segunda-feira, 28 de setembro de 2009

DAVI E SUA VOCAÇÃO

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LIÇÃO 01 - DIA 04/10/2009
TÍTULO: “DAVI E A SUA VOCAÇÃO”
TEXTO ÁUREO – I Sm 13:14
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: I Sm 16:1, 3 10-13
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO



I – INTRODUÇÃO: 


• “E NINGUÉM TOMA PARA SI ESTA HONRA, SENÃO O QUE É CHAMADO POR DEUS...” – Hb 5:4.


• Ser servo de Deus e exercer um ministério é uma honra que o Senhor dá a um ser humano; para isso, é necessário que haja VOCAÇÃO e CHAMADA, ambas dependentes de Deus e manifesta pelo Espírito Santo. 



II - QUANDO O SENHOR ESCOLHEU DAVI COMO SEU INSTRUMENTO?:



• Resposta: Quando houve rejeição da Palavra do Senhor por parte do então líder (rei Saul).


• Assim, grande era a aflição! (I Sm 13:14)



• O próprio Deus, por meio do profeta Samuel, já havia declarado a sentença para o rei Saul:


• 
“... Visto que já rejeitaste a palavra do Senhor, já ele te rejeitou a ti, para que não sejas rei sobre Israel” – I Sm 15:26b.



• À vista disso, analisemos alguns acontecimentos na vida do rei Saul:



• 
Leiamos I Sm 9; 10; 28:6-9.



(A) Saul foi um homem escolhido, chamado e ungido para ser rei; 


(B) profetizou; 


(C) foi cheio do Espírito de Deus;


(D) Mandou matar aqueles que consultavam espíritos. No entanto, procurou uma feiticeira. 


(E) Não era um homem qualquer; era o rei de Israel: capaz de causar grandes benefícios ou prejuízos (como de fato causou), no relacionamento do povo com Deus.


(F) Saul não se envolveu com mulheres e não tinha amor pelas riquezas. Entretanto, era um homem obstinado pelo poder, determinado a não perder o trono, tinha idéia fixa de permanecer como rei. 


(G) Isto fez dele um homem: 


1. amante de si mesmo, ou egoísta (depois dele, seria ele, novamente); 


2. presunçoso, ou pretensioso (capaz de fazer qualquer coisa para se manter no cargo); 


3. soberbo, ou arrogante; ingrato (nunca pode demonstrar gratidão a Davi); 


4. irreconciliável (por mais que Davi buscasse a paz, Saul fez questão de ser seu inimigo); 


5. incontinente (incapaz de se controlar); 


6. orgulhoso ou auto-suficiente (independente de Deus). 



• Conseqüência: Assim, vemos traçado o caminho de Saul para a perdição.



• (1) Sua obediência foi incompleta para com Deus (I Sm 15);


• (2) Seu orgulho, sua inveja e seu ciúme eram ilimitados (I Sm 18:6-16);


• (3) Seu ódio era grande contra Davi, o vocacionado pelo Senhor (I Sm 18:25; 19:8-11);


• (4) Chacinou os sacerdotes de Deus (I Sm 22:6-19);


• (5) Envolveu-se com a feitiçaria (I Sm 28);


• (6) Seu fim foi trágico: suicidou-se (I Sm 31).


• Antes de todos esses acontecimentos, o Deus Eterno já havia dito ao profeta Samuel:


• 
“... Até quando terás pena de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que não reine sobre Israel? Enche um chifre de azeite e vem; enviar-te-ei a Jessé, o belemita; porque, dentre os seus filhos, ME PROVI DE UM REI” – (I Sm 16:1)


• Desses acontecimentos aprendemos que o Eterno sempre chama indivíduos para assim transmitir Sua salvação a muitos. O nosso Deus não realiza Sua obra através de comissões, mas por meio de indivíduos!



III - CONDIÇÕES PARA UMA VERDADEIRA VOCAÇÃO DIVINA:


1. QUANDO TUDO PARECE PERDIDO E GRANDE É A AFLIÇÃO, DEUS VOCACIONA ALGUÉM – Analisemos algumas circunstâncias do chamado divino e suas finalidades: 


• Deus chamou Moisés quando o povo hebreu era escravo no Egito; Deus utilizou Moisés para libertar o povo hebreu da escravidão (Ex 3.8-10) 


• Deus chamou Gideão quando Israel ficou debilitado com a presença dos inimigos midianitas; Deus utilizou Gideão para libertar os hebreus das mãos dos midianitas (Jz 6.14)


• Deus chamou Isaías quando havia guerra Siro-efraimita e houve a morte do rei Uzias; Deus usou Isaías para resgatar, no rei Acaz e no povo de Judá, a fé em Javé (Is 7.9)


• Deus chamou Jeremias quando havia luta entre Egito e Babilônia pela posse de Canaã; Deus usou Jeremias para derrubar o inútil e construir e plantar a vida plena (Jr 1.10). 



2. OS VOCACIONADOS PELO SENHOR SEMPRE ESTAVAM TRABALHANDO – Um verdadeiro servo chamado por Deus sempre está ocupado, fazendo algo. Os verdadeiros vocacionados por Deus NUNCA DÃO TRABALHO, sempre estarão trabalhando e fazendo a obra. 


• Davi: “apascentava as ovelhas” (I Sm 16:11)


• Moisés: "apascentava o rebanho de Jetro" (Ex 3.1-6);


• Gideão: "... malhava o trigo no lagar..." (Jz 6.11);


• Isaías: “meditava no Templo de Jerusalém” (Is 6.1-2);


• Jeremias: “envolvido em atividades e pensamentos de adolescentes, ou seja, considerou que não tinha idade necessária para participar ativamente na vida pública” (Jr 1:6)


• OBS: No antigo Israel, era muito apreciada a sabedoria dos anciãos, e as pessoas de pouca idade deveriam ficar em silêncio na presença dos mais velhos (Jó 32:4, 6). Por isso, Jeremias argumenta que as suas palavras careciam de autoridade, por ser ele ainda uma criança. 



3. OS VOCACIONADOS RECONHECEM QUE NADA SÃO DIANTE DO SENHOR - Nosso Deus age através de pessoas fracas, por meio da Sua Palavra. 


• Davi compreendeu isso, quando disse, entre outros, à sua esposa Mical: “... ainda mais desprezível me farei e me humilharei aos meus olhos” (II Sm 6:21-22).


• Moisés disse: "quem sou eu para ir... e tirar do Egito os filhos de Israel?" (Ex 3.11);


• Gideão disse: "... a minha família é a mais pobre em Manassés, e eu, o menor na casa de meu pai" (Jz 6.15);


• Isaías disse: " Sou um homem de lábios impuros..." (Is 6.5);


• Jeremias disse: "...não sei falar, porque não passo de uma criança" (Jr 1.6).


• Leiamos I Cor 1:26-29 e façamos o seguinte resumo:


• (1) A vocação divina, segundo a Bíblia, ocorre em um momento de grande crise e angústia do povo; 


• (2) Deus não leva em consideração a condição social e econômica, nível de cultura, idade e pureza do vocacionado para exercer a missão; 


• (3) A missão de uma pessoa vocacionada é destruir a maldade e a injustiça e construir a vida plena na sociedade humana.



IV – A VOCAÇÃO PERTENCE ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE A DEUS:


• Deus ordenou ao profeta Samuel que fosse à casa de Jessé, porquanto dentre os filhos daquele belemita, tinha provido um rei – I Sm 16:1;


• Na casa de Jessé, formaram-se duas filas: UMA HUMANA (composta por sete pessoas); UMA DIVINA (composta por apenas um homem); 


• A FILA HUMANA ESTAVA PRESENTE; A DIVINA, AUSENTE!;


• Samuel, mesmo sendo um homem de Deus, pendeu logo para o lado da vantagem e disse consigo mesmo, quando viu a Eliabe, o primogênito de Jessé:


• 
“Certamente está perante o Senhor o seu ungido”. (I Sm 16:6);


• Porém o Senhor disse a Samuel:


• 
“Não atentes para sua aparência, nem para a altura da sua estatura, porque o tenho rejeitado...” (I Sm 16:7);


• Samuel então resolveu fazer uma contagem regressiva para ver onde encontrava o escolhido do Senhor para aquele cargo de tanta envergadura;


• Mas a rejeição divina foi de SETE a ZERO:


• 
“... o Senhor não tem escolhido a estes” (I Sm 16:10);


• Se a vocação estivesse na mão humana, um daqueles mancebos a teria recebido. 


