terça-feira, 15 de março de 2011

As Viagens Missionárias de Paulo



Por Francisco A. Barbosa

TEXTO ÁUREO
"E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado." (At 13.2).
- O cristão cheio do Espírito é muito sensível ao que o Espírito Santo comunica durante a oração e o jejum. Aqui, a comunicação da parte do Espírito Santo provavelmente foi uma palavra profética. Paulo e Barnabé foram chamados à obra missionária e enviados pela igreja de Antioquia da Síria. As características dessa obra estão descritas em 9.15; 13.5; 22.14,15,21 e 26.16-18.
VERDADE PRÁTICA
A expansão da igreja é um processo que envolve a ação do Espírito Santo e a obediência irrestrita do crente ao mandato evangelístico de Jesus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 13.1-5; 46-49
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Explicar como foi o chamado e a separação de Paulo e Barnabé para a obra missionária;
- Relatar os principais acontecimentos da segunda viagem missionária de Paulo, e
- Conscientizar-se de que a obra missionária não deve ser negligenciada pela igreja.
PALAVRA-CHAVE
MISSÃO: - Transmissão consciente e planejada das boas Novas de Cristo além fronteiras nacionais e culturais.
COMENTÁRIO
(I. INTRODUÇÃO)
Paulo é considerado o maior missionário do Cristianismo, pelo muito que realizou em pouco tempo. Dominando as principais línguas do Império, possuidor de uma vasta e invejável cultura tanto secular quanto religiosa, cidadão romano com ‘passe livre’ por todo o império. Expôs a nova doutrina no Areópago aos filósofos estóicos, em Atenas, na ilha de Malta, onde ganhou todos os habitantes para Jesus, aos habitantes da Ásia Menor e até Roma. Realizou quatro viagens missionárias, levando-se em conta que, ao ser enviado preso para Roma, em todos os portos em que o navio aportava, aproveitava para disseminar o Evangelho. A maior parte do mundo conhecido foi alcançada. Uma excelente e abençoada aula!
(II. DESENVOLVIMENTO)
I. A PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA (At 13-14)
1. De Antioquia a Chipre (At 13.1-12). O ponto de partida da primeira viagem de Paulo foi Antioquia da Síria (é a moderna Antakya, na Turquia. Atualmente é um sítio arqueológico). Antioquia ocupa um importante lugar na história do cristianismo. Foi onde Paulo pregou o seu primeiro sermão (numa sinagoga), e foi também onde os seguidores de Jesus foram chamados pela primeira vez de Cristãos (At 11.26). Barnabé e Marcos o acompanharam, tendo embarcado na cidade portuária de Selêucida. Chegando na ilha de Chipre, terra natal de Barnabé, anunciam a Palavra de Deus nas Sinagogas de Salamina, cruzam toda a ilha até Pafos, onde Paulo pregou para o procônsul Sérgio Paulo e onde Elimas, o mágico, se opôs a pregação do Evangelho.
2. De Chipre a Antioquia da Pisídia (At 13.13-52). Saindo da Ilha de Chipre, partiram em direção à Galácia do Sul (Psídia e Licaônia), no continente, passando por Perge, na Panfília, lugar de separação da equipe, quando João Marcos, assustado com a hostilidade daquele povo, retornou para Jerusalém. De Perge, rumaram para Antioquia da Psídia, que na verdade, não se encontrava na Pisídia, e, sim na Frigia e por ficar próxima da fronteira com a Pisídia, recebeu este nome a fim de distinguí-la da outra Antioquia, da Síria. Era uma colônia e um posto militar avançado dos romanos, sendo a cidade mais importante da Galácia do Sul.
3. De Icônio ao regresso a Antioquia (At 14.1-28). Expulso de Antioquia da Psídia, Paulo segue para Icônio, onde enfrenta rígida oposição tanto de judeus quanto de gentios. Partiram rumo à Licaonia e fundaram as igrejas de Listra e Derbe. Foi em Listra, onde através de Paulo, um coxo fora curado (14.8-10). Isso chamou a atenção das multidões e Paulo aproveitou o momento para anunciar o Evangelho. Aqui, os missionários são confundidos com Zeus (na mitologia grega, é o rei dos deuses, soberano do Monte Olimpo e deus do céu e do trovão) e Hermes (um dos deuses olímpicos, filho de Zeus e de Maia, e possuidor de vários atributos). Os judeus de Antioquia da Psídia e de Icônio o atacaram e ele foi arrastado da cidade, quase morto (At 14.19). Depois disto, Paulo e Barnabé partiram para Derbe e de lá para a Igreja que os enviara, Antioquia da Síria, confirmando antes as igrejas em Listra, Icônio e Antioquia da Psídia (14.22), estabelecendo pastores nativos em cada uma delas. Finda assim, a primeira viagem missionária, que durou cerca de dois anos e cujo relato de Lucas, ocupa os capítulos 13 e 14 de Atos.
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
Logo depois de serem comissionados pelo Espírito Santo, a Igreja de Antioquia enviou Paulo e Barnabé em sua primeira viagem missionária.
