segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Pré-aula_Lição 12: A reciprocidade do Amor Cristão

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Lição 12 - A Reciprocidade do Amor Cristão - Natalino das Neves

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A RECIPROCIDADE DO AMOR CRISTÃO

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A RECIPROCIDADE DO AMOR CRISTÃO
Texto Áureo: Fp. 4.13 – Leitura Bíblica: Fp4.10-13

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD

INTRODUÇÃO
Na aula de hoje estudaremos a respeito da reciprocidade enquanto característica do amor cristão. Somente aqueles que amam são capazes de agir pelo outro sem interesse próprio. Essa é justamente uma marca do genuíno amor cristão – agape – que se mostra desinteressado.  No início da aula abordaremos o papel do contentamento para a expressão do amor-agape, em seguida, a atuação do amor que a igreja deve ter pelos obreiros, ao final, destacaremos a relevância do amor do obreiro pela igreja.

1. AMOR FUNDAMENTADO NO CONTENTAMENTO
Somente pode amar aqueles que aprenderam a estar contentes, isto é, que não dependem das circunstâncias para ter alegria. Consoante ao que estudamos na aula anterior, aqueles que desfrutam da paz de Deus, pode exercitar o amor-agape. É sempre importante destacar que o amor cristão exige ação. Deus amou o mundo de uma maneira extraordinária e deu Seu Filho para a salvação dos pecadores (Jo. 3.16). De igual modo, aqueles que amam a Deus devem demonstrá-lo, tanto amando a Ele, quanto ao próximo (Mt. 22.34-40). Se Jesus demonstrou o Seu amor para conosco, entregando a Sua vida na cruz do calvário, devemos fazer o mesmo pelos nossos irmãos (I Jo. 3.16). O amor cristão exige desprendimento, ou seja, disposição para abrir mão do que tem em prol dos outros (I Co. 13). Vivemos em uma sociedade extremamente individualista. O capitalismo selvagem está lançando as pessoas cada vez mais para longe uma das outras. O consumismo também faz com que as pessoas queiram sempre mais. Por causa disso, as pessoas não querem abrir mão do que possuem para satisfazer ao necessitado. Essa doença está adentrando até mesmo as igrejas evangélicas. Tais atitudes são totalmente contrárias àquelas dos crentes de Jerusalém do primeiro século, que eram sensíveis às carências uns dos outros (At. 4.34-37). Paulo não sofria dessa enfermidade espiritual, antes de qualquer coisa, aprendeu a estar contente, independentemente das situações (Fp. 4.12). Por isso, tanto sabia ter fartura quanto padecer necessidade, nada o tirava do centro, que é Cristo. Ele é Aquele que o fortalecia, mesmo na prisão em Roma, e passando por momentos de privações (Fp. 4.13). Há líderes evangélicos que citam esse texto indevidamente, sem atentar para o contexto, eles ficam apenas com o “tudo posso naquele que me fortalece”. No contexto, Paulo mostra que tanto podia viver em fartura quanto em necessidade. É bom saber viver a partir da porção acostumada, como disse o sábio judeu (Pv. 30.7-10).

2. AMOR DA IGREJA PELO OBREIRO DO SENHOR
A obra de Deus precisa de reciprocidade, sem essa, todo trabalho será realizado com dificuldade. Essa verdade se aplica principalmente ao contexto missionário, em relação àqueles que estão em outros países. Os crentes devem ser motivados a contribuírem com generosidade para a manutenção do trabalho missionário. Os que entregam suas ofertas, com alegria, partilharão do galardão daqueles que estão além fronteiras (I Sm. 30.24). Havia uma relação de reciprocidade entre a igreja de Filipos e Paulo, esse envolvimento não era apenas financeiro, mas também afetivo. Toda igreja pode contribuir bastante enviando ofertas, mas não pode esquecer-se da responsabilidade relacional. Não é fácil o missionário deixar sua terra, ir para outra cultura, enfrentar a hostilidade dos povos. Os crentes filipenses, além de enviar auxílio financeiros para Paulo (Fp. 4.10,17), também proveram sustento espiritual nas tribulações (Fp. 4.14). Aquele ato de entrega foi uma demonstração nítida de amor cristão, não apenas um encargo eclesiástico. A igreja de Filipos tinha um lugar especial no coração do Apóstolo. Era uma igreja compromissada com o ministério de Paulo, fiel e assumidamente missionária (Fp. 4.15). Os escândalos do movimento gospel não podem ser motivo para deixarmos de contribuir com as obras reconhecidamente evangélicas. Os obreiros que se dedicam com denodo à obra do Senhor devem ser recompensados, pois digno é o obreiro do seu salário (I Tm. 5.17,18). O obreiro, por sua vez, deve ser grato pela manifestação de amor da igreja. Não apenas o agradecimento é necessário, também a transparência em relação ao uso dos recursos financeiros enviados. Paulo sempre foi cuidadoso a esse respeito, tinha uma preocupação ética em relação à arrecadação e a condução das ofertas para as igrejas (II Co. 8.19-21). A diminuição na contribuição em várias igrejas, além do apego exagerado as coisas materiais, tem a ver com a falta de zelo dos obreiros no uso dos recursos arrecadados.

