Por Francisco A. Barbosa
TEXTO ÁUREO
“Escolhendo, antes, ser maltratado com o povo de Deus do que por, um pouco de tempo, ter o gozo do pecado; tendo, por maiores riquezas, o vitupério de Cristo” (Hb 11.25,26). - A decisão de Moisés de abdicar ‘os tesouros do Egito’ e sofrer o ‘opróbrio de Cristo’ deve encorajar aqueles que sofreram perdas e opróbrio por causa de sua fé (Hb 10. 33-34). A ARC traz: “porque tinha em vista”, apoblepo; Strong 578: Uma palavra descritiva combinandoapo, ‘longe de’ e blepo, ‘ver’. A palavra literalmente significa ‘desviar o olhar de tudo a fim de olhar atentamente para um objeto’(Bíblia de Estudo Plenitude, SBB, PC Hb 11.26; p. 1293). Moisés desviou o olhar da riqueza dos sistemas mundiais para um futuro messiânico; sua escolha exemplifica certeza quanto à sua esperança porque contemplava a ‘recompensa’ (Hb 10.35; 11.6,13). Somente a fé pode influenciar uma decisão desse porte, que transcende a realidade presente! Todo crente é chamado à essa decisão diariamente: fazer a escolha de/ou desfrutar os prazeres mundanos ou viver em obediência à Palavra; vale salientar o conflito travado internamente em cada um de nós – o Espírito contra a carne; esse conflito pode levar o crente à uma completa submissão à carne e ao domínio do pecado ou então à plena submissão ao Espírito Santo. À exemplo de Moisés, nossa escolha deve ser em razão da fé: “desviar o olhar de tudo a fim de olhar atentamente para Cristo!” |
VERDADE PRÁTICA
Como homens de Deus, esta é a única alternativa: optar em permanecer com o povo de Deus, ainda que isto nos custe sacrifícios, perdas e até a própria vida. |
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Jeremias 40. 1-6 |
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Identificar na história de Israel o cumprimento das profecias de Jeremias;
- Comparar a vida de Jeremias a de outros personagens bíblicos que se sacrificaram pelo povo, e
- Refletir a respeito de suas escolhas ao longo da jornada cristã aqui na terra.
PALAVRA-CHAVE
Opção |
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COMENTÁRIO
(I. INTRODUÇÃO)
O texto que serve de base para esta lição está incluso nos seis capítulos que versam sobre os acontecimentos que se seguiram à queda de Jerusalém, sob o poder da Babilônia (Jr 40.1-44.30). O comandante caldeu reconheceu que fora o Deus de Israel quem dera vitória à Babilônia embora não O conhecesse ou O servisse! Ao encontrar o profeta, oferece-lhe a regalia de poder escolher para onde ir: para a Babilônia onde desfrutaria de poder, honrarias e conforto; ou permanecer em Judá, onde só acharia sofrimento e continuaria pobre e rejeitado. Certamente temeu ser tido pelos cativos judeus como traidor – Nabucodonosor talvez houvesse sido informado do conselho do profeta para Judá render-se à Babilônia e talvez isso explique porque o comandante caldeu tratou o profeta com deferência quando da tomada de Jerusalém. O invasor nomeara um governador: Gedálias, pertencente a uma família de altos funcionários judeus de quem Jeremias gozava da amizade e a quem ficou confiada a sua proteção, pois o altruísta Jeremias opta pelo improvável: pela dor, pela rejeição, pelo sofrimento, sacrificando-se pelo povo a quem tanto amava sem ser amado.
Estamos sendo chacoalhados com notícias desafiadoras nesse momento em que se aproxima o centenário – notícias de desagregação e renúncias de renomados profetas (Leia). A Lição é oportuna e nos convida a fazer uma opção: “Escolhendo, antes, ser maltratado com o povo de Deus do que por, um pouco de tempo, ter o gozo do pecado; tendo, por maiores riquezas, o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa.” (Hb 11.25,26). "É hora de despertarmos dessa letargia, e passar a entender o que nos tem reservado o Senhor." Claudionor de Andrade REFLEXÃO
(II. DESENVOLVIMENTO)
- 605 a .C.: prisão do rei Joaquim, levado juntamente com Daniel e seus três amigos para a Babilônia (Dn 1.1-7; 2Cr 36.6,7);
- 597 a .C.: nova invasão de Jerusalém e são levados cativos o rei Jeoaquim, os tesouros do Templo e 10.000 homens, dentre os quais, o profeta Ezequiel;
- 586 a .C.: terceira e última invasão de Jerusalém: destruição da cidade e do Templo e deportação do rei Zedequias e a elite do povo para a Babilônia (Jr 52.29).
