quinta-feira, 15 de novembro de 2012

MIQUEIAS A IMPORTÂNCIA DA OBEDIÊNCIA

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Lições Bíblicas do 4º Trimestre de 2012 - CPAD - Jovens e Adultos
Título: Os Doze Profetas Menores — Advertências e consolações para a santificação da Igreja de Cristo.
ComentaristaEsequias Soares.
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração, pesquisa e postagem no Blog: Francisco A Barbosa.

Lição 7
Miqueias — A importância da obediência

18 de novembro de 2012

TEXTO ÁUREO

“[...] Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender melhor é do que o gordura de carneiros” (1 Sm 15.22). - O obedecer é melhor do que o sacrificar: embora Samuel obviamente não acredite na desculpa de Saul (veja V. 19), mostra que, mesmo na hipótese de haver verdade nisso, a lição é que a prática de rituais não tem valor quando não é acompanhada por um espírito sincero e submisso. Veja denuncias semelhantes de rituais sem conteúdo, feitas posteriormente por outros profetas de Israel (Is 1.10-17;Jr 6.19-20; 7.21-26; Os 6.6; Am 5.21-24; Mq 6.6-8; Sl 51.16-17; Pv 15.8; 21.3,27).

VERDADE PRÁTICA

A mensagem de Miqueias leva-nos a pensar seriamente acerca do tipo de cristianismo que estamos vivendo.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Miqueias 1.1-5; 6.6-8.


OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • Explicar a estrutura da mensagem de Miqueias.
  • Definir a obediência bíblica.
  • Conscientizar-se de que o ritual religioso não proporciona relacionamento íntimo com Deus e nem salvação.

Palavra Chave
Obediência: 
1. Cumprimento da vontade alheia.

2. Submissão.
3. Preito de homenagem.
4. Domínio, autoridade.
.

COMENTÁRIO

introdução

O ministério profético de Miquéias tem lugar numa época dominada por um enorme contraste, tanto em Israel quanto em Judá, entre os excessivamente ricos e os pobres oprimidos, devido à exploração da classe média de Israel (veja 2.1-5). Os ricos opressores eram apoiados por líderes corruptos políticos e religiosos de Israel. Em razão dessa má liderança, toda a nação tornou-se corrupta e digna de julgamento. Miquéias é levantado por Deus nesse cenário, para proclamar que o Santo e Justo não tolerará mais a maldade de seu povo. Os pecados morais e religiosos da ganância e da idolatria daqueles dias foram o fator desencadeador do ministério profético de Miquéias. Tenham todos uma excelente e abençoada aula!

I. O LIVRO DE MIQUEIAS

1. Contexto histórico. Ele profetizou nos dias de Jotão , Acaz e Ezequias, reis de Israel e de Judá entre 750 e 680 a.C., antes e depois da tomada de Samaria pelos assírios em 721 a.C., tendo sido contemporâneo de Oséias e de Isaías. Não há muitas informações sobre a sua vida pessoal, sabemos que ele era Morastita, ou seja, morador de Moreseti- Gate. O local fica na área em redor de Beit-Jibrim, situada a aproximadamente 32 km ao sudoeste de Jerusalém e a 27 km a oeste de Tecoa, onde vivia Amós. Seu nome (מִיכָיְהּMikhayhu), significa “quem é como Jeová?” Aparentemente ele faz um jogo de palavras sobre isto em 7.18: “Quem, ó Deus, é semelhante a ti?”. Contemporâneo de Isaias e como este, serviu no reino do sul, Judá, sendo que, seu ministério iniciou depois do de Isaías e provavelmente, tenha terminado um pouco antes.Por sua origem camponesa se assemelha à Amós, com quem compartilha uma aversão às grandes cidades e uma linguagem concreta e franca, nas comparações breves e nos jogos de palavras.
2. Estrutura e mensagem. O assunto do livro divide-se em três seções: na primeira condena os pecados da Samaria e de Judá, principalmente as injustiças praticadas pelos ricos e poderosos que despojavam injustamente os pobres; a segunda começa com um vaticínio sobre a restauração de Jerusalém, sobre a qual virão as nações estrangeiras e das quais esta se libertará; a terceira corresponde a um processo contra Jerusalém devido às suas idolatrias. A mensagem de Miquéias dirigia-se a Israel e Judá, endereçada primeiramente as respectivas capitais, Samaria e Jerusalém. Suas três ideias principais eram: os pecados, a destruição e a restauração deles. Tais ideias no livro são mistura das, com transições súbitas da descrição da desolação presente à da glória futura. Samaria era a capital do reino do norte, seus governantes eram responsáveis direto pela corrupção nacional dominante. Sendo que 200 anos antes apostataram de Deus e adotaram o culto do bezerro e a baal e outros ídolos e práticas idólatras dos cananeus. Deus lhes enviara Elias, Eliseu e Amós pra fazê-los abandonar os ídolos, não aceitaram as mensagens dos profetas, já estavam amadurecidos para o golpe de morte. Miquéias chegou a ver a realização de suas palavras, os assírios levaram todo norte de Israel e em Samaria mesma tornou-se um montão. Na fronteira dos filisteus, na própria cidade natal de Miquéias foi invadida e devastada e pelos assírios, enquanto o reino do norte era derribado.