3. AMOR DO OBREIRO DO SENHOR PELA IGREJA
O obreiro do Senhor deve demonstrar gratidão à igreja pela entrega dos recursos financeiros, bem como pelo cuidado espiritual (Fp. 4.10). Ao mesmo tempo, deve ter equilíbrio espiritual para não fiar sua segurança em bens materiais. Paulo advertiu ao jovem pastor Timóteo para que esse tivesse cuidado com o amor as riquezas (I Tm. 6.10). Muitos obreiros estão decaindo no ministério por causa do seu apego ao dinheiro. A motivação principal para o ministério pastoral nunca deve ser o acúmulo de bens. Essa é uma deturpação do movimento evangélico desses últimos tempos. Evidentemente isso não quer dizer que a igreja deve ser irresponsável em relação aos cuidados básicos dos seus obreiros. Muito pelo contrário, aqueles que se dedicam à Palavra de Deus, que são exímios ministradores, que presidem bem, devem ser recompensados (I Tm. 5.17). Mas, esses, por sua vez, não podem depositar sua fé no dinheiro, sua principal preocupação deve ser a aprovação do seu trabalho pelo Senhor (I Tm. 2.15). Como Paulo, o obreiro do Senhor deve mostrar a igreja que sabe está contente, independentemente da situação (Fp. 4.11). Evidentemente o Apóstolo precisou aprender, por isso afirmou: “em todas as coisas, estou instruído”. Os crentes que colocam a sua segurança em bens materiais ainda não aprenderam a confiar totalmente em Deus. Isso é resultado de maturidade cristã, e às vezes, de experiências frustrantes. O crescimento toma tempo, e em determinadas situações, é intensamente doloroso. Nem todos podem afirmar com Paulo “posso todas as coisas naquele que me fortalece”. Um obreiro para chegar a essa condição precisa ter aprendido a amar a igreja que pastoreia acima de qualquer coisa. Cada vez mais temos menos obreiros aprovados nesse sentido, o materialismo está extinguindo os obreiros realmente compromissados com a Palavra. O amor ao dinheiro, que é a raiz de todos os males, está arrefecendo o cuidado dos obreiros pela igreja do Senhor.

CONCLUSÃO
Que Deus desperte crentes amorosos, compromissados com a Palavra, dispostos a mostrarem reciprocidade em amor. Que as mazelas do materialismo, transformado em avareza, não solape a fé dos cristãos (Hb. 13.5,6). Que não venhamos a ser consumidos pela preocupação com os bens materiais (Mt. 6.25-35). Que o amor ao dinheiro nunca venha a nos distanciar das pessoas. Que nossa relação ministerial nunca esteja baseada em valores, mas na disposição de se sacrificar pela igreja do Senhor.

BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. Philippians. Michigan: BakerBooks, 2000.
WIERSBE, W. W. Philippians: be joyfull. Colorado: David Cook, 2008.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

LIÇÃO 11 - UMA VIDA CRISTÃ EQUILIBRADA - PROFº E TEÓLOGO FABIO SEGANTIN

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UMA VIDA CRISTÃ EQUILIBRADA

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Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2013 - CPAD - Jovens e Adultos
Tema: Filipenses - A Humildade de CRISTO como exemplo para a Igreja.
Comentário: Pr. Elienai Cabral
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração e pesquisa para a Escola Dominical da Igreja de Cristo no Brasil, Campina Grande-PB; Postagem no Blog AUXÍLIO AO MESTRE: Francisco A Barbosa.

Por Francisco A Barbosa
Lição 11: Uma vida cristã equilibrada
15 de setembro de 2013

TEXTO ÁUREO
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4.8). – “O crente deve fixar sua mente nas coisas verdadeiras, puras, justas, santas, etc. Que essa é uma condição prévia para experimentarmos a paz de Deus e o livramento da ansiedade, fica claro no versículo 9. Se assim fizermos, "o Deus de paz será convosco". O resultado de fixar nossas mentes nas coisas do mundo será a perda da alegria, da presença íntima e da paz de Deus e, nossos corações sem proteção

VERDADE PRÁTICA
A fim de termos uma vida cristã equilibrada e frutífera, precisamos ocupar a nossa mente com tudo àquilo que é agradável a Deus.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 4.5-9.
5 Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor.
6 Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de DEUS, pela oração e súplicas, com ação de graças.
7 E a paz de DEUS, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em CRISTO JESUS.
8 Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.
9 O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o DEUS de paz será convosco.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
          Conscientizar-se a respeito da excelência da mente cristã;
          Compreender o que deve ocupar a mente do cristão, e
          Analisar a conduta de Paulo como modelo. Uma relação do que deve preencher o pensamento do cristão: “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama”. Tais coisas devem orientar os nossos pensamentos.

PALAVRA-CHAVE
Mente: Parte incorpórea, inteligente ou sensível do ser humano; pensamento, entendimento.
COMENTÁRIO

introdução
Na lição de hoje, veremos algumas virtudes que acompanham aqueles cujas vidas foram transformadas pelo Evangelho de Jesus. O Evangelho não apenas proporciona salvação à humanidade, mas também um conjunto de princípios de vida para cada crente, seja na igreja, na família, na sociedade ou com Deus. Não são meras prescrições ou exigências frias de um código de leis, mas valores que transcendem a vida terrena. Veremos que o Evangelho é poderoso para mudar o caráter de uma pessoa e torná-la apta a tomar para si o “jugo suave” e o “fardo leve” de Cristo Jesus (Mt 11.30). [Comentário: Nesta lição, veremos as virtudes que devem acompanham aqueles que foram transportados do reino das trevas para o reino de Deus. A vida deste novo cidadão do Reino dos Céus deve ser regida por princípios e valores que transcendem a vida terrena. Devemos entender que a salvação oferecida por Deus através de Jesus Cristo não somente nos garante a vida eterna, mas também nos oferece e pede que experimentemos um novo caráter, uma nova forma de pensar e agir pautados segundo os valores do Reino dos Céus. Na missiva aos Filipenses, Paulo apresenta essa pastoral exortando os filipenses a respeito do cuidado que eles deveriam ter com aquilo que iria ocupar suas mentes e nos legou um texto áureo para a vida de todo cristão: “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama”. Este conjunto é útil não apenas para o espiritual, mas para toda a vida do crente! Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!]