2. O fiel cumprimento das palavras de Jeremias. A perseverança não é uma virtude comum. A maioria de nós carece de comprometimento, cuidado e disposição que perdure às mais difíceis condições. Jeremias perseverou mesmo com a apatia e descrença dos judeus; foi ignorado, insultado, desacreditado e por fim, escolheu ficar na terra desolada e cercado por pobres e desvalidos. A resposta do profeta veio com a entrega da Palavra do SENHOR e um profundo lamento pelo destino do povo obstinado. Manteve seu olhar fixo no Deus que o vocacionara e esperou firmemente o cumprimento das palavras de YAHWEH; nenhuma delas cai por terra. Não nos demovamos de nossa posição, fiel é O que nos vocacionou! Todas as profecias de Jeremias em relação à destruição de Israel se cumpriram. SINOPSE DO TÓPICO (1)
1. Jeremias sob custódia. Nebuzaradã, Comandante caldeu, concede uma grande libertação a Jeremias através da soltura de todas as sua cadeias, em obediência às ordens que Nabucodonosor emanara acerca do profeta – não está claro o quanto da mensagem do profeta era do conhecimento do conquistador, é provável que este considerasse Jeremias um simpatizante da Babilônia (Jr 25.12). Nebuzaradã o encontrara nas cercanias de Ramá, talvez estivesse entre o grupo de cativos já que essa cidade funcionou como uma espécie de ‘centro de triagem’ ou ‘campo de concentração’ para separar os judeus que seguiriam a Babilônia dos que permaneceriam na terra. De Ramá, ele é conduzido até Mispa (atual Tel en-Nasbeh), 13 Km ao norte de Jerusalém, onde permaneceu sob proteção de seu amigo Gedálias.
III. COMO OS HERÓIS DA FÉ FIZERAM SUAS OPÇÕES
Muitos personagens bíblicos optaram por sacrificar suas próprias vontades, conforto e até mesmo a vida em prol do povo de Deus. SINOPSE DO TÓPICO (3). Vejamos alguns deles.
“Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé habitou na terra da promessa, como em terra alheia... Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus.” (Hb 11.8-10) |
Ao fazer a sua opção, Abraão tornou-se o pai de todos aqueles que crêem (Rm 4.11) e todos os que crêem tornam-se filhos de Abraão (Gl 3.7). não era nem israelita nem judeu; não passava de um gentio que, pela fé, aceitara plenamente a vontade divina (Dt 26.5). -Conheça um pouco mais: http://www.ixtus.pro.br/textoDez.htm
(III). CONCLUSÃO
Que exemplo para nós! Hoje, estamos acostumados a avaliar os crentes pelo grau de ‘poder’ e pela quantidade de ‘experiências’. Muitos obreiros, a exemplos dos opositores de Paulo, estão como aquele filho de Dédalo, do mito de Ícaro, inebriados pelas novas potencialidades, jactânciam-se daquilo que foi-lhes dado não para proveito próprio, mas para edificação do Corpo. Nesse vôo do orgulho correm o risco de suas potencialidades não servirem para coisa alguma. “De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo” (2Co 12.9). O Senhor tem uma didática interessante. Deus realiza os seus propósitos sem tirar de seus servos o espinho – seja ele qual for. Apesar das debilidades humanas, a graça de Deus atinge seus propósitos em um mundo decaído. A fé escolhe crer na Palavra de Deus acima da evidencia dos sentidos, sabendo que as circunstancias naturais devem ser mantidas sujeitas à Palavra de Deus. A fé não nega as circunstancias; pelo contrário, crê no testemunho de Deus e vive em concordância com o mesmo. Paulo deixa isso bem claro quando optou por sofrer por Jesus e afirmar que sua jactância está nessa opção. Que lição para os crentes de hoje!
(1): Ur: Cidade muito antiga no sul da Babilônia, que se identifica como Tell el-Muqayyar; ela estava situada na margem direita do rio Eufrates, a meio caminho entre Bagdá e o Golfo Pérsico. Tera e seus filhos – entre eles Abrão – nasceram em Ur e de lá se mudaram para Harã. -http://www.chamada.com.br/mensagens/abraao.html;
(2): A lei de talião consiste na rigorosa reciprocidade do crime e da pena — apropriadamente chamadaretaliação. Esta lei é freqüentemente expressa pela máxima olho por olho, dente por dente. É uma das mais antigas leis existentes.
