sábado, 26 de maio de 2018

ÉTICA CRISTÃ E PLANEJAMENTO FAMILIAR

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Por José Roberto A Barbosa

ÉTICA CRISTÃ E PLANEJAMENTO FAMILIAR
Texto Áureo: Hb. Sl. 127.3   – Texto Bíblico: Gn. 1.24-31

INTRODUÇÃO
O planejamento familiar é um tema relevante, a ser discutido no meio evangélico, com base nos princípios bíblicos. Na aula de hoje, trataremos a respeito desse assunto, inicialmente definiremos o que é Planejamento Familiar, diferenciando-o do Controle de Natalidade. Em seguida, mostraremos a visão bíblica a respeito dos filhos, mostrando que existem diferenças na Antiga e Nova Aliança. Ao final, apresentaremos algumas recomendações cristãs, com vistas a um melhor planejamento familiar.

1. DEFINIÇÃO DE PLANEJAMENTO FAMILIAR
A expressão Planejamento Familiar é bastante ampla, e pode ser aplicada às diferentes partes da sua constituição. Comumente é usado para se referir ao total de filhos que um casal tem ou pretende ter. O Planejamento Familiar é diferente do Controle de Natalidade, que geralmente é imposto pelo Estado, ou mesmo por uma religião. O Planejamento Familiar, diferente daquele, é assunto do casal, que deve avaliar dentro das suas possibilidades, quantos filhos pretende ter. A ONU define-o como “o exercício da paternidade responsável, e a utilização voluntária e consciente por parte do casal, do instrumento necessário à planificação do número de filhos e espaçamentos entre uma gestação e outra”. Cabe, portanto, ao casal, a decisão pelo método contraceptivo mais apropriado, sempre consultando um profissional da área, que acompanhará a utilização de um método específico. Os cristãos devem atentar para alguns métodos disponíveis, pois alguns deles são de natureza abortiva, por isso não devem ser utilizados. Antes de fazer sua opção, o casal deve orientar-se com um método, e tirar as suas dúvidas a fim de não cometer agravo nesse sentido. E é importante deixar claro: aborto não é método contraceptivo, optar por seria descartar uma vida humana.

2. A VISÃO BÍBLICA SOBRE OS FILHOS NA ANTIGA E NOVA ALIANÇA
Reconhecemos que existem poucos versículos bíblicos que tratam especificamente a respeito do Planejamento Familiar. Na Antiga Aliança, essa prática não era incentivada, principalmente porque os israelitas viviam em uma cultura guerra, e de cultura campesina. Por esse motivo, ter muitos filhos era sinal de prosperidade, inclusive de bens materiais. Não faz muito tempo, os pais tinham muitos filhos no Brasil, principalmente na época em que a maioria das pessoas residiam no campo. Com o êxodo rural, muitos migraram para a cidade, e dependendo da condição socioeconômica, optam por ter mais ou menos filhos. A nível de escolaridade, ao que tudo indica, contribui significativamente para o Planejamento Familiar. A classe média costuma ter menos filhos, geralmente dois ou três. Enquanto que as classes com menor poder aquisitivo, costumam ter mais filhos. Na Antiga Aliança havia a esperança da mulher de ser a mãe do Salvador, por isso mesmo Maria foi agraciada (Lc. 1.28). Em todo caso, devemos reconhecer que, em geral, ter filhos é uma orientação divina, dada no princípio, ainda que, a ordenança para a procriação é geral, não é específica (Gn. 1.28).

