terça-feira, 11 de outubro de 2011

APRENDENDO COM AS PORTAS DE JERUSALÉM

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APRENDENDO COM AS PORTAS DE JERUSALÉM
Texto Áureo: Ne. 4.6 – Leitura Bíblica: Ne. 3.1-15

Pb. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD

Objetivo: Mostrar aos alunos que as crises, apesar do seu desconforto, sempre nos abre grandes e oportunas portas, principalmente quando dispomos de cooperadores comprometidos com o Reino de Deus.

INTRODUÇÃO
Na lição de hoje estudaremos a respeito das portas de Jerusalém, fazendo algumas aplicações a respeito de cada uma delas. Em seguida, abordaremos particularidades do ministério de Neemias, ressaltando o segredo do seu sucesso, que não dependia dele mesmo, mas de Deus. Ao final, meditaremos a respeito das características dos cooperadores da obra do Senhor.

1. AS PORTAS DE JERUSALÉM
As portas de Jerusalém tinham um significado especial, elas estavam associadas ao julgamento. Os juizes davam o veredicto às causas do povo a partir das portas. Por esse motivo, Neemias teve a iniciativa de priorizá-las na recondução do serviço do Senhor. As portas precisavam ser reedificadas, e o sumo-sacerdote Eliasibe, como símbolo da restauração espiritual, deveria orientar os trabalhos. Nenhuma reconstrução se sustenta na sociedade a menos que Deus assuma o primeiro lugar. O sumo-sacerdote reedificou a Porta das Ovelhas (Nm. 3.1) que se situava na entrada mais oriental do lado norte das muralhas de Jerusalém (Ne. 12.39; Jô. 5.2). Nessa porta as ovelhas eram lavadas antes de serem conduzidas ao templo para o sacrifício. Ela aponta para o sacrifício ao Senhor, que não deva ser apresentado de qualquer jeito, mas com corações puros (Mt. 5.8). Aos filhos de Hessaná coube a reforma da Porta do Peixe (Ne. 3.3), provavelmente por ser aquele o lugar onde os peixes eram comercializados. Devemos lembrar, a esse respeito, que somos “pescadores de homens” (Mt. 4.19; 13.47,48). O cristianismo era simbolizado, pelos primeiros crentes, através da figura de um peixe, isso porque a palavra grega para peixe é ICHTHUS, formando o acrônimo Iesus Christus Theou Huios Soter, que quer dizer: Jesus Cristo Filho de Deus Salvador. A Porta Velha (Ne. 3.6), localizada na parte mais antiga da cidade, também foi restaurada, essa pode representar os fundamentos da fé, a doutrina bíblica que não pode ser substituída pelos modismos (I Tm. 3.14; I Jo. 2.24). A Porta do Vale (Ne. 3.13) foi reparada por Hanun e os moradores de Zenoa, e, a respeito dessa, é possível aplicar que a vida cristã está repleta de altos e baixos, montanhas e vales (Dt. 11.11). Com o Senhor, isto é, nas situações adversas, os vales se enchem de trigo (Sl. 65.13). A Porta do Monturo (Ne. 3.14) também foi restaurada. Essa porta recebeu esse nome por causa do lixo da cidade que era levado por meio dela para o vale de Hinom, a fim de ser queimado. Na vida do cristão essa porta precisa estar aberta para que todos os dejetos que o distanciam da presença do Senhor sejam retirados (Mt. 5.30). Se deixarmos de salgar e iluminar o mundo, para nada mais prestaremos, senão para sermos lançados fora e pisados pelos homens (Mt. 5.13). Salum, filho de Col-Hozé, reparou a Porta da Fonte (Ne. 3.15), que ficava situada próximo ao Tanque de Siloé. Jesus é a fonte que jorra para a vida eterna (Jo. 4.14). Não são poucos os que se distanciam dessa fonte, preferem ir após cisternas rotas (Jr. 2.13). Depois Malquias restaurou a Porta da Guarda, localizada na seção nordeste de Jerusalém, adjacente ao Templo. Como cristãos, devemos lembrar de guardar os mandamentos de Jesus (Jô. 14.15), pois a Palavra de Deus é lâmpada para os nossos caminhos, devemos guardá-la no coração para não pecar contra o Senhor (Sl. 119.11).

2. O SUCESSO SEGUNDO DEUS
O capítulo 3 de Neemias favorece também a meditação a respeito do sucesso. Não o sucesso conforme apregoam os adeptos da auto-ajuda, pois o sucesso verdadeiro é aquele que vem de Deus. Para que tenhamos êxito na obra do Senhor, precisamos: 1) não nos conformarmos com o caos, ao invés de tão somente lamentarmos, devemos fazer alguma coisa para mudar a realidade; 2) saber escolher as pessoas certas para fazerem obras específicas (Ne. 3.2-15); 3) busque desempenhar as tarefas em integração com as pessoas, saiba trabalhar em equipe: e por fim, 4) não dispense as facilidades, Neemias não colocou empecilhos à realização da obra, antes aproveitou as pessoas que moravam nas localidades das portas (Ne. 3.13; 28-30). Em uma sociedade patriarcal como a de Israel, Neemias não dispensou o trabalho das mulheres. Elas desempenharam papel fundamental na reconstrução da obra de Deus sob a direção de Neemias. A Bíblia está repleta de exemplos de mulheres que foram usadas pelo Senhor: Miriam, Débora, Ester, Maria, entre outras. No tempo de Jesus, como ainda acontece nos dias atuais, as mulheres foram as principais mantenedoras do Reino de Deus (Lc. 8.2,3). A Bíblia destaca o ministério de Dorcas, uma mulher generosa, envolvida em obras caridosas (At. 9.36,39). A Samaritana foi um baluarte no trabalho missionário, ao conduzir muitos a Cristo através do seu testemunho (Jo. 4.28-30). Paulo, injustamente acusado de machista, agradeceu a Deus pelo ministério das mulheres na igreja do Senhor (Rm. 16.1,12; Fp. 4.13). No ministério do ensino, Priscila, geralmente citada antes do marido, Áquila, ministrou a Palavra com ousadia, reafirmando a fé de muitos crentes (Rm. 16.3). Para obter sucesso na realização da obra do Senhor não podemos dispensar força, principalmente a motivação dos irmãos, ainda que essa precise ser supervisionada. As pessoas devam ser tratadas pelo nome, o reconhecimento é parte fundamental, o texto de Neemias 3 cita nominalmente as pessoas que atuaram na reconstrução. Não apenas as grandes realizações devam ser apreciadas, mas também as pequenas, tanto os moradores de Zanoa, que repararam uma porta e mais de 500 metros de muro foram citados quanto Malquias que edificou apenas uma porta. Por fim, é necessário dar instruções claras, a comunicação é imprescindível na execução da obra de Deus, bem como atribuir tarefas, determinando, antecipadamente, as atribuições das autoridades delegadas (Ne. 3.13,17).

