quinta-feira, 12 de agosto de 2010

OS FALSOS PROFETAS


Pr. Altair Germano
Mais uma vez, e nunca é demais, o tema “Falsos Profetas” é retomados em nossas lições bíblicas. O texto abaixo já fez parte de outros subisídios, mas, contém algumas atualizações. Além de constar uma análise sobre os falsos profetas e falsas profecias, trato também de questões atuais.
O QUE É UM PROFETA
O termo “profeta” deriva-se do hebraico nabhi (aquele que foi chamado, aquele que foi nomeado) e ocorre cerca de 309 vezes na Bíblia. O termo é usado tanto para se referir aos verdadeiros e aos falso profetas. A primeira ocorrência de nabhi está em Gênesis 20.7, onde Abraão é chamado de profeta. A segunda ocorrência acontece em Êxodo 7.1, que diz: “Então, disse o SENHOR a Moisés: Eis que te tenho posto por Deus sobre faraó; e Arão, teu irmão, será o teu profeta”. É exatamente neste sentido (porta-voz) que o termo é utilizado para aqueles que falam em nome de Deus.
O termo grego para “profeta” é prophetes. Trata-se de um substantivo composto da raiz phe (dizer, proclamar), do prefixo pro (antes, de antemão). Embora possa ter o sentido de “aquele que prediz”, na literatura antiga a combinação do prefixo pro com os verbos para “falar” não possui a idéia de indicar o futuro. Dessa forma, profeta pode significar “o que proclama abertamente”, “o que proclama em alta voz”, “o que declara abertamente”, “o que denuncia abertamente” etc.
Unindo os termos do Antigo e do Novo Testamento, pode-se entender “profeta” como alguém nomeado por Deus para proclamar abertamente a sua palavra. Dessa forma, a autoridade do profeta reside naquele que o nomeou e na fidelidade para com a mensagem recebida.
OS FALSOS PROFETAS
Como já citados na lição passada, os falsos “profetas”, ou seja, aqueles que dizem falar em nome de Deus, são reconhecidos pela ausência de frutos (caráter cristão e compromisso com Deus) em suas vidas, ou pela má qualidade dos mesmos (Mt 7.15-20). Eles geralmente;
- Falam para agradar seus ouvintes ou “patrões” ( I Rs 22.1-6 );
- Falam sem serem autorizados por Deus ( Ez 13.1-9 );
- Suas profecias tendem a afastar o povo da Palavra de Deus ( Dt 13.1-4 );
- Sempre estão procurando tirar vantagens dos seus “dons” ( Nm 22.7; Jd 11 );
Os falsos profetas agem também no que podemos chamar de “profecia pessoal”, e nesse âmbito eles fazem e desfazem namoros, noivados e casamentos, orientam líderes em decisões na igreja, atendem os “clientes” em relação às suas decisões nas diversas esferas da vida, são considerados em alguns lugares com mais autoridade do que o pastor da igreja, fazem e acontecem, pintam e bordam.
O FALSO PROFETA HANANIAS (PROFETA X PROFETA)
Hananias é o modelo do tipo de falso profeta que vemos nos dias atuais. Suas atitudes se enquadram claramente no perfil descrito acima. Os falsos profetas possuem o mesmo destino de Hananias, ou seja, mas cedo ou mais tarde morrerão, pois cavam a cova do seu ministério e destroem com as próprias atitudes a sua dignidade e credibilidade.
Os profetas falsos geralmente se irritam com os profetas verdadeiros. Hananias, numa atitude grosseira e violenta “tomou o jugo do pescoço do profeta Jeremias e o quebrou” (Jr 28.10). Penso que uma das coisas que o deixou furioso foi a ironia de Jeremias diante da falsa profecia (Jr 28.1-4). Após ouvir a falsa profecia de Hananias, as palavras iniciais de Jeremias foram:
“Amém! Assim faça o Senhor; confirme o SENHOR as tuas palavras, com que profetizaste, e torne ele a trazer da Babilônia a este lugar os utensílios da Casa do SENHOR e todos os exilados” (Jr 28.5-6)
CUIDADO COM OS FALSOS PROFETAS (QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS)
Os falsos profetas com as falsas profecias continuam agindo nos dias atuais. Eles estão por toda parte, proclamam absurdos e as mais diversas heresias. Nos últimos dias, um claro exemplo da gravidade deste problema acontece em plena tv aberta. Estou falando das profecias e ensinos acerca da Teologia da Prosperidade e da Vitória Financeira.
Campanhas ridículas e argumentos heréticos estão conduzindo muita gente boa e simples para o engano. Em nome da salvação de almas se levanta recursos para a manutenção de programas que não pregam mais o Evangelho de Jesus, mas que se tornaram meros disseminadores da chamada “Teologia da auto-ajuda.”