(3): Kenosis é a palavra em grego para o ‘esvaziar-se’. Filipenses 2:7, " Jesus se fez nada (ἐκένωσεν ekenosen)... " ( NIV ) ou "... ele esvaziou-se ..." ( NVI ), usando a forma verbal κενόω kenóō "esvaziar". (http://en.wikipedia.org/wiki/Kenosis)
Na Alegoria da Caverna, escrita pelo filósofo Platão, encontramos a exemplificação de como podemos nos libertar da condição de escuridão que nos aprisiona através da luz da verdade: Imaginemos um muro bem alto separando o mundo externo e uma caverna. Na caverna existe uma fresta por onde passa um feixe de luz exterior. No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e cresceram ali. Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder locomover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens que, além do muro, mantêm acesa uma fogueira. Os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade. Um dos prisioneiros optou por abandonar essa condição e fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões. Aos poucos vai se movendo e avança na direção do muro e o escala, com dificuldade enfrenta os obstáculos que encontra e sai da caverna, descobrindo não apenas que as sombras eram feitas por homens como eles, e mais além todo o mundo e a natureza. Aquele homem volta à caverna e ao falar destas verdades para os homens afeitos às suas impressões, não foi compreendido e foi tomado por mentiroso, um corruptor da ordem vigente. Que belo paralelo à história de Jeremias, o qual optou por sair do meio comum, do carnal e viveu no espiritual; optou por falar as palavras do Senhor e aconselhar seus patrícios e foi tido por mentiroso, um corruptor da ordem vigente! Precisamos ser aquele homem que optou por sair da caverna. Dependemos inteiramente do Senhor para caminharmos bem a carreira que nos foi proposta. Jamais deveremos nos exaltar ou gloriar pelos dons, pelas experiências espirituais. Um câncer está devorando a Igreja. Se ele não for extirpado agora, as conseqüências serão catastróficas. A influência de doutrinas falaciosas que só trazem confusão e instabilidade espiritual precisa ser cortada. Muitos há que professam a Cristo como Salvador, mas assumem uma postura distorcida em relação ao que significa ser cristão. Na verdade não fizeram a opção pelo povo de Deus! Sob a égide de um evangelho nitidamente místico, milhões estão sendo ludibriados e impedidos de viverem realmente uma vida com abundancia. Verdades eternas tiradas da Palavra de Deus estão sendo pervertidas. Quase no final do seu ministério, Charles Spurgeon escreveu uma série de artigos advertindo a igreja de seus dias quanto ao perigo de se tornarem mundanos, espiritualmente frios e tolerantes aos erros doutrinários. O que ele previu se repete hoje, dessa vez, a origem é outra: o pragmatismo que ignora a pureza da doutrina e se focaliza mais na obtenção de sucesso do que na pregação ousada da Palavra. O pragmatismo enfatiza o crescimento da igreja, em detrimento da pureza doutrinal; entreter o público é mais importante do que doutrinar; a verdade é secundária. Nenhum dos superapóstolos atuais pode jactar-se, como Paulo o fez por sua opção em sofrer por amor à Cristo, pelo contrário, o fazem de suas supostas potencialidades, assim mesmo como faziam os adversários de Paulo em Corinto, e assim mesmo como no mito de Ícaro, inebriados com seus delírios sucumbirão. Somente a fé pode influenciar uma decisão desse porte, que transcende a realidade presente! Todo crente é chamado a essa decisão diariamente: fazer a escolha de seguir o pragmatismo desfrutando os prazeres mundanos ou viver em obediência à Palavra. A palavra-chave da lição de hoje é “opção”; carecemos de experiência com Deus, que nos dê força e coragem para suportarmos as dificuldades da caminhada, mas precisamos acima de tudo, optar por dependermos unicamente da graça e poder divinos.
N’Ele, para que a prova da nossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo (1Pe 1.7),
Francisco A Barbosa
BIBLIOGRAFIA PESQUISADA
- Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD;
- Bíblia de Estudo Plenitude, SBB, PC Hb 11.26; p. 1293
- Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
- Bíblia de Estudo de Genebra, ECC/SBB;
- O Arrebatamento da Igreja, TOGNINI, Enéas, S. Paulo, 1970;
EXERCÍCIOS
RESPONDA
1. Que opção foi oferecida a Jeremias?
R.Ficar na Babilônia onde haveria de ser bem tratado.
2. Que decisão tomou o profeta?
R. Ele optou por ficar com o restante do povo de Deus.
3. Cite alguns exemplos de opções pelo povo de Deus nas Sagradas Escrituras?
R. Moisés, José.
4. Qual o maior exemplo de renúncia?
R. Jesus Cristo.
5. Como você demonstra a sua opção pelo povo de Deus?
R. Resposta pessoal.
BOA AULA!
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