3. O PLANEJAMENTO FAMILIAR NO CONTEXTO CRISTÃO
Os cristãos devem saber que podem apelar para os métodos contraceptivos, a fim de melhor planejarem a quantidade de filhos na família. A influência do catolicismo fez com que muitos evangélicos pensassem que o Planejamento Familiar fosse pecado. Mas devemos saber que o sexo não é apenas para a procriação, conforme estudamos anteriormente, é também para a recreação. E mais, a mulher ovula apenas uma vez ao mês, sendo assim, a utilização de métodos contraceptivos não abortivos é uma opção normal, que pode ser recorrida por qualquer casal cristão, considerando as orientações profissionais. É importante que os casais considerem suas possibilidades, e avaliem a partir dos princípios bíblicos, a quantidade de filhos que terá. Ter filhos é uma benção do Senhor (Sl. 127.3), mas é preciso criá-los com sabedoria, para que não se transformem em maldição. A base para o Planejamento Familiar não pode ser egocêntrica, muitos casais não querem ter filhos porque consideram custoso, ou no caso da mulher, porque “deformam” o corpo. A esse respeito, devemos considerar que fomos chamados para amar, e esse inevitavelmente implica em sacrifício. Deus enviou Seu Filho, que morreu pelos nossos pecados (Jo. 3.16), os pais também devem considerar o sacrifício como parte do relacionamento familiar.

CONCLUSÃO
O Planejamento Familiar é uma opção para o casal cristão, que pode decidir com sabedoria, e debaixo de oração, quanto filhos pretende ter. Tal planejamento deve ser orientado por um profissional da saúde, que dará os encaminhamentos necessários. É importante considerar as condições socioeconômicas, e também a disposição para o sacrifício. Pois o amor deve ser a premissa fundamental, e a entrega aos filhos que, na maioria dos casos, exige algum tipo de sacrifício.

BIBLIOGRAFIA
KAISER JR, W. C. O cristão e as questões éticas da atualidade. São Paulo: Vida Nova, 2015.
PLATT, D. Contracultura. São Paulo: Vida Nova, 2016.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

A PROVISÃO DE DEUS NO MONTE DO SACRÍFICIO - Lições Bíblicas EBD/CPAD - Subsídio Teológico

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A PROVISÃO DE DEUS NO MONTE DO SACRIFÍCIO por Pr. Adaylton de Almeida Conceição

FÉ PARA SUBIR O MONTE DO SACRIFÍCIO

A história do quase-sacrifício de Isaque é uma das mais tocantes da Bíblia. Além da sua dimensão psicológica (o que se passava pela mente do pai, que vai sacrificar o filho, e do filho, que vai ser sacrificado), tem uma dimensão existencial profunda, com uma aguda contemporaneidade.

A cena se desenrola em função do monte Moriá, lugar em que, um milênio mais tarde o rei Davi compraria um sitio pertencente a Ornã para nele construir o templo de Jerusalém  (1 Crônicas 21.18). Foi neste monte onde Abraão esteve para oferecer Isaque que o rei Salomão construiu o templo que levou seu nome (2 Crônicas 3.1).

Esta é uma história de poucos diálogos narrados. Quase ninguém fala. Deus fala no início e no fim. No meio, está em silêncio. Abraão só fala o essencial. É assim mesmo: na provação, experimentamos o silêncio, tanto o silêncio de Deus, quanto o nosso próprio silêncio. Deus não deve dizer nada, para que a prova aconteça; nós ficamos em silêncio porque não temos o que dizer.

Abraão era um homem de muita fé em Deus! Era um homem que tinha uma vida íntima com Deus, ao ponto de ser chamado amigo de Deus (Isaías 41:8). Na maioria dos relatos acerca da vida de Abraão, é destacado por Moisés a fé e a obediência de Abraão para com Deus.

Apesar de toda fé e obediência de Abraão, ele não é a personagem mais importante neste relato. A personagem mais importante neste relato é o Grande e Poderoso Deus de Moisés, de Abraão e de Isaque. O Deus de cada um de nós.

Um pedido difícil

Por toda bíblia, encontramos indicações de que o mais grave pecado de todos era o sacrifício de crianças.

A Torah e os Profetas sempre se referiam com horror a este tipo de sacrifício. Era o que os antigos pagãos costumavam fazer em seus cultos de ocultismo e feitiçarias. O profeta  Jeremias profetizou sobre isso:

"Porque edificaram os altos de Baal, para queimarem seus filhos no fogo em holocaustos a Baal; o que nunca lhes ordenei, nem falei, nem me veio ao pensamentoJeremias 19:5.

