terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O MINISTÉRIO DA RECONCILIAÇÃO


TEXTO ÁUREO

"E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação" (2 Co 5.18). O trato de Deus com o homem exibe uma inter-relação de sua majestade onde sua vontade soberana, sua atividade soberana e sua glória soberana são aqui ricamente exibidas O plano inteiro da salvação e a história da redenção centralizam-se em Deus. Paulo percebe que tudo vem do Senhor, é por meio dele e para sua glória (Rm 11.36).


VERDADE PRÁTICA

O ministério da reconciliação consiste, fundamentalmente, na proclamação da obra expiatória do Senhor Jesus Cristo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
2 Coríntios 5.14,15,17-21

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Conscientizar-se de que o ministério da reconciliação consiste na proclamação da obra expiatória do Senhor Jesus Cristo
- Compreender que a grande motivação do ministério de Paulo era o amor de Cristo.
- Saber que o amor de Cristo nos constrange e transforma.
PALAVRA CHAVE
Reconciliar : -Do grego katallassō, sugere a ideia de trocar, mudar (neste caso específico, a inimizade com Deus está sendo trocada por relações pacíficas); v. tr.
1. Restabelecer o acordo entre pessoas que se tinham malquistado.
2. Congraçar, fazer perder a má ideia que se tinha de alguém ou de alguma coisa.
3. Conciliar (coisas aparentemente opostas).
4. Restituir à graça de Deus.
5. Benzer e consagrar um templo profanado.
6. Absolver (o penitente ou herege arrependido).
v. pron.
7. Fazer as pazes com.
(http://www.priberam.pt).


INTRODUÇÃO
"18-Tudo isso é obra de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo, através daquilo que Cristo fez por nós e nos confiou a missão de anunciar essa mesma reconciliação” (2Co 5.18). O ministério da reconciliação engloba coisas mais profundas do que o perdão dos nossos pecados e vida eterna em Cristo. É necessário entendermos que esta reconciliação é antes de tudo, com o plano divino para o homem; “Dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, entraram em conflito. Foi a primeira grande desavença em toda uma vida de trabalho lado a lado. Mas agora tudo havia mudado. O que começou com um pequeno mal entendido, finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio. Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem à sua porta.
- Estou procurando trabalho, disse ele. Talvez você tenha algum serviço para mim.
- Sim, disse o fazendeiro. Claro! Vê aquela fazenda ali, além do riacho? É do meu vizinho. Na realidade é do meu irmão mais novo. Nós brigamos e não posso mais suportá-lo.
- Vê aquela pilha de madeira ali no celeiro? Pois use para construir uma cerca bem alta.
- Acho que entendo a situação, disse o carpinteiro.
- Mostre-me onde estão a pá e os pregos.
O irmão mais velho entregou o material e foi para a cidade. O homem ficou ali cortando, medindo, trabalhando o dia inteiro.
Quando o fazendeiro retornou, não acreditou no que viu, em vez de uma cerca, o carpinteiro construiu uma pequena ponte ligando as duas margens do riacho.
O fazendeiro ficou enfurecido e falou:
- Seu velho atrevido... não foi isso que mandei você construir!
Mas, ao olhar novamente para a ponte viu o seu irmão se aproximando de braços abertos:
- Você realmente é mais que um irmão... é um amigo muito especial... construindo esta ponte mesmo depois de todas as tolices que eu lhe disse!
Num só impulso, o irmão mais velho correu na direção do outro e abraçaram-se, chorando no meio da ponte.” (Autor desconhecido).
O tema de hoje, como todos do trimestre é muito relevante, pois vamos estudar de modo direto e enfático a respeito da nossa reconciliação com Deus mediante o sacrifício na cruz. O carpinteiro da estória acima é Jesus, nosso Salvador, que reconciliou-nos com Deus de maneira eficiente, através da sua morte vicária. Por meio desta reconciliação recebemos muitas bênçãos, e a maior delas é a garantia da presença do Todo-Poderoso em nós agora e no porvir - "Deus não só nos declara inocentes como nos conduz para perto dEle." (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal).