I. A EXCELÊNCIA DA MENTE CRISTÃ
1. Nossos pensamentos. O versículo oito da leitura bíblica em classe na versão ARA diz: “seja isso o que ocupe o vosso pensamento”. O apóstolo quer mostrar que a experiência de salvação, em Cristo, produz uma mudança contínua em nossa forma de pensar, a fim de evitarmos as futilidades mundanas que ocupam a mente das pessoas sem Deus. Paulo exorta-nos a preenchermos a nossa mente com aquilo que gera vida e maturidade espiritual, pois “nós temos a mente de Cristo” (1Co 2.16). Aqui surge uma pergunta inevitável: “O que tem ocupado as nossas mentes no mundo de hoje?”. Infelizmente, deparamo-nos com uma geração atraída pela ideologia do consumismo e do materialismo, onde o ter é mais importante do que o ser. Tal postura anula o ser humano, e faz com que os relacionamentos sejam pensados em termos de vantagens, ou seja, se não houver algum benefício imediato, logo são descartados. Esse comportamento nos aproxima do modo de vida mundano, e nos distancia das coisas do Alto.[Comentário: O caráter e a conduta começam na mente . Nossas ações são afetadas pelas coisas que habitam nossos pensamentos. No texto em Fp 4.8, Paulo adverte seus leitores para se concentrarem nas coisas que resultarão na vida correta e na Paz de Deus. Através do Espírito Santo, Paulo tinha a mente de Cristo, e, portanto, a mente do Senhor. Aqueles oponentes que não percebiam que o Espírito de Cristo e o Espírito do Senhor são uma mesma pessoa, não tinham base para instruí-lo ou examiná-lo. Por implicação, aqueles que aceitavam o ensino de Paulo tinham a bênção do Espírito Santo e entendiam as realidades divinas. Aqui conseguimos entender quando Jesus afirma: “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer” (Jo 15.15) - Cristo revela-se a seus discípulos indistintamente! É através do estudo sistemático das Escrituras que nós adquirimos, com o auxílio do Espírito Santo, a mente de Cristo. É isso que se depreende do versículo 9: “O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco”.]
2. Pensando nas coisas eternas. Além da epístola aos Filipenses, o tema do processo de pensar é tratado por Paulo em muitas outras ocasiões (Rm 12.2; Cl 3.2). Pensar nas coisas que são de cima, por exemplo, não sugere que devamos viver uma espiritualidade irreal, e sim equilibrada, conjugando mente e coração a partir dos valores espirituais na vida terrena (cf. Jo 17.15,18; 1Co 5.9,10). Os maus pensamentos são frutos da inclinação humana para o mal. Daí a recomendação de que a nossa mente deve ocupar-se com a Palavra de Deus, com os princípios eternos do reino divino, “levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo” (2Co 10.5).[Comentário: Obediência, hupakoe; Strong 5218: De hupo, “sob”, e akouo, “ouvir”. A palavra significa ouvir com atenção, escutar com submissão, assentimento e concordância condescendentes. É usada em relação à obediência em geral, para a obediência aos mandamentos de Deus e para a obediência aos mandamentos de Deus e para a obediência a Cristo. Paulo já havia salientado a diferença entre a sabedoria do mundo e a sabedoria espiritual manifestada na cruz de Cristo, e tinha advertido aos crentes de Corinto para não se deixarem iludir pela sabedoria do mundo (1Co 1.18-2.16). Se todo o pensamento - então a pessoa inteira - nossas próprias ideias, motivos, desejos e decisões - pertence a Cristo. O objetivo é levar todo entendimento desobediente à obediência de Cristo.].
3. Agindo sabiamente. Sabemos que a sociedade atual é dominada por ideologias contrárias ao Evangelho. E é exatamente a esse mundo que o Senhor Jesus nos enviou a fazer a sua obra (Jo 17.18; cf. Mt 28.19). Temos de atender o seu chamado! Não com medo, mas com coragem; não com ignorância, mas sabiamente; não como quem impõe uma verdade particular, mas como quem expõe e testemunha verdades eternas. À luz do exemplo de Jesus Cristo, sejamos sal da terra e luz do mundo tendo “luz na mente, mas fogo no coração”. [Comentário: Jesus é o exemplo supremo para as missões cristãs. Todo verdadeiro crente é um “missionário” enviado ao mundo para dar testemunho de Cristo, para alcançar os perdidos onde possam ser encontrados e conduzi-los ao Salvador. Nessa missão, não precisamos de armas carnais, fracas, mundanas, já que nossa luta não é contra carne e sangue (Ef 6.12). Precisamos das armas que têm o poder de Deus (conhecimento de Deus) a fim de destruir qualquer coisa que se oponha à vontade de Deus. Precisamos nos impor no campo das ideias, como Paulo se refere em 2Co 10.5, especificamente, à guerra na mente, contra ideias e atitudes arrogantes e rebeldes e contra toda a altivez oposta ao verdadeiro conhecimento de Deus. Quão atual é esse conselho paulino! Devemos crer e pregar que o Senhor poderá voltar a qualquer momento. A perspectiva do Novo Testamento é de que a volta de Jesus é iminente (Lc 12.35-40); logo, devemos estar prontos, trabalhando e vigiando em todo tempo (Mt 24.36; 25.1-13; Rm 13.12-14).].

SINOPSE DO TÓPICO (I)
A Palavra de Deus exorta-nos a preenchermos a nossa mente com aquilo que gera vida e maturidade espiritual, pois “nós temos a mente de Cristo” (1Co 2.16).

