Por Francisco A. Barbosa
Blog Auxilio Ao Mestre
Texto Áureo
“E Jesus, tendo ouvido isto, disse-lhes: Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento” (Mc 2.17).
– Jesus se compara a um médico que vai aonde há verdadeira necessidade. é tão absurdo Jesus recusar-se a lidar com pecadores publicamente reconhecidos como um médico recusar-se a tratar dos doentes. Os fariseus que se consideravam justos, ficaram indignados por Jesus participar de uma refeição com os pecadores. Mas Jesus prazerosamente se associava com os desprezados, porque os amava e sabia que precisavam ouvir o que Ele lhes tinha a dizer. Jesus sempre gastou seu tempo com qualquer um que precisasse ouvir sua mensagem, pobres, ricos, bons ou maus. Também devemos nos aproximar daqueles que precisam de Cristo, mesmo que não pareçam ser a companhia ideal. Será que existem pessoas que você ignorou por causa da sua reputação? Elas podem ser as que mais necessitam ouvir de você a mensagem do amor de Cristo que esta em sua vida [1].
Verdade Prática
Jesus confiou-nos a missão de transformar a sociedade, na qual estamos inseridos, através do Evangelho.
Leitura Bíblica em Classe
Marcos 2.13-17/ Atos 2.37-41
Marcos 2.13-17/ Atos 2.37-41
Objetivos
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Explicar como a Igreja deve se relacionar com a sociedade;
- Compreender o papel de proteção social que a Igreja exerce na sociedade, e
- Conscientizar-se de que a evangelização e a atuação da Igreja podem restaurar a sociedade.
- Explicar como a Igreja deve se relacionar com a sociedade;
- Compreender o papel de proteção social que a Igreja exerce na sociedade, e
- Conscientizar-se de que a evangelização e a atuação da Igreja podem restaurar a sociedade.
Palavra-chave
AGENTE
AGENTE
Que opera, agencia, age.
Comentário
(I. Introdução)
O texto de ouro da lição traz uma enfática declaração de prioridade da missão de Jesus. Nas palavras de Jesus, há tanto verdade quanto ironia severa. Os publicanos, as prostitutas e outros semelhantes são espiritualmente ‘doentes’, mas Jesus não pretende que os fariseus pensem em si mesmos como sãos (Lc 18.9-14). Jesus põe abaixo as categorias artificiais de toda religião legalista, baseada na justiça própria. Como o Antigo Testamento (Sl 14.1-3), Jesus ensina que todos são pecadores (Mc 7.1-8) e que a justiça é o primeiro e mais importante dom de Deus para os pecadores arrependidos (Sl 5.11-18; Lc 19.9; Rm 3.22). Jesus não só transformou e influenciou a sociedade na qual estava inserido, como dividiu a história da humanidade e seus feitos, sua vida, suas palavras têm voz até hoje. Na teologia desenvolvida por Paulo, a Igreja é identificada como ‘Esteio da verdade’ (1Tm 3.15), justamente aquilo que é maior necessidade do mundo de hoje. A pós-modernidade é caracterizada pelo relativo, hoje, o conceito de verdade é relativo. O homem, propositalmente, passa ao largo de tudo aquilo que está ligado à verdade. Durante nossa vida cristã aprendemos que a missão da igreja e do crente é ganhar almas para Jesus, que a missão delegada por ele à Igreja foi ‘ir’, afinal, Jesus veio para salvar o que se havia perdido (Lc 19.10). Usamos estratégias para o evangelismo, promovem-se eventos evangelísticos, ações sociais, ou simplesmente, saímos pelas ruas distribuindo folhetos e falando do Amor de Jesus. Contudo, ainda que seja legítima tais iniciativas, a preocupação com “projetos oficiais” da igreja tem substituído a ênfase no testemunho diário e ativo do cristão em meio à sociedade. A vida de Jesus não era só discursiva, era de prática. A Igreja precisa desenvolver o método de Jesus e cumprir verdadeiramente seu papel de sal da terra e luz do mundo, transformando o meio pela mensagem do Evangelho e estabelecermos uma relação de influência com a sociedade secular. Quando esta convivência ocorre, é esta última que acaba influenciando a primeira com resultados desastrosos para a ortodoxia da Igreja. Com esta lição, aprenderemos a influenciar o mundo política, econômica e culturalmente sem diluirmos a nossa mensagem na tentativa de aumentar o espectro de influência do evangelho. Como disse o Pr Antônio Gilberto: “A Igreja de Jesus – a verdadeira Igreja, aquela que teme ao Senhor e segue a sua Palavra – não pode se coadunar com a filosofia do mundo, que cada vez mais afunda no pecado. A Igreja neotestamentária é necessariamente diferente do mundo; de modo que, no dia em que a Igreja se coadunar com o mundo, e vice-versa, será o fim. Quando o mundo diz sim, a Igreja diz não. É assim que deve ser.”[2]. No dizer de Paulo: “Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns. Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele” (1Co.9.22,23). Boa Aula!