I. A VIDA PRESENTE E A FUTURA (5.1-10)
1. A confiança doutrinária de Paulo (v.1). Esta perícope atesta o grau da fé que possuía aquele apóstolo: Se seu frágil corpo físico não suportasse os sofrimentos e estes o conduzissem até à morte, tinha a plena convicção de algo superior aguardando por ele. Paulo tinha uma segurança absoluta acerca das revelações doutrinárias que havia recebido - "Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam". De igual modo, temos que ter essa mesma firmeza, embora gemendo, suspirando frustrados diante das limitações desta vida, mas como aquele apóstolo, devemos anelar por receber o corpo ressurreto, livre das fraquezas e das imperfeições dessa vida, por isso, começa o texto, dizendo: "Porque sabemos". O conhecimento que a revelação divina produz em nosso coração nos dá certeza do lar eterno, tira o temor dessa vida e nos impulsiona a levarmos essa verdade a outras pessoas.
2. O anelo de Paulo pela vida além-túmulo (vv.1-5). A nova vida celestial porvir substituirá a nossa existência presente. A garantia que temos dessa transformação é o penhor do Espírito Santo operando em nós efetuando uma renovação diária e nos fortalecendo. Isso é uma ‘amostra’ e nossa garantia do término futuro dessa obra, que culminará em corpos ressurretos e em uma santificação completa.
3. O Tribunal de Cristo para todos os crentes (vv.7-10). No versículo 7, o texto diz que "andamos por fé e não por vista" - "Sem fé é impossível agradar-lhe: pois é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que é galardoador dos que O buscam" (Hb 11.6); mais uma vez Paulo especifica um contraste entre o invisível reino espiritual da presença e atividade de Deus e o atual mundo visível. No versículo 9, Paulo ensina que devemos ter como alvo principal "agradar ao Senhor"; tudo o que fazemos ou dizemos, nossos relacionamentos, o uso que fazemos dos dons e oportunidades concedidas pelo Senhor e até mesmo a maneira como suportamos as aflições, devem glorificar e louvar a Deus pela sua sabedoria e bondade.
No versículo 10, o apóstolo apresenta uma doutrina importantíssima da Igreja sobre o comparecimento dos crentes no Tribunal de Cristo. Esta perícope nos ensina que haverá diferentes graus de galardões; todos compareceremos diante de Cristo. Este julgamento incluirá o desvendamento e a avaliação dos motivos de nossos corações, nada escapará à luz perscrutadora de Deus. “O Tribunal de Cristo não é o Juízo Final. Trata-se de um julgamento de realizações em prol da obra de Deus, o qual acontecerá nos ares e envolverá todos os cristãos salvos, após o arrebatamento dos vivos e ressurreição dos mortos em Cristo”. (SINOPSE DO TÓPICO (1))

II. O AMOR DE CRISTO CONSTRANGE E TRANSFORMA (5.11-17)
1. A força da persuasão à fé em Cristo (v.11). Paulo inicia o texto destacando o "temor do Senhor" como um modo de convencer as pessoas acerca da fé recebida. Temor não implica em terror da condenação eterna, mas um saudável e reverente receio de desagradar ao Senhor pelas escolhas feitas. Na verdade, tal temor deveria gerar escrúpulo - inquietação do espírito que hesita em realizar algo receando que o ato não seja lícito - para aqueles crentes de Corinto que estavam causando perturbações e poderia mesmo ter corrigido as vidas de muitos crentes descuidados através da história cristã. Persuadir os homens por causa do temor a Deus não significa intimidá-los, mas levar o convencimento ao ânimo de alguém através da mensagem do Evangelho. Por meio de Cristo Jesus, nosso passado foi perdoado e nosso futuro está garantido. Max Lucado
2. A grande motivação do ministério de Paulo: o amor de Cristo (vv.12,13). Comparando os falsos obreiros infiltrados na igreja – quer do tempo de Paulo, quer da atualidade – aplicam um método mundano de avaliação, orgulhando-se em sua aparência externa, dependendo de si mesmos, amando o dinheiro, o poder e o prestígio; quão diferente era Paulo, o qual suportava as aflições por enfocar a sua atenção sobre o que era invisível e eterno. Paulo vivia para Deus e para o próximo, seus oponentes não podiam reivindicar o mesmo para si tal coisa.
3. Um amor que nos constrange a viver integralmente para Cristo (vv.14-17). Paulo faz menção do amor de Cristo por nós. Nossa experiência com o amor de Cristo nos constrange a medir nosso próximo não conforme os padrões mundanos mas devemos ver do mesmo modo como o Pai viu ao enviar a Jesus para morrer em nosso lugar e nos deu uma nova criação e a reconciliação com Deus. Este amor nos constrange a viver integralmente para Ele. A grande motivação do ministério de Paulo era o amor de Cristo. (SINOPSE DO TÓPICO (2))