II. O QUE DEVE OCUPAR A MENTE DO CRISTÃO (4.8)
1. “Tudo o que é verdadeiro e honesto”. O apóstolo Paulo inicia a sua reflexão com a verdade. Percebemos que, com essa virtude, o apóstolo entende tudo o que é reto e se opõe ao falso. É tudo aquilo que é autêntico, não baseado em meras suposições, ou em algo que não possa ser comprovado. Lamentavelmente, o espírito da mentira entrou até mesmo entre os crentes e vem produzindo grandes males. Difamações e rumores negativos acabam sendo comuns entre nós. E isso desagrada profundamente a Deus. Quando o apóstolo dos gentios afirma que devemos pensar “em tudo o que é honesto”, de fato, está nos exortando a desenvolvermos uma conduta transparente e decorosa, digna de alguém que age bem à luz do dia (Rm 13.13). O mundo não pode ver em nós um comportamento que contradiga os conceitos éticos e bíblicos da verdade e da honestidade, pois isso é incoerente aos princípios cristãos. O verdadeiro crente tem um firme compromisso com a verdade. Ele não mente nem calunia seu irmão. [Comentário: As Escrituras enfatizam um alto padrão de conduta moral, especialmente com vistas à proximidade da volta do Senhor, quando será consumado nossa salvação. A estabilidade espiritual é o resultado de como uma pessoa pensa. A forma imperativa do grego logizomai (morar em) o torna um comando; pensamento correto não é opcional na vida cristã, é um dever! Logizomai significa mais do que apenas entreter pensamentos, o que significa "avaliar", "considerar", ou "calcular". Os crentes devem considerar as listas de qualidades de Paulo neste versículo e meditar sobre as suas implicações. A forma verbal exige disciplina habitual da mente para definir todos os pensamentos sobre essas virtudes espirituais. Provérbios 23.7 declara: "Porque, como ele pensa consigo mesmo, assim ele é"].
2. “Tudo o que é justo”. Aqui, de acordo com o Comentário Bíblico Pentecostal (CPAD), as “coisas que são ‘justas’ obedecem aos padrões de justiça de Deus” para desenvolvermos uma relação positiva com os que nos rodeiam. O padrão de justiça divina deve nortear o nosso comportamento moral em relação a Deus e às pessoas. O verdadeiro cristão deve pautar a sua conduta pela defesa de tudo o que é justo (Mt 5.6), agindo contra tudo aquilo que promove injustiça e gera opressão. [Comentário: Os crentes devem pensar em tudo o que é correto. Dikaios (direito) é um adjetivo, e deve ser traduzido como "justo". Ele descreve o que está em perfeita harmonia com o eterno de Deus. Os crentes devem pensar em questões que são consistentes com a lei de Deus. Aqueles que procuram a justiça de Deus recebem aquilo que desejam, e não os que confiam em sua própria justiça (Mt 5.6)].
3. “Tudo o que é puro e amável”. Pureza sugere inocência, singeleza ou sinceridade em relação a algo não contaminado ou poluído. Uma mente pura significa uma mente casta. A ideia de “ser puro” é defendida por Paulo na perspectiva de que as palavras, as ações e os pensamentos dos crentes de Filipos fossem francos e sinceros. A fim de que toda impureza seja eliminada de sua vida, o crente tem de dar lugar para que o Espírito Santo limpe continuamente o seu coração e consciência (Ef 5.3). Assim, estaremos prontos a desejar tudo o que promove o amor fraternal. Desse modo, “tudo o que é amável” é aquilo que edifica os relacionamentos entre irmãos. [Comentário: O crente deve fixar sua mente nas coisas verdadeiras, puras, justas, santas, etc. Que essa é uma condição prévia para experimentarmos a paz de Deus e o livramento da ansiedade, fica claro no versículo 9. Se assim fizermos, "o Deus de paz será convosco". O resultado de fixar nossas mentes nas coisas do mundo será a perda da alegria, da presença íntima e da paz de Deus e, nossos corações sem proteção.Hagnos (puro) descreve o que Deus nas Escrituras define como sagrado, moralmente limpo, sem mácula. Em 1 Timóteo 5.22 é traduzida como "livre de pecado". Os crentes devem purificar-se, porque Jesus Cristo é puro (1Jo 3.3); ainda, os crentes são chamados a pensar em tudo que é Prosphiles (belo) - aparece somente aqui no Novo Testamento. Podemos traduzir como "doce", "gracioso", "generoso" ou "paciente". Os crentes devem concentrar seus pensamentos sobre o que a Bíblia diz é agradável, atraente e amável diante de Deus!].
4. “Tudo o que é de boa fama”. O sentido de “boa fama” é simples e objetivo, pois a expressão se refere ao cuidado que devemos ter com as palavras e ações em nosso dia a dia. Então, podemos afirmar que boa fama é tudo o que é digno de louvor, de elogio e graça. Algumas versões bíblicas traduzem a mesma expressão por bom nome. Tal se refere ao que uma pessoa é, pois possuir um bom nome é o mesmo que ter um bom caráter. [Comentário: Os crentes devem pensar sobre tudo o que é de boa fama. Euphemos (Também aparece somente aqui no Novo Testamento.); Strong 2163: comparar com “eufemismo” e “eufemístico”. Uma combinação de eu, “bem”, e pheme, “um ditado”. Euphemos é um discurso gracioso, próspero, digno de louvor e parecendo justo. Evita-se palavras de mau augúrio. É encontrado um exemplo no Antigo Testamento em Pv 16.24: “Favo de mel são as palavras suaves: doces para a alma e saúde para os ossos”. Ele descreve o que é altamente considerado ou bem pensado. O pensamento dos crentes é elevado pelo exame acurado das Escrituras. Em resumo, exorta Paulo, se há alguma excelência e se alguma coisa digna de louvor, devo me debruçar sobre essas coisas. A chave para uma vida piedosa é o pensamento divino, como Salomão sabiamente observou: "Vigiai sobre o teu coração com toda a diligência, porque dele procedem as fontes da vida" (Pv 4.23). ].

SINOPSE DO TÓPICO (II)
O crente não deve ter um comportamento que contradiga os conceitos éticos e bíblicos da verdade e da honestidade, pois isso é incoerente com os princípios cristãos. O verdadeiro crente tem um firme compromisso com a verdade.

