por: Pr. Geraldo Carneiro Filho.
TÍTULO: “COISAS SACRIFICADAS AOS ÍDOLOS”
TEXTO ÁUREO - I Cor 10:20
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: I Cor 8:1-4; 10:14, 18-22
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
I - INTRODUÇÃO:
Ser idólatra não significa apenas adorar uma imagem de escultura; mas também reverenciar o próprio eu, um objeto, uma pessoa ou qualquer coisa que tente anular o dever de o homem cultuar a Deus. Por isso, os cantores e pregadores não devem ser adorados, pois isto é uma forma velada de idolatria, que é condenada por Deus. Devemos orar por eles para que continuem sendo bênçãos nas mãos do Senhor, mas jamais devemos considerá-los nossos ídolos (Mt 4:10).
II - IDOLATRIA - SIGNIFICADO E ORIGEM:
A idolatria vem de duas palavras gregas: EIDOLON, que significa “ÍDOLO”; e LATREUNO, que significa “ADORAR, SERVIR, PRESTAR SERVIÇO SAGRADO”. A idolatria, portanto, consiste em cultuar ao ídolo, sendo uma das conseqüências da apostasia do ser humano. Tudo aquilo que o homem ama mais do que a Deus, torna-se o seu deus, incluindo aí a avareza (Fp 3:19; Ef 5:5; Cl 3:5).
Quanto à origem, a prática da idolatria era desconhecida no mundo pré-diluviano. A Bíblia fala de violência, maldade e corrupção, mas não menciona a idolatria (Gn 6:5, 11-12). Esta começou com Ninrode, o construtor da Torre de Babel. Ele foi o primeiro a ser adorado como deus. Sua mulher, Semíramis, é a mãe de Adônis, ou Tamuz, divindade de Babilônia (Gn 10:9-12; Ez 8:14). As migrações humanas partiram de Babilônia para todos os quadrantes da terra, levando consigo suas crenças e divindades. Babilônia é, portanto, o berço da idolatria.
III - A NATUREZA REAL DA IDOLATRIA:
I Sm 12:20-31 - Não se pode compreender a atração que exercia a idolatria sobre o povo, a menos que compreendamos sua verdadeira natureza.
1. A Bíblia deixa claro que o ídolo em si, nada é (Jr 2.11; 16.20). O ídolo é meramente um pedaço de madeira ou de pedra, esculpido por mãos humanas, que nenhum poder tem em si mesmo. Samuel chama os ídolos de “vaidades” (12.21), e Paulo declara expressamente: “sabemos que o ídolo nada é no mundo” (1Co 8.4; cf. 10.19,20). Por essa razão, os salmistas e os profetas freqüentemente zombavam dos ídolos (Sl 115.4-8; 135.15-18); (1Rs 18.27; Is 44.9-20; 46.1-7; Jr 10.3-5).
2. Por trás de toda idolatria, há demônios, que são seres sobrenaturais controlados pelo diabo. Tanto Moisés (ver Dt 32.17) quanto o salmista (Sl 106.36,37) associam os falsos deuses com demônios (cf 1Co 10.20). Noutras palavras, o poder que age por detrás da idolatria é o dos demônios, os quais têm muito poder sobre o mundo e os que são deles. Satanás, como “o deus deste século” (2Co 4.4), exerce vasto poder nesta presente era iníqua (1 Jo 5.19 cf. Lc 13.16; Gl 1.4; Ef 6.12; Hb 2.14). Ele tem poder para produzir falsos milagres, sinais e maravilhas de mentira e de proporcionar às pessoas benefícios físicos e materiais (2Ts 2.9; Ap 13.2-8,13; 16.13-14; 19.20). Sem dúvida, esse poder contribui, às vezes, para a prosperidade dos ímpios (cf. Sl 10.2-6; 37.16, 35; 49.6; 73.3-12).
3. A correlação entre a idolatria e os demônios vê-se mais claramente quando percebemos a estreita vinculação entre as práticas religiosas pagãs e o espiritismo, a magia negra, a leitura da sorte, a feitiçaria, a bruxaria, a necromancia e coisas semelhantes (2Rs 21.3-6; Is 8.19; Dt 18.9-11; Ap 9.21). Segundo as Escrituras, todas essas práticas ocultistas envolvem submissão e culto aos demônios. Quando, por exemplo, Saul pediu à feiticeira de Endor que fizesse subir Samuel dentre os mortos, o que ela viu ali foi um espírito subindo da terra, representando Samuel (I Sm 28.8-14), i.e., ela viu um demônio subindo do inferno.