• Entretanto, a vocação pertence única e exclusivamente a Deus e não ao homem.


• Não nos esqueçamos: DAVI ESTAVA AUSENTE! NEM SEQUER FOI CONVIDADO PARA O BANQUETE!


• No entanto, O NOME DE DAVI CONSTAVA NA LISTA DIVINA como sendo o vocacionado predileto do Senhor.


• Com a chegada de Davi à presença de Samuel, o Espírito do Senhor fez o santo homem de Deus sentir que de fato era aquele!


• Não foi Samuel quem disse: “EU PROFETIZO”; “EU DECLARO”; “EU DETERMINO”.



• 
Samuel era apenas um ser humano; uma criatura de Deus; era apenas servo e não "Senhor"!


• A vocação e a chamada para cargos na obra do Senhor não pertencem ao homem, tampouco estão subordinadas à vontade humana. 


• Mas o Deus Todo-Poderoso disse à Sua criatura, ao homem e apenas servo, o profeta Samuel:


• 
“... LEVANTA-TE, E UNGE-O, PORQUE ESTE MESMO É” – (I Sm 16:12).


• A vocação é obra exclusiva do Senhor nosso Deus!


• Quem manda é Ele;


• 
quem escolhe é Ele;


• 
quem vocaciona é Ele;


• 
quem chama é Ele;


• Ele é o Senhor da seara;



• Deus continua o mesmo, ontem, hoje e eternamente.


• 
Ele é o Eterno "EU SOU O QUE SOU".


• Nós não somos nada, mas ELE É TUDO EM TODOS! TUDO ELE É!



• A bênção na vida daquele que é chamado por Deus só será completa e vista por todos quando o Senhor da Seara verdadeiramente o vocacionar.


• E foi este exatamente o resultado: DAVI FOI UNGIDO NA PRESENÇA DO SEU PAI E NA DE SEUS SETE IRMÃOS, PARA GLÓRIA E HONRA DO NOSSO DEUS.



V – CONSIDERAÇÕES FINAIS: 


• Quando um servo do Senhor é verdadeiramente vocacionado por Deus, não se precipita; ele espera. Tem convicção que, no devido tempo, todos os planos do Eterno Deus a seu respeito hão de se cumprir da maneira mais maravilhosa possível. 


• Davi confiava inteiramente em Deus! E do verdadeiramente vocacionado por Deus são estas palavras no Sl 118:8-9:


• 
“É MELHOR CONFIAR NO SENHOR DO QUE CONFIAR NO HOMEM. É MELHOR CONFIAR NO SENHOR DO QUE CONFIAR EM PRÍNCIPES"


• Que assim seja, para honra e glória do nosso Deus e em nome de Jesus. 




Fontes de consulta:

A Bíblia de Estudo Almeida - SBB

Estudo bíblico “O chamado de Isaías para ser profeta” – de Tércio Machado Siqueira

Estudo bíblico “No Coração do Vocacionado” – de Antonio Carlos Barro

Lições Bíblicas – CPAD – 3° Trimestre de 1991 – Comentarista: Adilson Faria Soares

