ELIAS E OS
PROFETAS DE BAAL
Texto Áureo: I Rs. 18.21
– Leitura Bíblica: I Rs. 18.36-40
Prof. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
A apostasia em Israel era manifestada no sincretismo religioso, isto
é, a mistura de crenças. Nestes dias esse tipo de pensamento predomina,
principalmente no contexto da pós-modernidade. Veremos, na lição de hoje, que
os profetas de Baal precisavam ser confrontados por Elias. E que, atualmente,
devemos assumir uma posição profética confrontando posicionamentos contrários à
Palavra de Deus.
1. O SINCRETISMO BAALISTA
EM ISRAEL
Baal, cujo nome significa
“senhor ou marido” em hebraico, era uma divindade cananéia (I Cr. 5.5; 8.30; 9.36)
adorada por alguns israelitas, inclusive nos tempos do rei Acabe. Esse deus era
cultuado conjuntamente com a natureza, associado à fertilidade, por isso tinha
a ver com o raio e a chuva. O povo de Israel desenvolveu uma espécie de
sincretismo, uma confluência de crenças. Algumas pessoas queriam,
simultaneamente, adorarem a Yahweh e a Baal. O confronto profético se fez
necessário a fim de distanciar o povo da apostasia. O povo está confuso,
dividido entre dois pensamentos. A assimilação do baalismo pelos israelitas
resultou de uma série de fatores, dentre eles: o casamento misto com os
cananeus, em sua expressão mais grave do rei Acabe com Jezabel; a participação
em festas pagãs, e que fomentavam pecados sexuais; e as flexibilizações das
religiões cananeias, em oposição às exigências da fé judaica. O sincretismo
religioso entre baalismo e judaísmo pode ser identificado nas seguintes
passagens: Jz. 2.1-5; 2.11-13,17,19; 3.5-7; 6.25). A própria combinação de
palavras revela a combinação entre o Deus de Israel e o deus dos cananeus:
Jeeubaal (Jz. 7.1); Beeliada (I Cr. 14.7); Es-Baal e Meribe-Baal (I Cr.
8.33,34). Em I Rs. 18, identificamos o cúmulo do sincretismo religioso em
Israel. Deus levantou um profeta fiel e corajoso para confrontar os profetas de
Baal, a fim de evitar que o povo fosse tomado pela idolatria.
2. O CONFRONTO DE ELIAS
CONTRA OS PROFETAS DE BAAL
Diante dos descalabros do rei Acabe e da rainha Jezabel, fomentando a
idolatria em Israel, Elias propôs um confronto com os profetas daquela divindade
cananéia. Ele convida todos a se apresentarem no monte Carmelo, também os
quatrocentos e cinquentas profetas de Baal e os quatrocentos profetas do
poste-ídolo (I Rs. 18.19). O objetivo do profeta do Senhor era revelar que de
fato era o verdadeiro Deus, já que o povo se encontrava dividido entre dois
pensamentos. Por isso indagou Elias: “Se o SENHOR é Deus, segui-o; se é Baal,
segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu” (I Rs. 18.21). Isso mostra
que a apostasia já estava generalizada, e falta de compromisso com Deus. Elias
orientou para que novilhos fossem postos sobre a lenha, sem que fosse colocado
fogo, Yahweh e Baal deveriam ser invocados, o que respondesse com fogo seria o
verdadeiro Deus (I Rs. 18.22-26). O povo gostou da ideia, aprovou o confronto,
e os profetas de Baal clamaram à divindade, que não respondeu, eles manquejavam
ao redor do altar, sem êxito. Diante da falta de resposta de Baal, os profetas
se flagelaram, o profeta de Deus os tratou com sarcasmo: “Clamai em altas vozes,
porque ele é deus; pode ser que esteja meditando, ou atendendo a necessidades,
ou de viagem, ou a dormir e despertará” (I Rs. 18.27). Em seguida Elias provoca
os profetas, restaura o altar do Senhor, arma a lenha, pede para que derramem
água sobre esta e ora ao Deus de Israel (I Rs. 18.36-37). A resposta foi que
“caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e a
terra, e ainda lambeu a água que estava no rego. O que vendo todo o povo, caiu
de rosto em terra e disse: O SENHOR é Deus! O SENHOR é Deus!” (I Rs. 18.38,39).
3. CONFRONTANDO OS ÍDOLOS
MODERNOS
Como Elias, estamos diante de um confronto com a sociedade moderna,
mas somente aqueles que estão no centro da vontade de Deus reconhecem seu
ministério profético. A maioria que conta é a do Senhor, não a dos homens, de
nada adianta serem 850 contra 1, se Deus estiver do lado desse 1. Como o povo
de Israel, não podemos ficar coxeando entre dois pensamentos, divididos, a fim
de sermos politicamente corretos. Precisamos tomar partido, e o partido de
Deus, não o dos homens, para não sermos vomitados da boca de Cristo (Ap.
3.15,16). A maior carência nos dias atuais é a de profetas comprometidos com a
verdade de Deus. Homens e mulheres de princípios, que não se vendam por
dinheiro ou posição. O instrumento dos profetas do Senhor é a Sua palavra, eles
sabem que precisam prestar contas Àquele que é O Senhor, não um senhor. Além da
Palavra, os profetas de Deus não se apartam da oração, sabem que é por meio
desta que o Senhor intervém. A oração foi o recurso que Elias usou para revelar
ao povo quem era o verdadeiro Deus. Os profetas do Senhor não temem os falsos
profetas, e muito menos aos deuses porque suas vidas são consagradas
inteiramente a Deus. É bastante comum hoje os evangélicos ajustarem a Bíblia
aos seus interesses. Ao invés de se ajustarem ao evangelho de Jesus, em toda
sua radicalidade, servem mais aos seus interesses pessoais do que a pessoa de
Cristo. Nestes dias de apostasia, não carecemos de mais evangélicos, mas de
verdadeiros discípulos, que estejam dispostos a carregarem a cruz (Mt.
16.34-28).
CONCLUSÃO
O sincretismo religioso está comprometendo a fé de vários cristãos,
igrejas inteiras estão abrindo mão da palavra, e do Senhor, e se prostrando
perante outros deuses. Mas ninguém pode servir a Deus e a Mamom (Mt. 6.24), só
existe um Deus Verdadeiro, que enviou Jesus Cristo (Jo. 17.3). Jesus é o
Caminho, a Verdade e a Vida, ninguém vai ao Pai se não for por Ele (Jo. 14.6).
Em nenhum outro há salvação, somente em Jesus está a vida eterna (At. 4.12).
Não podemos fazer concessões em relação a essa verdade, que não admite qualquer
tipo de sincretismo e confrontar o erro pela Palavra de Deus.
BIBLIOGRAFIA
GETZ, G. Elias: um modelo de coragem e fé. São
Paulo: Mundo Cristão, 2003.
SWINDOLL, C. R. Elias: um homem de heroísmo e
humildade. São Paulo: Mundo Cristão, 2001.
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