SINOPSE DO TÓPICO (I)
O livro de Miqueias tem como assunto principal a ira divina sobre os pecados de Samaria e Judá.

II. A OBEDIÊNCIA A DEUS

1. O conceito bíblico de obediência. O verbo hebraico šāma’ (raiz primitiva): “ouvir com inteligência – com implicação de atenção, obediência. Basicamente significa ouvir. O uso mais conhecido deste termo é para introduzir o Shemá, “Ouve, Israel”, seguido pelo conteúdo daquilo que os israelitas devem entender acerca do Senhor, seu Deus, e sobre como devem responder a Ele (Dt 6.4). Miqueias apresenta sua profecia a Judá e Israel, mostrando que Deus é o responsável por julgar a falta de temor do povo para com seu Deus. Ele denuncia os falsos profetas, os líderes desonestos e os sacerdotes ímpios que enganavam o povo e o conduziam ao pecado, ao invés de direcioná-los a uma vida mais próxima de Deus. Por mais que se pratique de forma correta os rituais que a Lei ordena, esses rituais não podem ser suficientes se o coração do povo mantinha seus pecados. Deus estava irado com Samaria e Jerusalém, pois o povo não o adorava de coração. Isso não significa que Deus abomina rituais. Ele mesmo prescreveu em Levítico a liturgia e as festas religiosas. O que deixou Deus irado foi o povo imaginar que seguindo corretamente os rituais, estariam isentos de uma vida de fé e das obrigações sociais da Lei quanto ao auxílio dos pobres. “Agradar-se-á o SENHOR de milhares de carneiros? De dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão? O fruto do meu ventre, pelo pecado da minha alma? Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o SENHOR pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com o teu Deus?” (Mq 6.7,8). O profeta deixa claro o desejo de Deus para os israelitas, numa referência que serve também para a Igreja do Senhor: a prática da justiça, o amor à bondade e o andar de forma não soberba diante de nossos pares e do próprio Deus.
2. A desobediência das nações. O julgamento do Senhor contra Israel e Judá exemplifica e configura o julgamento divino contra todos os povos que comentem idolatria e crimes sociais.
3. A ira de Deus sobre o pecado (1.3-5). Como Miquéias estava muito interessado na injustiça social, não é de surpreender que a sua profecia fosse dirigida a Samaria e Jerusalém (Mq 1.1,5). Estas cidades eram habitadas pelas classes mais ricas e privilegiadas da sociedade, e havia muitas desumanidades sendo cometidas contra os grupos menos afortunados. Miqueias apresenta sua profecia a Judá e Israel, mostrando que Deus é o responsável por julgar a falta de temor do povo para com seu Deus. Ele denuncia os falsos profetas, os líderes desonestos e os sacerdotes ímpios que enganavam o povo e o conduziam ao pecado, ao invés de direcioná-los a uma vida mais próxima de Deus.