3. OS COOPERADORES DA OBRA
Os cooperadores da construção assumiram lugares específicos e determinados para atuarem. Isso revela o senso de organização e planejamento de Neemias. A Porta das Ovelhas foi a primeira, e teve um sumo-sacerdote a frente em razão da sua prioridade. Com essa escolha Neemias também demonstrou a necessidade da pessoa certa ocupar a posição apropriada. Os construtores não trabalharam desordenamente, uns distanciados dos outros, cada um não fazia o que bem entendia. Havia uma unidade da parcialidade, isto é, cada um fazia a sua parte, a fim de chegar a uma totalidade. A individualidade de cada um deles também foi respeitada. Os cooperadores da obra de Deus não são diferentes, eles (e elas) têm personalidades e características distintas. Deus não tem problema de trabalhar com a diversidade, na verdade, Ele foi o Criador da diferença. Há líderes que não têm essas mesmas características, querem que todos trabalhem do mesmo jeito. É comum, no movimento neopentecostal (ou pseudopentecostal) a imitação dos líderes. Não da fé e exemplo espiritual, como Paulo ordenou a ser imitadores de Cristo, mas dos trejeitos, modo de se vestir, entre outras características de menor relevância (I Co. 11.1). Os cooperadores da obra não eram pessoas interesseiras, não estavam edificando a cidade porque quisessem tirar algum proveito pessoal. Pelo que inferimos do texto de Neemias 3, se tratavam de pessoas das diversas regiões de Judá, mas que não mediram esforços, sacrificaram seus interesses pessoais a fim de reconstruírem a cidade. Em muitos arraiais evangélicos as pessoas somente se envolvem no trabalho se tiverem algum retorno: financeiro ou a consagração para algum cargo na hierarquia eclesiástica. Mas como acontece com todo trabalho, havia também os orgulhosos, aqueles que não queriam se envolver, que achavam ser um demérito fazerem a obra do Senhor. Em Ne. 3.5 está escrito que os nobres não se sujeitaram ao serviço do Senhor. Sempre existirão, na obra de Deus, aqueles que se acham importantes demais para determinadas atribuições. Os pastores “nobres” não querem mais ministrar para poucas ovelhas. Eles amam as multidões, principalmente os holofotes, adoram serem vistos pelos homens. Mas louvamos a Deus pelos obreiros compromissados com a obra, os quais, a exemplo de Paulo, estão integrados, que servem ao Senhor “com toda a humildade, e com muitas lágrimas e tentações” (At. 20.19), que nada esperam “senão prisões e tribulações” (At. 20.23), que não têm suas vidas por preciosa (At. 20.24), que são constituídos pelo Espírito Santo para apascentar o rebanho, não deles mesmos, mas “de Deus”, comprado com o sangue de Cristo (At. 20.28).

CONCLUSÃO
A obra de Deus carece de ceifeiros, o Senhor Jesus constatou que “A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros” (Mt. 9.37). E acrescentou: “Rogai, pois, ao Senhor da seara, que mande ceifeiros para a sua seara” (v. 38). Deus espera que oremos por obreiros comprometidos com a edificação do Seu Reino, mais que isso, que sejamos esses cooperadores. No meio evangélico, muitas portas estão derrubadas, algumas delas, como nos tempos de Neemias, foram queimadas a fogo. Devemos orar a Deus para que envie obreiros e para que também sejamos obreiros e obreiras que respondam às exigências do Reino, que estejamos dispostos a sacrificar nossos interesses pessoais em prol da realização de coisas grande e pequenas para Deus.

BIBLIOGRAFIA
LOPES, H. D. Neemias. São Paulo: Hagnos, 2006.
TUNNERMANN, R. As reformas de Neemias. São Leopoldo: Sinodal, 2001.

Lição 3 – Aprendendo com as Portas de Jerusalém

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Por Francisco A. Barbosa
Blog Auxílio Ao Mestre
16 de outubro de 2011

Texto Áureo
Assim, edificamos o muro, e todo o muro se cerrou até sua metade; porque o coração do povo se inclinava a trabalhar" (Ne 4.6). – Para que o projeto de Neemias fosse bem sucedido, o povo tinha que combinar uma atitude correta com uma prática acertada. Quando conseguimos fazer bem um trabalho, somos bem sucedidos. Se trabalharmos cuidadosamente por muito tempo em um determinado projeto, e gostamos dos resultados, alcançaremos o sucesso. Às vezes, é difícil ser bem sucedido. Ter sucesso demanda tempo e dedicação, demanda cooperação e unidade.
Verdade Prática
A crise, apesar de seu desconforto, sempre nos abre grandes e oportunas portas.
Leitura Bíblica em Classe
Neemias 3.1,2,3,6,13-15