De forma semelhante o profeta Miquéias também o fez:

"Darei o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto do meu ventre pelo pecado da minha alma?Miquéias 6:7.

Sacrifício de crianças foi o feitiço que o rei de Moabe fez, para que os deuses o fizessem vencer uma batalha contra os Israelitas:

"Mas, vendo o rei dos moabitas que a peleja prevalecia contra ele, tomou consigo sete-centos homens que sacavam espada, para romperem contra o rei de Edom, porém não puderam. Então tomou a seu filho primogênito, que havia de reinar em seu lugar, e o ofereceu em holocausto sobre o muro; pelo que houve grande indignação em Israel; por isso retiraram-se dele, e voltaram para a sua terra.2 Reis 3:26-27.

Isso é o que os idólatras fazem. Assim, como pode a Torah chamar o sacrifício de Isaque de suprema realização, se Abraão estava por fazer o mesmo tipo de sacrifício que os piores pagãos idólatras fazem?

Contudo, em Gênesis 22:2, Deus ordenou a Abraão: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei. Gênesis 22:2. Isso parece estar em total contradição com o seu mandamento para não oferecer sacrifícios humanos.

O limite da capacidade humana

Abraão e Sara vinham esperando há décadas por um filho. Deus os tinha prometido repetida-mente que eles teriam muitos descendentes, tantos quantas fossem as estrelas do céu, ou o pó da terra, ou ainda os grãos de areia do mar. Mas o dia da provação é chegado.

A verdade nesta história é que Deus não quer que Abraão sacrifique seu filho. Deus não estava interessado em que Abraão viesse de fato a matar o seu filho, nem era esse o seu plano. O fato de o anjo do Senhor ter impedido que Abraão matasse Isaque (22:12) revela isso. O propósito de Deus foi provar a fé de Abraão, com o pedido de que entregasse completamente aquele seu único filho a Deus. O anjo do Senhor declarou que era a disposição de Abraão de entregar o seu filho, e não o ato de realmente matá-lo que satisfez as expectativas de Deus com respeito a Abraão. Deus disse explicitamente: “Não estendas a mão sobre o rapaz… pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho (Gn 22:12

O conceito de que somos propriedade do Senhor, começava a ganhar força a partir de então.

O texto é de poucas palavras. Trata-se de uma narrativa seca, sem explicações. A Bíblia não descreve o que se passa no interior de Abraão, nem de Isaque, parceiro (não sabemos se consciente ou inconsciente) daquela "loucura".

A PROVAÇÃO DO MONTE MORIÁ

Abraão tinha obedecido a Deus muitas vezes em sua caminhada com Ele, mas nenhum teste poderia ter sido mais severo do que o de Gênesis 22. Deus comandou: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi (Gênesis 22:2). Esse foi um pedido impressionante porque Isaque era o seu filho da promessa. Como Abraão respondeu? Com obediência imediata; na manhã seguinte, Abraão recomeçou a sua jornada com dois servos, um jumento, seu amado filho Isaque e com a lenha para o holocausto. Sua obediência inquestionável ao comando aparentemente confuso de Deus deu a Deus a glória que Ele merece e nos deixou um exemplo de como devemos glorificá-lO. Quando obedecemos da mesma forma que Abraão, confiando que o plano de Deus é o melhor possível, nós elevamos Seus atributos e O louvamos por eles. A obediência de Abraão à face de um comando tão difícil exaltou o amor soberano de Deus, Sua bondade, o fato de que Ele é digno de confiança, e nos deixou um exemplo a seguir. Sua fé no Deus que ele passou a conhecer e amar colocou Abraão na lista de heróis da fé em Hebreus 11.

A história do Velho Testamento sobre Abraão é a base do ensino do Novo Testamento sobre a Expiação, a oferta do sacrifício do Senhor Jesus na cruz pelo pecado da humanidade. Jesus disse, muitos séculos depois: “Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia, e viu-o, e alegrou-se (João 8:56).

