dos seus companheiros servos que devia a ele uma quantia relativamente pequena e exigiu pagamento, agarrando-o pelo pescoço. Ainda que o companheiro de servidão implorasse por compaixão, o credor entregou-o à prisão. Quando o rei foi informado dos atos de seu servo incompassivo, irou-se e reprovou este servo, entregando-o aos torturadores até que ele pagasse totalmente sua dívida.

É claro que estamos representados na parábola pelo servo que tinha uma dívida enorme. Não há comparação entre as ofensas que temos cometido contra Deus e aquelas que têm sido cometidas contra nós. Jesus observou que, justo como no caso do servo não misericordioso, o Pai não nos perdoará por nossas infraçõe se não perdoarmos nossos companheiros (18:35; veja também Mateus 5:7).

Para nos prepararmos para perdoar, precisamos lembrar que nós mesmos somos pecadores e necessitados do perdão divino (Romanos 3:23). No caso do cristão, Deus já lhe perdoou uma imensa dívida no momento do batismo. Quando nos lembramos da grandeza da dívida que Deus quer nos perdoar, certamente podemos perdoar aqueles que nos devem muito menos em comparação (Efésios 4:32; Colossenses 3:13).

Conclusão:

O quanto o homem percebe que é escravo pode ser visto no fato de que nada é mais desejado pelos povos da terra do que a liberdade. Por exemplo, quantas GUERRAS foram travadas com o propósito de “LIBERDADE”, quantas revoluções e lutas sociais têm agitado o mundo com a meta de mais liberdade material.

O homem natural gosta de escolher livremente a vida que ele deseja viver, e pensa que está capacitado a fazer essa escolha.

O homem já foi livre, quando teve à sua disposição todas as boas coisas no jardim do Éden, quando ouvia livremente a voz amorosa de Deus, mas, após ter comido o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, seduzido por Satã e em desobediência a Deus, tornou-se escravo de Satanás, e toda a raça humana compartilha esta sujeição ao poder das trevas, a tirania do deus deste mundo.

A aparente liberdade do homem em certos países, que o faz pensar que pode fazer o que bem entender, não é liberdade real, porque todos os homens estão sob a servidão a Satanás e sob a escravidão ao pecado, de uma ou outra forma.

A liberdade verdadeira, a liberdade cristã, é a condição daqueles que têm escapado do poder de Satanás, e que estão habilitados pelo poder de Deus a viverem de acordo com os desejos de uma nova e celestial natureza, a qual encontra seu prazer em fazer a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

“Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará”. Lucas 9:24.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados - MS

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