(II. Desenvolvimento)
I. A IGREJA E A SOCIEDADE
1. O que é uma sociedade? (latim societas, -atis); Reunião de pessoas unidas pela origem ou por leis; Estado social; associação amistosa com outros. Societas é derivado de socius, que significa ’companheiro’, e assim o significado de sociedade é intimamente relacionado àquilo que é social. Está implícito no significado de sociedade que seus membros compartilham interesse ou preocupação mútua sobre um objetivo comum. Em Sociologia, uma sociedade é o conjunto de pessoas que compartilham propósitos, gostos, preocupações e costumes, e que interagem entre si constituindo uma comunidade. A sociedade é objeto de estudo comum entre as ciências sociais, especialmente a Sociologia, a História, a Antropologia e a Geografia [3], [4]. O homem é um ser social por natureza. A pessoa humana necessita da vida social, porque ninguém é auto-suficiente. Por isso, temos a tendência natural que nos impulsiona a nos associar, com o fim de alcançar objetivos que excedem as capacidades individuais. O fim último da sociedade é a pessoa humana, e por isto a justiça social só pode ser conseguida se tem o devido respeito à dignidade transcendente do homem, criado por Deus a sua imagem e semelhança, com uma alma racional e com um fim supremo, que é a glória do Céu. Rui Barbosa afirmou: “família é a célula mater da sociedade”; “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornado-se os dois uma só carne” (Gn 2.24). Quando Deus instituiu a família visou ao homem e a sua esposa oportunidade de prazer, convívio mútuo e meio de procriação, uma forma de se multiplicar. Esta célula corre sério perigo de extinção, como escreveu John MacArthur: “Talvez sejamos testemunhas da morte da célula básica de toda a civilização, a família” [5].
2. Jesus e a sociedade. Numa época em que a religiosidade judaica havia se cristalizado em torno de três práticas formais – esmolas, oração e jejum – o Senhor Jesus retomou e aprofundou essas preocupações, corrigiu algumas distorções vigentes, ensinando que a prática da caridade deveria ser humilde, desinteressada e motivada pelo amor (Mt 5.7; 6.1-4; 7.12). Ao anunciar o evangelho do reino, Ele apontou como uma de suas características a sensibilidade diante da dor alheia e a prontidão em assistir os desafortunados. Ele mostrou isso de modo magistral por meio de alguns de seus ensinos mais apreciados, como a parábola do Bom Samaritano (Lc 10.30-37) e a inquietante história do Grande Julgamento (Mt 25.31-46).