SINOPSE DO TÓPICO (II)
A obediência deve ser precedida de compreensão e amoroso acatamento da mensagem divina.

III. O RITUAL RELIGIOSO

1. O rito levítico. O termo hebraico para rito é mê’mar (rito, determinação, mandato), derivado do aramaico e corresponde ao termo mâ’amar (alguma coisa oficialmente dita; um decreto; mandamento). Esta palavra se origina do verbo aramaico comum amar, que significa dizer. Rito é o conjunto de cerimônias e práticas litúrgicas através das quais externamos a fé. A maioria dos grupos protestantes concordam entre si que Cristo deixou à Igreja duas observâncias - ou ritos – ou sacramentos - a serem incorporadas no culto cristão: o batismo nas águas e a Ceia do Senhor. (O protestantismo, seguindo os reformadores, tem rejeitado a natureza sacramental de todos os ritos menos os dois originais). Desde os tempos de Agostinho, muitos têm seguido a opinião de que tanto o batismo quanto a Ceia do Senhor servem como "sinal exterior e visível de uma raça interior e espiritual". O problema não está na prática dos ritos, mas na interpretação do seu significado (por exemplo, o que subentende uma "graça interior e espiritual"?). Estes ritos históricos da fé cristã são normalmente chamados sacramentos ou ordenanças. Alguns empregam os termos de modo intercambiável, ao passo que outros defendem que o entendimento correto das diferenças entre os conceitos é importante para a correta aplicação teológica. O Catolicismo Romano, a Ortodoxia Oriental e algumas das denominações protestantes usam o termo "sacramento" para se referir a "um sinal/ritual que resulta na graça de Deus sendo transmitida para o indivíduo". Geralmente existem sete sacramentos nessas denominações. Eles são o batismo, a confirmação, a sagrada comunhão, a confissão, o casamento, as ordens sagradas e a unção dos enfermos. Segundo a Igreja Católica, "há sete sacramentos. Eles foram instituídos por Cristo, devem ser administrados pela igreja e são necessários para a salvação. Os sacramentos são os veículos da graça que eles transmitem." A Bíblia, ao contrário, diz-nos que a graça não é dada através de símbolos externos e nenhum ritual é "necessário para a salvação". A graça é gratuita (Tt 3.4-7). Esses cerimonialismos, contudo, não substituem o relacionamento sincero com Deus, nem proporcionam salvação (1 Sm 15.22; Sl 40.6-8; 51.16,17; 1 Co 1.14-17; 11.28,29).
2. O diálogo de Deus com o povo (6.6). O texto do capítulo 6 apresenta um exemplo clássico da ação judicial profética, onde o Senhor pleiteia os termos da aliança contra o seu povo desobediente. A mensagem inicia com uma cena de julgamento na qual o Senhor é aquele que apresenta a queixa, Miquéias é o seu enviado, os montes são as testemunhas, e Israel é o acusado (6.1,2) Como o representante de Deus, Miquéias deve acionar a causa de Deus contra o povo. Os versículos 6 a 8 apresentam uma réplica de Israel ao processo de Deus, no qual se reivindica ignorância, apresentando questões ao Senhor acerca do que é aceitável para ele. A resposta implícita é que nada é aceitável, a menos que essa pessoa esteja num relacionamento adequado com Deus e seu próximo. A perícope também mostra a inadequação do sistema sacrificial inteiro, sem o acompanhamento de uma fé obediente (Hb 9.11; 10.1-14).
3. Sacrifício humano (6.7). Mediante a progressão retórica dos sacrifícios – bezerros... milhares de carneiros... o meu primogênito - Miquéias expôs o absurdo da dependência de Israel dos ritos e sacrifícios vazios para merecer o favor divino. Tal confiança demonstrava uma profunda falta de compreensão da graça divina, pois a salvação de Israel era gratuita e não por méritos (6.4,5). Além disso, as obrigações da aliança por parte de Israel subentendiam justiça social, e não somente liturgia (6.8).

SINOPSE DO TÓPICO (III)
O ritual religioso não substitui o relacionamento intenso com Deus e, muito menos, proporciona salvação.

