CONSIDERAÇÃOS ACERCA DO CASAMENTO
por José Roberto A. Barbosa
Texto Áureo: Hb. 13.4 - Leitura Bíblica em Classe: I Co. 7.1-5,7,10,11
Objetivo: Mostrar que o casamento é, desde o princípio, uma instituição social e vitalícia como ponto de origem e suporte da família.
INTRODUÇÃO
A saída apresentada por Paulo aos crentes de Corinto, e também para nós hoje para evitar a imoralidade sexual, é o casamento. Nesta aula, aprenderemos o que a Bíblia ensina a respeito dessa importante instituição.. Estudaremos a respeito da questão do celibato, suas possibilidades e implicações, e, ao final, meditaremos a respeito do relacionamento conjugal entre cristãos e não-cristãos.
1. O CASAMENTO NA BÍBLIA
No Antigo Testamento a palavra hebraica para casamento é “laqah”, cujo significado básico é o de “pegar pela mão, conduzir”. No Novo Testamente, o termo “gamos”, em grego, significa “casar, celebrar o casamento, ter relações sexuais” (Mc. 6.17; Lc. 14.20; Jô. 2.1-2). A importância do casamento é claramente exposta no Novo Testamento e está baseada nos mandamentos de Deus (Gn. 2.24; Mt. 19.4-5; I Co. 6.16; Ef. 5.31). Jesus, no Sermão do Monte, destacou a natureza sagrada do casamento e reforçou o cuidado em relação ao mandamento de não cometer adultério (Mt. 5.31-32). Ainda que em Dt. 24.1 haja uma possibilidade de divórcio, em Mc. 10.2, Jesus o proibiu, permitindo-o somente nos casos de imoralidade sexual do cônjuge (Mt. 5.32; 19.9). O casamento é tão sublime do ponto de vista bíblico que, para Paulo, esse se assemelha ao relacionamento do homem com Deus (Rm. 9.25). Por esse motivo, o casamento é um mistério que ilustra a relação de Cristo com a igreja (Ef. 5.32). A fidelidade de Cristo pela igreja espelha como deve ser o tratamento do esposo para com a esposa e desta em relação àquele (Ef. 5.21-22, 25-29). Ao contrário do que depreendem alguns estudiosos, a partir do capítulo 7 da I Epístola aos Corintios, a visão paulina do casamento é positiva, não negativa. Conforme veremos nos próximos tópicos, o objetivo de Paulo nesse trecho da epístola é responder a alguns questionamentos da igreja (v. 1), levando em consideração os aspectos contextuais (v. 26).
2. O CASAMENTO E CELIBATO
Ao que tudo indica, na igreja de Corinto havia pólos extremos em relação ao casamento e ao celibato. Paulo, no entanto, evita esses dois posicionamentos e mostra que tanto o casamento quanto o celibato são dons de Deus. Por isso, se alguém recebeu o dom de casar, deve se casar, do mesmo modo, se recebeu o dom do celibato, deve permanecer no celibato. O Apóstolo destaca, nesse capítulo, que: 1) o casamento é puro, por isso a poligamia deva ser terminantemente proibida (7.2); 2) do mesmo modo ele trata a união homossexual (7.2); 3) o celibato não deve ser uma ordenança, ainda que seja motivado (7.1). O celibato não pode ser uma obrigatoriedade, conforme estipula algumas igrejas, pois só faz sentido caso seja resultado de um dom espiritual (Mt. 19.10-12), na verdade, o casamento é um princípio estabelecido por Deus quando criou o primeiro casal (Gn. 2.18); 4) há uma mutualidade nos direitos conjugais, portanto, no que tange ao relacionamento, o marido e a mulher devam saber que têm responsabilidades sexuais um com o outro (7.4), é preciso que haja cuidado para que um não prive o outro (7.5); 5) o ato sexual, no entanto, não deva ser endeusado, como costuma acontecer nesta sociedade centrada no sexo, é possível que os conjugues resolva absterem-se, com consentimento mútuo, por algum tempo, para a dedicação à oração (7.5). A razão para um tempo determinado, que não seja muito longo, é para evitar que Satanás entre em ação (7.5). Acima de tudo, é preciso desconstruir a idéia, defendida por alguns, que o sexo é pecado, na verdade, dependendo de como ele é feito, ai sim, pode se tornar pecado (Hb. 13.4).