A prova da fé

Deus não estava em dúvidas quanto à fé de Abraão quando o submeteu a prova!
O que Deus pretendia com a ‘provação’?
Com a provação Deus estava cuidando de Abraão! Como?
Pedro nos diz: “Essas provações são para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece, embora provado pelo fogo, redunde para louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo” (1Pe 1:7 e 1Pe 4:12 -14).

OBEDECENDO A ORDEM DE DEUS

Levantou-se, pois, Abraão de madrugada e, tendo preparado o seu jumento, tomou consigo dois e a Isaque, seu filho; rachou lenha para o holocausto e foi para o lugar que Deus lhe havia indicado”. É muito provável que ainda não tivesse saído o primeiro raio de sol, e Abraão já estava pronto para cumprir a ordem do senhor Deus. Abraão tinha muita fé no Deus provedor. Em gálatas 3:6, 7 – Paulo escreve o seguinte: É o caso de Abraão que creu em Deus e isso lhe foi imputado para a justiça. Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão”.

Abraão creu que Deus era sim capaz de trazer o seu filho à vida novamente. No versículo 5 lemos: Então, disse a seus servos: Esperai aqui, com o jumento; eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós”.Este “voltaremos” que está no versículo 5, em conjunto com o que nos é dito em Hebreus 11:17-19 mostram, claramente, que Abraão, quando posto à prova, não duvidou que Deus podia fazer um milagre, restaurando seu filho à vida.

O momento decisivo da prova

Quando Abraão ergueu a sua mão com o fim de matar Isaque, o SENHOR interveio: Abraão! Abraão! Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças”. Agora, para Abraão, já não era mais necessário sacrificar o seu filho amado. A sua fé já havia sido confirmada. Foi Deus mesmo quem falou: Pois agora sei que temes a Deus”. Esta fé tão grandiosa que Abraão tinha foi dada pelo próprio Deus. Deus providenciou esta fé tão magnífica ao seu servo Abraão. Deus não tinha interesse na morte de Isaque. Até porque o próprio Deus diz que não se agrada de sacrifício humano (Deuteronômio 12:31). Deus queria mesmo era confirmar a fé de Abraão.

Com relação ao versículo que diz: “Agora sei que temes a Deus, pois não me negaste o teu filho, o teu único filho (Gn 22:12), temos um caso típico de antropomorfismo, ou melhor, é um dos ‘modos’ de Deus se manifestar ou comunicar-se utilizando a forma, o modo, a características ou a linguagem humana.

Do mesmo modo, ao fazer referência a Deus, diz-se que Deus descansou, uma vez que o homem descansa. Porém, surgem as questões: sendo Deus onisciente, onipresente e onipotente Ele pensa? Faz considerações? Chega a conclusões? Precisa descansar segundo a concepção humana? ( Is 40:8 -31).

CONCLUSÃO

Finalmente, a informação mais importante diz respeito ao carneiro que Deus providenciou para morrer no lugar de Isaque. Esse episódio prenunciou um evento muito importante que ocorreria quase 2 mil anos depois, ou seja, a morte de Cristo, "o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (Jo 1.29). De fato, assim como o carneiro encontrado por Abraão no alto do monte, preso em um arbusto, substituiu Isaque morrendo em seu lugar (Gn 22.13), nosso Senhor também agonizou sobre um monte, preso ao lenho, ferido com espinhos, tudo a fim de morrer em nosso lugar.

Desse paralelo não se pode deixar de formular um convite à fé. Sim, pois um cordeiro morreu no Monte Moriá e Isaque escapou da morte. Da mesma forma, outro Cordeiro morreu no Monte Calvário e os que o recebem têm a vida eterna. Por que, então, continuar com medo? Creia nele e escape da morte também.

Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus. Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito. (1Pe 3.18).

A pergunta de Isaque ecoa na história da humanidade:

- Onde está o cordeiro?

Abraão só pôde responder: "Deus proverá". Agora, no entanto, a resposta é outra. Jesus Cristo é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1.29).

Nós somos Isaque, não o Isaque de Abraão, mas o Isaque de Deus. Deus proveu um Cordeiro para morrer em nosso lugar, para que, como Isaque, pudéssemos descer de Moriá. Ele ficou lá, para que não precisássemos ficar.