Objetivos
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
CONHECER o significado das Portas do Gado e do Peixe;
APRENDER a respeito das Portas Velha, do Vale, do Monturo, da Fonte e da Guarda; e
SABER que as portas de Jerusalém trazem preciosas lições para nossa vida pessoal.
Palavra-chave
PORTA – 
Entrada, acesso para algum lugar.
Comentário
(I. Introdução)
Neemias 3 é o mais belo relato desse livro, não pelas longas relações nominais e detalhes geográficos ali registradas, mas pelo que estes nomes e referências a lugares mostram como cada família e cada pessoa deram sua contribuição à obra de reconstrução da Cidade Santa. Uma família assumiu a responsabilidade de edificar um trecho do muro, enquanto outra ergueu o próximo. Do sumo sacerdote e maiorais do povo aos residentes comuns de Jerusalém e de outras cidades judaicas, o povo pôs a mão à massa e trabalhou exaustivamente dia e noite. No dizer do próprio Neemias: “Assim, edificamos o muro... porque o povo tinha ânimo para trabalhar” (Ne 4.6). Nesta lição estudaremos acerca dos portões da cidade e seu significado espiritual. No hebraico deleth e sha’ar; no grego thura[1]O termo 'porta' significa uma abertura que permite a entrada e a saída das pessoas de uma casa, um edifício, ou de uma cidade. Segundo inferimos na Bíblia, as portas comumente utilizadas naqueles dias eram de bronze (Sl 107.15,16), de ferro (At 12.10), e de madeira (Ne 3.6). As portas da cidade eram os lugares de maior afluência do povo, para conversas, passatempos, ou negócios (Pv 31.23; Jó 29.7; Am 5.10-12), processos judiciais (Dt 17.5) e leitura da Lei de Deus (Ne 8.1-3). Como não havia praças nas antigas cidades da Palestina, o povo se concentrava junto às portas, que começaram, desde então, a ser sinônimo de lugar público, assim como as ágoras da Grécia, ou o Fórum Romano[2]. Na ocasião das guerras, a guarnição de defesa era redobrada junto às portas; pois quando se conquistavam as portas era sinal de que a cidade fora subjugadaA Bíblia Sagrada, quando trata a respeito da reconstrução dos muros de Jerusalém, no Antigo Testamento no livro de Neemias, menciona as portas da cidade com os seus primitivos nomesO comentarista da lição procura desenvolver seu postulado em termos de simbologia das portas daquela Jerusalém reconstruída por Neemias e é nessa perspectiva que desenvolverei este subsídio. Boa Aula!
(II. Desenvolvimento)
I. A PORTA DO GADO E A PORTA DO PEIXE
1. A Porta do Gado ou das Ovelhas (v. 1). A entrada dos rebanhos para o culto do templo. Por ser a primeira parte da obra e por ser vinculada aos sacrifícios, foi consagrada pelo sumo sacerdote Eliasibe: E levantou-se Eliasibe, o sumo sacerdote, com os seus irmãos, os sacerdotes e edificaram a porta do gado, a qual a consagraram...(Ne 12.27). A dedicação só veio depois de tudo terminado. Localizada na extremidade nordeste da área do templo por onde eram levadas para o sacrifício. Ficava nas proximidades do Templo e do tanque de Betesda (Confira Jo 1.29; 5.2). A porta do gado simbolizava consagração, mais tarde recebeu o nome de porta das ovelhas.Não há outra referência nas Escrituras de outra porta sendo consagrada, de onde se infere a importância desta porta. É a porta de encontro com o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 10.7,9). Aponta para Aquele que está à direita do Pai e é o único digno de abrir o livro de nossa plena redenção e quebrar os seus selos, porque foi morto e com o Seu sangue comprou homens para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; E para o nosso Deus os fez reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra (Ap 5.9,10).
2. A Porta do Peixe (Ne 3.3; 12.39). Era assim chamada porque os peixes do rio Jordão e do mar da Galiléia chegavam à cidade por ela. Estava localizada no muro norte (V. 3). Fala-nos de crescimento, reprodução. Lembra-nos dos pescadores do mar da Galiléia chamados por Deus para serem seus discípulos, tornando-se então, pescadores de homens (Mt 4.18-22). O Pr Nelson M. de Souza escreve em seu artigo ‘Portanto, ide... – Pescadores de Homens’ (disponível em: http://www.ebdonline.com.br/estudos/pescadores.htm): “O relato bíblico nos diz em Mt 4.18-22: - “Andando a beira do mar da Galiléia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Eles estavam lançando redes ao mar, pois eram pescadores. E disse Jesus: “Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens”. No mesmo instante eles deixaram as suas redes e o seguiram. – Indo adiante, viu outros dos irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão. Eles estavam num barco com seu pai, Zebedeu, preparando as suas redes... “Jesus os chamou, e eles, deixando imediatamente seu pai e o barco, o seguiram.” É interessante como Jesus, até mesmo na escolha dos seus apóstolos, ensinou verdades eternas para benefício da expansão do Reino de Deus... Jesus vai buscar alguns dos seus auxiliares mais próximos no mar, nas praias, nos barcos... Jesus convida pescadores para segui-lo. Homens, que para serem bem sucedidos em sua profissão de pescador, certamente precisavam:
- Primeiro... Dominar a arte da pesca. Conhecer o ofício de pescador.
- Depois, para sobreviver nesta profissão, os pescadores precisam aprender a lidar com toda sorte de mudanças climáticas e ambientais.
- O pescador precisa conhecer o mar e os peixes. Saber onde eles estão com mais freqüência, conhecer os seus hábitos...
- E também saber qual a isca que pode ser mais eficiente para cada tipo de peixe, além de dominar a arte de preparar esta isca.
Podemos perfeitamente aplicar que: “... o mar é o mundo e os peixes, são os homens”.
- Da mesma forma que existem mares, rios, lagos e açudes diferentes. - Também existem países, culturas e povos diferentes.
- Da mesma maneira que existem peixes com e sem escamas, peixes grandes e pequenos, peixes de águas doces e salgadas, - também existem pessoas de condições sociais diferentes, de raças e etnias diferentes, de hábitos e culturas diferentes.
- Da mesma maneira que se pode pescar com caniço, com redes, com tarrafa e com anzol. - Também existem projetos de evangelismo, juntas missionárias e muitas maneiras de participar das comunidades de fé, através dos cultos, das EBD’s, dos estudos bíblicos nos lares, através das igrejas e seus ministérios e através de serviços comunitários. Conseqüentemente, para cada criatura, para cada povo, para cada cultura... Existe uma forma mais apropriada de apresentar o Evangelho da Salvação. Irmãos, não importa em que águas estejam os peixes, não importam quais as características destes peixes... Sempre, o bom pescador encontra uma maneira de pescar o peixe... Sempre o bom pescador vai até onde o peixe se encontra e o pesca... Sempre o pescador encontra um jeito de realizar a tarefa para a qual se propôs. - “E é por isso que aqueles que pregam o Evangelho, aqueles que fazem Missões e aqueles que cooperam com Missões, precisam observar atentamente os princípios e estratégias que Deus nos disponibiliza.” [3].
Sinopse do Tópico (1)
A Porta das Ovelhas lembra o Salvador Jesus Cristo como o Bom Pastor. Enquanto que a Porta do Peixe lembra-nos da chamada para sermos 'pescadores de homens'.
RESPONDA
1. A Porta das Ovelhas é uma figura de quem?
2. Qual a origem do nome Porta do Peixe?
II. A PORTA VELHA E A PORTA DO VALE
1. A Porta Velha (Ne 3.6; 12.39). Esta porta pode ser a atual Porta de Damasco, ou a entrada principal para a cidade do lado norte, ou uma porta do lado leste. A porta velha simbolizava a tradição e a história falada dos hebreus, o tesouro antigo, acerca das gerações de sua origem.Seja restaurada a porta Velha. A porta Velha se refere voltarmos para os caminhos antigos. Jeremias 6.16 diz: "Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para as vossas almas". A porta Velha se refere a voltar para o princípio. Isso é o que o Senhor quer. Voltar para o modelo original de Deus, à igreja tal como está no livro de Atos. A Bíblia diz claramente em Atos 2.42: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos, na comunhão uns com os outros, no partir do pão e nas orações", estes são os caminhos antigos que precisam ser restaurados; O Senhor Jesus disse: "Eu sou o caminho…"