A Espada do Senhor – Chamada da Meia-Noite – Wim Malgo

O Crente e a Prosperidade – CPAD – Severino Pedro da Silva

Mil Esboços Bíblicos – Editora Evangélica Esperança – Georg Brinke

Ética Pastoral – CPAD – Nemuel Kessler

DAVI E SUA VOCAÇÃO

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Por Ev. Isaias de Jesus


DAVI E SUA VOCAÇÃO
Introdução
Neste trimestre aprenderemos sobre a vida de Davi, um dos maiores personagens da bíblia, um homem segundo o coração de Deus. A sua trajetória é destacada como um marco da história bíblica (II Sm 7.8). Davi um homem que saiu de detrás das ovelhas de seu pai para governar a nação de Israel. Em Davi estavam muitas das promessas sobre a linhagem que levaria ao nascimento do Messias (Lc 1.32).Davi, que significa amado em hebraico, é o tema do nosso quarto trimestre.
I - Um período de transição.
Após a conquista da terra de Canaã, pelo povo de Israel, ocorreram muitas transformações. A posse da nova terra fez com que um povo que era nômade passasse a usufruir de uma promessa divina, feita muitos séculos antes ao patriarca Abraão; “Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção” Gn 12.1,2.
A partir do momento que Josué assume a liderança do povo, após a morte de Moisés (Dt. 34) isso nós aprendemos no segundo trimestre da nossa EBD. A história de Israel passou a ser guiada pelos mandamentos feitos pelo Senhor ao povo quando estavam fora da terra; “Porquanto te ordeno hoje que ames ao SENHOR teu Deus, que andes nos seus caminhos, e que guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, para que vivas, e te multipliques, e o SENHOR teu Deus te abençoe na terra a qual entras a possuir.
Porém se o teu coração se desviar, e não quiseres dar ouvidos, e fores seduzido para te inclinares a outros deuses, e os servires. Então eu vos declaro hoje que, certamente, perecereis; não prolongareis os dias na terra a que vais, passando o Jordão, para que, entrando nela, a possuas.” Dt 30.16,18. O que aconteceria se com o passar dos anos o povo não guardasse a palavra do Senhor? O povo não permaneceu fiel as palavras do altíssimo, mas Ele permanece fiel (II Tm 2.13).
Por ser o princípio religioso a principal motivação para o povo permanecer ligados a lei divina, mesmo que isso significasse muitas e onerosas dores, o povo chamado de dura cerviz, afastavam-se dos padrões requeridos pelo altíssimo atraindo sobre si ira divina (Dt 31.27).
A história de Davi começa num período de transição muito importante para o povo de Israel. Os juízes comandaram o povo de Israel durante os 300 primeiros anos em que habitaram a terra de Canaã. “Durante este período, Deus levantava os juízes para combater a imoralidade e a apostasia, pois o povo era guiado pelo seu próprio coração,” e fazia o que achava reto aos seus olhos” (Jz 21.25).
Aquele povo que por anos estiveram sobre o comando de sacerdotes e juízes, a mudança para a monarquia representaria, para aquele momento histórico, um passo importante de se igualar as nações que estavam ao seu redor. A figura de um rei iria satisfazer a exigência do povo; “Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as nações” I Sm 8.5.A conseqüência da escolha foi um rompimento com aquilo que era algo legal, a presença de Deus, tornou-se um ato de insubmissão ao altíssimo. “E disse o SENHOR a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não te têm rejeitado a ti, antes a mim me têm rejeitado, para eu não reinar sobre eles I Sm 8.7.
II - O primeiro Rei
A escolha pela monarquia levou a escolha do primeiro rei sobre as tribos, e Saul assume o posto mais alto; “E quando Samuel viu a Saul, o SENHOR lhe respondeu: Eis aqui o homem de quem eu te falei. Este dominará sobre o meu povo” I Sm 9.17.
Saul reinou em Israel pelo período de 40 anos, um governo marcado no princípio pela presença de Deus nas vitórias diante dos seus inimigos (I Sm 11.9,11). Mas Saul não permaneceu em conformidade com as palavras de Deus, afastando-se do projeto divino para sua vida, e no final buscou inclusive ajuda de uma pitonisa. “Assim morreu Saul por causa da transgressão que cometeu contra o SENHOR, por causa da palavra do SENHOR, a qual não havia guardado; e também porque buscou a adivinhadora para a consultar” I Cr.10.13.
A escolha de Davi se deu ao passo que o reinado de Saul começou a ruir. É a partir da rejeição de Saul que Samuel recebe a incumbência de ungir outro rei sobre Israel. “Então Samuel lhe disse: O SENHOR tem rasgado de ti hoje o reino de Israel, e o tem dado ao teu próximo, melhor do que tuI Sm 15.28.
II - Davi uma escolha divina.
A escolha de Davi foi feita por Deus, o jovem pertencia a família de Jessé o belemita, um efrateu de Belém de Judá (I Sm 17.12). A ordem divina era que entre os filhos do belemita haveria o futuro rei e a missão do profeta não foi uma tarefa fácil, pois Samuel colocou em risco a sua vida (I Sm 16.2). Como é importante que os homens estejam na direção divina, cumprindo plenamente a sua vontade. Este foi o objetivo de Jesus em seu ministério terreno, de cumprir a vontade de seu pai. Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou (Jo 6.38).
Ao entrar na casa de Jessé, o profeta teve de imediato a impressão de estar diante do novo rei, quando olhou para Eliabe, o primeiro filho de Jessé a se apresentar (I Sm 16.6). Encontramos neste episódio um ensinamento muito especial para nossas vidas, as “nossas escolhas” muitas vezes não representam aquilo que realmente deveríamos escolher. Olhar somente a aparência, já não é algo só dos nossos dias, o próprio profeta Samuel foi tentado a tomar esta decisão, “certamente está perante o Senhor o seu Ungido”.
Ao olhar para “exterior” somos tentamos muitas vezes a procurar entender o que as pessoas estão sentindo por dentro, se elas estão tristes, tentamos imaginar o que esta acontecendo. Quando encontramos alguém bem vestido, com roupas caras ou em carros de luxo, pensamos se este ou aquela tem dinheiro. Pode ocorrer que muitos de nós entramos em situações complicadas por não estarmos atentos aos “detalhes”. Samuel estava numa posição de grande responsabilidade e ele não poderia errar, pois um erro significaria a rejeição do próprio Deus.
Mas o detalhe que não faltava naquela ocasião era justamente a unção do divino sobre a vida do profeta.Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o SENHOR não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração” I Sm 16.7.
Ao atentarmos para o exterior nada enxergamos, apenas o que nossos olhos querem ver, mas Deus olha para o que esta embaixo da pele, ele olha para o homem interior, onde se descobre as intenções do coração (Hb 4.13). Desta forma, o segundo filho de Jessé também não passou no crivo divino, e ao passar todos os filhos que estavam na casa o profeta faz uma pergunta ao dono daquela casa acabaram-se os jovens?(I Sm 16.11).
III - Davi uma escolha segundo o coração de Deus.
Faltava o menor, aquele que até o momento não haviam sido lembrado, mas Deus não se esquece de ninguém, havia aquele que estava detrás das ovelhas (I Cr 17.7), talvez esquecido pela sua família naquele momento, mas nunca pelo Senhor. Lembramos o que disse o profeta Isaias; “Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse dele, contudo eu não me esquecerei de ti” ( Is 49.15). Deus estava contemplando aquela ocasião, era algo notório, pois o novo rei abriria uma nova perspectiva para o povo de Israel.
O nome Davi no hebraico significa amado, e não encontramos outro de igual significado na bíblia, e segundo a tradição dos Hebreus os nomes tinham grande importância em relação à pessoa. O próprio Deus também se preocupa com os nomes, é algo muito especial. Ao olharmos para a história bíblica encontramos alguns personagens do antigo testamento que tiveram os seus nomes mudados pelo Senhor. É o caso do nosso patriarca Abraão, que no princípio se chamava Abrão que significa pai exaltado, em outras traduções como pai das alturas. Quando Deus escolhe, Ele muda o homem por completo e isto pode incluir até mesmo o nome. Abrão passou a se chamar Abraão que significa pai das multidões Gn 17.5. O nome é parte da identidade de casa pessoa, pois nos identifica uns dos outros, é nesta singularidade que é nos reservado um novo nome nos céus(Ap 2.17).
Davi era o caçula entre os seu irmãos, o menor entre todos (I Sm 16.11), e foi o último a passar diante do profeta Samuel. Ao aproximar-se do profeta aquele jovem ruivo, versículo 12, o Senhor ordenou ao profeta que o ungisse no meio dos seus irmãos. Deus escolheu o menor, aquele que ao princípio seria o último, este deveria receber a menor parte, na lei de Moisés a benção estava sobre o primogênito(Dt 21.17).
Ao chegar o profeta, os filhos de Jessé puseram-se apostos para aquela cerimônia. Contudo, existe um número expressivo de pessoas que estão sempre “prontas” para fazer algo para o Senhor, mas poucos estão aptos. Aqueles que o Senhor quer usar realmente não aparecem, estão por ai “atrás das ovelhas”, cuidando do rebanho do Senhor sem muitas vezes serem vistos. A obra feita no silêncio, feita nas lágrimas e fadigas, às vezes debaixo de sol escaldante e o nome destes pequenos não aparecem na mídia, são “esquecidos” pelos seus irmãos, mas estes estão no coração de Deus, esperando para serem lembrados e honrados no momento certo (Ap 22.12).
IV - A unção de um novo Rei.
Então Samuel tomou o chifre do azeite, e ungiu-o no meio de seus irmãos; e desde aquele dia em diante o Espírito do SENHOR se apoderou de Davi; então Samuel se levantou, e voltou a Ramá.” (I Sm 16.13). Ao receber a unção observamos que a partir daquele momento o Espírito de Deus estava sobre a vida de Davi aumentando a sua capacidade (I Sm 17.33,37). Não havia dúvidas que a escolha foi confirmada pela presença sobrenatural do Espírito Santo. A vida daquele jovem mudou por completo com a benção de Deus sobre sua vida. Deus sempre faz a escolha certa, mesmo que alguns não queiram permanecer na sua vocação, sempre o altíssimo escolhe os melhores para sua obra (Jo 15.16).
Embora escolhido rei, Davi não tomou a princípio o governo de Israel, ele voltou para cuidar das ovelhas do seu pai; “E Saul enviou mensageiros a Jessé, dizendo: Envia-me Davi, teu filho, o que está com as ovelhas”. I Sm 16.19). Mesmo recebendo a unção e estando cheio do Espírito Santo, Davi teve paciência e soube aguardar o tempo certo, o tempo de Deus (Ec 3.1).
Conclusão
Nesta lição aprendemos que o projeto de Deus na nossa vida pode começar a qualquer momento. Davi estava no campo cuidando das ovelhas de seu pai, sem se preocupar com a política, governo, crises e guerras, mas ele estava no projeto de Deus. Davi teve a oportunidade de comandar uma nação, sem talvez nunca imaginar que isso aconteceria. Aprenderemos neste trimestre sobre a vida de um dos maiores nomes da bíblia, sua vida e trajetória, e poderemos tirar lições preciosas para nossas vidas.
Bibliografia
BOYER Orlando, Pequena Enciclopédia Biblica. Rio de Janeiro, CPAD.
JOSEFO Flavio, Historia dos Hebreus. Trad. De Vicente Pedroso. Rio de Janeiro, CPAD, 199O.
HENRY Matteu, Comentário Bíblico, Trad. Degmar Ribas Júnior. Rio de Janeiro, CPAD 2002.
Presb. Juarez Alves
Professor de História pela UFGD.
Formação Teológica ETAD.


DAVI E SUA VOCAÇÃO

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Por José Roberto A. Barbosa

DAVI E SUA VOCAÇÃO
Texto Áureo: I Sm. 13.14 - Leitura Bíblica em Classe: I Sm. 16.1,310-13


Objetivo: Entender as razões e o propósito de Deus da vocação de Davi a fim de cumprir seus objetivos imediatos e futuros.

INTRODUÇÃO
Ao longo dos próximos três meses estudaremos a biografia de Davi. Teremos a oportunidade, durante as aulas, de refletir a respeito da vida desse que é conhecido como um “homem segundo o coração de Deus”. Aprenderemos a respeito de suas vitórias e derrotas, e, à luz do evangelho de Cristo, poderemos extrair ensinamentos a fim de que, como Davi, estejamos também no centro do coração do Senhor. Na aula de hoje trataremos a respeito da sua vocação, contextualizaremos o tempo no qual viveu, e ao final, veremos qual o propósito de Deus em sua vocação e algumas aplicações para a nossas vidas.

1. DAVI, NO TEMPO DE DEUS
O tempo no qual Davi viveu é marcado pelo fim de uma era, a dos juizes, personalizado na figura de Samuel. O livro de Juizes termina destacando que “não havia rei em Israel” (Jz. 18.1; 19.1; 21.25). Até que o povo de Israel reclama para si, seguindo o modelo das nações vizinhas, um rei, isto é, o estabelecimento da monarquia. Ainda que a contragosto (I Sm. I Sm. 8.7,9), Samuel, debaixo da orientação divina, e em resposta à petição dos israelitas, escolheu Saul para reinar (I Sm. 9.1-10.16). Mesmo sancionando essa opção, o Senhor antecipara Israel a respeito do preço que iria pagar por tal opção (I Sm. 8.10-18). A unção de Saul, o primeiro rei de Israel, se deu através de uma cerimônia secreta (I Sm. 9.1-10.16). Posteriormente ele foi reconhecido pelo povo e aclamado como rei (I Sm. 10.17-27). Com a monarquia estabelecida, Samuel se retira de cena, e restringe-se ao ministério profético (I Sm. 12.1-5). Saul, após assumir o reinado de Israel, não se conduziu em conformidade com a Palavra de Deus, precipitou-se em seus votos (I Sm. 14.24-46) e até mesmo confrontou ao profeta de Deus (I Sm. 15.1-35) por esse motivo, fora rejeitado pelo mesmo Deus que o fez rei (I Sm. 15.10-12). Samuel, em seu embate com o rei Saul, diz que a obediência é melhor que o sacrifício, já que Saul desobedeceu intencionalmente a Deus, sob a justificativa que ofereceria sacrifícios (I Sm. 15.22-23).

