SE O MEU POVO ORAR
Texto Áureo: II Cr. 7.14 – Leitura Bíblica: II Cr. 7.11-18
Texto Áureo: II Cr. 7.14 – Leitura Bíblica: II Cr. 7.11-18
Pb. José Roberto A. Barbosa
Objetivo: Despertar os alunos para perceberem a importância da oração, e mais que isso, as bênçãos espirituais dela advindas.
INTRODUÇÃO
Nesta última lição do trimestre, estudaremos a respeito do significado da oração para o povo de Deus. Inicialmente, meditaremos a respeito do contexto da passagem, no qual Israel é chamado a orar. Em seguida, analisaremos a importância que a oração tem para a igreja cristã. E por fim, sobre as implicações da oração para a vida do cristão.
1. SE ISRAEL ORAR
Após a dedicação do templo em Jerusalém, o Senhor apareceu a Salomão, à noite, em sonho. Nessa ocasião, Ele revelou ao monarca israelita seus projetos em relação ao futuro da nação. A palavra de Deus dirigida a Salomão tratava-se de uma resposta a sua petição. O Senhor aceita aquele local, o templo que havia sido erigido, como lugar de sacrifício e adoração (II Cr. 7.12). Quando o povo pecasse, e por causa do pecado, fosse julgado, através da falta de chuvas, de pestes que consumissem a terra, e depois o povo se arrependesse, o Senhor assim expressa: “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (II Cr. 7.14). No contexto da passagem, o Senhor está dizendo a Salomão que se o povo se arrependesse dos seus maus caminhos, Ele ouviria dos céus a oração, perdoaria seus pecados e pouparia Israel dos males que lhe sobreviriam por causa da desobediência. Esse versículo precisa ser compreendido em conformidade com as promessas específicas feitas por Deus a Israel. Caso contrário, resultará em interpretações equivocadas ou aplicações forçadas à igreja. Somente podemos fazer alguma aplicação se considerarmos esse texto na totalidade do evangelho, reconhecendo: 1) a relevância do reconhecimento dos pecados da igreja; 2) as conseqüências desastrosas que o pecado pode causar; 3) a necessidade de arrependimento para que não sejamos julgados com o mundo; e 4) a convicção que Deus ouvirá as orações e nos guiará na verdade. A aplicação nacional desse versículo a qualquer país (inclusive o Brasil), como fazem alguns pregadores, não tem respaldo exegético.
2. SE A IGREJA ORAR
A igreja de Jesus Cristo necessita redescobrir o valor da oração. Se essa despertar para a importância da oração, desfrutaremos de um avivamento genuíno. Isso porque, conforme destacou o Senhor, “tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus. Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt. 18.18-20). Essa deva ser a motivação central da igreja para orar, experimentar a presença de Jesus em unidade no corpo de Cristo. Não importa qual seja o assunto, contanto que seja do agrado do Senhor, de acordo com Sua soberana vontade, Ele responderá a oração. Muito mais Jesus poderia fazer em Sua igreja, e através dela, bastaria que essa orasse. Infelizmente, há um busca exacerbada por bens materiais, decisões tomadas com base na política partidária ou eclesiástica e intensa competitividade entre os membros, tudo isso apaga a chama do Espírito Santo. Em Jo. 15.7, Jesus disse que “Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito”. Eis a condição para que recebamos do Senhor a resposta das orações: se as Suas palavras estiverem em nós. A igreja precisa orar, mas não apenas fazer orações com base em interesses particulares, antes orar de acordo com a vontade de Deus. Quantos de nós ainda ora por um avivamento na igreja? Pelo derramamento do Espírito Santo? Para que os novos convertidos sejam batizados no Espírito Santo? Será que ainda há quem ore pelos missionários em terras longínquas? Ainda estamos dispostos a orar pelos enfermos? Se a igreja do Senhor orar, em união, por temais semelhantes a esses, faremos proezas para a glória do Senhor.
3. SE O CRISTÃO ORAR
A revolução precisa começar por cada um de nós, cada cristão, individualmente, é chamado a orar. A oração do cristão deve ser uma expressão dos sentimentos e necessidades, mas, sobretudo, impulsionada pelo Espírito Santo (Rm. 8.15,26), orando tanto em Espírito quanto com a mente (I Co. 14.15). Por isso, Paulo recomenda aos efésios para que orem em todo o tempo no Espírito (Ef. 6.18), isso quer dizer que a oração não é apenas um ato natural, um momento de meditação para encontrar-se, como pressupõem os adeptos da auto-ajuda, muito menos um meio de obter longevidade, como defende o pragmatismo moderno. Orar é desfrutar de comunhão íntima com Deus, é reconhecer, pelo Espírito Santo, que somos filhos de Deus, por meio do qual podemos chamá-lo de Pai, Aba (Rm. 8.15,16). Se o cristão orar, terá mais comunhão com o Pai, e pedirá, em nome de Jesus, para a glória dEle (Jo. 14.13). Este é um exercício de fé, não esqueçamos que “tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis” (Mt. 21.22), contanto que o pedido seja da vontade de Deus (I Jo. 5.14). A esse respeito, devamos saber que a vontade de Deus não é que sejamos ricos, que tenhamos mansões, carros importados, iates e aviões, tal como argumentam os profetas da prosperidade, mas que sejamos santos (I Ts. 4.3), que vivamos em paz e unidade (Ef. 4.3) e sejamos sábios diante dos problemas da vida (Ef. 6.19,20; Tg. 1.2). Se o crente orar, a sua vida será guiada pelo Espírito do Senhor, ele aspirará viver de modo mais elevado, de acordo com o padrão planejado por Deus (Hb. 11.40).
CONCLUSÃO
“Se” é uma partícula gramatical condicional, portanto, uma possibilidade. Existem inúmeras ordenanças bíblicas para que o crente ore. Mas Deus não obriga as pessoas a orarem, Ele apenas declara: “Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes” (Jr 33.3). Em muitas ocasiões, Israel deixou de ver a glória de Deus porque preferiu confiar em si mesmo, ao invés de buscar o Senhor em oração. A igreja dos tempos atuais precisa aprender com o exemplo da igreja primitiva, a qual, perseverava na oração e no ministério da palavra (At. 10.5), esse, porém, é um assunto para o próximo trimestre.
BIBLIOGRAFIA
APPÉRÉ, G. A oração que Deus responde. São José dos Campos: Fiel, 2001.
BRANDT, R. L; BICKET, Z. J. Teologia bíblica da oração. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.