2. A Porta do Vale (Ne 3.13). A porta do vale foi a quarta porta a ser restaurada nos muros de Jerusalém. Erguida por Hanun e pelos moradores de Zanoa, que distava 16 Km a oeste de Jerusalém. Eles também edificaram cerca de 450 metros do muro (v.13). Esta cidade coube aos filhos de Judá, a tribo à qual Jesus descende (Js. 15.34). Dava para o Geh Ben-Hinom, literalmente "Vale de Hinom", fora das muralhas de Jerusalém. Este vale era usado como depósito de lixo, onde se lançavam os cadáveres de pessoas que eram consideradas indignas (Jr 31.40), restos de animais, e toda outra espécie de imundície. Usava-se enxofre para manter o fogo aceso e queimar o lixo. Jesus usou este vale como símbolo da destruição eterna[4]; “Onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga” (Mc 9.44). Provavelmente era aqui a localização de Tofeth, mencionado em 2Rs 23.10. No lado Sul do vale, perto da sua extremidade oriental, encontra-se o lugar tradicional de Acéldama, o "Campo de Sangue", o campo do oleiro comprado com as 30 moedas de prata de Judas (Mt 27.3-10; At 1.18, 19). Este Vale havia sido em tempos passados, um lugar muito belo. Porém, os filhos de Israel começaram a sacrificar neste local, seus filhos ao Deus Moloque, e o local foi amaldiçoado por Jeremias (Jr 7.30-34). Esta Porta representa para nós a porta da libertação do inferno, o lugar do maior de todos os milagres; a nossa salvação. Cristo nos arrancou do inferno, uma vez que com sua ressurreição, exerceu seu domínio total sobre os poderes do inferno “e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno” (Ap 1.18). At 10.38 diz: “como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele”, esta Porta nos lembra o milagre da libertação do inferno. "Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo" (Sl 23.4). A sombra da morte não traz temor ao crente. É bom citar, ainda, uma verdade acerca do Inferno: Estará Eternamente Separado do Céu: O fato predominante é a condenação, o sofrimento e a separação de Deus, eternamente. Lucas 16.26 fala de abismo separando duas dimensões; Hades e Paraíso; abismo intransponível para os que estão em ambos os lados. Esse verso ensina também que o destino dos dois homens torna-se irreversível a partir de sua morte. Purgatório, lugar de meia-culpa... balela, conversa fiada pra boi dormir. Ou é céu ou é inferno. Paraíso ou Hades[5].
Sinopse do Tópico (2)
A Porta Velha faz referência a imutabilidade da Palavra de Deus. E a Porta do Vale lembra-nos da humilhação, quebrantamento e contrição que devemos manter na presença do Pai.
RESPONDA
3. De acordo com a lição, o que nos lembra a Porta do Vale?
III. A PORTA DO MONTURO, DA FONTE E DA GUARDA
1. A Porta do Monturo (Ne 2.13;3.14). (Lixo, excrementos, esterco). Esta porta do vale era por onde passavam os esgotos, as águas que se projetavam no vale do Cedrom (Tg 4.8). Era assim denominada porque a maior parte dos excrementos de animais era carregada por ali para o depósito de lixo geral, ao invés de por qualquer outro portão. Quem viesse para o monte das Oliveiras ou Jericó testemunharia tal monte de esterco contra o muro, e isso perdurou por várias gerações. A primeira menção do monturo (esterco) é relacionada aos sacrifícios. A lei requeria que os excrementos e certas partes dos animais não fossem queimadas no altar, mas fora do arraial (Êx 29.14; Lv 4.11; 8.17; 16.27; Nm 19.5). A Bíblia de Estudo Dake, comentando o texto de Ne 3.14, afirma que nas Escrituras não há idéia de imundícia associada com o uso de esterco animal. A palavra esterco é usada freqüentemente na Bíblia, expressando falta de dignidade ou referindo-se a artigos perecíveis – algo que ninguém valoriza (1Rs 14.10; 2Rs 6.25; 9.37; Jó 20.7; Sl 83.10; Jr 8.2; 9.22; 16.4; 25.33; Sf 1.17; Fp 3.8). A palavra monturo é usada da mesma forma (1Sm 2.8; Ed 6.11; Sl 113.7; Is 25.10; Dn 2.5; 3.29; Lc 13.35). É também uma expressão de repugnância (2Rs 18.27; Is 36.12) e repreensão (Ml 2.3) [6]. Nosso espírito foi recriado pelo Espírito de Deus, mas nossa alma está em processo de restauração. Isto quer dizer que estamos diante de um desafio da remoção das coisas que se acostumaram a conviver conosco. Tudo o que não se enquadra dentro do fruto do Espírito, é lixo e deverá ser removido; “Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam” (Gl 5.19-21); “Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros. Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo. Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado. Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção” (Ef 4.25-30). "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1Jo 1.9). O sangue de Cristo nos purifica de todo pecado!
2. A Porta da Fonte (Ne 3.15). Esta porta localizava-se próxima ao tanque de Siloé e é comumente chamado de ‘águas de Siloé’ (Is 8.6) e de ‘tanque de Siloé’ (Jo 9.7). Simbolizava a bênção divina constante a brotar na nascente. Essa porta ficava ao sul de Jerusalém perto da fonte de Siloé, onde o cego de nascença foi curado por Jesus! (Jo 9.10,11). Espiritualmente simbolizava a realidade dos milagres dos evangelhos profetizados por Isaías (Is 61.1 – Lc 4.18,19) e realizados por Jesus; poder este delegado para a igreja para a dispensação da graça (Lc 10.19). "Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre." (Jo 7.38). O Espírito Santo habitando no crente quando ele se converte e nasce de novo. Um dos símbolos do Espírito Santo na Bíblia, é a água. Toda nossa vida cristã depende dEle; Ele nos gerou em Cristo efetuando a obra de regeneração; Ele nos foi dado como o outro ‘Ajudador’ ou ‘Consolador’. Como Jesus afirma: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós” (Jo 14.16-17).
3. Porta de Mifcade ou Porta da Guarda (Ne 3.31). Esta foi a décima e última porta a ser restaurada nos muros de Jerusalém. Era a porta que dava acesso aos corredores onde ficavam os oficiais que guardavam e vigiavam a cidade, por esta porta entravam os guardas e os comandantes, aqueles que davam o aviso quando o inimigo chegava, ali os sentinelas ficavam na expectativa da chegada do inimigo. Se esta porta não estivesse perfeitamente posta, a cidade estaria vulnerável aos ataques. Os lugares principais que deveriam ser guardados na Cidade era o Templo, e o palácio do Rei; ‘Porém nós oramos ao nosso Deus e, como proteção, pusemos guarda contra eles, de dia e de noite[7]. Seu significado é Guardar e vigiar’ (Ne 4.9). ‘Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa’ (Ap 3.11). Devemos guardar a fé, a santidade e a Palavra de Deus em nosso coração para não pecarmos contra Ele, vigiando e orando em todo o tempo, para que não venhamos a cair em tentação, pois o espírito está pronto mas a carne é fraca. A Porta da Guarda significa o lugar onde se defende posições já conquistadas. Precisamos restaurar a Porta da guarda para não perdemos para o Inimigo o que já foi conquistado.
Sinopse do Tópico (3)
A Porta do Monturo refere-se ao lixo do mundo, mas a da Fonte, a pureza e a vida pela Palavra de Deus. E a Porta da Guarda os preceitos divinos que devem ser observados.
RESPONDA
4. Por que a Porta do Monturo recebeu esse nome?
5. Que lição nos traz a Porta do Monturo?
(III. Conclusão)
Na antiguidade, a porta era o provável ponto fraco da defesa e tornou-se, portanto, um ponto especial de preocupação. Possuir a porta era possuir a cidade (Gn 22.17). As portas eram sempre fechadas à noite, o que provoca alegria por não haver noite na Nova Jerusalém, nela as portas estarão sempre abertas (Ap 21.25). As muralhas de Jerusalém, em montões de entulho, representam o estado desesperado do mundo circundante; enquanto que a quantidade dos que estorvam a edificação e sua maldade dá uma fraca idéia dos inimigos com que temos que contender enquanto executamos a obra de Deus. Cada um deve começar por sua casa, porque fazer progredir a obra de Deus em nossas almas é o melhor que podemos aportar para o bem da igreja de Cristo. Que o Senhor estimule assim o coração de seu povo, para que deixem de lado suas pequenas disputas, e deixem de lado seus interesses mundanos, para dedicar-se à construção das muralhas de Jerusalém e à defesa da causa da verdade e da santidade contra os assaltos dos inimigos declarados[8].
"Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade." (1Jo 3.18)
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Francisco A Barbosa, auxilioaomestre@bol.com.br
RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS
1De Cristo - a Porta da Salvação e o Bom Pastor;
2Segundo o Dicionário Wycliffe, os peixes da Galiléia eram comercializados nas imediações da Porta do Peixe;
3A Porta do Vale lembra-nos humilhação, quebrantamento e contrição na presença de Deus;
4Porque o lixo da cidade era levado através dela para ser queimado no vale de Hinom;
5A igreja e a família devem ter cuidado para não se contaminar com o lixo deste mundo: heresias, apostasias, imoralidades e mentiras.
Notas Bibliográficas
[1]Dicionário Vine, W.E. Vine, Merril F. Unger & William White Jr, CPAD. p. 238, 885;
[2]
Adaptado de Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos, Ralph Gower, CPAD. p. 191;
[3]. ‘Portanto, ide... – Pescadores de Homens’; Pr Nelson M. de Souza. Disponível em:http://www.ebdonline.com.br/estudos/pescadores.htm; acessado em 08 de outubro de 211;
[4]http://pt.wikipedia.org/wiki/Geena;
[5]http://ogideao.blogspot.com/2008/12/cinco-verdades-acerca-do-inferno.html; acessado em 08 de outubro de 211;
[6]BÍBLIA DE ESTUDO DAKE, Finis Jennings Dake. Versão Almeida Revista e Corrigida Edição de 1995. CPAD e Editora Atos. Nota de Ne 3.14a, p. 785;
[7]
http://www.igrejadeusefiel.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=1168:outubro-porta-da-guarda&catid=1:noticias&Itemid=18; acessado em 08 de outubro de 211;
[8]. COMENTÁRIO BÍBLICO DO ANTIGO TESTAMENTO, VOL 1, Gênesis a Neemias, Matthew Henry, p. 316;