IV. O GRANDE MANDAMENTO

1. A vontade de Deus. Deus estava realmente procurando uma resposta ética de seu povo da aliança. Os mestres da Lei encontraram 613 preceitos, no Salmo 15 estes estão reduzido a 11, em Isaías 33.15 a 6 mandamentos; Miquéias condensa-os a três: ser honesto em tudo o que fizer; cultivar fidelidade compassiva, e comprometer-se a viver em submissão a Deus. A Bíblia valoriza a obediência de todo o coração acima da conformidade religiosa externa. O ritual de sacrifícios, ou qualquer outra religiosidade externa, sem uma mudança de atitude interior do espírito, fica aquém do arrependimento verdadeiro.
2. O sumário de toda a lei (6.8b). Benevolência, chesed; Strong 02617: Generosidade, misericórdia, bondade, amor infalível; ternura, fidelidade. Chesed ocorre 250 vezes na Bíblia. Ela pode ser melhor traduzida como “bondade”, embora, fidelidade seja, às vezes, a ideia principal. Na maioria das vezes, nas Escrituras, chesed é usada para a misericórdia de Deus. Em Mateus 9.13 Jesus chama misericórdia de assunto mais importante da lei (Mt 23.23). A bondade é uma característica que Deus espera que o homem possua. O homem é tendencioso a ser escrupulosamente atento às coisas externas e esquecer dos princípios fundamentais de moralidade. O Novo Testamento considera a obediência cristã como a prática de boas obras. Os crentes são ricos de boas obras. Não obstante isso, o legalismo distorce a obediência, a motivação e o propósito e jamais produzirá boas obras (Mt 22.37-40).

SINOPSE DO TÓPICO (IV)
O grande mandamento é este: amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

CONCLUSÃO
Nesta lição vimos que por mais que se pratique de forma correta os rituais que a Lei ordena, esses rituais não podem ser suficientes se o coração do povo não estiver livre de seus pecados. Deus estava irado com Samaria e Jerusalém, pois o povo não o adorava de coração. O povo de Israel e Judá na sua ignorância acerca da vontade do Senhor preferia multiplicar os holocaustos e dar toda a atenção ao cerimonial. Eles não percebiam que o que Deus queria era uma vida de justiça, misericórdia e fé. Muitos crentes também estão presos no ritualismo vazio sem jamais buscarem pela justiça e demais qualidades dadas por Deus. Miquéias deixa claro o desejo de Deus para os israelitas, numa referência que serve também para a Igreja do Senhor: a prática da justiça, o amor à bondade e o andar de forma não soberba diante de nossos pares e do próprio Deus.
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Recife, PE
Outubro de 2012,
Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere.


EXERCÍCIOS
1. Qual o assunto do livro de Miqueias?
R. O assunto do livro é a ira divina em relação aos pecados de Samaria e de Jerusalém.
2. Qual a definição de obediência?
R. É acatar ordens de autoridade religiosa, civil ou familiar.
3. Qual o significado da palavra “rito” e quais são os dois rituais do cristianismo?
R. Cerimônia religiosa, uso, costume, hábito, forma, processo, modo. E os dois rituais do cristianismo são o batismo e a ceia do Senhor.
4. Desde quando o estilo de vida que agrada a Deus foi comunicado ao povo?
R. Desde Moisés.
5. Qual é a maior declaração do Antigo Testamento?
R. Os três preceitos — praticar a justiça, amar a beneficência e andar humildemente com Deus.



NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja; Comentarista: Claudionor de Andrade; CPAD;
 - Louis Berkhof – Teologia Sistemática – p. 68
- http://www.monergismo.com/textos/atributos_deus/moral_berkhof.htm
- Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, - 2ª Ed.; 2ª reimpr. Rio de Janeiro: CPAD, 2011;
- ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009.
- SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
- SCHULTZ, Samuel J. A história de Israel no Antigo Testamento Ed. Vida Nova SP 1. Edição
- CHAMPLIM, Russel Normam. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia . Ed. Candeia 3. Edição 1995 São Paulo
[a] - http://www.priberam.pt/dlpo/


Os textos das referências bíblicas foram extraídos do site http://www.bibliaonline.com.br/, na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel, salvo indicação específica.