2. A VOCAÇÃO DE DAVI
A escolha de Davi, para ser o rei de Israel, sucessor de Saul, está registrada em I Sm. 13.13-14. Nessa passagem lemos que o Senhor rejeitou Saul e separou um novo rei conforme o seu agrado. A razão de tal opção é que Saul, o primeiro rei de Israel, havia procedido nesciamente, pois não atentou para a Palavra do Senhor proferida através de Samuel (I Sm. 12.14). Por esse motivo o profeta do Senhor é dirigido à casa de Jessé, o belemita, que era neto de Rute e Boaz (Rt. 4.17,22) para ungir o rei que Deus havia escolhido. Seguindo o procedimento para a unção do rei, Samuel devia apanhar seu chifre de óleo sagrado para a cerimônia de unção. Mesmo que o profeta tenha se impressionado com Eliabe, o filho mais velho de Jessé, é a Davi, o mais novo que Deus havia vocacionado, pois Deus não vê como vê o homem (I Sm. 16.6-10; I Cr. 28.9). Davi se encontrava no exercício da sua responsabilidade, pastoreando as ovelhas de seu pai, talvez esquecido pelos familiares, mesmo assim o Senhor não se esqueceu dele o separou para a obra (I Sm. 16.11-13) Posteriormente, no Sl. 22.9,10, Davi testemunharia que Deus o havia escolhido desde o ventre da sua mãe. Ele é um exemplo do homem ou da mulher de Deus que tem consciência de seu chamado e de que Deus cumprirá os desígnios que estabeleceu.

3. O PROPÓSITO DA VOCAÇÃO
A vocação de Davi por Deus tinha propósitos imediatos, para a sua época, bem como para um futuro distante. Naqueles tempos, o povo de Israel se encontrava numa situação de crise. Samuel, já envelhecido, constituiu a seus filhos por juizes em Israel, esses, porém, não andaram pelos caminhos do Senhor (I Sm. 8.1-3). Por esse motivo, os filhos de Israel, imitando as nações vizinhas, pediram um rei (I Sm. 8.7,9), mas esse, ainda que escolhido por Deus, procedeu nesciamente e fora substituído pelo Senhor (I Sm. 13.13-14). A vocação de Davi tinha também uma promessa, a de que no futuro viria um Rei que estabeleceria seu trono definitivo sobre Israel: Jesus, profecia se cumprirá totalmente no milênio (Lc. 22.20; Jr. 23.5,6; Ap. 19,20). Através do processo de escolha de Davi para reinar o Senhor nos instrui a respeito de determinados aspectos na vocação de um líder: 1) a espiritualidade – alguém que seja segundo o coração de Deus, que seja sensível às coisas do Senhor (II Cr. 16.9), 2) a humildade – alguém que mesmo desprezado, reconheça sua posição diante de Deus (I Sm. 16.1; Sl. 78.70; 89.20), que privilegie menos a promoção pessoal e dê maior valor à construção do caráter; e 3) a integridade – que vive em sinceridade de coração, que não depende exclusivamente das aparências (Sl. 78.71,72).

CONCLUSÃO
Davi foi um homem vocacionado a fim de desempenhar uma tarefa. Na construção dessa liderança, o Senhor trabalhou no caráter de Davi. Primeiramente através dos momentos de solidão, enquanto esse se encontrava no campo, cuidando das ovelhas do seu pai Jessé. Depois por meio da obscuridade, houve momentos que ninguém conhecia a Davi, ninguém para aplaudi-lo, ele não passava de um desconhecido na multidão. Através dos momentos de monotonia o Senhor também trabalhou o caráter daquele que seria o rei de Israel, quando esse estava fazendo as mesmas coisas, tidas por alguns como irrisórias ou de pouca utilidade. Que o Senhor nos dê sabedoria para discernir o tempo e o propósito para o Seu chamado para as nossas vidas.

BIBLIOGRAFIA
BALDWIN, J. G. I e II Samuel: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2008.
SWINDOW, C. R. Davi. São Paulo: Mundo Cristão, 2009.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A SEGURANÇA EM CRISTO

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POR JOSÉ ROBERTO A. BARBOSA

A SEGURANÇA EM CRISTO
Texto Áureo: I Jo. 5.13 - Leitura Bíblica em Classe: I Jo. 5.13-21


Objetivo: Mostrar que através de sua maravilhosa graça, mediante Nosso Senhor Jesus Cristo, temos segurança de um viver pleno por intermédio da fé.

INTRODUÇÃO
Na aula de hoje concluiremos o terceiro trimestre das Lições Bíblicas no qual estudamos a I Carta de João. Conforme já destacamos nas primeiras lições, o objetivo central dessa Epístola é da certeza ou segurança aos crentes da plena salvação em Deus (I J. 5.13). Essa é uma meta também apropriada em nossos dias, moldados por tantas incertezas e inseguranças. Neste estudo, atentaremos para algumas seguranças que os crentes podem ter em Cristo, dentre elas destacamos: a vida eterna, a respostas às orações, e a de que pertencemos a Deus.

1. SEGURANÇA DE VIDA ETERNA
A I Epístola de João foi escrita para que os crentes tenham a segurança da vida eterna (I Jô. 5.13). A vida eterna, na perspectiva joanina, está no Filho, pois quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida (v. 11,12). Não existe vida eterna distante dAquele que é a Vida (Jo. 6.40). Tem a vida aqueles que crêem que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus (Jo. 20.31). Com essas palavras, João ressalta a segurança da salvação. Podemos, nos dias atuais, dizer que temos a vida eterna porque Deus amou o mundo de uma maneira tal que deu Seu Filho Unigênito para que todo aquele que crê nEle tenha a vida eterna (Jo. 3.16). E a vida eterna é já uma realidade para aqueles que creram, ainda que somente se manifestará plenamente no ato da glorificação (I Jo. 3.2), quando o que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, quando a morte, definitivamente, for tragada na vitória (I co. 15.53,34), quando a trombeta soar e os que morreram em Cristo ressuscitarem e os vivos arrebatados para o encontro com o Senhor nos ares (I Ts. 4.13-17). Essa é a viva esperança da igreja de Cristo (Tt. 1.2), cujo fundamento é a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos (I Pe. 5.3)

2. SEGURANÇA DAS ORAÇÕES RESPONDIDAS
Temos a segurança também de que Deus nos ouve, estamos certos que nossas petições são recebidas. Mas Ele não ouvirá porque determinamos sobre Ele o que queremos, muito pelo contrário, se fizermos a Sua vontade, Ele nos ouve (I Jo. 5.14). Mas não apenas se fizermos Sua vontade, mas se for DA Sua vontade, e se O fizermos em nome de Jesus (Jo. 14.13,14) e se nEle permanecermos (Jo. 15.7,16; 16.24). Ainda assim, o “tudo” que pedimos na oração precisa ser relativizado, pois nem “tudo” que pedimos receberemos, pois, conforme instrui Tiago, algumas vezes pedimos e não recebemos porque pedimos mal, para cumprir somente nossos deleites carnais. Deus, em Sua vontade soberanamente absoluta, não dá o que pedimos (Tg. 4.13). Portanto, peçamos, cientes sempre que dependemos da vontade de Deus, pois o próprio Jesus assim o ensinou (Mt. 6.10), e conformados quanto a vontade de Deus, pois essa é sempre boa, perfeita e agradável (Rm. 12.1,2). Na passagem de João, a vontade de Deus é que oremos pelos irmãos mais fracos, por aqueles que estão em situação de risco espiritual. Ao invés de falar mal deles, devemos agir com amor, intercedendo para que reencontrem o caminho da vida (I Jo. 5.17). A menos que seja um pecado para morte, ou seja, uma indisposição para o arrependimento, uma atitude deliberada de apostasia contra Deus (Hb. 6.4-6; 10.26,27), a falta de reconhecimento da atuação de Deus, o pecado contra o Espírito Santo (Mt. 12.28-32) já que é Esse quem convence o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo. 16.8-10), devemos orar, e mais que isso, ajudar a fim de que o irmão mais fraco possa ter suas forças espirituais restabelecidas (Rm. 15.1; I Ts. 5.14).