Os textos das referências bíblicas foram extraídos do site http://www.bibliaonline.com.br/ , na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel, salvo indicação específica.
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terça-feira, 4 de outubro de 2011

LIDERANÇA EM TEMPO DE CRISE

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LIDERANÇA EM TEMPO DE CRISE
TEXTO ÁUREO - “Então, lhes respondi e disse: O Deus dos céus é o que nos fará prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos; mas vós não tendes parte, nem justiça, nem memória em Jerusalém(Ne 2.20).
 VERDADE PRÁTICA - Na expansão e consolidação do Reino de Deus, é imprescindível que ajamos com sabedoria, coragem, entusiasmo e fé.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE -- Neemias 2.11-18
ANIMO EM TEMPOS DE CRISE
Então, lhes respondi e disse: O Deus dos céus é o que nos fará prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos; mas vós não tendes parte, nem justiça, nem memória em Jerusalém. (Ne 2.20)
Na edificação da Casa do Senhor, o líder deve ter prudência e entusiasmo para incentivar a cooperação dos liderados. Neemias era um líder que possuía elevado senso de equilíbrio. Ao chegar a Jerusalém, não se precipitou em tomar decisões apressadas. Antes de tudo, fez um levantamento da situação em que se encontrava a cidade. Não declarou sequer às pessoas que acompanhavam os detalhes de sua missão. Só depois, ao estar ciente do que ocorrera, reuniu os líderes da cidade e lhes expôs o que Deus colocara em seu coração, e os convidou a enfrentar a grande obra da restauração. É um dos maiores exemplos de boa administração na Bíblia.
É de vital importância administrar com prudência. Muitos obreiros do Senhor que lideravam ministérios proficuos e reconhecidos, nacional e internacionalmente, são hoje sombras do passado. Vivem no ostracismo eclesiástico porque não foram prudentes. Seus ministérios desabaram sob o peso dos escândalos ou envolvimentos com práticas desabonadoras para a liderança cristã. Neemias é um exemplo notável de como um homem de Deus deve agir diante das crises que surgem no ministério.
Além da prudência, Neemias soube motivar seus liderados. Motivação é o combustível que a maioria dos obreiros precisa para atuar na liderança de uma igreja ou atuar em cargos ou funções ministeriais. A chamada de Deus é o primeiro passo, certamente é o ponto de partida que incentiva o obreiro, contudo somente a chamada não move aquele que é chamado. É necessário que, no seu dia a dia, sinta-se entusiasmado para atender ao chamado de Deus. O personagem desse comentário era um homem cheio de motivação, não era individualista, pois procurou motivar seus liderados.
No meio eclesiástico já se conhecem vários casos de obreiros cônscios do chamado de Deus, que, depois de algum tempo, perdem a motivação diante das lutas e oposições ao seu trabalho. Perder a motivação é perder energia, e sem ela torna-se difícil incentivar os outros a cooperar com o líder. Ao acompanharmos os passos de Neemias, veremos como deve ser um líder eficaz à frente da obra do Senhor, principalmente em tempos de crise.
As Portas se Abrem com a Oração
Parecia tudo tão difícil. Notícias tão perturbadoras a respeito do que acontecia com o povo de Deus. Um simples copeiro, ainda que honrado, preocupou-se em agir. O que fazer? Neemias orou e Deus entrou em ação. O rei percebeu a preocupação de Neemias (Ne 2.1,2) e indagou o motivo de sua tristeza. A partir desse momento, as orações estavam sendo respondidas. Neemias explicou o porquê de sua tristeza, e Deus tocou no coração do rei para enviá-lo a Jerusalém a fim de reconstruir dos muros (Ne 2.3).
Neemias foi agiu com sabedoria ao interceder por seu povo (Ne 2.4-8). Não quis viajar clandestinamente. Pediu cartas que dessem respaldo legal à sua arriscada viagem. Muitas vezes, sob o pretexto de que a obra é de Deus, há crentes que abusam no descumprimento das leis, e por isso são punidos. As autoridades representam a Lei, e, como cidadãos, precisamos dar exemplo na obediência às leis do país. Desde que elas não confrontem com a “Lei Maior”, que é a Palavra de Deus, o cristão deve ser cumpridor das leis de seu país.
Um Líder Prudente
O sigilo necessário (Ne 2.12). No ano 444 a.C, houve o terceiro retorno dos judeus da Babilônia sob a liderança de Neemias, com a missão dc reconstruir e concluir os muros de Jerusalém (Ne 2.1). Neemias tinha todo o apoio do rei para iniciar e prosseguir com a obra da restauração dos muros de Jerusalém. Com aquela delegação, estava na condição de governador nomeado pelo Império Persa. No entanto, não se aproveitou disso, antes, como homem de fé e oração, soube agir com prudência. Durante três dias rodeou os diversos recantos da cidade, e constatou pessoalmente que as informações que lhe chegaram acerca da ruína da terra de seus pais eram verdadeiras e até mais dramáticas.
Pessoas de confiança. Em sua prudência não se fez acompanhar de grande séquito, e, sendo assim, iniciou sua verificação à noite, provavelmente em uma noite enluarada. Apenas convidou poucos homens para acompanhá-lo em sua viagem de inspeção. Na obra do Senhor é sempre interessante desfrutarmos da companhia de pessoas de confiança, a fim de nos acompanhar “à noite”, quando as coisas não estão muito claras. Ainda assim Neemias não declarou a ninguém o que estava em seu coração “para realizar em Jerusalém”.
Em nossos dias é comum o obreiro sentir os efeitos da presença de pessoas desleais que tentam minar o seu ministério. É preferível trabalhar com pessoas de menos competência técnica, mas que sejam sinceras, a ter em volta de si “sumidades” que possuem o espírito de Judas. O obreiro precisa trabalhar com “homens tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza...” (Êx 18.21).
Se Neemias desfrutasse da companhia de homens desonestos e traidores, todos os seus planos seriam prejudicados e os inimigos prevaleceriam. Devemos pedir a Deus que envie homens honestos, a fim de que atendam o que Paulo ensinou ao jovem discípulo Timóteo: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Tm 2.15).
Um Convite para a Edificação
Revelando os planos no tempo certo. A prudência e a sabedoria de Neemias deram-lhe condições para enfrentar a crise. Sua discrição, silêncio, cuidado e paciência eram qualidades notáveis para que ele obtivesse êxito, naquela situação de instabilidade crítica. Ele só revelou os planos aos demais líderes e aos que trabalhavam na reconstrução da cidade quando já estava ciente acerca da situação crítica da cidade, bem como sobre o que pretendia fazer. Ou seja, soube dizer a coisa certa, no tempo certo e para as pessoas certas. A palavra dita no tempo certo é como “... maçãs de ouro em salvas de prata...” (Pv 25.11).
A exposição do problema. Era gravíssima a situação de Jerusalém. O segundo Templo já estava concluído, mas não havia alegria entre o povo. O culto a Deus fora prejudicado. Pessoas estranhas tinham acesso ao lugar sagrado, pois a cidade estava desprotegida. A segurança das cidades naquela época eram os fortes muros e as portas de madeira maciça, que impediam o avanço dos inimigos. Reunindo os magistrados e outros líderes, Neemias lhes expôs o que vira em sua inspeção: “Então, lhes disse: Bem vedes vós a miséria em que estamos, que Jerusalém está assolada e que as suas portas têm sido queimadas” (Ne 2.1 7a). Era uma situação de miséria espiritual, moral, social, econômica e financeira. Tudo isso era resultado da desobediência e rebeldia contra Deus.
Em muitas igrejas a situação é de miséria, tal como em Jerusalém quando Neemias a visitou. Os líderes vivem no pecado, e os liderados, por sua vez, não se portam conforme a Palavra de Deus. Logo, o resultado é catastrófico. São “Laodiceias” espirituais e ministeriais. Jesus mandou dizer à Igreja em Laodiceia: “Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente. Tomara que foras frio ou quente! Assim, porque és morno e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca. Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta (e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu)” (Ap 3.15-17).