Autorizo a todos que quiserem fazer uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente, que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente, a gentileza de um e-mail indicando qual o texto que está utilizando e com que finalidade (estudo pessoal, na igreja, postagem em outro site, impressão, etc.).
Francisco de Assis Barbosa



Retirado do blog: http://auxilioebd.blogspot.com.br/

MIQUEIAS A IMPORTÂNCIA DA OBEDIENCIA

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Palavra do Senhor que veio a Miqueias, morastita, nos dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, a qual ele viu sobre Samaria e Jerusalém (Mq 1.1)

Miqueias, assim como outros profetas já estudados, se enquadra no perfil daqueles que a sua origem humilde não impediu que fossem vocacionados por Deus para uma grande obra. O Senhor não faz acepção de pessoas.

Grandes profetas nem sempre surgem de grandes cidades, dos grandes centros religiosos, políticos, econômicos e sociais. Assim como Elias, o tisbita, e Jesus, o nazareno, Miqueias, o morastita, é portador de uma mensagem que veio da parte de Deus.

O livro de Miqueias é um chamado para se ouvir a voz do Senhor.

TODOS OS POVOS DEVEM OUVIR A VOZ DO SENHOR

Ouvi, todos os povos, presta atenção, ó terra, em tua plenitude, e seja o Senhor Jeová testemunha sobre vós, o Senhor, desde o templo da sua santidade. (1.2)

Os habitantes da terra, em toda a sua plenitude devem considerar, ouvir cuidadosamente, obedecer (hb. quasabh) a voz do Deus santo.

O juízo de Deus sobre a prevaricação (hb. pesa’, rebelião, transgressão) e o pecado (hb. hatta’ah, ofensa, iniquidade) de Samaria e Jerusalém é anunciado, e deve servir de alerta para todas as nações. O Senhor que edifica, é o mesmo Senhor que transforma tudo em um montão de pedras, ao ponto de expor os fundamentos (1.6). O pecado da idolatria (prostituição espiritual) é denunciado (1.7). Outros pecados são citados ao longo do livro, tais como a injustiça social, a violência, a mentira, a corrupção e a formalidade do culto.

Longe de ser insensível, um profeta de Deus não se alegra com os erros do seu povo, antes, chora e lamenta pela situação (1.8).

OS CHEFES (REIS, PRINCÍPES, SACERDOTES E PROFETAS) DEVEM OUVIR A VOZ DO SENHOR

Mais disse eu: Ouvi agora vós, chefes de Jacó, e vós, príncipes da casa de Israel: não é a voz que pertence saber o direito? (3.1)

Os chefes (hb. ro’s, governantes, líderes), que deveriam trabalhar para o bem do povo, maquinavam e praticavam o mal (2.1), cobiçavam os campos e as casas dos menos afortunados, e na condição de opressores e exploradores, tomavam dos mais pobres os seus bens e a sua herança, e isso usando de violência (2.2-3). Aqueles que deveriam ser promotores da justiça pervertiam o direito (3.1). A injustiça social era tanta que a metáfora utilizada para descrevê-la é muito forte:

A vós que aborreceis o bem e amais o mal, que arrancais a pele de cima deles e a sua carne de cima dos seus ossos, e que comeis a carne do meu povo, e lhes arrancais a pele, e lhes esmiuçais os ossos, e os repartis como para a panela e como carne do meio do caldeirão. (3.2-3)

Não muito diferente dos dias de Miqueias, boa parte da liderança política no Brasil vive da miséria alheia, e como recompensa são recebidos em nossas tribunas e púlpitos, e apoiados em períodos eletivos. O pior é que algumas lideranças evangélicas sabem da situação, mas se fazem de desinformadas. Quantos “fichas sujas” não foram apoiados por pastores na última eleição? Com quantos corruptos, ladrões e bandidos não foram feitos alianças e acertos imorais e ilegais?

