Por José Roberto A. Barbosa
JESUS, O FILHO ETERNO DE DEUS
Texto Áureo: I Jo. 1.1 – Leitura Bíblica em Classe: I Jo. 1.1-17; Jo. 1.1-4; Cl. 1.16,17
INTRODUÇÃO
Os opositores de João negavam veementemente a divindade de Jesus. Para respondê-los e esclarecer a igreja, o Apóstolo revela que Cristo é o Verbo Eterno de Deus que se fez Carne e habitou entre os homens. Na lição de hoje, estudaremos a respeito do significado da expressão “Filho de Deus” nos escritos joaninos. Em Seguida, meditaremos a respeito do testemunho apostólico da encarnação do Verbo. E por fim, refletiremos sobre a eternidade de Cristo, o Verbo de Deus.
1. A EXPRESSÃO “O FILHO DE DEUS” NOS ESCRITOS JOANINOS
A expressão “Filho de Deus” é comumente usada não apenas no Evangelho de João para se referir a Cristo (Mt. 4.3; 16.16; Mc. 3.11; Lc. 1.35; 15.11; At. 8.37; Rm. 1.4; II Co. 1.19; Gl. 2.20; Ef. 4.13; Hb. 4.14). Nos escritos de João, essa expressão também acontece com certa freqüência (Jo. 10.36; I Jo. 1.18; 5.22; Ap. 2.18). Em algumas passagens do Novo Testamento, cristo é mostrado tão somente como o Filho (Mt. 11.27; Mc. 1.1; Jô. 1.18; 5.22; I Co. 15.28; Hb. 1.8; I Jô. 2.22). Em Jo. 3.16 Cristo é destacado por João como o Filho Unigênito. Em Lc. 1.32 Ele é descrito como o Filho do Altíssimo. O próprio Deus se refere a Cristo como “meu Filho amado” em várias situações (Mt. 3.17; Mc. 1.11; 9.7; Lc. 3.22; II Pe. 1.17; At. 13.33). Especificamente Nos escritos de João, a filiação divina tem como propósito mostrar a glória do Pai (Jo. 1.14) e tornar o Pai conhecido dos homens (Jo. 1.18). Conforme dito anteriormente, a essência singular da filiação de Cristo é destacado mediante o uso da expressão grega monogenés, isto é, unigênito. Com essa declaração João destaca que Cristo é o verdadeiro Deus (Jo. 20.31), e, desde a Eternidade, Cristo estava frente a frente com o Pai (Jo. 1.1). Nas Epístolas, João relaciona a filiação divina ao caráter messiânico de Jesus, para a revelação da vida eterna (I Jo. 5.20).
2. O TESTEMUNHO DA ENCARNAÇÃO DO VERBO
João testifica, na abertura da I Epístola, a respeito do “que sempre – desde o princípio – foi verdade quanto à Palavra da vida”, se referindo aquilo que já havia sido anunciado no Evangelho. O autor mostra, nesse trecho, a historicidade do Verbo Eterno. Ele entrou no tempo e foi manifestado aos homens. O Verbo se fez carne e se apresentou de modo que se tornou possível ouvi-lo, vê-lo e toca-lo. Assim, o Apóstolo pode testemunhar a respeito dessa revelação já que ouviu, viu e tocou, ressaltando assim suas credenciais. O propósito desse testemunho é que haja comunhão, incluindo a reconciliação com Deus em Cristo, pois nisso repousa a vida eterna. A revelação testemunhada por João visa trazer alegria, a felicidade completa que o evangelho de Cristo nos oferece. A alegria do Evangelho de Cristo é um tema comum nos escritos joaninos (Jô. 3.29; 15.11; 17.13; II Jô. 12). Essa declaração ecoa com o Sl. 16.1 “Na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra delícias perpetuamente”. O evangelho de Jesus é uma notícia alegre, pois nunca homem algum falou como Ele (Jô. 7.46). Aqueles que O ouviram foram privilegiados, foram, nas palavras do Senhor, bem-aventurados (Mt. 13.16,17; Lc. 10.23,24), mas os que crêem sem O ver também o são (Jo. 20.29), contanto que recebam a mensagem que Jesus ordenou que Suas testemunhas levassem adiante (Mt. 28.19-21; Mc. 16.15; At. 1.8).
3. A ETERNIDADE DO VERBO DE DEUS
O termo “verbo”, em Jo. 1.1, é às vezes traduzido por “palavra” em grego é “logos”. Há, na verdade, uma dificuldade para verter esse termo para uma outra língua. Alguns especialistas defendem que a expressão seria mais bem traduzida como “palavra em ação”. Isso porque o fundamento desse termo não seria a filosofia grega, mas o pensamento hebraico, que trata a respeito da palavra de Deus agindo sobre o mundo (Gn. 1; Sl. 33.6; Is. 7.3; 38.4; Sl. 104.20). O Verbo de Deus é Cristo cujas ações e palavras manifestam a revelação de Deus (Hb. 1.2) o que encontra eco nas palavras de Paulo em Cl. 1.16 afirmando que nEle – em Cristo – todas as coisas foram criadas e tudo subsiste. O Verbo é eterno, haja vista que Ele mesmo se apresenta como o Amém, o princípio da criação de Deus (Ap. 3.14). Em Jo. 1.15, João Batista declara a eternidade do Verbo ao reconhecer que Esse já existia antes dele. O profeta Isaias apresenta Cristo como o Deus Conosco e um dos seus atributos é o de ser Pai da Eternidade (Is. 9.6). Ao revelar-se como Filho de Deus e dizer que antes que Abraão existisse Ele já existia, Jesus incomodou os religiosos da Sua época, que quiseram apedrejá-lo por identificarem em suas declaração, uma identificação com a Deidade e um atributo da Sua existência eterna (Jo. 8.58).
CONCLUSÃO
Jesus é o Filho Eterno de Deus, não por criação – como os anjos, ou por adoção – como os crentes. Ele é, eternamente, o Filho de Deus, o unigênito do Pai. Quando se fez carne, Ele entrou na história da humanidade e revelou a glória de Deus. Por isso, podemos conhecer melhor o Pai, não apenas intelectivamente, mas afetivamente. Podemos ter um relacionamento mais íntimo com Ele porque Cristo, a Palavra Eterna, revelou um amor que até então era desconhecido. Por isso, como Tomé, podemos nos prostrar aos seus pés e declarar reverentemente “Senhor meu, e Deus meu!” (Jo. 20.28) e também declarar Aba (Rm. 8.15; Gl. 4.6), certos de que seremos ouvidos pelo Pai Nosso que está no Ceu (Mt. 6.9).
BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. As epistolas de João. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
STOTT, J. R. W. I, II e III João: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1982.
subsidioebd.blogspot.com/
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