O convite para o trabalho. “... vinde, pois, e reedifiquemos o muro de Jerusalém e não estejamos mais em opróbrio” (Ne 2.17). Aqui, vemos uma lição extraordinária de um líder que tem maturidade e competência. Ao reunir os outros líderes, não foi buscar as razões da situação crítica da cidade, não foi procurar saber quem eram os culpados. Entre os políticos, quando assumem cargos administrativos, a primeira medida é procurar os erros de mjnistraçõe5 anteriores para fazer acusações e buscar punições. Dentro das igrejas, infelizmente, isso também acontece, pois os obreiros procuram as falhas dos antecessores a fim de se promoverem no ministério.
Neemias agiu de forma competente, cheio da unção de Deus. Expôs a situação da cidade e propôs a solução: “... vinde, pois, e reedifiquemos o muro de Jerusalém e não estejamos mais em opróbrio”.  Há pessoas que têm muitos planos, muitas ideias, mas não conseguem colocá-las em prática. Outros só sabem criticar, murmurar e provocar dissensões entre os membros da igreja, gerando contendas e divisões. Esquecem-se de que Deus abomina os contenciosos (Pv 6.16,19).
Uma Direção Sábia
De acordo com Megginson, “a função de direção compreende guiar e orientar os subordinados para que desempenhem os deveres e responsabilidades que lhes foram atribuídos, de modo a serem conseguidos os resultados desejados”.1 Uma boa direção mostra a existência de elementos fundamentais na organização.
A motivação dos liderados. Motivação é a capacidade de incentivar as pessoas a realizar seu trabalho, visando atingir os objetivos desejados. Neemias soube motivar os liderados. Para animar os outros líderes e os liderados a participarem do seu projeto, falou-lhes sobre a chamada de Deus em sua vida. Contou-lhes que orou durante quatro meses e como Deus abrira as portas tocando no coração do rei, e como obteve apoio oficial para a sua missão. Mas acima de tudo, demonstrou como Deus lhe dirigira: “Então, lhes declarei como a mão do meu Deus me fora favorável, como também as palavras do rei, que ele me tinha dito. Então, disseram: Levantemo-nos e edifiquemos. E esforçaram as suas mãos para o bem” (Ne 2.18).
Tudo indica, pelos textos bíblicos, que a construção de Jerusalém na época de Neemias voltava-se primorda1meflte para os muros que estavam fendidos. Decerto, na época de Esdras, os muros tiveram sua construção iniciada, mas fora paralisada à força pelos inimigos (cf Ed4.12,13). Agora, com Neemias, o desafio era completar a construção da cidade de Jerusalém e a restauração de seus elevados muros, que serviriam de proteção contra eventuais invasores, de povos vizinhos ou distantes que se constituíam inimigos do povo hebreu. A visão das ruínas era desoladora. Talvez muitos tenham dito que não haveria mais solução, contudo Neemias soube usar sua liderança para influenciar os seus compatriotas a se lançarem à obra da reconstrução. Eles disseram: “Levantemo-nos e edifiquemos...”.
Liderança. É a capacidade de conduzir pessoas a desenvolver e atingir os objetivos da organização. Neemias era um verdadeiro líder. Um administrador nato. Não era um líder autocrático Não disse “vão”, “façam”, enquanto observo e oro, mas incluiu-se na solução. “Vinde” e “edifiquemos”! Quando o líder dá o exemplo na ação, no interesse, e participa da obra, o povo percebe e se estimula a segui- lo. Líder não é o que manda, mas o que comanda. Líder não é o que diz “façam”, mas o que diz, “façamos”, O líder fraco diz: “Aqui quem manda sou eu!” Não é um líder, mas um “chefe”.
O homem de Deus deve ser líder, ou seja, aquele que orienta as pessoas a quem lidera. O bom líder cristão não deve ser autocrático, do tipo que diz “aqui quem manda sou eu”, nem do tipo permissivo ou “bonzinho”, que deixa os liderados fazerem o que bem entenderem.
O bom líder é participativo. Esse líder é almejado nas igrejas, pois sabe envolver os servos de Deus na missão da Igreja de Cristo Jesus. Assim como Neemias, gostam de envolver os outros nas decisões; estimulam a participação dos liderados; confiam nas pessoas que trabalham com eles; gostam de delegar; preferem ser amigos dos subordinados; gostam de dizer: “Nós precisamos fazer”, “Gostaria de ouvir a opinião de vocês”, O próprio Deus é participativo. Na criação do homem, disse: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”, (Gn 1.26). “Somos cooperadores de Deus” (1 Co 3.9; Fp 4.3; 3 Jo 8; 2 Pe 1.4).
Comunicação com os liderados. Comunicação é o processo pelo qual se cria compreensão entre os dirigentes e os subordinados. Neemias soube comunicar-se com seus liderados. Ele não falou antes do tempo. Na cidade, já havia algumas autoridades que se encarregavam de administrar a vida comunitária dentro das condições e possibilidades de que dispunham. Neemias podia ter-lhes transmitido suas intenções e seus objetivos ao chegar à cidade, mas não o fez. Após um périplo de inspeção, voltou ao lugar de partida, mas manteve o sigilo sobre suas observações. “E não souberam os magistrados aonde eu fui nem o que eu fazia; porque ainda até então nem aos judeus, nem aos nobres, nem aos magistrados, nem aos mais que faziam a obra tinha declarado coisa alguma” (Ne 2.16).
Há líderes que se prejudicam, nas igrejas, porque falam demais. O escritor de Eclesiastes 
declara: “Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu estás sobre a terra; pelo que sejam poucas as tuas palavras” (Ec 5.2). Em se tratando de planos, mesmo na obra do Senhor, só devem ser divulgados quando todos os detalhes estiverem definidos no que diz respeito a objetivos, metas, pessoas envolvidas, recursos necessários e resultados esperados. O exemplo de Neemias nos fala bem sobre a prudência que deve ser adotada na obra do Senhor, especialmente, em tempos de crise, para não despertar os adversários.
Os Inimigos se Levantam
Inimigos da edificação. É uma realidade a ser encarada por qualquer servo de Deus, sobretudo, pelos líderes. Sempre haverá inimigos contra aqueles que querem servir na edificação do Reino de Deus. Um líder jamais satisfará a todos, mesmo na obra do Senhor. Nem mesmo Jesus agradou a todos. O próprio Deus teve de confrontar seu inimigo, o querubim Lúcifer, que tentou usurpar-lhe o trono. Jesus teve tantos inimigos que sentiu de perto a sua opressão, principalmente, no dia de seu julgamento (Mt 26.54-68).
Paulo, o grande apóstolo dos gentios, sofreu oposição de inimigos dentro das igrejas que foram abertas por ele. Teve que alertar o jovem obreiro Timóteo quanto aos inimigos do ministério.  Dentre esses, surgiram Alexandre e Himeneu, que viviam blasfemando no meio da igreja local, O principal era “Alexandre latoeiro”, que perturbava o homem de Deus. Na primeira carta, Paulo diz que os entregou a Satanás (1 Tm 1.20); na segunda carta, o apóstolo diz: “Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe pague segundo as suas obras. Tu guarda-te também dele, porque resistiu muito às nossas palavras” (2 Tm 4.14,15).
Não é dificil, nas igrejas locais, encontrarmos os “latoeiros” que vivem perturbando os homens de Deus.
Neemias encara os inimigos. Eles não tardaram em aparecer. Enquanto Jerusalém estava em ruínas, e ninguém se interessava por sua reedificação, os inimigos estavam quietos. Certamente, tiravam proveito pessoal da situação. Eram bajuladores do rei, mas inimigos do povo de Deus. Diante do caos, imaginavam que o Deus de Israel nada faria. Mas o Senhor levantou um homem de bem, de dentro da própria corte real, para agir em favor de seu povo. Deus sempre tem um homem para cumprir seus desígnios. Quando Elias pensava que era o único profeta que sobrevivera, Deus lhe disse que ainda tinha sete mil que não se dobraram diante de Baal (1 Rs 19.18).
Ao tomarem conhecimento de que Neemias estava trabalhando pela reedificação dos muros, os inimigos se manifestaram. Ao que parece, eram influentes e tinham relações com o palácio do rei. Diz o texto: “O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, e Gesém, o arábio, zombaram de nós, e desprezaram-nos, e disseram: Que é isso que fazeis? Quereis rebelar-vos contra o rei?” (Ne 2.19).
Quem eram esses inimigos? Certamente, eram os líderes da oposição aberta contra o homem de Deus. Sambalate, o horonita. “Era nome babilônico. Ao que tudo indica, teria habitado na região de Bete-Horon, ao sul de Efraim (Js 10.10; 2 Cr 8.5), sua cidade natal. A única cosa que sabemos com certeza é de que ele tinha algum tipo de poder civil ou militar em Samaria, no serviço ao rei Artarxexes (Ne 4.2)”.
