quarta-feira, 4 de agosto de 2010

OS PROFETAS MAIORES E MENORES


Pb. José Roberto A. Barbosa

Objetivo: Mostrar que os profetas do Antigo Testamento, ainda que classificados como Maiores e Menores, todos foram igualmente inspirados pelo Espírito Santo.

INTRODUÇÃO
Conforme destacamos na lição anterior, toda Escritura é inspirada por Deus e proveitosa (II Tm. 3.16,17). Os profetas, por conseguinte, foram, indistintamente, impulsionados pelo Espírito (II Pe. 1.19-21). Mesmo assim, a tradição judaico-cristã costuma fazer a distinção entre profetas maiores e menores. Na aula de hoje, estudaremos a respeito dessa diferença, em seguida, apresentaremos, panoramicamente, os profetas maiores e menores. Ao longo da lição, destacaremos aplicações desses profetas para a igreja do Senhor.

1. A DISTINÇÃO ENTRE OS PROFETAS
A distinção entre profetas maiores e menores é meramente quantitativa, e não qualitativa. O critério não repousa na relevância dos escritos de um determinado profeta em detrimento de outro. O tamanho do livro foi utilizado como critério para a categorização de um determinado profeta ser considerado maior ou menor. Ao estudarmos os escritos dos profetas do Antigo Testamento, é preciso ter em mente que tais livros não se encontram em ordem cronológica. A distinção entre profetas maiores e menores serviu para classificar, quantitativamente, os profetas que tinham livros maiores daqueles cujos livros eram menores. Alguns desses profetas anunciaram a palavra de Deus simultaneamente, outros com vários anos de diferença, e para povos distintos. Por isso, para compreender a mensagem de determinado profeta, faz-se necessário identificar quando ele falou, em que lugar, e para quem. Para tanto, devemos levar em consideração o contexto e não a disposição desses na Bíblia, haja vista que o texto bíblico, e não a disposição dos livros e capítulos e versículos foram inspirados pelo Espírito Santo. Para evitar confusão, alguns estudiosos do Antigo Testamento preferem a divisão dos livros proféticos em: pré-exílicos, exílicos e pós-exílicos. Os profetas preexílicos advertiram a respeito do julgamento de Israel e Judá: Obadias (que escreveu para Edom), Amós, Oséias e Joel (escreveram para o Reino do Norte) e Isaias, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias e Jeremias (que escreveram para Judá). Os profetas exílicos escreveram para encorajar o povo de Deus a esperar pela restauração deles: Ezequiel e Daniel escreveram da Babilônica para fortalecer a fé dos judeus exilados. Os profetas pós-exílicos escreveram para confirmar a aliança de Deus com o Seu povo: Ageu, Zacarias e Malaquias escreveram para o povo de Judá que havia retornado do cativeiro.

2. OS PROFETAS MAIORES
1) Isaias é considerando o primeiro dos profetas maiores (Is. 1.1). Seu ministério profético aconteceu entre 740 a 700 a. C., iniciando no ano em que o rei Uzias morreu (Is. 6.1). Deus promete a vinda de Messias que viria para salvar o povo dos seus pecados (Is. 53.5). O livro de Isaias é considerado o “Quinto Evangelho” por causa das suas predições do nascimento, vida e morte de Jesus (Is. 6.3; 7.14; 9.6; 53.6). O próprio Jesus se referiu ao livro de Isaias como cumprimento das profecias a Ele alusivas (Is. 61.1-2). 2) Jeremias escreveu o seu livro com a assistência de Baruque (Jr. 1.1; 36.4) em aproximadamente 585 a.C., a fim de advertir Judá do julgamento iminente por causa do seu pecado. Esse profeta foi vocacionado ainda na juventude (Jr. 1.6) para trazer as más noticias a Judá (Jr. 5.15), e, por causa delas, foi açoitado e depois preso dentro de um poço (Jr. 38), mas suas palavras se cumpriram fielmente (Jr. 52). A punição de Deus a Judá não tinha como meta a destruição, mas o arrependimento do Seu povo (II Pe. 3.9). 3) Lamentações também foi escrito pelo profeta Jeremias (II Cr. 35.25), provavelmente em 586 a. C., após a queda de Jerusalém diante do babilônicos. Trata-se de um poema no qual o profeta pranteia a destruição da cidade e do povo de Judá (Lm. 1.5,16; 5.22). O profeta clama ao Senhor que renove os dias do seu povo (Lm. 5.21). A disciplina do Senhor, para os Judeus, bem como para todo crente, objetiva a correção (Hb. 12.11). 4) Ezequiel, o sacerdote, é o autor do livro que leva o seu nome (Ez. 1.1-3). Esse livro foi escrito por volta de 590 a 570 a. C., quando Judá se encontrava no exílio. Ainda que o povo estivesse no Exílio, o Senhor revela que não se satisfaz com a morte do ímpio (Ez. 18.32). Em seu livro o profeta destaca a importância da responsabilidade pessoal (Ez. 18.4-9); e 5) Daniel, um jovem levado ao exílio babilônico, é o autor do livro (Dn. 7.15; 2.14), escrito entre 605 a 538 a. C. Esse livro foi originalmente escrito em duas línguas: hebraico (capítulos 1, 8-12) e aramaico (capítulos 2-7). Esse livro mostra que Deus sempre tem um propósito e que não abandonou o Seu povo (Rm. 11).