3. SEGURANÇA DE QUE SOMOS DE DEUS
Temos a segurança de que somos de Deus porque nascemos de Deus (I Jo. 5.18), não mais temos parte com o mundo que jaz no Maligno (I Jo. 3.8-12; Jô. 8.44,47). E porque estamos em Deus, o Maligno não nos toca, ou seja, não mais estamos sob o seu domínio. Lembremos que o diabo é o governador deste mundo tenebroso e cegou o entendimento das pessoas para não compreenderem a verdade do evangelho (Jo. 12.31; 14.30; 16.11; II Co. 4.4; Ef. 2.2; 6.12). Ainda que o mundo - o sistema satânico - esteja debaixo da atuação do Maligno (I Jo. 5.19), os crentes, mesmo no mundo - na terra - estão ocultos em Deus, para isso Jesus intercedeu (Jo. 17.15). Isso não quer dizer que estamos imunes às tentações, muito pelo contrário, mas sabemos que podemos vencê-las pela fé em Cristo Jesus (I Jo. 5.4,5). Tal percepção deve nos levar a uma vida fundamentada em Cristo como centro da existência, a O conhecermos não apenas biblicamente, mas também esperiencialmente (I Jo. 5.20; Jo. 14.9), crescendo no conhecimento dEle, como fez o cego que fora por Ele curado (Jo.9.11,17,33,36,38). Esse conhecimento deve nos direcionar a uma vida de adoração, em Espírito e em Verdade (Jo. 4.23,24). Assim fazendo, estaremos guardados da idolatria, não apenas das imagens de madeira ou barro, mas das construções mentais equivocadas que venhamos a ter de Deus e que assim seja (I Jo. 5.21).

CONCLUSÃO
Chegamos ao final de mais um trimestre estudando, expositivamente, mais um livro da Sagrada Escritura. Ao longo das aulas tivemos a oportunidade de crescer espiritualmente no amor a Deus e ao próximo. Que Deus aplique, pelo Seu Espírito, as verdades estudadas ao longo dessas preciosas lições. Que aprendamos, contra tudo e todos, a ter certeza, segurança que estamos em Deus, que nos fez filhos seus, por isso, podemos orar, chamando-O de Pai. Nessa convicção, aguardamos, ansiosamente, a manifestação gloriosa de Sua presença, a realização plena da vida eterna que já desfrutamos, ainda que terá sua comletura quando viermos a ser quem realmente Ele determinou que fôssemos. A Ele, e somente a Ele, seja toda a glória pelos séculos dos séculos.

BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. As epistolas de João. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
STOTT, J. R. W. I, II e III João: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1982.

PUBLICADO NO SITE:  SUBSÍDIO EBD

“A SEGURANÇA EM CRISTO”

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ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
LIÇÃO 13 - DIA 27/09/2009
TÍTULO: “A SEGURANÇA EM CRISTO”
TEXTO ÁUREO – I Jo 5:13
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: I Jo 5:13-21
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e.mail: geluew@yahoo.com.br



I – INTRODUÇÃO:

• O avião voa com segurança quando tudo está normal com o aparelho e as circunstâncias atmosféricas. O mesmo acontece em relação ao navio e a outras embarcações, quando navegam. Mas, não obstante o tempo mau ou bom, o crente, apoiado em Jesus Cristo pela fé, navega com toda segurança para o céu de glória.


II - CONDIÇÕES PARA SE OBTER SEGURANÇA:

• A nossa segurança está em Deus, mas a nossa parte para obtê-la tem de ser feita. A seguir, veremos algumas coisas que devemos fazer para ter essa segurança garantida.


1) CUIDADO COM O PERIGO DA QUEDA – I Cor 10:12; Hb 4:11 - É preciso perseverar na fé, em obediência à Palavra de Deus, vivendo na dependência do Espírito Santo, para não cairmos.


2) CUIDADO COM O PERIGO DO ESCÂNDALO – Mt 18:7 - Quanto maior a influência do servo do Senhor, maior o seu destaque na obra, mais cuidado ele precisa ter, mais precisa vigiar. Isso porque o fracasso espiritual de um líder é escândalo da mais alta proporção, trazendo maiores prejuízos. Mas o crente menos conhecido e de menor influência também está incluído na expressão: "ai daquele homem por quem o escândalo vem".


3) A BLASFÊMIA E A APOSTASIA - O crente que cai na fé pode reerguer-se espiritualmente. Temos visto muitos exemplos. Mas aquele que chegar a blasfemar contra o Espírito Santo e apostatar da fé, a Bíblia não dá esperança de salvação (Lc 12.10; Hb 6.4-6). Muitas vezes o crente desanima e deixa de dar valor à sua salvação. Está correndo o risco de se desviar; se continuar nesse estado indiferente e endurecendo o coração, poderá ingressar no caminho da blasfêmia e da apostasia.


4) A PERSEVERANÇA DOS FÍÉIS - A Bíblia é muito rica na doutrina da perseverança, como veremos:


• Em Isaías está escrito que a operação da justiça é repouso e segurança para sempre (Is 32.17);


• Paulo disse que herdaremos com Cristo, se sofrermos com Ele (Rm 8.17); o mesmo escritor também disse que nos resta um pouco do sofrimento de Cristo (Cl 1.24); e diz mais que se sofrermos com Cristo, também com Ele reinaremos (2 Tm 2.12);


• Jesus disse que seríamos odiados por causa do Seu nome (Mt 10.22); mas disse também: aquele que perseverar até o fim será salvo (Mt 24.13);


• Paulo e Barnabé exortavam os crentes a permanecerem na fé (At 13.43).


III - O OBJETIVO DA SEGURANÇA DOS SALVOS:

• Deus tem interesse na segurança do cristão tanto como na salvação dos pecadores. Não seria bastante salvar um pecador se depois ele novamente se perdesse. Nosso Deus é sábio e não providenciaria salvação para o pecador sem providenciar também a segurança do salvo. Ele salva o pecador e o conserva, para a Sua glória.


1) A LEI TORNOU-SE FRACA E IMPOTENTE - A lei foi dada pelo ministério dos anjos (At 7.53; Hb 2.2), mas ficou enfraquecida pela incapacidade dos homens de pô-la em prática por causa do pecado. Então Deus apresentou o plano de redenção em Cristo e enquanto permanecermos com fé nas promessas estaremos seguros e garantidos.


2) A RECUPERAÇÃO DA OBRA DE DEUS - Depois de criado à imagem e semelhança de Deus, o homem caiu no pecado. O Filho de Deus foi enviado para recuperar a sua criatura, resolvendo o problema do pecado e assim levantar o gênero humano decaído (Lc 19.10; Hb 6,13,14). A nossa esperança em Jesus é qual âncora segura e firme, pela qual podemos viver de modo inabalável.


a) A âncora serve para segurar o navio. Sendo tão pequena, dá segurança e estabilidade a um navio de grandes proporções. Agora, imaginemos quão grande é a nossa segurança, tendo Jesus Cristo como nossa garantia, ou seja, a nossa âncora tem como força o poder de Jesus;


b) A âncora fica presa no fundo do mar, fincada em substância sólida. O cristão está ancorado no próprio Deus e na Sua santa Palavra;


c) A âncora é presa por uma corrente de aço para garantir a segurança do navio. A corrente da âncora de nossa alma é a Palavra de Deus (Hb 6.19);


d) Precisamos estar seguros nessa âncora, que é a esperança em Deus, apoiando a nossa fé na graça de Senhor. Assim, a nossa vida estará apoiada no firme fundamento (Hb 11.1).


3) A HERANÇA DO CÉU - Este um dos mais importantes objetivos da segurança que Deus nos dá. Ele nos alcançou com a Sua graça para nos levar para o céu. Esta verdade é tão clara que nem exige maiores comentários. A igreja permanece na terra com o único objetivo de conquistar almas para Deus, para que "possam entrar na cidade (a Nova Jerusalém) pelas portas" (Ap 22.14).


• A herança é o resultado natural da condição de filhos de Deus recebida por aqueles que são salvos. Jesus Cristo é o herdeiro legítimo, sendo o único Filho de Deus gerado por obra do Espírito Santo, conforme as palavras do anjo Gabriel a Maria (Lc 1.35), pelo que é chamado unigênito, que significa "Único gerado".