Tobias, o servo amonita. “Provavelmente um oficial do governo persa”... “era. altamente favorecido pelo sacerdote Eliasibe, que lhe concedeu uma sala para ocupar nas dependências do Templo em Jerusalém”.3 Aqui, vemos como certos relacionamentos, no meio do povo de Deus, podem prejudicar sua obra. Um opositor da edificação tinha apoio do sacerdote do Templo.
Gesém, o arábio. “Seu nome figura exclusivamente no livro de Neemias (2.19; 6.1,2,6). Era um árabe, inimigo dos judeus que voltaram do cativeiro babilônico para a Terra Santa. Opunha-se aos desígnios do governo judaico, tomando-o como sedicioso e sujeitando-o ao ridículo. Por essa razão, foique Gesém participou ativamente do conluio de Tobias contra a segurança de Neemias”.
Eles usaram a tática da intimidação, insinuando que Neemias estaria à frente de uma rebelião contra o rei. Essa mesma tática já fora usada pelos inimigos contra o sacerdote Esdras, que antecedera Neemias quando da reconstrução do Templo. A edificação foi perturbada pelo “povo da terra” (Ed 4.4,5); escreveram cartas ao rei, acusando os judeus de estarem se revoltando contra o reino (Ed 4.7 e ss.).
E a obra da construção do templo foi paralisada (Ed 4.24). Certamente, em muitas ocasiões, a obra do Senhor é perturbada e até prejudicada a ponto de não poder prosseguir. Dirá alguém: “Deus não é onipotente? Como não impede a ação dos inimigos?”. De fato, Deus tudo pode fazer, mas segundo seus propósitos. Nem Ele sempre quer realizar tudo o que pode. Se os inimigos prosperam é por sua permissão.
Não é dificil encontrar nos dias atuais esses “Sambalates, Tobias e Geséns” no meio das igrejas locais. São pessoas insatisfeitas com a liderança, com os pastores, dirigentes de congregação ou de departamentos. Elas têm ambições ministeriais, desejo de poder e de liderança. Muitos querem consagrações antes do tempo, e por isso se deixam levar pela carne na busca de posições. E se unem, reunindo pessoas ou grupos para fazerem oposição aos líderes, contudo frequentemente não prosperam. Mas há casos em que fazem grandes estragos, causando inquietação, dissensão e até divisões. Não é raro saírem dessa ou daquela igreja local levando os seus simpatizanteS, e fundam outras igrejas’ou ministérios. Infeliz é a igreja local que é fundada sobre o espírito de dissensão, de soberba e rebeldia.
Resposta aos inimigos. Neemias estava consciente de que a ação intimidativa dos adversários já tivera êxito no tempo de Esdras. Entretanto, estava certo de que Deus ouvira suas orações e as orações dos que amavam Jerusalém (Sl 122) e desejavam a sua reconstrução. A sua resposta foi incisiva, clara e objetiva, demonstrando que não estava ali para se deixar levar pela intimidação dos adversários. Vejamos a resposta do líder da restauração de Jerusalém: “Então, lhes respondi e disse: O Deus dos céus é o que nos fará prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos; mas vós não tendes parte, nem justiça, nem memória em Jerusalém” (Ne 2.20). Que exemplo de confiança em Deus! Neemias, em sua resposta, revelou fé, mas também demonstrou ser homem equilibrado e possuidor de grande senso de humildade. Ele não disse aos adversários que usaria sua capacidade administrativa ou técnica para vencê-los.
Ele usou a fé em primeiro lugar ao dizer: “O Deus dos céus é o que nos fará prosperar”. O verdadeiro líder cristão, antes de confiar em si, em sua competência ministerial, confia em Deus. Ele deu a primazia ao “Deus dos céus”. A Palavra de Deus nos declara: “Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento” (Pv 3.5). Muitos ministérios, de fama nacional, e até internacional têm sido destruidos por causa do orgulho de seus lideres. Em vez de darem glória e honra ao “Deus dos céus”, buscam as honrarias para si e para suas igrejas. Isso é caminho certo para o desastre. Pois o Senhor diz: “... Portanto, diz: Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes” (Tg 4.6).
Contudo, Neemias não ficou apenas no âmbito da fé teórica ou subjetiva. Demonstrou sua disposição em agir e trabalhar. Fé sem ação é fé morta (Tg 2.17). É a fé dos orientais, contemplativa, sem ação, na “meditação transcendental”. Não é a fé que agrada a Deus. Neemias, além de reconhecer o poder de Deus para lhe fazer prosperar, disse: “e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos”. Ou seja, Neemias tinha consciência de que Deus faria a sua parte, aquilo que ele e seus cooperadores não poderiam fazer. Entretanto, deveriam fazer a sua parte, isto é, teriam que colocar as “mãos à obra”. Precisariam se levantar da oração e entrar em ação, a fim de executar a edificação dos muros que estavam em ruínas.
A resposta de Neemias aos inimigos não ficou pela metade. Além de mostrar sua fé em seu Deus, e sua disposição firme de trabalhar, fez com que seus adversários os reconhecesse como dignos de participar da grande empreitada na reconstrução da Cidade Santa.
Foi firme e incisivo contra os inimigos da obra: “mas vós não tendes parte, nem justiça, nem memória em Jerusalém”. Ele sabia que não se deixando intimidar estaria incitando ainda mais ira e oposição contra si. Mas era homem de fé e de coragem. O líder, homem de Deus, não pode ser pusilânime. Diz a Bíblia: “Se te mostrares frouxo no dia da angústia, a tua força será pequena” (Pv 24.10).
Não é fácil ser líder, e muito menos em tempo de crise. Não é fácil realizar a obra do Senhor quando na igreja local levantam-se homens com o espírito de Sambalate, Tobias ou Gesém, ou quando existem os Himeneus e Alexandre latoeiros. No entanto, quando o homem de Deus está no centro de sua vontade, Deus está ao seu lado e diz: “Não temas porque eu sou contigo... Eis que envergonhados e confundidos serão todos os que se irritaram contra ti; tornar-se-ão nada; e os que contenderem contigo perecerão. Buscá-los-áS, mas não os acharás; e os que pelejarem contigo tornar-se-ão nada, e como coisa que não é nada, os que guerrearem contigo. Porque eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: não temas, que eu te ajudo” (Is 41.10-13).
Crise: Transição à vista == Texto: Ne 1.1-3
> Nesses dias estive com pessoas que e conversando percebi que muitas delas estavam passando por um acontecimento em comum “Crise”
> Crise (do grego krisis; em português, distinção, decisão, sentença, juízo, separação). Segundo os gregos essa palavra tem como significado o estado das situações e ações quando em mudanças, sendo essas para melhores ou piores, ou seja, estar em crise é quando as coisas estão mudando, de forma que não mudaram ainda, mas Também não estão como antes e com o passar da crise se saberá se mudou para melhor ou mudou para pior.
> Portanto, toda crise é um momento de perigo sim, mas também de oportunidade. Tudo depende da maneira como reagimos ao problema.
> Neemias tomou conhecimento do grande momento de crise que o seu povo estava atravessando. O que fazer? Ceder ao perigo ou aproveitar a oportunidade?
Transição
> Toda grande crise traz consigo grandes oportunidades.
> O texto nos mostra as oportunidades que Neemias encontrou em meio à crise que o seu povo estava atravessando.
A crise é uma oportunidade de nos humilharmos, jejuarmos e orarmos – Ne 1.4
> Toda a solução para qualquer tipo de crise começa por aqui!
> Deus até mesmo permite crises para que nos humilhemos, pois caso contrário ficaríamos orgulhosos!
A crise é uma oportunidade de se dispor como solução para o problema – Ne 2.5,6
> É uma oportunidade de fazer alguma coisa, de se envolver, de se comprometer, de se doar.
> Neemias poderia apenas ter lamentado, murmurado contra os que levaram Jerusalém àquela situação e seguido o seu caminho. Todavia, ele se colocou como uma opção de solução para o problema.
A crise é uma oportunidade para nos unirmos em torno de um mesmo objetivo – Ne 2.17,18
> Não é momento de nos separarmos, de ficarmos expondo nossas diferenças, mas sim momento de união, de nos ajuntarmos, de nos organizarmos para um mesmo ideal.
> No momento de crise, sempre se levanta uma liderança (alguém com iniciativa) para levar as pessoas à mudança, mas todos devem animar uns aos outros!
A crise é uma oportunidade para aprendermos a lidar com a oposição – Ne 2.19,20