3. OS PROFETAS MENORES
1) Oséias escreveu seu livro entre 750 e 722 a. C.. Em seu escrito ele revela o amor de Deus por Israel através de um casamento que resulta em adultério (Os. 1.2). Apesar da infidelidade de Israel, Deus, como Oséias a Gomer, o ama e está disposto a perdoá-lo (Os. 14.4); 2) Joel, filho de Petuel (Jl. 1.1), escreveu em 586 a. C., advertindo Israel das pragas que sobreviriam por causa do pecado (Jl. 2.11). O dia do julgamento de Deus, no entanto, não é o fim, pois o Senhor salvará o Seu povo (Jl. 2.32); 3) Amós, um pastor de Tecoa, próximo de Belém (Am. 1.1), escreveu em 760 a. C., orientando o povo de Israel a preparar-se para um encontro com o Senhor (Am. 4.12) e denunciando as injustiças sociais daquele povo (Am. 5.24). Essa mesma atitude ecoa nas palavras de Tiago, em sua Epístola (Tg. 2.14-18); 4) Obadias escreveu seu livro em 586 a. C., (Ob. 1.1), após a invasão da Babilônia sobre Judá. Esse livro traz promessas de esperança (Ob. 1.17) para o povo de Deus, em cumprimento às palavras proferidas a Abraão (Gn. 12.3); 5) Jonas, escrito em 760 a. C., mostra a atuação desse profeta nos tempos do Rei Jeroboão II (II Rs. 14.23-25). Jonas é vocacionado pelo Senhor para pregar arrependimento para Nínive, capital da Assíria (Jn. 4.11). O profeta esperava que os ninivitas fossem destruídos, mas esses vieram a arrependerem-se. Nesse livro vemos a demonstração do amor de Deus aos pecadores (Rm. 5.8); 6) Miquéias profetizou por volta de 700 a. C., ressaltando o julgamento de Deus que viriam em breve (Mq. 1.1). Esse livro conclama o povo ao arrependimento, a amar a misericórdia, a andar humildemente com Deus (Mq. 6.8), e revela, profeticamente, o local do nascimento do Messias (Mq. 5.2); 7) Naum, escrito por volta de 663 a 612 a. C., revela o julgamento que sobreviria sobre Nínive (Na. 3.1). Esse livro seria uma espécie de continuação de Jonas, mostrando que Deus é misericordioso, mas pune o pecado impenitente (Na. 1.3); 8) Habacuque profetizou em aproximadamente 600 a. C., a respeito da punição de Judá através dos caldeus (Hc. 1.6). Nesse livro o autor faz um chamado à fé (Hc. 2.4), mesmo diante da adversidade (Hc. 3.18), texto citado por Paulo em Rm. 1; 9) Sofonias data de 640 a 620 a. C., durante o reinado de Josias (Sf. 1.1), tratando a respeito do julgamento de Deus por causa da idolatria (Sf. 3.8), ainda que haja esperança para aqueles que se arrependem (Sf. 3.13); 10) Ageu data de 520 a. C., perído do segundo ano do reinado de Dario (Ag. 1.1). Como profeta pós-exílico, Ageu encoraja o povo que havia estado cativo na Babilônia a reconstruir o templo. A esse respeito, destaca que o povo deva dar proeminência a Deus em suas contribuições e a confiar no Senhor (Ag. 2.4); 11) Zacarias, filho de Berequias, data de aproximadamente 520 a 475 a. C., e, semelhantemente a Ageu, conclama o povo à reconstrução do templo em Jerusalém. O livro alude à entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Zc. 9.9; Mt. 21.1-11). Deus, através do profeta, chama o povo a se voltar para Ele, e Ele, por sua vez, se voltará para o Seu povo (Zc. 1.3); e 12) Malaquias, o mensageiro do Senhor, escrito por volta de 450 a. C., denuncia o descaso do povo em relação a Deus, inclusive em relação à contribuição (Ml. 3.8-10). A mensagem de Malaquias nos lembra que o culto genuíno ao Senhor deva ser em espírito e em verdade (Jo. 4.24).

CONCLUSÃO
O estudo dos livros dos profetas, sejam eles considerados maiores ou menores, é fundamental ao amadurecimento da Igreja. Não podemos esquecer que o Antigo Testamento era a Bíblia que Jesus lia. Ele mesmo fez menção da mensagem dos profetas ao revelar-se, após a ressurreição, na estrada de Emaús, quando discorria a respeito do cumprimento das profecias a seu respeito (Lc. 24.27,32). Ainda hoje, quando meditamos na Palavra de Deus, nosso coração arde através da chama do Espírito, que nos instiga à fé nessas palavras fieis e verdadeiras e dignas de toda aceitação (I Tm. 4.9).

BIBLIOGRAFIA
LAHAYE, T., HINDSON, E. Enciclopédia popular de profecia bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
SOARES, E. Visão panorâmica do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

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