III. A CONDUTA DE PAULO COMO MODELO (4.9)
1. Paulo, uma vida a ser imitada. No versículo nove, o apóstolo dos gentios utiliza cinco verbos que denotam ação: aprender, receber, ouvir, ver e fazer. Paulo utilizou tais recursos para que os irmãos filipenses percebessem que poderiam viver as virtudes da Palavra de Deus. Ele, inclusive, assume um papel referencial a ser imitado. Paulo não tem a presunção de uma pessoa que se acha infalível, mas exorta aos filipenses a serem uma carta transparente e exposta a quem quisesse vê-la. Eles deveriam, pois, ser um modelo tanto aos crentes como aos descrentes. [Comentário: Tudo o que vocês aprenderam, receberam, ouviram e viram em mim, ponham-no em prática. E o Deus da paz estará com vocês” (4.9). Este versículo introduz um elemento final que é essencial para a estabilidade espiritual. As sete atitudes descritas no versículo anterior não devem ser vistos como meros princípios abstratos; o pensamento divino não pode ser divorciado do comportamento. A estabilidade espiritual se resume a viver uma vida disciplinada de obediência aos padrões de Deus. Os filipenses deviam guiar-se tanto pelo ensinamento de Paulo como pelo seu exemplo, especialmente em seu amor pelos filipenses].
2. Paulo, exemplo de ministro. Os obreiros do Senhor devem aprender com Paulo uma verdade pastoral: Todo ministro de Deus deve ser transparente. Assim como o Deus da graça chamou os fiéis da terra para serem irrepreensíveis, Ele igualmente nos chamou para administrarmos o seu rebanho com lisura, amor e muita boa vontade (1Pe 5.2,3). Essas qualidades pastorais são indispensáveis na experiência ministerial dos líderes cristãos nos dias de hoje. [Comentário: A figura do pastor cuidado, proteção, disciplina e orientação. Jesus retratou seu próprio cuidado pela Igreja (Jo 10.1-18) e o gracioso interesse de Deus pelos pecadores (Lc 15.3-7) como ações de pastoreio. Os apóstolos designaram sobre as igrejas locais tutores designados de presbíteros )At 14.23; Tt 1.5), que deviam cuidar do povo como os pastores cuidam das ovelhas (At 20.28-31; 1Pe 5.1-4), conduzindo-os mediante seu exemplo (1Pe 5.3) longe de tudo o que é nocivo para tudo o que é bom. Em virtude de seu papel, estes presbíteros são chamados também de “pastores” (Ef 4.11). O Pastor que serve fielmente será recompensado (Hb 13.17; 1Pe 5.4; 1Tm 4.7,8). Hoje, cruzamos uma tormenta na ética pastoral, fica evidente a falta de lideranças fortes e que sejam réplicas do modelo de liderança pastoral de Paulo. Oremos para que o Eterno conceda à sua Igreja homens compromissados, com um caráter cristão maduro e estável e uma bem ordenada vida pessoal (1Tm 3.1-7; Tt 1.5-9)].
3. O Deus de paz. Se buscarmos tudo o que é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável e de boa fama, teremos uma preciosa promessa: “E o Deus de paz será convosco”. A presença do “Deus de paz” descreve uma segurança inabalável para aqueles que confiam no seu nome. Ele nos orienta, guarda e protege. Por isso, devemos experimentar da constante e doce presença do “Deus de paz”, e manter uma vida irrepreensível diante dEle, pois nas circunstâncias mais adversas lembraremos estas palavras: “E o Deus de paz será conosco”. [Comentário: A promessa anexa à obediência é que o Deus da paz estará convosco. O Deus cujo caráter é a paz é o doador de paz. O título de Deus da paz é um dos favoritos de Paulo (cf. Rm 15.33; 16.20; 2Co 13.11; 1Ts 5.23). É um lembrete de que aqueles que têm atitudes piedosas, pensamentos e ações piedosos será vigiado pela paz de Deus e pelo Deus da paz. Sua presença é essencial para a força, tranquilidade e satisfação necessária para a estabilidade espiritual.].

SINOPSE DO TÓPICO (III)
Buscarmos tudo o que é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável e de boa fama “o Deus de paz será convosco”.

CONCLUSÃO

Disse alguém, certa vez, que “o homem é aquilo que pensa” [Comentário: O filósofo Friedrich Hebbel afirmou certa vez; “O homem vive do que pensa”. Salomão, preocupado com o poder do pensamento escreveu: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem os caminhos da vida (Pv 4.23)]. Devemos, portanto, guardar a nossa mente de tudo quanto é vil, pernicioso, egocêntrico e imoral. Só desfrutaremos de uma vida cristã saudável e equilibrada se alimentarmos a nossa mente com tudo o que é do Alto. Por isso, leia continuamente a Palavra de Deus. Apesar de a verdade, a honestidade, a pureza, a justiça, o amor e a boa fama parecerem estar fora de moda, e até ignorados por grande parte da sociedade, para o Altíssimo continuam a ser virtudes que autenticam os valores do seu Reino. E nós, os que cremos, somos chamados a vivê-las aqui e agora (Mt 5.13-16). [Comentário: Quando invocamos a Deus, com um coração posto em Cristo e na sua Palavra (Jo 15.7), a paz de Deus transborda em nossa alma aflita. Essa paz consiste em uma tranquilidade interior, que o Espírito Santo nos transmite (Rm 8.15,16). Envolve uma firme convicção de que Jesus está perto, e que o amor de Deus estará ativo em nossa vida continuamente. (Rm 8.28,32; cf. Is 26.3). Como necessitamos hoje concretizar esse conselho paulino em nossas vidas! Quando colocamos diante de Deus, em oração, as nossas inquietações, essa paz ficará como guarda à porta de nosso coração e de nossa mente, para impedir que os cuidados e angústias perturbem-nos a vida e a esperança em Cristo. Se o medo e a ansiedade retornarem, novamente a oração, a súplica e a ação de graças nos trarão a paz de Deus que guarda os nossos corações. Voltaremos a sentir segurança, e nos regozijaremos no Senhor]. Finalizo esse comentário da Lição com uma pastoral do Rev Hernandes Dias Lopes: "AMINHA ALMA TEM SEDE DEUS! Deus é a delícia da minha alma. É como mel ao paladar. Outras coisas, por mais belas aos olhas e mais saborosas ao paladar não se comparam com a delícia da intimidade de Deus. É na presença de Deus que existe plenitude de alegria e delícias perpetuamente. O pecado é atraente e sedutor quando perdemos de vista a sublimidade do conhecimento de Cristo. Quando contemplamos Cristo em sua beleza e quando temos uma percepção da majestade de sua glória, então, os prazeres e glórias deste mundo tornam-se como esterco. Ah! como precisamos conhecer mais a Deus. O conhecimento de Deus é nossa glória mais sublime. O povo que conhece a Deus é um povo forte. Que nossa alma anseie mais por Deus do que os guardas pelo romper da alma! Que a nossa alma tenha mais sede de Deus do que a corça pelas correntes das águas!"
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),

Graça e Paz a todos que estão em Cristo!

Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere
Meu coração te ofereço, Senhor, pronto e sincero (Calvino)

Recife-PE
Setembro de 2013.