Pr. Adaylton Conceição de Almeida (Th.B.;Th.M.;Th.D.)

Ass. de Deus em Santos (Ministério do Belém) - São Paulo.
Email: adayl.alm@hotmail.com
Facebook: adayl manancial

BIBLIOGRAFIA
  • Edson Cavalcante – Porque Deus pediu que Abraão sacrificasse o seu filho Isaque.
  • Israel do Nascimento Silva - Abraão Oferece Isaque em Sacrifício.
  • Marcos Granconato – A grande prova de Abraão.

A PROVISÃO DE DEUS NO MONTE DO SACRIFÍCIO LIÇÃO - 4

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sábado, 2 de julho de 2016

O QUE É EVANGELIZAÇÃO LIÇÃO -1

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Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD

INTRODUÇÃO
Ao longo deste trimestre estudaremos o desafio da evangelização, considerando ser essa uma das missões precípuas da igreja na terra. Nesta primeira aula definiremos os conceitos de evangelismo e evangelização. Em seguida, apresentaremos as motivações bíblicas para a evangelização. Ao final, destacaremos os desafios a serem enfrentados, na difícil tarefa de levar o evangelho a todas as pessoas.

1. EVANGELISMO E EVANGELIZAÇÃO
Evangelismo e evangelização, embora sejam termos inter-relacionados, não apresentam o mesmo significado. O sufixo “ismo”, na língua portuguesa, carrega o sentido de conjuntos de pressupostos, ou de conceitualização. Sendo assim, é mais apropriado conceber evangelismo como os fundamentos teológicos, mais precisamente, bíblicos para a evangelização, essa última diz respeito à prática propriamente dita. O evangelismo, enquanto doutrina da evangelização, é fundamental para a igreja, a fim de que essa possa seguir as determinações bíblicas em relação ao anúncio da mensagem evangélica. Existem excessos a esse respeito, alguns pregam o evangelho, preocupados apenas com a salvação da alma, esquecendo do corpo do pecador. Por outro lado, há outros que pregam o evangelho meramente social, desconsiderando a realidade do pecado, e a necessidade da vida eterna. No grego do Novo Testamento o verbo é euangelizo, e diz respeito ao ato de levar a mensagem, anunciar boas notícias (I Ts. 3.6; Ap. 10.7). Mais especificamente, tem a ver com o anúncio das boas novas da salvação, para os pecadores através de Jesus Cristo (Lc. 1.19,20; 9.6; 20.1; At. 5.42; 8.4,25,35; 10.36; 11.20; 13.32; 17.18; Gl. 1.6). João Batista foi um dos primeiros a evangelizar, conclamando os pecadores ao arrependimento (Lc. 3.18), em seguida, Jesus anunciou as boas novas aos pobres, demonstrando ser o Messias prometido (Mt. 11.5). A mensagem pregada por Jesus era a do Reino de Deus (Lc. 4.43; 8.1), também anunciada pelos apóstolos (At. 8.12). O objetivo central da evangelização é conduzir as pessoas para Deus (At. 14.15,21). Paulo, o apóstolo dos gentios, dedicou sua vida à evangelização (Rm. 1.15; 15.20; I Co. 1.17; 9.16; Ef. 3.8).