III. O MINISTÉRIO DA RECONCILIAÇÃO (5.18-21)
1. Reconciliação, palavra-chave da nova criação (vv.18,19). Na introdução temos uma estória de reconciliação, esta expressão diz respeito ao reajuntamento das pessoas que estavam separadas, é restabelecer o acordo entre pessoas que se tinham malquistado. O carpinteiro de nossa história é o Cristo de Deus o qual realizou a expiação necessária para remover os elementos que impediam a restauração do relacionamento entre Deus e o homem (Rm 5.10,11).
2. O ministério da reconciliação. Isto é, justificação pela graça, mediante a fé. Em lugar de ficar aquém da glória de Deus por motivo de pecado, agora há esperança de glória, há alegria mesmo em tribulações por causa daquilo que Deus produz através delas. Assim, a mensagem de reconciliação deve apresentar o perdão em seu sentido mais amplo e restaurar a relação da humanidade com Deus, de forma que esta seja amistosa e correta (Rm 5.1).
3. Embaixadores de Deus (vv.20,21). Nós, a exemplo de Paulo, somos representantes do reino celestial neste mundo, acumulamos ainda, a função de mensageiros dessa pátria celeste para dirigirmos um apelo ao mundo inteiro. Esta é a mensagem que carregamos: Deus imputou nossos pecados a Cristo, atribuindo-lhe a responsabilidade pelos nossos delitos, tornando-O nosso substituto, bem como, imputou a perfeita justiça de Cristo a nós, como se fosse nossa. A mensagem de reconciliação deve apresentar o perdão em seu sentido mais amplo, o qual é restaurar a relação da humanidade com Deus, de forma que ela seja amistosa e correta. (SINOPSE DO TÓPICO (3))

CONCLUSÃO
A expiação é uma reconciliação de partes alienadas entre si, a restauração de um relacionamento rompido. Na morte de Cristo, fomos reconciliados com Deus. A cruz aplacou Deus, aplacou sua ira contra nós, expiando nossos pecados e removendo-os de diante de seus olhos. A mensagem da reconciliação não prega o juízo, mas o perdão do Senhor. Dessa maneira, Deus, por intermédio da obra de justiça que seu Filho Jesus Cristo realizou no Calvário, concedeu ao pecador uma anistia total (Rm 3.24-26).
Entendemos que o pecador que crê nessa mensagem torna-se justo, pois a justiça de Cristo agora é imputada ao crente.

APLICAÇÃO PESSOAL
A redenção é uma liberdade obtida por meio de pagamento de um preço. Nosso livramento da escravidão do pecado deu-se pelo sacrifício de Cristo no calvário que satisfez o julgamento divino contra a humanidade, produzindo perdão e justificação. A reconciliação é necessária para por fim à inimizade existente. O ministério da reconciliação consiste, fundamentalmente, na proclamação da obra expiatória do Senhor Jesus Cristo. Como destacado no texto, somos agora embaixadores do reino celestial e nos foi incumbida a missão de propagar pelo mundo inteiro essa boa nova: o ministério da reconciliação, e é o "temor do Senhor" que nos impulsiona a instigar os homens a crer também nessa mensagem. Tal temor deve gerar em nós uma inquietação do espírito que hesita em realizar algo receando que o ato não seja lícito, e assim, vamos ajudar inclusive, a muitos irmãos descuidados. Persuadir os homens não significa intimidá-los nem confrontá-los, mas levar o convencimento ao ânimo de alguém através da mensagem do Evangelho que enfatiza que por meio de Cristo Jesus, nosso passado foi perdoado e nosso futuro está garantido.
Paulo advertia a igreja contra um falso evangelho. Um evangelho incompleto. Hoje há um evangelho centrado no homem, ou na vontade do homem. Um evangelho contemporâneo, fraco, ralo, sem doutrina, onde o que vale é a bênção, a cura, a unção, experiências místicas, o retété. Vivemos num tempo onde parece que tudo está se movendo para o homem e não para Cristo.
No Ministério da Reconciliação entendemos que se obtém a posse da salvação e da vida eterna, não nos faltando bem algum. Quando somos acolhidos sob a proteção do Senhor, ele testifica o amor que nos tem. “Mostre ele sua face”, diz o Profeta, “e seremos salvos” (Sl 80.3,7,19). Do quê as Escrituras formulam esta síntese de nossa salvação: que, uma vez abolidas todas as inimizades, ele nos recebeu em sua graça (Ef 2.14,15). Uma vez que Deus esteja reconciliado conosco, as demais coisas nos sucedam bem. Portanto, a fé, entendendo o ministério da reconciliação, tem as promessas da vida presente e da vida futura (1 Tm 4.8), bem como a convicção de todas as coisas boas, a qual, porém, pode ser depreender da Palavra.
A aula de hoje deve levar-nos a refletir sobre a suficiência da cruz e a necessidade de rechaçarmos as heresias e modismos que teimam em se infiltrar na igreja. Esse é o papel da escola bíblica dominical, esse é o fardo que nós, professores, devemos carregar felizes, sabendo que o nosso trabalho não é vão no Senhor! Sola Scriptura, Sola Christus, Sola Gratia, Sola Fide, Soli Deo Gloria

N’Ele,que por sua misericórdia, me concede salvação,
Francisco A Barbosa
assis.barbosa@bol.com.br

BIBLIOGRAFIA PESQUISADA


- MATTHEW, Henry. Comentário Bíblico do Novo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2008.
- Biblia da Mulher, SBB, pág1466;
- Dicionário VINE, CPAD;
- Bíblia de Estudo Pentecostal, Rio de Janeiro, CPAD.


Boa Aula!


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