II. A SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA (At 15.36-18.28)
1. Em direção à Ásia (15.36-16.8). Depois do Concílio de Jerusalém, Paulo resolve executar outra viagem com os objetivos de visitar as igrejas fundadas na primeira missão e abrir outros campos de trabalho. Houve entre os missionários uma pendenga acerca de João Marcos, sobrinho de Barnabé, cuja participação nessa viagem não foi aceita por Paulo causando a separação apesar de terem continuado amigos. Paulo forma nova equipe, dessa vez com Silas e já em Listra, Timóteo junta-se a eles. Nessa segunda missão, Paulo viaja por terra, saindo de Antioquia da Síria em direção à Ásia Menor (atual Turquia). Atravessou a Cilícia, região onde se situava Tarso, sua terra natal [não existe registro de que Paulo tenha desempenhado algum papel missionário em sua terra natal], seguindo para Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Psídia, confortando os novos crentes na fé e comunicando a decisão do Concílio de Jerusalém. O trio de missionários atravessam a região frígio-gálata [onde o Espírito Santo os impede de anunciar o evangelho – At 16.6]. Seguiram para Mísia e tentaram rumar à Bitínia, mas também o Espírito Santo não os permitiu (At 16.7). Toda a iniciativa no evangelismo e na atividade missionária, especialmente no caso das viagens missionárias registradas em Atos, deve ser orientada pelo Espírito Santo, como vemos em 1.8; 2.14-41; 4.8-12,31; 8.26-29,39,40; 10.19,20; 13.2; 16.6-10; 20.22. A orientação aqui, pode ter ocorrido em forma de uma revelação profética, de um impulso interior, de circunstâncias externas, ou visões (vv. 6-9). Pelo impulso do Espírito, avançavam para levar o evangelho aos não salvos. Quando o Espírito os impedia de ir numa direção, iam noutra, confiando nEle para aprovar ou desaprovar seus planos de viagem[1].
2. Em direção à Europa (16.12-18.18). Em Trôade [antiga Tróia da Ilíada de Homero], Paulo tem uma visão em que alguém lhe dizia: ‘Passa à Macedônia e ajuda-nos!’ (16.9). Em Trôade, a equipe ganha o reforço de Lucas. Da Ásia Menor, navegaram por dois dias em direção à Macedônia, a primeira região da Europa a ser visitada pelo apóstolo Paulo nesta sua segunda viagem missionária. Depois de chegar a Neápolis, o porto de Filipos, no nordeste da Macedônia, colônia romana e uma das principais cidades da Macedônia. Com essa visita, Paulo fundou a primeira igreja européia. A igreja fora organizada na casa de Lídia, rica comerciante vendedora de púrpura. Aqui, a cidadania romana de Paulo foi desrespeitada quando preso por libertar uma cativa de Satanás. Parece que Lucas permaneceu em Filipos quando Paulo, Silas e Timóteo percorreram as cidades macedônias de Anfípolis (uns 50 km de Filipos) e Apolônia (uns 50 km de Anfípolis). A seguir, Paulo visitou respectivamente as cidades macedônias de Tessalônica (uns 60 km de Apolônia), a principal cidade da Macedônia, com uma população constituída de gregos, romanos e judeus. Por três semanas pregou na sua sinagoga e por causa da perseguição, rumou para Beréia (uns 80 km de Tessalônica). Os bereanos foram mais receptivos e Paulo, na sinagoga, anuncia o Evangelho e não demorou muitos para os judeus de Tessalônica os perseguir também em Beréia e de lá tiveram que fugir às pressas e sozinho, indo para Atenas, deixou Silas e Timóteo naquela localidade (At 17.1-12). O bom relatório que Timóteo trouxe, ao retornar, induziu Paulo a escrever a sua primeira carta aos tessalonicenses (1Ts 3.6; At 18.5). A sua segunda carta aos tessalonicenses seguiu-se pouco depois.
3. Regresso. Paulo agora navega para Atenas, o centro cultural do mundo grego, onde se encontra com os filósofos estóicos e epicureus e defende o Evangelho no areópago, resultando numa pequena igreja. De lá, rumou para Corinto, na Acaia e por um ano e meio ensinou a Palavra de Deus. Morou na casa de Áquila [judeu do Ponto, expulso de Roma por determinação de Cláudio] e sua mulher Priscila. De Corinto, parte para Cencréia, a cidade portuária, de onde rumou para sua base, com breve parada em Éfeso, navegando em seguida rumo à Cesaréia, de onde seguiu para Jerusalém e depois Antioquia da Síria (18.22). É o fim de sua segunda viagem missionária.
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
O Espírito Santo conduz o apóstolo a realizar sua segunda viagem missionária.
III. TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA (At 18.23-28.31)
1. De Antioquia a Macedônia (18.23-20.3). Paulo inicia a terceira viagem partindo de sua base em Antioquia da Síria, como fez das outras vezes. Lucas omite detalhes dessa trajetória até chegar em Éfeso, capital da Ásia Menor e mais importante cidade da região devido seu posicionamento geográfico onde cruzavam-se importantes rotas comerciais. Era o centro da adoração à Diana (Na Grécia, Ártemis ou Artemisa) e seu templo, uma das sete maravilhas do mundo antigo. Por Éfeso havia passado Apolo, discípulo de Áquila. Paulo encontrou lá uma comunidade de doze crentes que conheciam apenas o batismo de João (At 19.1-7). Novamente Paulo ruma em direção à Corinto onde passou três meses e de onde escreveu a Epístola aos Romanos em 58 d.C. De volta à Antioquia da Síria, passa por Filipos, na Macedônia até chegar a Mileto.
2. De Filipos a Jerusalém (20.6-21.17). De Mileto, manda chamar os anciãos da Igreja em Éfeso e na praia local procedeu ao célebre discurso de despedida (20.17-38). Rumando à Cidade Santa, passa por Cesaréia e pela Fenícia.
3. Paulo em Jerusalém. Pelo Espírito, Paulo é avisado dos perigos que o esperavam na Cidade Santa. O Espírito Santo não estava proibindo Paulo de ir a Jerusalém, pois era da vontade de Deus que ele fosse. Deus, porém, estava dando a Paulo um aviso: que muito sofrimento o aguardava na sua ida para lá. Provavelmente o Espírito disse aqui, em Tiro, o mesmo que dissera em Cesaréia (vv. 8-14). Paulo, porém, estava decidido e disposto até mesmo a morrer por amor do evangelho (vv. 10-14). Em Jerusalém, os crentes aceitaram Paulo, e ele falou com Tiago e os presbíteros sobre o trabalho entre os gentios (21.17-19). Os irmãos de Jerusalém comentaram com Paulo a respeito de algumas pessoas que tinham recebido informações de outras que ele estava tentando destruir os costumes da lei de Moisés, e sugeriram que ele fosse purificado no Templo com alguns outros homens, para mostrar que ele não era oposto às práticas judaicas (21.20-24); Paulo aceitou o conselho, e entrou no Templo com os outros homens para ser purificado (21.26; veja 1Co 9.20) e acaba preso no Templo. Defende-se diante do povo e do Sinédrio e é enviado para Cesaréia, onde se apresenta diante de Félix, Festo e Agripa II. Aqui temos o início de uma quarta viagem missionária, dessa vez, para Roma, por ter apelado para César na condição de prisioneiro romano.
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
O Espírito Santo conduzia Paulo de cidade em cidade, fortalecendo-o para que realizasse sua terceira viagem missionária.
(III. CONCLUSÃO)
Paulo não dispunha dos recursos que estão à disposição da Igreja hoje, mas realizou muito mais do que todos nós juntos. A pé ou em velhas e sujas embarcações, em perigos de salteadores, em naufrágios e em perseguições, mas em tudo isso, soube aproveitar as situações para a glória de Deus e alcançar os que haviam de ser salvos. Por tudo o que sofreu durante o seu ministério, tornou-se o modelo a ser seguido para todos nós.
APLICAÇÃO PESSOAL
Não restam dúvidas de que Paulo seja realmente o maior missionário da história da Igreja, pelo muito que realizou em tão pouco tempo e com recursos paupérrimos. O motivo do seu sucesso ministerial foi sem dúvidas, a submissão à voz do Espírito Santo que o guiou por todos os caminhos. Mas devemos considerar também o preparo intelectual de Paulo. Talvez dominasse o aramaico, o idioma da Palestina, também o hebraico falado pelos mais cultos em Israel e a língua ‘sagrada’ das Escrituras; educado em duas culturas (grega e judaica), dominava as principais línguas faladas no Império, possuidor de uma cultura invejável adquirida em Tarso, zelo espiritual aprendido na mais severa seita dos fariseus, aos pés de Gamaliel, em Jerusalém; por profissão, fazedor de tendas. Com todo esse preparo, ele pode ser usado nas mãos do Senhor que o comissionara para este ministério desde o ventre de sua mãe. Deixou de lado as regras, tradições e todo o passado do qual tanto se gloriara, para levar avante a ordem de Jesus; ‘Por que hei de enviar-te aos gentios de longe’ (At 22.21). Que lição aprendemos com Paulo! O desafio de todo crente é ser um “missionário”, um “atalaia”, comissionado e orientado pelo Espírito Santo através da igreja (At 13.4). Para isso, é preciso o preparo, a formação, o zelo e a dedicação, e uma intimidade com Cristo, a exemplo de Paulo.
"Para o louvor da glória de Sua graça” (Ef 1.6,12,14),
Francisco A Barbosa
NOTAS BIBLIOGRAFICAS
[1]. STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD; Adaptado da nota textual de At 16.6;
Lições Bíblicas 1º Trim 2011 – Livro do Mestre, CPAD, Atos dos Apóstolos – Até aos confins da terra;
Lições Bíblicas 3º Trim 1996 - Jovens e Adultos: Atos - O padrão para a Igreja da última hora. pp. 79-85;
Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP, Sociedade Bíblica do Brasil, 2001;
Bíblia de estudos de Genebra. Trad. de João Ferreira de Almeida. São Paulo: Cultura Cristã, 1999.

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