2. MOTIVAÇÕES PARA EVANGELIZAR
A evangelização é necessária, e uma das funções precípuas da igreja, porque Jesus veio buscar e salvar o que se havia perdido (Lc. 19.10). Na verdade, todo o ministério do Senhor foi dedicado a ganhar almas (Jo. 4.34), pois via as pessoas como ovelhas que não tem pastor (Mt. 9.36), como doentes que necessitavam de médicos (Mt. 9.35). O Seu amor pelas almas era imenso, de modo que assumiu a condição de servo (Fp. 2.8), a fim de entregar a Sua vida pelas almas perdidas (Ef. 1.7). A igreja também deve ser envolver nesse ministério da reconciliação, como embaixadores da parte de Cristo (II Co. 5.18-20). Para tanto, deve assumir o ministério da Grande Comissão, levando o evangelho a toda criatura (Mc. 16.15), fazendo discípulos em todas as nações (Mt. 28.19), a fim de que as pessoas venham a se arrepender (II Pe. 3.9), tenham o conhecimento da verdade (I Tm. 2.4). Todos os crentes receberam do Senhor essa incumbência, de modo que uma igreja somente é igreja na medida em que essa se envolve na evangelização (I Pe. 2.9; Mt. 10.8). Paulo sabia que essa era uma obrigação que lhe era imposta, de tal modo que disse “ai de mim se não anunciar o evangelho” (I Co. 9.16). Ciente da relevância dessa mensagem, admoestou Timóteo, seu filho na fé: “conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus... que pregues a Palavra” (II Tm. 4.1,2). Esse também é um privilégio, pois é maravilhoso saber que somos cooperadores com o Reino de Deus (Mc. 16.20). Outrora éramos pecadores perdidos (Rm. 3.23), estávamos destinados à condenação (Pv. 24.11,12), ao lago do fogo (Ap. 20.14,15). Mas Deus nos salvou, e nos deu talentos a serem desenvolvidos na obra de Deus (Lc. 19.12,13).

3. O DESAFIO DA EVANGELIZAÇÃO
Ganhar almas é um privilégio, também uma obrigação, mas deve ser feito com base nos fundamentos da Palavra de Deus. Inicialmente é preciso reconhecer que se trata de um desafio, e que não é uma tarefa fácil. Mas aqueles que se dedicam a essa tarefa sabem que se semearem com lágrimas segarão com alegria (Sl. 126.5,6). Mesmo assim vale a pena enfrentar os desafios, a fim de achar as ovelhas que estão desgarradas do rebanho (Mt. 18.12,13). Aqueles que superarem esse desafio serão vencedores, e desfrutarão grande gozo no céu (Lc. 15.5,6; Fp. 4.1). A evangelização é uma prática cristã, que não pode ser postergada, muito menos desconsiderada. Há pessoas que criticam os evangelistas, argumentando que estão fazendo proselitismo. Cada vez mais as leis humanas tentam restringir a atuação daqueles que propagam o evangelho. Mas apenas o proselitismo religioso costuma ser coibido, as pessoas que propagam valores contrários à Palavra de Deus, costumam ser ouvidas com naturalidade. Jesus enviou Sua igreja a pregar o evangelho, dependendo sempre do poder do Espírito Santo (At. 1.8). Por meio dEle que podemos anunciar com autoridade que o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm. 1.6). Mas devemos ter cuidado para não confundir o evangelho com questões loucas, e genealogias e contendas, que são coisas inúteis (Tt. 3.9). O tema central da pregação do evangelista é Cristo, e este crucificado (I Co. 2.2). Aqueles que recebem essa mensagem terão vida eterna (II Tm. 1.10) e serão salvos (Ef. 1.13).

CONCLUSÃO
A missão primordial da igreja é fazer discípulos. Na verdade, na expressão grega, não é o ide que é imperativo, mas fazer seguidores do Mestre (Mt. 28.19,20). Jesus partiu do pressuposto que sua igreja iria, caso contrário não seria Sua igreja. Mas é preciso que essa não perca o foco de vista, deve saber que a missão envolve não apenas fazer com que pessoas levantem as mãos, em sinal de aceitação, mas também discipulá-las, ensinando-as a guardar a mensagem de Cristo.

BIBLIOGRAFIA
BARRS, J. The Heart of evangelism. Illinois: Crossway Books, 2001.
BÍCEGO, V. Manual de Evangelismo. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.

LIÇÃO - 1 O QUE É EVANGELIZAÇÃO

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quinta-feira, 9 de junho de 2016

LIÇÃO - 11 - ROMANOS A TOLERÂNCIA CRISTÃ

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LIÇÃO - 11 A TOLERÂNCIA CRISTÃ



quarta-feira, 12 de agosto de 2015

EU SEI EM QUEM TENHO CRIDO

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EU SEI EM QUEM TENHO CRIDO

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