3. A Igreja na sociedade. Deus tem chamado pessoas de diversas ocupações na sociedade, do mais pobre ao mais rico, do simples e tranqüilo trabalhador rural ao corrido e agitado homem da cidade grande. Na comunidade cristã, o amor não é apenas expresso através de demonstrações de respeito; é também expresso através da abnegação e da atitude de servir (Jo 15.13). De fato, pode ser definido como ‘uma doação abnegada’, alcançando, além dos amigos, os inimigos e os perseguidores (Mt 5.43-48). O amor é a nossa marca unificadora e que distingue. A experiência nos mostra que a missão da educação popular cristã é formada pelo conjunto das práticas educativas realizadas nas igrejas com e por membros que são dos setores populares e, vivem dentro de uma perspectiva bíblica, política, econômica, social e histórica de transformação do ser humano e da mudança social. Por sua vez, os membros, por serem populares pertencem ao conjunto plural dos grupos sociais explorados e excluídos tanto da administração do poder público como da distribuição desigual dos excedentes econômicos. O perfil sócio-econômico do Brasil é severo, com uma minoria de privilegiados, uma maioria de necessitados e uma classe média sufocada. Uma realidade distante do padrão social e ético de Deus. A maioria dos oprimidos sociais, ou seja, os excluídos em potencial pertencem ao conjunto multiforme e não organizado da classe operária, dos desempregados, dos desiludidos dos diferentes extratos sócio-econômico da pequena/média/alta burguesia, dos itinerantes religiosos, das mulheres em sociedade machista, dos indígenas, dos pequenos empresários, dos proprietários rurais, dos agricultores, dos sem-terra, dos discriminados por etnia, por raça, por idade, por gênero, por doenças mortais e infecto-contagiosa, deficientes, etc.. São todos protagonistas do cenário que a igreja, na perspectiva da Educação Cristã, é designada a inserirem no reino de Deus e, colaborar para que deles surjam uns como educadores e outros como educandos [6]. (quer ler mais? Acesse aqui).
Sinopse do Tópico (1)
A nossa postura na sociedade deve ser a mesma de Jesus Cristo; temos sabedoria para agir e interagir sem nos contaminarmos com o pecado.
II. A IGREJA E A PROTEÇÃO SOCIAL
1. Através da oração. Os crentes têm o dever de interceder por aqueles que estão em eminência sobre nós se desejarmos colher os benefícios de um bom governo, que são um dom valioso de Deus para o bem-estar da Igreja e avanço do evangelho na sociedade. Precisamos não somente obedecer à lei e os governantes, mas também em nossas orações suplicar pela salvação deles. “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.” (2Cr 7.14). Provavelmente este seja o versículo mais conhecido e mais querido de 2Cr. Nesta perícope, Deus promete que a nação de Israel receberia alívio das dificuldades causadas por seus pecados, contanto que os israelitas se voltassem para ele com humildade e oração. Se humilhar, uma atitude de contrição e de dependência de Deus (12.6,7,12; 30,11; 33,12,19,23; 34.27). No capítulo 6, Salomão pede a Deus que dissesse o que o povo deveria fazer quando cometesse algum pecado. Deus respondeu, oferecendo uma condição dupla com um resultado tríplice ao Seu povo escolhido (aquele que se chama pelo meu nome). Se o povo se humilhar (arrepender-se do seu pecado) e buscar a sua face em oração, então, diz o Senhor Deus, eu ouvirei… Perdoarei… E sararei. Deus executa os seus propósitos divinos em acordo com as orações dos seus filhos (Fp 1,9; Tg 5,16). Deus ouve o clamor e oração sincera de um povo que se humilha e se põe diante de Deus de coração aberto a Ele. Só assim Ele perdoará pecados. Os olhos, os ouvidos e o coração de Deus estão perpetuamente atentos àqueles que se voltam a Ele e progridem na obediência sincera a Cristo. Nós fomos escolhidos em Cristo antes da fundação do mundo para sermos o seu povo, a sua herança peculiar, a sua possessão santa. Fomos resgatados da maldição da lei e do pecado, não por coisas corruptíveis como a prata e ouro, mas pelo precioso sangue de Jesus. Somos povo de Deus, e a arma mais poderosa que Deus colocou em nossas mãos é a oração, pois por meio dela nos comunicamos com nosso Deus.