• Os crentes somos herdeiros de Deus, porque fomos adotados por Deus como filhos. A segurança que temos de Deus nada mais é que a proteção que o Pai dá aos Seus filhos.


• Leiamos Hb 7:22, 24-25 – O escritor sagrado chamou Jesus de fiador da nossa herança, isto é, aquele que oferece garantia de que havemos de receber a herança prometida aos filhos de Deus por adoção.


4) O GALARDÃO PARA OS FIÉIS - O crente ser salvo por Jesus e tornar-se herdeiro do céu é algo infinitamente ditoso. Mas as Escrituras ainda afirmam que haverá galardão para os santos que servirem na obra do Senhor nesta vida (l Co 3.14; Ap 22.13).


IV – UM GRANDE E PODEROSO SEGURO QUE DEUS PREPAROU PARA OS QUE NELE CRÊEM:

• O seguro de vida que os homens fazem não é perfeitamente seguro, pois as empresas seguradoras são criações humanas e falíveis. O dinheiro delas pode ser roubado, seus bens imóveis são susceptíveis de sinistros que os destróem ou desvalorizam. Mas o seguro de Jesus não está sujeito a calamidades, à ação de ladrões ou de qualquer outra coisa, mas as suas garantias são reais, absolutas e eternas – Mt 6:20. Vejamos as “cláusulas” deste seguro elaborado por Deus:

1. Protege diante da falta de serviço (Mc 16:15)


2. O próprio Segurador é o nosso Médico na nossa enfermidade (II Cor 12:9)


3. O próprio Segurador é o nosso Refúgio em qualquer situação (Is 41:10)


4. O nosso Segurador nos salva da ira de Deus (Jo 3:36; Rm 5:9)


5. O nosso Segurador nos salva do pecado (Mt 1:21; Lc 7:50; At 13:38-39)


6. O nosso Segurador nos salva do temor (Rm 8:15; II Tm 1:7; Lc 12:32)


7. O nosso Segurador nos livra de cairmos em tentação (I Cor 10:13)


8. O nosso Segurador nos salva das dificuldades (Sl 27:5; 40:2)


9. O nosso Segurador nos salva da morte (I Cor 15:54-57; Fp 1:21)


10. O nosso Segurador nos salva do juízo (Jo 3:18; 5:24)


11. Garante suprimento, pois o nosso Segurador é o nosso fiel sustentador nas necessidades (II Rs 17:5-6; Fp 4:19)


12. O nosso Segurador nos concede um grande prêmio (Lc 19:17)


13. O prêmio é gratuito (Rm 6:23; Is 55:1)


14. Este seguro garante a vida eterna (Jo 3:16)


15. Este seguro nos guarda diante do fogo eterno (Mt 25:34-41)


16. Todos podem obter este seguro (Jo 3:16)


17. Façamos hoje mesmo este seguro (Sl 95:8; Hb 3:8, 15)


• O salvo por Jesus está assegurado física, moral e espiritualmente pela obra redentora realizada na cruz do Calvário.


V – CONSIDERAÇÕES FINAIS:

• Deus é quem tomou a iniciativa da nossa salvação; é Ele quem nos proporciona forças para vencermos as provas; Ele é quem nos garante a nossa herança no céu e ainda promete galardão pelo trabalho amoroso. Ele só deseja "que cada um seja achado fiel" (I Cor 4.2).



FONTES DE CONSULTA:
• Lições Bíblicas – CPAD – 2º Trimestre de 1983 – Comentarista: João de Oliveira
• Mil Esboços Bíblicos – Editora Evangélica Esperança – Georg Brinke

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O TESTEMUNHO INTERIOR DO CRENTE

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Igreja Evangélica Assembléia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Ailton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524
LIÇÃO 12 – O TESTEMUNHO INTERIOR DO CRENTE

INTRODUÇÃO
Nesta lição iremos abordar o conceito do novo nascimento através da regeneração, pelo qual o ser humano é transformado. João nos mostra a verdadeira identidade dos filhos de Deus, porém é o Espírito Santo quem nos confirma esta filiação. O evangelho envolve imperativos morais; e o poder de cumprir o mesmo (o que leva o individuo a compartilhar da própria santidade de Deus) vem através da participação na natureza divina. “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca, mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca” (I Jo 5:18).
I – O QUE É O NOVO NASCIMENTO?
1.1 - Conceito – Milagre operado no espírito do ser humano, através do qual este é recriado de conformidade com a imagem divina pela conversão e regeneração. É o nascimento de cima para baixo (Jo.3:1-16). É a impregnação da natureza divina á alma humana, unindo-a ao Senhor Jesus num só corpo. O novo nascimento ressalta a comunicação da vida espiritual; a regeneração acentua o começo de um novo estado de coisas em contraste com o antigo; daí a ligação do uso da palavra com aplicação a Israel “E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel ”(Mt. 19:28). Jesus explicou a importância do renascimento espiritual, dizendo que o povo não entraria no reino de Deus por viver uma vida melhor, mas se renascesse espiritualmente.
1.2 - A expressão “da água e do Espírito” pode ser referido:
 O nascimento físico (representado pela água) e o nascimento espiritual (representado pelo Espírito).
 A regeneração pelo Espírito simbolizando pelo batismo cristão, visto que a água é usada como agente de purificação, obra realizada pelo Espírito Santo de Deus (Tt.3:5).
1.3 -Testemunho Interior – É a testificação no Espírito Santo no seu interior, que ele é filho de Deus. “Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”(Jo 3:3).
1.4 - Novidade de vida - no Grego “Kainotes”, é uma vida de nova qualidade (Rm. 6:4), o crente sendo nova criatura (II Co 5:17), deve se comportar em consistência com a vida nova em contraste com o seu antigo modo de vida; novidade de espírito (Rm.7:6), dito de maneira do crente servir ao Senhor.
II – OS FILHOS DE DEUS ESTÃO RELACIONADOS AO AMOR
Quando nos tornamos cristãos, passamos a fazer parte da familia de Deus; os companheiros crentes passam a ser nossos irmãos e irmãs. Somos simplesmente convocados para aceitá-los e amá-los. A santidade, a fé e o amor são partes integrantes da natureza dos remidos, isto é; aqueles que são nascidos de Deus.“O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus ”(Rm. 8:16).
Como deve ser o relacionamento dos filhos de Deus:
2.1 - Através da Comunhão-É a forma de companherismo, participação usado acerca das experiências e interesses comuns dos cristãos (At. 2:42; Gl.2:9; I Jo 1:7).
2.2 - Através da União-É a forma de estar unido, junto e com o mesmo sentimento em ação.“E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, ”(At.2:46: Sl.133:1;I Jo 1:7).
2.3 - Através do Relacionamento sincero -Ter um bom relacionamento com os irmãos.“O justo anda na sua sinceridade; bem-aventurados serão os seus filhos depois dele”(Pv.20:7). Outros textos mostram a integridade daqueles que andam em sinceridade (Sl. 25:21; Pv. 10:9;Pv. 11:3).“Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor; ”(Rm.12:14).
2.4 - Através do Testemunho -Ter uma vida respaldada pela Palavra de Deus, ser exemplo na vida cristã.“Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte, e não foi achado, porque Deus o trasladara; visto como antes da sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus”(Hb.11:5).