Ouvi agora isto, vós, chefes da casa de Jacó, e vós maiorais da casa de Israel, que abominais o juízo e perverteis tudo que é direito, edificando Sião com sangue e a Jerusalém com injustiça. (3.9-10)

O grave nisso tudo é a conivência dos sacerdotes (autoridade religiosa), que deveriam confrontar o rei e os príncipes com a Lei do Senhor. As sentenças são dadas em troca de presentes, enquanto os ensinos dos sacerdotes buscam os seus interesses pessoais, ou seja, ensinavam por conveniência (3.11a). Não nos parece tal postura com a de alguns ensinadores e pregadores, que em busca de seus próprios interesses (agendas, ofertas, permanência no cargo, presentes, etc.) ensinam e pregam por conveniência?

E o que falar dos profetas? Deixemos que o próprio texto nos fale:

Não profetizeis; os que profetizam, não profetizem deste modo, que se não apartará a vergonha (2.6)

Se houver algum que siga o seu espírito de falsidade, mentindo e dizendo: Eu te profetizarei acerca do vinho e da bebida forte; será esse tal o profeta deste povo. (2.11)

[...] e os seus profetas adivinham por dinheiro, e ainda se encostam ao Senhor, dizendo: Não está o Senhor no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá. (3.11b)

Mais uma vez a semelhança com os dias atuais é muito grande. O número de mercenários e mercadores da pregação e do ensino se multiplica na igreja. O pior é que tem quem pague pelos altos cachês dos “astros e estrelas da fé”. Pelos profissionais do púlpito.

Um pastor amigo meu, presidente de uma campo eclesiástico num dos estados do Brasil, me falou que um destes lhe procurou em seu gabinete, e  lhe confessou que apesar de uma agenda muito concorrida, e de pregar em grandes eventos, na realidade não era crente de verdade. O pregador disse que tudo que fazia era mera repetição do que aprendeu observando. Quantos não existem na mesma condição? Há um livro que pretendo publicar no próximo ano, onde mais uma vez falarei da crise na pregação e no ensino dentro das igrejas evangélicas brasileiras.

Para os chefes de seu povo o Senhor diz:

Portanto, por causa de vós, Sião será lavrado como um campo, e Jerusalém se tornará em montões de pedra, e o monte desta casa, em lugares altos de um bosque. (3.12)

Os líderes podem cooperar para o crescimento e desenvolvimento de um povo, de uma nação, de uma igreja, ou para a destruição destes. Podem ser canais de bênçãos, ou podem atrair juízo.

Denunciar o pecado da liderança e de um povo nunca foi tarefa fácil. A liderança é detentora do poder de matar e deixar viver, incluir ou excluir, abrir portas ou fechar portas (isso tudo dentro de uma vontade permissiva de Deus). É por isso que Miqueias afirma:

Mas, decerto, eu sou cheio da força do Espírito do Senhor e cheio de juízo e de ânimo, para anunciar a Jacó a sua transgressão e a Israel o seu pecado. (3.8)

Somente cheio do Espírito é que um homem ou uma mulher de Deus pode convocar seus pares ao arrependimento e à conversão ao Senhor, e isso sem temer as consequências, sem se preocupar com o martírio.

CONCLUSÃO

Apesar dos juízos de Deus, o livro de Miqueias nos apresenta também uma mensagem de esperança e de restauração (2.12-13; 4.1-13; 5.2- 4, 9; 9.7-9).
Uma belíssima exortação encontra-se em Miqueias, que manifesta a vontade de Deus em nossa relação com o próximo e com Ele:

Ele te declarou ó homem o que é bom; e que é que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com o teu Deus? (6.8)

O livro termina com uma oração onde os atributos comunicáveis de Deus são destacados e exaltados:

Quem, ó Deus é semelhante a ti, que perdoas a iniquidade que te esqueces da rebelião do restante da tua herança? O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na benignidade. Tornará a apiedar-se de nós, subjugará as nossas iniquidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar. Darás a Jacó a fidelidade e a Abraão, a benignidade que juraste a nossos pais desde os dias antigos. (7.18-20)

Amém!

Jundiaí-SP, 13/11/2012


Retirado do Blog:http://www.altairgermano.net/

 

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