2. Por intermédio dos conselhos divinos. “Não havendo profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei, esse é bem-aventurado” (Pv 29.18). À guisa de Rm 12.1,2, deve haver uma constante exposição doutrinária perante a congregação a fim de não permitir a conformação de muitos com o mundo. ‘Profecia’ aqui encerra o sentido de ‘visão’ e ‘revelação’ e afirma que a vontade revelada do Senhor e suas justas exigências conforme explícitas nas Escrituras, são o meio pelo qual o homem pode permanecer bem-aventurado. O objetivo principal da doutrina bíblica é levar o homem a amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, a fim de que haja ordem e bem-estar social. “(…) será governado da melhor maneira e de modo mais equânime aquele Estado em que aquele que deve governar não tenha a ânsia de fazê-lo, enquanto o contrário ocorre se os governantes têm ambição pelo poder” Platão. O verdadeiro político, no pensamento Platônico, não ama o poder, mas dele se utiliza como instrumento para a produção de serviços destinados à realização do bem. Esta lição é oportuna, em época de decisão política, nos convida à reflexão sobre os aspectos de justiça conforme as Escrituras, nosso guia de conduta. É preocupação do Senhor também o nosso bem-estar, não da forma como pensam os defensores da Prosperidade, mas quero fazer uso de outro pensamento Platônico para definir o bem-estar social conforme as Escrituras: “A idéia do bem (…) quando compreendida, se impõe à razão como a causa universal de tudo o que é bom e belo” Platão, ou como traz o Texto de Ouro desta lição: “ O objetivo principal do Evangelho é levar o homem a amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, a fim de que haja ordem e bem-estar social”. Há um ditado latino que espelha bem a justiça secular: “Dura Lex sed Lex” (Dura é a lei, mas é a lei). Nota-se nesse ditado a inflexibilidade e dureza da lei e sua aplicação. A Bíblia não define assim sua justiça. A tradução do termo hebraico torah por “lei” é indevida. Torah (do hebraico תּוֹרָה, significando instrução, apontamento, deleal) é o nome dado aos cinco primeiros livros do Tanakh (também chamados de Hamisha Humshei Torah, חמשה חומשי תורה - as cinco partes da Torá) e que constituem o texto central do judaísmo. O substantivo torah vem da raiz verbalyarah que quer dizer lançar, ensinar, instruir. O Salmo 19.7-9 lança mais luzes sobre o significado de Torah: “A lei do SENHOR é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do SENHOR é fiel, e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é puro, e ilumina os olhos. O temor do SENHOR é limpo, e permanece eternamente; os juízos do SENHOR são verdadeiros e justos juntamente.” A lei do Senhor não é dura e inflexível. Pelo contrário, é tão perfeita que faz a vida voltar; é firme e torna o sábio simples, alegra o coração, ilumina os olhos. Por quê? A resposta está no critério do julgamento divino: amor, bondade etc. Assim se desvenda o mistério nas palavras de Jesus para João Batista: “[...] Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça…” (Mt 3.15). Deus fez o homem um ser espiritual, físico e social, portanto, a obrigação de amar o nosso próximo nunca pode ser reduzida para somente uma parte dele. Devemos amar nosso próximo como Deus o criou (o que é mandamento para nós), então, inevitavelmente, estaremos preocupados com o seu bem-estar total. A igreja recebeu um importante papel social. As questões políticas e sociais foram assuntos defendidos pelos profetas em sua época. Como coluna e firmeza da verdade a Igreja deve, através de suas ações, denunciar injustiças sociais e também amparar os injustiçados (Mt 25.35-46).