EXERCÍCIOS
1. Segundo a lição, o que a experiência de salvação em Cristo produz?
R. A experiência de salvação, em Cristo, produz uma mudança contínua em nossa forma de pensar, a fim de evitarmos as futilidades mundanas que ocupam a mente das pessoas sem Deus.
2. O que deve ocupar a mente do cristão?
R. A nossa mente deve ser preenchida com aquilo que gera vida e maturidade espiritual.
3. De acordo com a lição, o que significa uma mente pura?
R. Uma mente pura significa uma mente casta.
4. Qual é a verdade pastoral que os obreiros do Senhor devem aprender de Paulo?
R. Todo o ministro de Deus deve ser transparente. Assim como o Deus da graça chamou os fiéis da terra para serem irrepreensíveis, Ele igualmente nos chamou para administrarmos o seu rebanho com lisura, amor e muita boa vontade (1Pe 5.2,3).
5. O que você tem feito para manter a sua mente pura?
R. Resposta pessoal.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
OBRAS CONSULTADAS:
-. Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2013 - CPAD - Jovens e Adultos; Comentarista: Pr. Elienai Cabral; CPAD; -. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001, Dinâmica do Reino – Confissão de Fé; p. 1236;
 -. Filipenses - Epístolas Paulinas - E.P. myer pearlman - 
http://pt.scribd.com/doc/146430796/E-P-Myer-Pearlman
-. ZUCK, R. B. Teologia do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2008;
-. RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007.
Autorizo a todos que quiserem fazer uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente, que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente, a gentileza de um e-mail indicando qual o texto que está utilizando e com que finalidade (estudo pessoal, na igreja, postagem em outro site, impressão, etc.).
Francisco de Assis Barbosa

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

UMA VIDA CRISTÃ EQUILIBRADA

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UMA VIDA CRISTÃ EQUILIBRADA
Texto Áureo: Fp. 4.8 – Leitura Bíblica: Fp. 4.5-8

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD

INTRODUÇÃO
Na lição de hoje daremos continuidade às orientações dadas por Paulo em relação à paz e aos sentimentos dos cristãos. Estudamos, na aula passada, que a oração é o antídoto contra a ansiedade, e que, por meio desta, obtemos a paz. Mais especificamente, nesta aula, trataremos a respeito da mente do cristão. Veremos que nossos pensamentos exercem papel preponderante para uma vida cristã equilibrada. Destacaremos a importância de voltarmos nossos pensamentos para as coisas que são de cima, não para as que são de baixo (Cl. 3.1).

1. ANSIEDADE, A DOENÇA DO SÉCULO
O coração nas Escrituras é a sede das emoções, dos sentimentos, por isso Paulo orienta os irmãos filipenses a colocarem suas mentes em Deus, a viverem em alegria e a buscarem a paz de Deus, a fim de guardarem suas mentes e emoções da ansiedade (Fp. 4.5,6). A mente do mundo, isto é, sua forma de pensamento, conduz as pessoas ao desespero, à ansiedade, e, às vezes, à depressão. Para não nos deixar conduzir pelo modo do mundo ver a realidade, não podemos nos conformar com ele, antes ter a mente renovada, de acordo com a vontade de Deus, que é agradável, boa e perfeita (Rm. 12.1,2). Se mantivermos nossas mentes em Deus, poderemos desfrutar da sua maravilhosa presença, ter a convicção de que Ele estará conosco. Muitas igrejas não sabem mais o que é a presença de Deus, nelas o Senhor está ausente, há apenas rituais religiosos. Algumas atividades da igreja geram ansiedade, pois seus membros não conseguem mais confiar em Deus. Se aprendermos a depositar nossa confiança no Senhor, e a ter a convicção de que o Deus de paz está conosco, guardaremos nossos sentimentos nEle (Fp. 4.9). As emoções do cristão não estão à mercê das circunstâncias mundanas, muito menos dos valores que a sociedade moderna escolheu. Jesus ensinou seus discípulos a não viverem demasiadamente preocupados, antes a confiarem na providência divina (Mt. 6.28-30). Deus sabe das nossas necessidades, devemos trabalhar, suprir as carências familiares, mas não nos tornar escravos do consumismo, e não nos deixar levar pelas imposições da mídia. A Palavra de Deus não promete que teremos tudo que desejamos, na verdade muitos pedem e não recebem porque o fazem tão somente para satisfazer seus deleites (Tg. 4.3). A igreja secularizada absorveu o espírito deste mundo, se tornou um antro de consumismo, distorceu os valores bíblicos. A promessa de Deus, para aqueles que depositam confiança nEle, é Sua presença, e uma paz que o mundo não conhece (Jo. 14.27), e que excede a todo conhecimento humano, inexplicável para a psicologia moderna.

2. A PAZ QUE EXCEDE TODO ENTENDIMENTO
A paz que o crente desfruta não é natural, não depende de fatores externos, não pode ser confundida com felicidade. Esta se sustenta em condições materiais, tais como riqueza, fama e poder. Mas a Paz de Deus é resultado de uma experiência profunda com o Espírito Santo, que produz, em nós, e conosco, o Seu fruto (Gl. 5.22). O Espírito Santo está trabalhando para a nossa santificação. O mesmo Espírito que ressuscitou a Jesus Cristo dentre os mortos está atuando com vistas à nossa maturidade espiritual (Hb. 13.20; Ef. 1.19,20). Evódia e Síntique, as servas de Deus de Filipos, precisavam aprender a desfrutar dessa paz, que é demonstração de equilíbrio espiritual. O crescimento espiritual do crente é demonstrado através da sua capacidade crescente para enfrentar as situações adversas. Essa paz é a shalom, que, na língua hebraica, tem a ver com a dimensão integral do ser humano. O cristão que desfruta dessa shalom não se abate quando as circunstâncias são desfavoráveis. Antes se dirige a Deus em oração, apresentando suas necessidades, e se for o caso, inquietações (Fp. 4.6). A paz com Deus nos foi dada através de Jesus Cristo, quando morreu e ressuscitou pelos nossos pecados, dando-nos justificação (Rm. 5.1). Mas a paz de Deus vem com a maturidade cristã, principalmente através dos momentos de oração (Fp. 4.6). A oração contribui para a disciplina da nossa mente, ela põe o foco na Pessoa certa, nos direciona para o Deus de paz. Sem oração, tornamo-nos alvos fáceis do pragmatismo moderno, jamais aprenderemos a esperar com paciência no Senhor (Sl. 40.1). Esta geração desaprendeu a orar, o ativismo nas igrejas é um sintoma dessa triste realidade. Queremos fazer muito para Deus, dependendo apenas de nós mesmos. Sem Jesus nada poderemos fazer, mesmo os resultados humanos não passam de aparência (Jo. 15.5; Ap. 3.17).