3. O CASAMENTO ENTRE CRISTÃOS E NÃO-CRISTÃOS
A igreja de Corinto era bastante recente, por isso, algumas pessoas se converteram ao evangelho de Cristo depois de casadas. Como acontece com ainda hoje nas igrejas, é possível que o marido ou a mulher se converta e o cônjuge permanece descrente. O questionamento da igreja era o seguinte: devemos nós permanecer casados com cônjuges descrentes? A resposta do Apóstolo à essa pergunta é: se algum é SIM. Com isso, tal realidade não deva ensejar a separação. A conversão não muda o compromisso social do cristão, a não ser, e ai entre a exceção paulina, que o cônjuge descrente não mais queira viver com o crente (v. 15). Nesse caso, além da possibilidade do divórcio dada por Jesus, no caso da imoralidade sexual (Mt. 19.9), inclui-se também quando houver deserção obstinada da parte incrédula e que não possa por hipótese alguma ser remediada pela igreja. Aos cristãos não casados da igreja de Corinto, Paulo recomenda, tanto aos solteiros quanto às viúvas, que não se casem, a menos que realmente não possam, nesse caso, persiste a máxima, “é melhor casar do que viver abrasado” (v. 8,9). Um entrave para muitos teólogos é tentar entender porque Paulo, que defendera o casamento em tantas outras circunstâncias, parece se opor a esse. A resposta está nas circunstâncias, haja vista que a igreja se encontrava na iminência de ser perseguida, por isso, seria mais viável para os solteiros e as viúvas não se casarem, afinal, no contexto da perseguição, as famílias sofrem mais ainda (v. 28).
CONCLUSÃO
Esse capítulo da epístola não deva ser tomado isoladamente a fim de se construir uma teologia do casamento. Ele precisa ser correlacionado com outras passagens bíblicas, e, principalmente, ser visto a partir das indagações específicas da igreja de Corinto. Algumas verdades, entretanto, são de âmbito doutrinário, isto é, têm alcance universal, dentre elas, destacamos: 1) o celibato é um dom, portanto, se alguém anseia o casamento é porque não tem o dom do celibato, então, é melhor casar (v. 8,9); 2) quando for fazê-lo, esteja ciente que o seu futuro cônjuge seja, de fato, um cristão, a fim de que o casamento se dê no Senhor (v. 39); 3) se a conversão acontecer depois do casamento, todos os esforços devam ser feitos a fim de que o casamento seja mantido; e 4) os cônjuges devam ter o cuidado de cumprir a satisfação sexual um do outro, a fim de que não sejam alvo das tentações satânicas (vs. 3-5).
BIBLIOGRAFIA
LOPES, H. D. I Coríntios. São Paulo: Hagnos, 2008.
MORRIS, L. I Coríntios: Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2007
Objetivo: Mostrar que o casamento é, desde o princípio, uma instituição social e vitalícia como ponto de origem e suporte da família.
INTRODUÇÃO
A saída apresentada por Paulo aos crentes de Corinto, e também para nós hoje para evitar a imoralidade sexual, é o casamento. Nesta aula, aprenderemos o que a Bíblia ensina a respeito dessa importante instituição.. Estudaremos a respeito da questão do celibato, suas possibilidades e implicações, e, ao final, meditaremos a respeito do relacionamento conjugal entre cristãos e não-cristãos.
1. O CASAMENTO NA BÍBLIA
No Antigo Testamento a palavra hebraica para casamento é “laqah”, cujo significado básico é o de “pegar pela mão, conduzir”. No Novo Testamente, o termo “gamos”, em grego, significa “casar, celebrar o casamento, ter relações sexuais” (Mc. 6.17; Lc. 14.20; Jô. 2.1-2). A importância do casamento é claramente exposta no Novo Testamento e está baseada nos mandamentos de Deus (Gn. 2.24; Mt. 19.4-5; I Co. 6.16; Ef. 5.31). Jesus, no Sermão do Monte, destacou a natureza sagrada do casamento e reforçou o cuidado em relação ao mandamento de não cometer adultério (Mt. 5.31-32). Ainda que em Dt. 24.1 haja uma possibilidade de divórcio, em Mc. 10.2, Jesus o proibiu, permitindo-o somente nos casos de imoralidade sexual do cônjuge (Mt. 5.32; 19.9). O casamento é tão sublime do ponto de vista bíblico que, para Paulo, esse se assemelha ao relacionamento do homem com Deus (Rm. 9.25). Por esse motivo, o casamento é um mistério que ilustra a relação de Cristo com a igreja (Ef. 5.32). A fidelidade de Cristo pela igreja espelha como deve ser o tratamento do esposo para com a esposa e desta em relação àquele (Ef. 5.21-22, 25-29). Ao contrário do que depreendem alguns estudiosos, a partir do capítulo 7 da I Epístola aos Corintios, a visão paulina do casamento é positiva, não negativa. Conforme veremos nos próximos tópicos, o objetivo de Paulo nesse trecho da epístola é responder a alguns questionamentos da igreja (v. 1), levando em consideração os aspectos contextuais (v. 26).