3. Por meio dos valores cristãos. Muito antes de aparecer a expressão moderna justiça social, a Bíblia já preceituava: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo“. Embora esse princípio bíblico fosse um excelente slogan para uma das tantas campanhas sociais que se vê por aí, ele vai muito, mas muito além do que isso. Quem tem esse amor altruísta, independente das pressões da justiça social, é solidário filantropicamente com seu semelhante, seja ele irmão na fé, patrão, empregado, vizinho, e mesmo um oponente. O valor humano não pode ser igualado à raça, riqueza, classe social ou nível educacional. Todos são significativos e valiosos para o Senhor (Mt 25.40). A atividade da Igreja se direciona em dois sentidos: vertical – adoração, atividades espirituais; horizontal – servir ao próximo, atividades filantrópicas e sociais. Por isso Deus estabeleceu ministérios na Igreja. Ministério significa serviço. Deus incluiu entre os ministérios dados a Igreja, o serviço social (Rm 12.8). Em Tiago 2.15, 16, vemos que a fé, da qual Jesus é o autor e consumador, opera por amor, voltado para o nosso semelhante. Veja Efésios 6.23 e Gálatas 5.6. Fé sem esse amor, bem como amor sem fé, ambos são inoperantes. Esta é a base não apenas do Antigo Testamento, mas das Escrituras como um todo, para a reformulação do conceito de ‘justiça’. Muitos têm aptidão para a política, os que lá estão têm a incumbência de falar o que é pertinente à justiça social, ao bem-estar comum, construir estratégias de ação social que vá de encontro ao que preconiza as Escrituras. O bem-estar físico e material do ser humano deve ser também uma preocupação da Igreja enquanto ela estiver aqui na Terra.
Sinopse do Tópico (2)
A Igreja pode auxiliar a sociedade através da oração, dos conselhos divinos e da prática dos valores cristãos.
III. A IGREJA E A ASSISTÊNCIA À SOCIEDADE
1. A evangelização. Temos hoje no Brasil grandes ministérios, com suntuosos templos, bem equipados e confortáveis, mas é possível freqüentar tais lugares e voltar para casa vazios. Em nossa cultura evangélica tupiniquim, dá-se mais valor ao templo e/ou denominação a que se pertence do que a um comprometimento com o SENHOR semelhantemente como nos dias de Jeremias. Nos programas de TV, a ênfase recai mais na placa da igreja onde pertencer a esse ou aquele grupo é mais importante do que ter uma vida transformada para Deus. O que temos hoje é uma geração de crentes que depositam sua fé no templo do qual fazem parte porque já não são templos do Espírito Santo. Em 2ts 1.10, a frase ‘o nosso testemunho não foi crido entre vós‘, se refere ao fato de que os missionários, além de proclamar as verdades do Evangelho, tinham prestado testemunho ao poder dessas verdades. Strong define o termo ‘testemunho‘, do gregomarturion, como prova, evidência, testemunho e proclamação de experiência pessoal; e o termo grego marturia como testemunho, atestado histórico, evidência, certificação judicial ou geral.Marturia descreve um testemunho baseado no que alguém viu, escutou ou sabe. O termo `martus`, de onde provém o português mártir e martírio, fala de alguém que testifica a verdade que viu, uma testemunha, alguém que tem conhecimento de um fato e pode dar informações a respeito. Disto se entende que, o crente enquanto testemunha do Reino, proclama ao mundo não regenerado sua experiência pessoal com o Evangelho e o seu poder transformador. Todo crente verdadeiro é um missionário enviado ao mundo para dar testemunho de Cristo, para alcançar os perdidos onde possam ser encontrados e conduzi-los ao Salvador. ‘E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam’ (Jo 1.5). O fato de que Jesus é a expressão eterna, definitiva de Deus, continua desconhecido da humanidade. O mundo, apesar da graça comum, é incapaz de apreender esse mistério. A função da igreja é apoiar e transmitir ao mundo a verdade que Deus revelou. É mediante o testemunho da igreja que os pecadores são alcançados pela mensagem do Evangelho, nascem de novo e passam a fazer parte do Corpo de Cristo (1Co 11.26). é interessante que, Jesus comissiona seus discípulos da mesma forma que Ele foi comissionado pelo Pai –‘Assim como o Pai me enviou, também eu envio a vós’ (Jo 20.21). Strong define o termo ‘enviou’, do grego ‘apostello’, como “comissionar, separar para um serviço especial, enviar uma mensagem através de alguém, enviar com uma missão a cumprir, equipar e despachar alguém com total apoio e autoridade de quem enviou” [7]. O evangelho de João apresenta a divindade de Jesus – o Filho de Deus. Como Deus, ele criou todas as coisas e, como Deus, ele veio para redimir a todos – trazer a totalidade do perdão. Esse aspecto de sua missão é transmitido a seus discípulos, bem como seu comissionamento: ir com o perdão. Começou aqui tanto um mandato como uma missão: ‘Eu vos envio a vós’. Precisamente, tanto como o Pai enviou o Filho para trazer a salvação como uma disponibilidade para todos os seres humanos (Jo 3.16), nós também somos enviados para garantir que a disponibilidade seja compreendida por todos[8].