3. EQUILÍBRIO NA VIDA CRISTÃ
A vida cristã equilibrada, sem se deixar conduzir por extremos, é uma operação divina, mas carece da participação humana. Os crentes precisam fazer alguma coisa para desfrutarem da alegria e da paz de Deus que excede todo entendimento. O Apóstolo os ordena a pensar – logizomai em grego – primeiramente no que é verdadeiro, alethe em grego, quer dizer “verdade”, mas em oposição ao que é ilusório. Muitos crentes estão pautados no que é aparente, não no que é real. Existe uma cultura do aparente na sociedade, a mídia tem trabalhado para distorcer a percepção das pessoas. A cultura do entretenimento está invadindo as igrejas, as pessoas vão para os cultos para se divertirem, não para ouvirem a Palavra de Deus. Alguns cultos parecem mais com programas de auditório, muita espetacularização, luzes e malabarismos. A teologia da ganância, com o nome de prosperidade, está deturpando o conceito bíblico de espiritualidade, o ter está sendo substituído pelo ser. Essa teologia do engano está sendo repassada como se fosse verdade, e está tirando a paz de muitos crentes, que buscam felicidade, mas não alegria do Espírito, riqueza material, não tesouros no céu. (Mt. 6.19-21). Paulo diz ainda que os crentes devem buscar tudo o que é respeitável, isto é, honesto, sem duplicidade de caráter. A desonestidade está naturalizada na sociedade por causa do pecado. Neste país, em que a política fomenta a corrupção, a corrupção é confundida com benção, há até os que agradecem pela propina a Deus pela propina. Diferentemente do mundo, o crente busca o que é justo, dikaios em grego, que tem a ver com retidão, que o responsabiliza diante do outro. Ele pauta a sua vida na santidade, na pureza, hagnos em grego, investe em valores morais, sobretudo no seu caráter. Nesse caminho do equilíbrio espiritual, busca também o que é amável, prosphiles em grego, que são as coisas agradáveis decorrentes do genuíno amor cristão (I Co. 13). Ao invés de pensar que é torpe, o cristão medita naquilo que é de boa fama, euphemos em grego, ou seja, palavras que não distratam os outros. E por fim, seu pensamento não está voltado para a malícia, mas para a virtude, arete em grego, que é a excelência da vida cristã, e para o que merece louvor, apaino em grego, o que não é vergonhoso.

CONCLUSÃO
O pensamento exerce papel preponderante nas atitudes do cristão, é a partir da mente que o cristão pode ter uma vida equilibrada. Por isso, devemos buscar ter a mente de Cristo, para não pensamos de acordo com o mundo (I Co. 2.16), que jaz no Maligno (I Jo.5.19). Essa não é uma tarefa fácil, trata-se de um exercício espiritual, que deve ser buscado continuamente. Para tanto, faz-se necessário levar cativo todo entendimento à obediência de Cristo, reconhecendo Seu senhorio sobre as nossas vidas (II Co. 10.4,5).

BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. Philippians. Michigan: BakerBooks, 2000.
WIERSBE, W. W. Philippians: be joyfull. Colorado: David Cook, 2008. 

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

LIÇÃO 10 - A ALEGRIA DOS SALVOS EM CRISTO

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PROF CARAMURU

A ALEGRIA DOS SALVOS EM CRISTO

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A ALEGRIA DO SALVO EM CRISTO
Texto Áureo: Fp. 4.4 – Leitura Bíblica: Fp. 4.1-7

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD

INTRODUÇÃO
Na aula de hoje daremos continuação às recomendações práticas do Apóstolo aos crentes de Filipos. A princípio, Paulo, o exemplo a ser imitado, motiva os crentes filipenses a se firmarem na fé. Em seguida, mostra-lhes a importância da alegria divina, que não depende das circunstâncias, mas é produzida pelo Espírito. Posteriormente, apresenta um antídoto contra a ansiedade, cujo fundamento é a paz de Deus, que excede todo entendimento.

1. EXORTAÇÃO À FIRMEZA NA FÉ
Paulo identifica os irmãos da igreja de Filipos como sua “alegria e coroa” (Fp. 4.1). Em grego há duas palavras para coroa: diadema, que diz respeito a uma coroa real, e stefanos, à coroa usada pelos vencedores de atletismo. O termo usado pelo Apóstolo é stefanos, aludindo, assim, à conquista em uma competição olímpica. Ele sabia que, ao chegar ao céu, receberia um prêmio pelo seu labor pastoral. Os falsos mestres, ao contrário, buscavam prêmios terrenais, a vanglória humana. Mas Paulo busca uma premiação celestial, o reconhecimento do Senhor pelo seu trabalho. Em seguida, admoesta os crentes a permanecerem “firmes no Senhor”. O verbo grego aqui usado é stekete, e está no imperativo, uma espécie de ordenança dada a um soldado. Nesse caso o lutador deveria permanecer em sua posição, sem deixar seu lugar estratégico. Muitos crentes querem abandonar sua posição por qualquer motivo. Somos instados, pelo mesmo Apóstolo, a sermos firmes e constantes, abundantes na obra. E mais importante ainda, saber que, no Senhor, não nos homens, nossa obra não é vã (I Co. 15.58). Adiante Paulo destaca um problema de relacionamento na igreja de Filipos, que envolvia Evódia e Síntique. Essas irmãs não deveriam ser descartadas, mas ajudadas a amadurecerem na fé. Ao invés de buscarem o crescimento da obra, estavam digladiando-se entre si. Essas mulheres tornaram-se exemplos negativos de partidarismos nas igrejas, que impedem a maturidade espiritual (I Co. 3.4,5). Muitas igrejas evangélicas estão adoecidas por causa das disputas por cargos nos departamentos. O corpo de Cristo não pode ser fragmentado por causa de vaidades pessoais, dos interesses particulares. Uma igreja que vive em unidade é caracterizada pelo sentimento comum entre os membros. Isso não quer dizer que todos devem ser iguais, uma das belezas da igreja está justamente na diferença. Existem pessoas de diferentes condições socioeconômicas na igreja, todas salvas pelo sangue do mesmo Cordeiro (Gl. 3.26-28). A diversidade pode existir, mas apenas nos aspectos periféricos, no principal, unidade deve prevalecer. A produção do fruto do Espírito (Gl. 5.22), em amor (I Co. 13), é o elo que consolida a igreja no Senhor.