III- O PERFIL DOS FILHOS DE DEUS
3.1 - Andar em espírito - O crente deve andar em novidade de vida, ou seja, refere-se a uma conduta moral. “De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida” (Rm. 6:4).
3.2 - Crucificar a carne - Deixar os desejos da carne, e agradar a Deus. “Porque eu, pela lei, estou morto para a lei, para viver para Deus. Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim”(Gl.2:19-20).
3.3 - Levar as cargas uns dos outros – Significa compartilhar nos sofrimentos dos outros, uma forma de ajudar levar o fardo do próximo. “Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo”(Gl. 6:2).
3.4 - Fazer o bem – É uma ação do cristão na realização do bem estar do seu próximo na vida diária.“E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido”(Gl. 6:9; II Ts 3:13; Tg. 4:17).
3.5 - O cristão deve andar em novidade de vida – Deixando as coisas velhas e prosseguindo para o alvo que é Cristo.“De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida”(Rm. 6:4; Rm. 7:6).
3.6 - Honestidade – Andar com integridade e dignidade dando exemplo na sociedade. “Andemos honestamente, como de dia; não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja” (Rm.13:13; Fp. 4:8; II Cor. 8:21).
3.7 - Boas Obras - Pelos frutos conhecereis se sois os meus discípulos. “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef. 2:10; Tt. 3:14; Hb.10:24).
IV – RESULTADOS DA REGENERAÇÃO
 Nascidos de Deus vence a tentação ( I Jo 3:9; 5:4,18)
 A atitude da pessoa regenerada é diferente (Ml 3:18)
 Ama os irmãos ( I Jo 5:1 )
 Ama a Deus ( I Jo 5:2; 4:19)
 Ama a Palavra de Deus ( Sl. 119:97; I Pe 2:2)
 Ama seus inimigos (Mt. 7:11)
 Ama as almas perdidas ( II Co. 5:14)
CONCLUSÃO
Podemos concluir que o amor fraternal é o resultado do novo nascimento. Aquele que é nascido de novo busca andar em novidade de vida, ele não busca cometer pecados. “Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus” (I Jo 3:9). João mostrou o perfil daquele que é nascido de Deus: “Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido” (I Pe. 5:1).“Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;”(I Pe. 2:2). Os filhos de Deus possuem três características: fé , amor e obediência.
REFERÊNCIAS:
 ALMEIDA, João Ferreira de, 1995- Bíblia de Estudo Pentecostal, Ed. Revista e Corrigida. CPAD.
 OLIVEIRA, Raimundo Ferreira de, - As Grandes Doutrinas da Bíblia. Rio de Janeiro, CPAD, 1987.
 STANLEY,M. Horton. 1996, Teologia Sistemática. Rio de Janeiro, CPAD, 1996.
 R. N. CHAMPLIN, Ph.D, O Novo Testamento Interpretado-Versículo por versículo. Ed. Hagnos, 2002.

Publicado em: Rede Brasil de Comunicação

O TESTEMUNHO INTERIOR DO CRENTE

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POR JOSÉ ROBERTO A. BARBOSA
 
O TESTEMUNHO INTERIOR DO CRENTE
Texto Áureo: I Jo. 5.4 - Leitura Bíblica em Classe: I Jo. 5.1-10

Objetivo: Mostrar que somente poderemos vencer o mundo se tivermos passado pela experiência do novo nascimento pelo Espírito.

INTRODUÇÃO
Nos escritos de João, o novo nascimento, ou mais precisamente, o nascimento de cima, ou de Deus, é uma temática recorrente. Na aula de hoje, além de meditarmos a respeito desse nascimento, trataremos também a respeito do testemunho que o Espírito dá sobre essa condição de filiação. Ao final, veremos que o Espírito, a água e o sangue ratificam que, de fato, somos filhos de Deus o qual nos garante vida eterna em Cristo Jesus.

1. NASCIDOS DE DEUS
Para João, crer é a causa do nascimento de Deus – ek tou theou gegennetai – ainda que Deus seja a fonte dessa geração (Tg. 1.18). É Ele quem concede a filiação a todos quantos recebem a Cristo (Jo. 1.12,13). O meio pelo qual esse nascimento se dá é pelo Espírito e pela Palavra (I Pe. 1.23). A fé é a ação por meio da qual nos tornamos filhos de Deus, isto é, nascidos de cima - anothen em grego - (I Jo. 5.1; Jo. 3.1-3). O humano, por si só, não pode gerar a vida espiritual, apenas a biológica, pois o que é nascido da carne é carne, mas o que é nascido do Espírito é espírito. Nicodemos, um mestre entre os judeus, não foi capaz de discernir essa verdade espiritual (Jo. 3.6,7). A importância dessa experiência está no fato de que por meio desse nascimento espiritual podemos desfrutar de um relacionamento amoroso com o Pai. A obediência a Deus é resultado desse relacionamento amoroso (I Jo. 5.2,3). Também como resultado desse amor a Deus, como já estudamos em lições anteriores, estaremos dispostos ao sacrifício pelos irmãos (I Jo. 3.16-18). A obediência em amor é uma prática comum naquele que nasceu de Deus, como destacou o Senhor (Jo. 14.15,21).

2. O TESTEMUNHO INTERIOR E EXTERIOR
O testemunho interior diz respeito à convicção do crente quanto a essa filiação divina (Rm. 8.14-19; I Jô. 5.9,10). Os reformadores se referiam a esse testemunho interior com a expressão latina - testimonium internum Spirtus Santi. Esse testemunho interno do Espírito Santo atua em consonância com o testemunho exterior, pois Deus, pela Palavra, nos identifica como filhos em Cristo (Jo. 5.31; 8.14). Assim, na medida em que lemos a Bíblia, temos contato com o testemunho exterior, com a mensagem do evangelho de Cristo, a qual, firmada em nossos corações, pela fé, gera o nascimento que vem de Deus. O Espírito e a Palavra, internamente e externamente, testemunham a respeito da filiação, por meio do qual clamamos Aba, Pai (Rm. 8.15; Gl. 4.6). Essa não é uma revelação facilmente explicável, trata-se de um mistério que precisa ser experimentado pela fé. Somente aqueles que ouvem a Palavra de Deus são de Deus, porque o Espírito testifica neles que são, de fato, nascidos de Deus (Mt. 13.20-22; Jo. 8.47). O testemunho de Deus nos dá a certeza de vida eterna, pois quem tem o Filho tem a vida, por sua vez, quem não tem o filho não tem a vida (I Jo. 5.11,12).

3. O TRÍPLICE TESTEMUNHO
João destaca que são três que dão testemunho na terra: o Espírito, a água e o sangue (I Jo. 5.7). A esse respeito é necessário lembrar que de acordo com a lei era preciso duas ou três testemunhas para que um testemunho fosse legitimado (Dt. 19.15; Nm. 35.30; Dt. 17.6,7). O testemunho do Espírito se deu no ato do Batismo, em sua manifestação visível como uma pomba (Mt. 3.16). A água diz respeito àquela que saiu do lado de Jesus após a morte, e o sangue, ao que fora derramado quando Cristo entregou a si mesmo como sacrifício vicário (Jo. 19.34). A ressurreição de Cristo é testemunha do recebimento do sacrifício (Hb. 13.12; I Pe. 3.21) e da condição de Jesus como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jô. 1.9). Testemunho maior, no entanto, é o do Pai, pois, do céu, bradou: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt. 3.17). Uma vez que os apóstolos não mais estão entre nós atualmente, os crentes têm acesso a esses testemunhos pela Escrituras, a Palavra de Deus, que atua em nós pelo Espírito Santo (Jo. 5.37-47).

CONCLUSÃO
Todo aquele que é nascido de Deus tem o testemunho de Deus, pela Palavra (externo), e do Espírito (interno), no crente, que, de fato, é filho de Deus. Ser filho de Deus é um grande privilégio e também uma responsabilidade. Desfrutamos, ao mesmo tempo, das credenciais de um filho e do encargo de um filho do Pai, devemos, portanto, ter características espirituais dEle, a principal, o amor. Podemos ter essa confiança porque Cristo, o Eterno Filho de Deus, se fez carne, cujos testemunhos podem ser encontrados na Escritura, quando, no ato de Seu batismo e morte, testemunharam aqueles que viram a pomba, a água e o sangue sendo derramados. Maior testemunho, porém, é o do próprio Deus, que O reconhece como Filho Amado.

BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. As epistolas de João. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
STOTT, J. R. W. I, II e III João: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1982.

O TESTEMUNHO INTERIOR DO CRENTE

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ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
LIÇÃO 12 - DIA 20/09/2009
TÍTULO: “O TESTEMUNHO INTERIOR DO CRENTE”
TEXTO ÁUREO – I Jo 5:4
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: I Jo 5:1-10
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e.mail: geluew@yahoo.com.br



  • I – INTRODUÇÃO:

  • Dn 6:1-5 - Há multidões de incrédulos que a única “Bíblia” que lêem É A VIDA DO CRENTE. Quer saibam ou não os assuntos da Bíblia, as “doutrinas” que mais conhecem são OS HÁBITOS, AS PRÁTICAS, OS PROCEDIMENTOS e OS COSTUMES DO POVO DE DEUS! Por isso, há constantes ocasiões e situações na vida do crente em que a melhor maneira (e às vezes a única) de falar de Cristo é através da vida, do caráter, dos atos, do porte, dos costumes, ao invés de pregar, ensinar, cantar e orar.