2. A ação social. Por que a Igreja precisa se envolver com ação social? Essa pergunta já deveria estar ultrapassada no cotidiano missionário das igrejas locais, mas de tempos em tempos ela surge com maior ou menor força. É muito difícil encontrar um pastor ou um crente fiel que considere a ação social algo desnecessário ou não essencial na missão da Igreja. ’E, servindo eles ao Senhor…’ (At 13.2). Este é o comissionamento do grande ministério apostólico de Paulo. Servindo traduz um verbo usado pelo serviço sacerdotal oficial. Aqui refere-se ao seu ministério da adoração pública. O termo gregoleitourgeo pode ser traduzido como realizar atos religiosos ou de caridade, cumprir uma tarefa, realizar uma função, oficiar como sacerdote, servir a Deus com orações e jejum. A palavra descreve o sacerdócio arônico ministrando serviços levíticos (Hb 10.11). Em Rm 15.27, é usado para atender necessidades financeiras dos cristãos, realizar um serviço ao Senhor ao fazê-lo. Aqui, os cristãos de Antioquia estavam cumprindo uma tarefa e dispensando uma função normal ao ministrar ao Senhor através de jejum e orações[9]. Aqueles crentes, mesmo estando longe dos seus irmãos de Jerusalém, resolveram enviar sua ajuda para atender as necessidades daqueles crentes distantes – um princípio que a igreja faria bem em observar hoje; o amor é mostrado não somente em um gesto heróico de dedicação, mas em uma vida diária de compaixão e de serviço.
3. Restaurando a sociedade. O Reino de Deus é uma dádiva que está presente tanto na Pessoa de Jesus Cristo quanto em seu Corpo, a Igreja. Nessa perspectiva, ela tem a responsabilidade de proclamar e demonstrar as virtudes do Reino de Deus como um espelho que reflete uma imagem. Um alto padrão é exigido – exemplificar Jesus Cristo em espírito e comportamento, bem como suas palavras e deveres. Os membros do Corpo são julgados não pelo que realizam, mas pelo caráter que revelam – quem eles são diante daquilo que fazem. Homens falíveis foram escolhidos para serem discípulos de Jesus e como todos os homens, eles lutavam contra o orgulho e a ambição (Mt 20.20-23). Percebendo sua luta, Jesus toma o exemplo de uma criança, afirmando que, no Reino de Deus, os grandes devem ser como tal criança – humilde, confiante e fácil de ensinar (Mt 8.4). Em outra oportunidade, quando a preocupação deles por ‘status’ surgiu novamente, Jesus declara que o maior é servo de todos (Lc 22.25-27). Tudo gira em torno da maior virtude no Reino – Humildade. É a humildade que nos permite reconhecer que Deus tem o lugar principal em nossa vida, que somos mortais e falíveis. Ela é o principio da sabedoria (Pv 22.4). As verdades do Reino de Deus são somente percebidas por aqueles que são humildes (Tg 4.6; Mt 5.3). Que eu e você, possamos como espelho, refletir o exemplo de Cristo e sermos verdadeiros representantes do Reino de Deus.
Sinopse do Tópico (3)
A evangelização e a ação social são os instrumentos que a Igreja dispõe para restaurar a sociedade.
(III. Conclusão)
Concluo afirmando que desde uma perspectiva evangélica a evangelização, ou seja, convidar os indivíduos, famílias e comunidades à reconciliação e nova vida em Jesus Cristo, certamente é básica e essencial. Todavia, à medida que a igreja evangeliza, ela também precisa expressar o interesse de Deus por todas as áreas da vida e espelhar a atitude daquele que disse: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância”.
“Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.” (1Jo 3.18)
N’Ele, que me garante que: “… o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mt 20.28),
Francisco A Barbosa
0 comentários:
Postar um comentário