2. ADMOESTAÇÃO À ALEGRIA DIVINA
O Apóstolo retoma o tema da alegria, certamente porque os crentes filipenses estavam entristecidos. Os judaizantes colocavam um fardo tão pesado sobre os ombros das pessoas que essas não conseguiam ser alegres (At. 15.28,29). Os gnósticos apregoavam uma liberdade que era pura libertinagem, tornando as pessoas escravas dos prazeres. Contra esses caprichos humanos, a resposta de Paulo é a alegria que vem de Deus (Fp. 4.4). A chara, alegria do Espírito, não é circunstancial. Ela é resultante da salvação em Cristo Jesus, que lança o ser humano na liberdade para servir em amor. Jesus atrai para Ele todos os que estão cansados e sobrecarregados, e coloca sobre eles o seu jugo, que é suave, e o seu fardo, que é leve (Mt. 11.30). Muitos atualmente querem felicidade, mas não buscam a verdadeira alegria. Os livros de autoajuda prometem uma felicidade de bens perecíveis. Mas a alegria que vem de Deus não resulta daquele que anda em derredor (I Pe. 5.8), mas nAquele que está dentro de nós (I Jo. 4.4). Em prosseguimento, Paulo orienta os filipenses quanto à moderação, epieikeia em grego. Esse é um termo bastante amplo, que diz respeito não apenas ao que é legal, mas ao que é certo. As leis são produções humanas, nem sempre estão corretas. Os cristãos vivem a partir de uma Lei maior, a de Cristo, exercitada em graça e amor (Rm. 13.10). O mundo se pauta pelas leis humanas, que merecem respeito, e na maioria dos casos, obediência. Mas existe uma lei que está acima de todas as leis, é a Lei de Deus, revelada em Sua palavra. É a partir dessa que o crente deve viver, e mais importante, que essa sirva de testemunho da nossa fé em Cristo. Todos os homens devem reconhecer, pelas nossas práticas, que somos filhos de Deus (Tg. 2.14; I Jo. 3.7,8). Uma das motivações para o exercício da moderação é que o Senhor está perto. A dimensão escatológica é condição ética para o viver cristão, pois virá o dia em que todos prestaremos contas pelo que fizemos no corpo (Rm. 14.10). Muitos acham que o Senhor está demorando para voltar, por isso estão vivendo dissolutamente, mas Ele é longânimo (II Pe. 3.8,9). Ao Seu tempo Ele voltará para levar a Sua igreja, conforme prometeu (Jo. 14.1; I Pe. 2.9). Essa é a bendita esperança da igreja cristã (Rm. 8.23; I Co. 15.51,52; I Ts. 4.16,17; Tt. 2.13), não a ganância terrena, como muitos tem apregoado atualmente Todos aqueles que têm essa esperança não vivem como bem entendem, mas de acordo com a vontade de Deus (I Jo. 3.3), perfeita, boa e agradável (Rm. 12.1,2).

3. A PAZ DE DEUS PARA VENCER A ANSIEDADE
A ansiedade é um problema crônico na sociedade contemporânea, por falta de alegria espiritual, não poucos estão angustiados. Essa ansiedade, merimnau em grego, pode resultar dos problemas de olharmos para as circunstâncias. A preocupação com as coisas materiais podem nos distanciar do foco, que é o céu. O mundo moderno, ao esquecer-se de Deus, perdeu a tranquilidade. O reino de Mammon é cruel, e desgraçado, não permite que as pessoas tenham paz. Por causa disso as muitas pessoas são destroçadas, sendo puxadas, como expressa a etimologia da palavra ansiedade em grego, em direções opostas. Jesus advertiu a respeito dos perigos de viver em ansiedade constante (Mt. 5.19-34). O problema da ansiedade é que ela faz com que deixemos de confiar em Deus, e percamos a paz. O antídoto contra a ansiedade é a oração, este é o melhor remédio. Ao invés de andarmos ansiosos, devemos levar nossas preocupações para Deus (Fp. 4.6). Existem três palavras gregas que fazem referência à oração nessa passagem: oração (proseuche, usado para as petições gerais ao Senhor), súplica (deesis, a petição em relação às necessidades) e ação de graça (euxaristia, disposição para agradecer pelos feitos do Senhor). Infelizmente tudo hoje em dia contribui para que deixemos de orar, até mesmo o excesso de atividades eclesiásticas. Essa geração esqueceu-se de orar porque se tornou dependente do pragmatismo. As pessoas querem resultados rápidos, negam-se a esperar com paciência pelo Senhor, tal como fez o salmista (Sl. 40.1). Como resultado, não conseguem desfrutar da paz de Deus, que excede “todo o entendimento” (Fp. 4.7). Somente a paz de Deus é capaz de guardar a nossa mente, nossos corações e sentimentos em Cristo. As adversidades, principalmente as perseguições, não conseguem abater o coração cuja mente está em Cristo. É essa paz, eirene em grego, que nos guarda dos ataques circunstanciais. Nossas mentes precisam estar protegidas dos pensamentos mundanos. Para isso devemos levar cativo todo entendimento à obediência de Cristo (II Co. 10.5).

CONCLUSÃO
Os ensinamentos deste mundo, repassados pelos falsos mestres, levam as pessoas ao desespero. Muitos não conseguem desfrutar da alegria que vem de Jesus, produzida pelo Espírito Santo (Jo. 15.11). Os crentes em Jesus permanecem firmes na fé, naquilo que nos foi revelado pela Palavra, por isso estão sempre alegres, independentemente das circunstâncias. Esses, por sua vez, têm suas mentes guardadas por Cristo, que lhes dá a paz que o mundo desconhece (Jo. 14.27), e que excede a todo entendimento.

BIBLIOGRAFIA
HENDRIKSEN, W. Efésios e Filipenses. São Paulo: Cultura Cristã, 2005.
WIERSBE, W. W. Philippians: be joyfull. Colorado: David Cook, 2008.

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