4. O NT declara que a cobiça é uma forma de idolatria (Cl 3.5). A conexão é óbvia: pois os demônios são capazes de proporcionar benefícios materiais. Uma pessoa insatisfeita com aquilo que tem e que sempre cobiça mais, não hesitará em obedecer aos princípios e vontade desses seres sobrenaturais que conseguem para tais pessoas aquilo que desejam. Embora tais pessoas talvez não adorem ídolos de madeira e de pedra, entretanto adoram os demônios que estão por trás da cobiça e dos desejos maus; logo, tais pessoas são idólatras (Mt 6.24 cf 1Co 10.21).
IV - DEUS NÃO TOLERARÁ NENHUMA FORMA DE IDOLATRIA:
1. Ele advertia freqüentemente contra ela no AT:
(a) Nos dez mandamentos, os dois primeiros mandamentos são contrários diretamente à adoração a qualquer deus que não seja o Senhor Deus de Israel (Êx 20.3,4).
(b) Esta ordem foi repetida por Deus noutras ocasiões (e.g., Êx 23.13, 24; 34.14-17; Dt 4.23,24; 6.14; Js 23.7; Jz 6.10; 2Rs 17.35,37,38).
(c) Vinculada à proibição de servir outros deuses, havia a ordem de destruir todos os ídolos e quebrar as imagens de nações pagãs na terra de Canaã (Êx 23.24; 34.13; Dt 7.4,5; 12.2,3).
2. Por não cumprir Suas ordens, Deus castigou Israel, permitindo que seus inimigos o dominasse.
a) O livro de Juízes apresenta um ciclo constantemente repetido, em que os israelitas começavam a adorar deuses-ídolos das nações que eles deixaram de conquistar. Deus permitia que os inimigos os dominassem; o povo clamava ao Senhor; o Senhor atendia o povo e enviava um juiz para libertá-lo.
(b) A idolatria no Reino do Norte continuou sem dificuldade por quase dois séculos. Finalmente, a paciência de Deus esgotou-se e Ele permitiu que os assírios destruíssem a capital de Israel e removeu dali as dez tribos (2Rs 17.6-18).
(c) O Reino do Sul (Judá) teve vários reis que foram tementes a Deus, como Ezequias e Josias, mas por causa dos reis ímpios como Manassés, a idolatria se arraigou na nação de Judá (2Rs 21.1-11). Como resultado, Deus disse, através dos profetas, que Ele deixaria Jerusalém ser destruída (2Rs 21.10-16). A despeito dessas advertências, a idolatria continuou (Is 48.4,5; Jr 2.4-30; 16.18-21; Ez 8), e, finalmente, Deus cumpriu a sua palavra profética por meio do rei Nabucodonosor de Babilônia, que capturou Jerusalém, incendiou o templo e saqueou a cidade (2Rs 25).
3. O NT também adverte todos os crentes contra a idolatria.
(a) A idolatria manifesta-se de várias formas hoje em dia. Aparece abertamente nas falsas religiões mundiais, bem como na feitiçaria, no satanismo e noutras formas de ocultismo. A idolatria está presente sempre que as pessoas dão lugar à cobiça e ao materialismo, ao invés de confiarem em Deus somente. Finalmente, ela ocorre dentro da igreja, quando seus membros acreditam que, a um só tempo, poderão servir a Deus, desfrutar da experiência da salvação e as bênçãos divinas, e também participar das práticas imorais e ímpias do mundo.
(b) Daí, o NT nos admoestar a não sermos cobiçosos, avarentos, nem imorais (Cl 3.5; cf. Mt 6.19-24; Rm 7.7; Hb 13.5,6;) e, sim, a fugirmos de todas as formas de idolatria (1Co 10.14; 1Jo 5.21).
V - CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Deus reforça suas advertências com a declaração de que aqueles que praticam qualquer forma de idolatria não herdarão o seu reino (1Co 6.9,10; Gl 5.20,21; Ap 22.15).
FONTES DE CONSULTA:
1. Lições Bíblicas CPAD - 2° Trimestre de 1996 - Comentarista: Valdir Bícego.
2. Lições Bíblicas CPAD - 2° Trimestre de 1998 - Comentarista: Esequias Soares.
3. A Bíblia de Estudo Pentecostal - CPAD
Publicado no blog Escola Bíblica Dominical para Todos
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