A ORAÇÃO SACERDOTAL DE JESUS CRISTO
Texto Áureo: Lc. 6.12 – Jo. 17.1-4; 15.17; 20-22
Texto Áureo: Lc. 6.12 – Jo. 17.1-4; 15.17; 20-22
Pb. José Roberto A. Barbosa
Objetivo: Meditar na oração sacerdotal de Jesus, a fim de que, como Ele, possamos nos relacionar com o Pai e agrada-lo em todas as circunstâncias da vida.
INTRODUÇÃO
Após cear com seus discípulos, Jesus profere uma oração intercessória ao Pai. Ela é conhecida como sacerdotal porque através dela o Senhor pede em prol daqueles que já o seguiam e que viriam a segui-lo ao longo dos tempos. Nesta aula, dividiremos essa oração em três partes: a primeira, Jesus ora por Si mesmo; a segunda, pelos seus discípulos; e por fim, ora pela Sua igreja. Devemos ter em mente, ao longo da exposição, o interesse de Jesus: pela Sua glorificação (Jo. 17.1-5); seu grupo apostólico imediato (Jo. 17.6-19) e 3) o grande número de crentes que ainda haveria de aceitar a fé (Jo. 17.20-26).
1. JESUS ORA POR SI MESMO
Para descer a terra, Jesus esvaziou-se, assumindo a forma de homem (Fp. 2.5-11). Por isso, diante da crucificação iminente, pede ao pai que o glorifique, tal como antes que o mundo existisse. Ele desejava retornar ao trono do Pai, não somente para seu bem-estar, mas para atuar em prol da Sua igreja (Jo. 7.39). Jesus existia desde a eternidade, mesmo antes que o mundo fosse criado, e antes de se tornar carne e nascer de Maria, Ele já desfrutava da glória do Pai. Essa verdade deva servir de fundamento para fé do cristão, pois temos a certeza de que Ele possui todo o poder e é capaz de salvar os pecadores, pois sua eternidade comprova Sua divindade (Jo. 1.14). Jesus não deixou de ser Deus ao tornar-se carne, pois nEle habitava corporalmente toda a divindade (Cl. 2.9). Ainda assim, Ele não deixou de se compadecer da condição humana. Mesmo reconhecendo os defeitos dos seus discípulos, Jesus não deixou de interceder por eles perante o Pai, mas não apenas por aqueles, mas por todos os que viriam a crer por intermédio do testemunho daqueles primeiros discípulos. A compaixão de Jesus, sua disposição para perdoar, deva servir de lição para todo cristão, Ele não se esqueceu nem mesmo de Pedro, após este O ter negado (Mc. 16.7). Muito antes lhe havia dito “eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça” (Lc. 22.32).
2. JESUS ORA PELOS SEUS DISCÍPULOS
Jesus ora especificamente pelos seus discípulos: “é por eles que eu rogo”, “por aqueles que deste”, e não pelos ímpios “não rogo pelo mundo”. A razão dessa singularidade é que eles “guardaram a tua palavra” (v. 6), “porque lhes dei as palavras que tu me deste; e eles as receberam” e “creram que me enviaste” (v. 8). O discipulado é conseqüência de uma experiência íntima com Cristo, e principalmente, da aceitação da Sua Palavra. Mas Jesus não quer que seus discípulos sejam retirados do mundo, pelo menos por enquanto. Diante das perseguições, é bem provável que esses quisessem retornar ao lar, à casa do Pai (Jo. 14.1). Seus discípulos precisariam permanecer no mundo, para que, nele, dEle dessem testemunho (At. 1.8). Ademais, para que pudessem amadurecer na fé, fazia-se necessário que enfrentassem aflições, ainda que tivessem, do Senhor, a promessa de que sairiam vencedores (Jo 16.33) e de que seriam livres do mal (Jo. 17.15; I Co. 5.9-11). O interesse primordial de Jesus não é pela prosperidade material dos seus discípulos, mas para que vivessem em santificação, que fossem santificados pela Palavra, que é a Verdade (Jo. 17.17). Mas Ele não queria que seus discípulos se encontrassem em divisão, antes que fossem um, como Ele e o Pai eram um. Os partidarismos eclesiásticos prejudicam a unidade da igreja (I Co. 3). Desde o princípio, a motivação central da igreja deveria ser a manutenção da unidade pelo vínculo da paz (Ef. 4.3), a fim de que essa possa chegar à unidade da fé (Ef. 4.13).
3. JESUS ORA PELA SUA IGREJA
Por fim, Jesus ora não apenas por aqueles discípulos, mas por todos os que viriam a crer por intermédio da mensagem deles (Jo. 17.20). Esse é o fundamento da fé da igreja cristã, a Palavra de Jesus, pregada pelos apóstolos, registrada na Escritura. Ainda que Jesus não tivesse orado pelo mundo, mas orou por aqueles que estavam no mundo, alvo do amor de Deus (Jo. 3.16). A vontade de Jesus é que onde ele se encontra, também estejam com Ele aqueles que O receberam, para que vejam a Sua glória. Essa parte da oração aponta para um futuro glorioso, esperança da igreja de Cristo. Não podemos ver ao Senhor agora, mas chegará o dia no qual O veremos como Ele é (I Jo. 3.2). Quando a trombeta soar, estaremos para sempre com o Senhor, os mortos ressuscitarão, os vivos serão transformados, essa é uma mensagem de conforto para a igreja (I Ts. 4.13-17). E, como disse o Salmista, “na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente” (Sl. 16.11). Pois a Igreja, aqueles que foram chamados para fora, a assembléia de Cristo, conheceu, não pela carne e pelo sangue, mas pela Palavra de Deus, que Ele fora enviado do Pai (Jo. 17.25). E essa é a justamente a vida eterna que “que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo. 17.3).
CONCLUSÃO
A oração sacerdotal de Jesus é categorizada, pelos teólogos, como “o santo dos santos das Escrituras”. Nessas palavras o Senhor revela sua íntima comunhão com o Pai, a quem nos ensinou a chamar de Aba (Papai). Através dessa oração podemos conferir o amoroso interesse de Jesus por aqueles que O seguem. Diante dessa intercessão graciosa, devemos não apenas ter confiança nas palavras de Cristo, que são fiéis e verdadeiras, mas também adorá-LO, tributando, a Ele, a glória que LHE é devida.
BIBLIOGRAFIA
BRANDT, R. L; BICKET, Z. J. Teologia bíblica da oração. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
PEARLMAN, M. João: o evangelho do Filho de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
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