2. O CASAMENTO E CELIBATO
Ao que tudo indica, na igreja de Corinto havia pólos extremos em relação ao casamento e ao celibato. Paulo, no entanto, evita esses dois posicionamentos e mostra que tanto o casamento quanto o celibato são dons de Deus. Por isso, se alguém recebeu o dom de casar, deve se casar, do mesmo modo, se recebeu o dom do celibato, deve permanecer no celibato. O Apóstolo destaca, nesse capítulo, que: 1) o casamento é puro, por isso a poligamia deva ser terminantemente proibida (7.2); 2) do mesmo modo ele trata a união homossexual (7.2); 3) o celibato não deve ser uma ordenança, ainda que seja motivado (7.1). O celibato não pode ser uma obrigatoriedade, conforme estipula algumas igrejas, pois só faz sentido caso seja resultado de um dom espiritual (Mt. 19.10-12), na verdade, o casamento é um princípio estabelecido por Deus quando criou o primeiro casal (Gn. 2.18); 4) há uma mutualidade nos direitos conjugais, portanto, no que tange ao relacionamento, o marido e a mulher devam saber que têm responsabilidades sexuais um com o outro (7.4), é preciso que haja cuidado para que um não prive o outro (7.5); 5) o ato sexual, no entanto, não deva ser endeusado, como costuma acontecer nesta sociedade centrada no sexo, é possível que os conjugues resolva absterem-se, com consentimento mútuo, por algum tempo, para a dedicação à oração (7.5). A razão para um tempo determinado, que não seja muito longo, é para evitar que Satanás entre em ação (7.5). Acima de tudo, é preciso desconstruir a idéia, defendida por alguns, que o sexo é pecado, na verdade, dependendo de como ele é feito, ai sim, pode se tornar pecado (Hb. 13.4).
3. O CASAMENTO ENTRE CRISTÃOS E NÃO-CRISTÃOS
A igreja de Corinto era bastante recente, por isso, algumas pessoas se converteram ao evangelho de Cristo depois de casadas. Como acontece com ainda hoje nas igrejas, é possível que o marido ou a mulher se converta e o cônjuge permanece descrente. O questionamento da igreja era o seguinte: devemos nós permanecer casados com cônjuges descrentes? A resposta do Apóstolo à essa pergunta é: se algum é SIM. Com isso, tal realidade não deva ensejar a separação. A conversão não muda o compromisso social do cristão, a não ser, e ai entre a exceção paulina, que o cônjuge descrente não mais queira viver com o crente (v. 15). Nesse caso, além da possibilidade do divórcio dada por Jesus, no caso da imoralidade sexual (Mt. 19.9), inclui-se também quando houver deserção obstinada da parte incrédula e que não possa por hipótese alguma ser remediada pela igreja. Aos cristãos não casados da igreja de Corinto, Paulo recomenda, tanto aos solteiros quanto às viúvas, que não se casem, a menos que realmente não possam, nesse caso, persiste a máxima, “é melhor casar do que viver abrasado” (v. 8,9). Um entrave para muitos teólogos é tentar entender porque Paulo, que defendera o casamento em tantas outras circunstâncias, parece se opor a esse. A resposta está nas circunstâncias, haja vista que a igreja se encontrava na iminência de ser perseguida, por isso, seria mais viável para os solteiros e as viúvas não se casarem, afinal, no contexto da perseguição, as famílias sofrem mais ainda (v. 28).
CONCLUSÃO
Esse capítulo da epístola não deva ser tomado isoladamente a fim de se construir uma teologia do casamento. Ele precisa ser correlacionado com outras passagens bíblicas, e, principalmente, ser visto a partir das indagações específicas da igreja de Corinto. Algumas verdades, entretanto, são de âmbito doutrinário, isto é, têm alcance universal, dentre elas, destacamos: 1) o celibato é um dom, portanto, se alguém anseia o casamento é porque não tem o dom do celibato, então, é melhor casar (v. 8,9); 2) quando for fazê-lo, esteja ciente que o seu futuro cônjuge seja, de fato, um cristão, a fim de que o casamento se dê no Senhor (v. 39); 3) se a conversão acontecer depois do casamento, todos os esforços devam ser feitos a fim de que o casamento seja mantido; e 4) os cônjuges devam ter o cuidado de cumprir a satisfação sexual um do outro, a fim de que não sejam alvo das tentações satânicas (vs. 3-5).
BIBLIOGRAFIA
LOPES, H. D. I Coríntios. São Paulo: Hagnos, 2008.
MORRIS, L. I Coríntios: Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2007
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