> Se não aprendermos a lidar com a oposição jamais chegaremos a lugar nenhum, pois em todos os momentos da vida, com maior ou menor intensidade teremos de enfrentar oposições, principalmente quando estamos envolvidos na obra de Deus, pois sabemos que o nosso adversário não está interessado em que ela vá adiante!
> Só poderemos aprender a lidar com a oposição quando estivermos passando por ela. Assim com aprender a andar de bicicleta e a nadar, aprender a lidar com a oposição não se aprende por curso por correspondência. Aprende-se na prática!
> Ver também Ler Ne 2.10; 4.7-9, 21-23; 6.2-4, 8, 12.
A crise é uma oportunidade de reconstruir o que precisa ser reconstruído – Ne 3.1-32
> Neste capítulo vemos alguns princípios a serem seguidos em momentos de crise e no processo de reconstrução:
> Coordenação: Cada pessoa sabia onde devia estar, qual era a sua responsabilidade e o que se esperava dela.
> Cooperação: Homens de lugares diferentes e de diferentes ocupações trabalharam juntos no muro: sacerdotes (v. 1), ourives e perfumistas (v. 8), regentes dos dois distritos (v. 9, 12) um deles auxiliado por suas filhas. Ver ainda versos 20, 31, 32.
> Vale destacar que Neemias não conseguiu sucesso total (v. 5). Todavia, ele não permitiu que isso diminuísse seu otimismo. Trabalhou com os que estavam dispostos a trabalhar e conseguiu realizar o que muitos consideram impossível!
> Aprovação: Neemias se interessou pessoalmente por cada pessoa que trabalhava; conhecia seus nomes, sabia o que estavam fazendo, tratou-os como pessoas e não como objetos, como um meio para se chegar a um fim! O que precisa ser reconstruído em sua vida?
AS MARCAS DE UM VERDADEIRO LÍDER (11.2-15)
 1. O compromisso de Paulo diante da igreja e de Deus (vv.2-4). Paulo deixa claro que recebeu do próprio Deus sua autoridade apostólica, a fim de edificar, e não dominar, a Igreja de Cristo. Entretanto, os coríntios, influenciados pelos falsos apóstolos, que agiam na ausência de Paulo, demonstravam superficialidade no conhecimento das coisas espirituais (v.4). O fato decepcionou o apóstolo, pois ele tinha por objetivo prepará-los para apresentá-los “como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo” (v.2).
2. Paulo se interessa, antes de tudo, pelo bem-estar espiritual da igreja (vv.5-15). A postura de Paulo de não depender financeiramente da igreja de Corinto, foi utilizada injustamente pelos falsos apóstolos para acusá-lo de não ser ele um apóstolo verdadeiro (vv.5-11). Por sua vez, Paulo afirma que os irmãos da Macedônia (e outras igrejas) haviam-no socorrido em suas necessidades (vv.8,9). O apóstolo dos gentios assim procedeu, a fim de não dar ainda mais ocasião para os seus oponentes o acusarem (v.12).
Naturalmente, é responsabilidade das igrejas sustentar seus pastores. Aquelas congregações, contudo, ainda não tinham condições de assumir tal responsabilidade. Nos versículos 13 e 15, Paulo fica tão irritado com os falsos apóstolos que, para desmascarar-lhes a dissimulação, utilizou a figura de Satanás que, conforme reafirma, disfarça-se até de anjo de luz. É o que faziam os falsos apóstolos.
3. Paulo colocou o ato de servir acima dos interesses pessoais (vv.16-33). Paulo expõe, agora, todos os seus sofrimentos físicos e emocionais por amor a Cristo: fome, sede, nudez, açoites, prisões, naufrágios, ameaças e perigos incontáveis. Ele não somente se identificava com aqueles a quem servia, como também por estes interessava-se, a fim de que fossem beneficiados com o Evangelho. Seu amor pelas igrejas de Cristo dava-lhe forças para seguir em sua missão apostólica (v.28). Era um homem de Deus que se identificava com o rebanho de Cristo em todas as situações (v.29).
PAULO, UM LÍDER SEGUNDO A VONTADE DE DEUS
 Indiscutivelmente, Paulo foi um líder que demonstrou ampla competência para o exercício do seu ministério. Cada igreja, estabelecida por ele, tinha características próprias e exigia dele habilidades específicas, a fim de lidar com situações bastante particulares.
Foi o que o apóstolo demonstrou no trato com os coríntios. Servindo-os humildemente, como fez o Senhor Jesus durante o seu ministério terreno, e externando-lhes um amor que só o verdadeiro líder chamado por Deus possui, demonstrou-lhes ser, realmente, um apóstolo chamado por Cristo Jesus, a fim de levar o Evangelho aos gentios até aos confins da terra.
Paulo aprendera com Jesus: o servir é uma das características mais marcantes de um obreiro. O servir, aliás, é o verdadeiro padrão de liderança neotestamentária. É hora de nos apresentarmos como leais servidores a serviço do Rei. Quem não está pronto a servir jamais estará apto para o Reino de Deus.
 NEEMIAS O LÍDER DESTEMIDO
OS PASSOS DE NEEMIAS NO CAMINHO DA LIDERANÇA
1. A elevada posição de Neemias diante do Rei. Antes de Neemias chegar a Jerusalém, convém observar que ele recebera de Deus sabedoria para construir a sua plataforma sustentada pelos pilares da lealdade e da firmeza de caráter.
2. Neemias toma conhecimento da situação na Palestina e vai a Jerusalém. Ao receber as informações trazidas por seu irmão Hanani, acerca do deprimente estado da cidade eleita, o desalento tomou conta de Neemias.
3. Neemias assume a liderança da reconstrução dos muros da cidade. Após dirigir-se aos governadores da região dalém do Eufrates, para apresentar-lhes as suas credenciais, Neemias chegou a Jerusalém e começou a fazer o levantamento real da situação da cidade.
A LIDERANÇA DE NEEMIAS É QUESTIONADA
1. O questionamento de Sambalate e seus companheiros. Com a reedificação de Jerusalém, Samba- lá, governador da província de Samaria, via ruir por terra toda a estrutura comercial de sua cidade. Os judeus passariam, agora, a ocupar o centro das atenções, com Neemias na liderança, e ele ficaria no obscurantismo.
2. A reação equilibrada e coerente de Neemias. Há um provérbio popular que afirma: “Toda ação provoca uma reação.” Todavia, no que tange à liderança cristã, quando ocorrem fatos semelhantes aos que foram acima descritos, não pode haver nenhuma atividade de comprometimento, de indiferença ou de covardia. Observemos que Neemias não aceitou nenhuma das provocações contra ele levantadas, mas também não se deixou levar por nenhuma delas.
IV. OS EFEITOS DA LIDERANÇA DE NEEMIAS
1. Os efeitos civis. O povo passou a ter um sistema de governo constituído em bases sólidas, não obstante estar ainda sob o domínio do Império Medo-Persa.
O casamento misto não foi mais tolerado (Ne 13.23-28) e, com isso, preservou-se a cultura judaica, o que contribuiu para o aprofundamento das raízes históricas do povo.
2. Os efeitos morais. Durante o breve espaço de tempo em que Neemias esteve na Corte, em Susã, Tobias investiu com seu espírito malicioso e conseguiu entronizar-se numa das câmaras do templo. Todavia, com o retorno do líder, o intruso foi expulso (Ne 13.4-9) e o exemplo serviu para soerguer a vida moral dos judeus, já que outras medidas saneadoras foram também tomadas.
3. Os efeitos espirituais. Todavia, os efeitos mais profundos se verificaram na vida espiritual, isto porque a reforma religiosa tão pretendida por Esdras, alcançou o seu ápice sob a liderança de Neemias. O povo foi chamado ao arrependimento, as festas previstas no Pentateuco foram restauradas e um novo sopro do Espírito veio sobre aqueles corações endurecidos.
CONCLUSÃO
Um dos principais motivos pelos quais havia crise entre os judeus foi removido! Os muros foram reconstruídos! Ver Ne 6.15,16 -- Que exemplo nos deixou o apóstolo Paulo! Sua liderança não foi estabelecida por homem algum, mas por Deus. Portanto, ele sabia que no Reino de Deus só há uma alternativa para aqueles que amam a Cristo e a sua Igreja: servir, servir e servir. Não foi exatamente isso que fez o Senhor durante o seu ministério terreno? Por que agiríamos de forma diferente?
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
BIBLIOGRAFIA
Lições bíblicas CPAD 1984
boladenevegoiania.com.br
Livro de Neemias – Integridade e Coragem em Tempo de Crise – Elinaldo Renovato
(HORTON, S. M. I & II Coríntios: Os Problemas da Igreja e suas Soluções. RJ: CPAD, 2003, pp.240-41)
(GETZ, G. A. Pastores e Líderes: O Plano de Deus Para a Liderança da Igreja. RJ: CPAD, 2004, pp.105-6)

 

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