  • II - O QUE É NOVO NASCIMENTO?:

  • É o mesmo que falar: NOVA CRIATURA. É a expressão com que é designado o pecador que aceita a Cristo Jesus como Salvador. Em decorrência da regeneração:

  • (1) ele nasce de cima para baixo (nascimento vindo de Deus - Jo 1:12-13; I Jo 3:9; 4:7; 5:1);


  • (2) Nasce de dentro para fora;

  • (3) Ele nasce, ainda, da água e do Espírito (Jo 3:4-5).


  • III - CRISTO EXIGIU O NOVO NASCIMENTO DE NICODEMOS. O QUE TINHA ESTE HOMEM?:

  • 1) POSSUÍA UMA BÍBLIA E CONHECIMENTO BÍBLICO - (Jo 3:2) - Tinha uma atitude religiosa e certamente tinha experiências religiosas. No entanto, não tinha nenhum sinal de renascimento.


  • 2) PERTENCIA A UMA SINAGOGA (IGREJA) - Muitos dizem: - “Já pertenço a uma igreja, já sou batizado, vou aos cultos, vivo corretamente e não faço mal a ninguém”. Nicodemos também tinha toda aparência exterior de quem pertencia a uma igreja, a uma religião. Mesmo assim, não era renascido!

  • IV - CARACTERÍSTICAS DE UMA PESSOA RENASCIDA:

  • 1) ELA SABE QUE É RENASCIDA - (Ef 1:13-14; Rm 8:16) - Se alguém me perguntar se sou casado, eu não posso responder: “Acho que sou”. A certeza de salvação é a primeira alegre conseqüência do renascimento.


  • 2) A NOVA VIDA SE MANIFESTA - (I Jo 5:12 cf Mt 7:16) - Quando uma criança acaba de nascer, o principal indicativo de que ela esteja viva é o fato de chorar. Se não chorar, provavelmente, nasceu morta. O fato de uma pessoa ter renascido, não pode permanecer escondido. Quando nascemos de novo, “choramos”, isto é, a vida maravilhosa recebida torna-se evidente em nós, pelo testemunho e conduta (At 4:16-20).


  • 3) ASSISTE AOS CULTOS (Sl 134:1) – É dever do cristão assistir assiduamente aos cultos na Igreja a que pertence. Quem assim não procede, é uma presa fácil às investidas de satanás. Além dos cultos noturnos, há reuniões de oração, estudos bíblicos e a Escola Bíblica Dominical; tudo para nosso progresso no conhecimento da Palavra do Senhor (Sl 119:130 cf At 2:41-47).


  • 4) É SINCERA (Js 24:14-15) – Um homem assim não se deixa torcer por quaisquer circunstâncias, nem é levado pelas aparências humanas (Jó 27:5 cf 31:6) – O crente que vive em sinceridade, em qualquer prova a que for submetido, sairá vencedor (Pv 11:3; 20:7; 14:2 cf I Cor 5:7-8)


  • 5) TEM UM ESPÍRITO DE VIGILÂNCIA E ORAÇÃO - (Mt 26:41; Ef 2:1) - Quanto à ORAÇÃO, ela é ordenada (Is 55:6; Mt 7:7; Fp 4:6; I Cr 16:11; Lc 18:1). Um morto não se mexe. A oração é a respiração da alma. Um pessoa só vive se respira; também só se tem vida espiritual quando se ora (Rm 8:26) - Quem não tem o Espírito de Deus, falta-lhe o espírito de oração (At 9:11). Necessitamos também exercer uma permanente VIGILÂNCIA em torno de nós mesmos, de nossas atividades e de tudo quanto se relaciona com nossa vida e práticas espirituais, a fim de evitarmos qualquer enfraquecimento na fé e assim uma vitória àquele que está sempre de espreita de nós (I Pe 5:8; II Cor 11:14-15; Tg 4:7-8) cf (Sl 24:3-6; Dt 4:7).


  • 4) O RENASCIDO TEM FOME DA PALAVRA DE DEUS - (Jo 6:48 cf Jo 5:39) - Antes da conversão, muitos de nós líamos romances, revistas em quadrinho e outras coisas que não edificavam nossa vida (Js 1:7-8). Dificilmente conseguiríamos ficar sem fome se almoçássemos ou jantássemos apenas no domingo; ficaríamos fracos e doentes. Precisamos nos alimentar todos os dias da semana para estarmos com saúde. Ir à igreja só aos domingos não é suficiente para se manter a alma e o espírito alimentados adequadamente. Quem recebeu vida de Deus, precisa de alimento divino todos os dias (Is 34:16a).


  • 5) O RENASCIDO ESTÁ EXPOSTO À GRANDES TENTAÇÕES - (Jo 16:33) - Os maiores adversários de Jesus foram os religiosos. Os renascidos serão desprezados pelos cristãos sem Cristo. As tentações que nos sobrevêm são de caráter humano: pela vista, ouvido, pensamento e tato (Mc 9:42-50). A BÍBLIA ENSINA QUE AQUELES QUE CRÊEM TERÃO VIDA DIFÍCIL (Mt 5:11-12; Jo 3:19; 15:18-19; II Tm 3:12; Mt 6:24). Onde há vida, há luta. Pelo pecado, satanás tentará de todas as maneiras afastar o renascido do Seu Senhor.


  • 6) O RENASCIDO VENCE A TENTAÇÃO - É certo que mesmo tendo nascido de novo, a natureza pecaminosa não desaparece: sentimos a presença do pecado e nada pode contra o seu poder que é muito grande. Porém, Jesus Cristo venceu a satanás, o pecado, o mundo e a morte. Em decorrência disso, todos os renascidos são também vencedores em Cristo. Logo, como teremos vitória? (Rm 8:10 cf Rm 7:15-25; I Cor 15:57 cf Jo 10:27-29).


  • 7) DESEJA BATIZAR-SE NAS ÁGUAS – (Mt 28:19) – Todos os que sinceramente crêem em Jesus como Seu Salvador pessoal, estão no dever de fazerem-se batizar (At 2:38; 8:12-13, 36-39; 10:47-48).


  • 8) BUSCA O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO (Jo 1:32-33 cf At 2:39) – O batismo com o Espírito Santo era doutrina prática e comum a todos os crentes; não foi somente no Pentecoste (At 2:1-4; 8:14-17; 10:44-48; 19:1-7). Por isso, Devemos aceitar essa promessa e buscá-la o mais cedo possível, para nossa própria edificação na fé e maior vitória na vida espiritual (At 11:15-17).


  • 9) TEM TESTEMUNHO – (Sl 66:16; 71:15; 119:13-, 46; At 4:20; II Cor 4:13) – O bom testemunho é-nos imposto (Is 43:10; At 5:20-21; 18:9-10; 22:14-15; Ez 3:16-19); testemunhemos no lar (Ef 5:22-31; Cl 3:18-19; I Pe 3:1-11); testemunhemos como filhos (Ef 6:1-3);


  • 10) CONTRIBUI – II Cor 9:7, 13 - A contribuição deve ser uma extensão do compromisso que se tem com o louvor a Deus e com a propagação do Reino de Deus.


  • 11) OBEDECE AOS LÍDERES – (Hb 13:7, 17 cf Gl 4:19; I Tm 5:18-19) – Os líderes são os elementos dados por Deus à Sua Igreja para a doutrinar em tudo o que concerne à Sua vontade para com ela.


  • 12) O RENASCIDO ESPERA COM ALEGRIA A VOLTA DE JESUS - (Lc 21:28; Apc 22:20) - A vinda de Jesus é a grande esperança da Igreja que O aguarda a qualquer momento, para estar para sempre com o Senhor.

  • V – CONSIDERAÇÕES FINAIS:

  • Os nossos padrões de comportamento diante do mundo são fruto da conversão em Jesus Cristo e não do formalismo religioso que muda o exterior mas não é capaz de transformar o interior do homem. Quem assim age, ao invés de influenciar o meio à sua volta, acaba sendo influenciado e deixando-se levar pelos pecados da sociedade. Mas, ao contrário, quem teve a sua vida transformada de dentro para fora, não se deixará contaminar-se pelo mal - Ez 33:11 cf Mt 18:3; Jo 1:12; I Jo 3:9.





  • FONTES DE CONSULTA:
  • 1) Dicionário Teológico - CPAD - Claudionor Corrêa de Andrade
  • 2) Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia - Editora e Distribuidora Candeia - R. N. Champlin e João M. Bentes
  • 3) Características de um Renascido - Chamada da Meia-Noite - Wim Malgo
  • 4) A graça da contribuição: dízimos e ofertas - Autor: Antônio Márcio

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