Sobre isto já escrevi em:
Observe um trecho no mínimo interessante, e sua relação com o que temos visto e ouvido:
“A Teologia ou Evangelho da Prosperidade (ou ainda da Vitória Financeira) tem suas origens nos Estados Unidos, onde por volta dos anos 30 e 40, através dos ensinos de Essek William Kenyon (1867-1948), pastor de várias igrejas na América e fundador de uma denominação própria, ele foi também escritor e radialista (MARIANO, 1999, p. 151). Seus ensinos eram focados na cura, saúde, abundância, prosperidade, riqueza e felicidade pelo poder da mente.
Mariano (idem, p. 152) afirma que Kenyon nunca pregou nem escreveu sobre prosperidade (talvez numa perspectiva doutrinária). Segundo ele, foi o evangelista Oral Roberts quem criou a noção de “Vida Abundante” e deu início à pregação da doutrina e evangelho da prosperidade, prometendo retorno financeiro sete vezes maior que o valor ofertado. Muito interessante, é o fato de que Oral Roberts passou a dar maior ênfase a tal mensagem a partir de 1954, quando ingressar na TV, suas despesas aumentaram consideravelmente. Nos anos 70, nos narra ainda Mariano que Kennet e Gloria Copeland radicalizaram, dando maior projeção ao evangelho da prosperidade, quando prometeram retorno centuplicado dos dízimos e ofertas (BARRON, 1987 apud MARIANO, ibidem).”
Uma lastimável manifestação do desespero para o pagamento de programa de televisão tem motivado falsas profecias. Veja os vídeos abaixo:
Em seu blog, o pastor Ciro Zibordi escreveu sobre a questão em POR QUE A TEOLOGIA DAS SEMENTES É INCONGRUENTE?, e no portal “O GALILEO” consta um interessante debate sobre o assunto, inclusive contando com a participação do pastor Carlos Roberto, Secretário do Conselho de Doutrina da CGADB. Assista o debate AQUI.
Ultimamente os falsos profetas da Teologia da Prosperidade e da Vitória Financeira que atuam no Brasil lançaram mais uma falsa profecia. Trata-se da “Unção Financeira dos Últimos Dias”.
Leia AQUI ou assista AQUI.
Observe os textos bíblicos abaixo:
“Sabe que, quando esse profeta falar em nome do Senhor, e a palavra de se não cumpri, nem suceder, como profetizou, esta é a palavra que o SENHOR não disse; com soberba, a falou o tal profeta; não tenha temor dele.” (Dt 18.22)
“Quando profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio de que te houver falado, e disser: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras desse profeta ou sonhador; porquanto o SENHOR, vosso Deus, vos prova, para saber se amais o SENHOR, vosso Deus, de todo o vosso coração e de toda a vossa alma. Andareis após o SENHOR, vosso Deus, e a ele temereis; guardareis os seus mandamentos, ouvireis a sua voz, a ele servireis e a ele vos achegareis”. (Dt 13.1-4)
Perceba que um falso profeta não é apenas alguém que fala (ou prediz) algo em nome de Deus e que este algo não acontece. O segundo texto deixa claro que um profeta ou sonhador pode anunciar um sinal ou prodígio, e que isto pode vir a acontecer, mas que tal fato não autentica a integridade e a autoridade do profeta, nem a legitimidade da profecia.
Para discernir o falso do verdadeiro a pergunta chave é: Juntamente com a profecia, há um cuidado do profeta em se manter fiel ao Deus da Palavra e à Palavra de Deus?
Em outras religiões as pessoas estão também “testemunhando” o recebimento de bênçãos ou graças da parte de Deus, dos santos, de anjos e de outras entidades espirituais. O recebimento ou alcance destas promessas ou bênçãos legitima estas religiões, seus líderes e guias?
Ir após outros deuses é o mesmo que ir após aquilo que o SENHOR não prescreveu, que não se sustenta à luz da Sagrada Escritura.
A prosperidade dos filhos de Deus é uma verdade bíblica? Sim (Js 1.8; Sl 1.1-3; 2 Co 9.10-11). Já a Teologia da Prosperidade, com sua ênfase demasiada nas riquezas, suas exegese deturpada, seus métodos grosseiros e seus falsos profetas, não passa de uma corrupção doutrinária clara e absurda, que deve ser veementemente combatida e repudiada em nosso meio.
CONCLUSÃO
Em seu livro “Assim diz o Senhor?”, John Bevere nos adverte para o fato de que é se conhecendo bem o autêntico que teremos condições de discernir o falso. O discernimento espiritual, oriundo do conhecimento das Escrituras e da ação do Espírito é sem dúvida alguma extremamente necessário para este momento. O desespero e encanto pelo sobrenatural, o desejo de tempos melhores, são alguns, dentre vários fatores para que o povo caia no engano dos falsos profetas e das falsas profecias.
“E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane” (Mt 24.4)
3. MÉTODOS E ESTRATÉGIAS DE ENSINO
Pergunte aos alunos sobre experiências e conhecimento de fatos que eles sabem acerca da ação de falsos profetas nos dias atuais em termos gerais e pessoais. Se for possível, indique ou apresente para eles os vídeos aqui citados das falsas profecias dos profetas da Teologia da Prosperidade e da Vitória Financeira analizando-os à luz da Bíblia.
4. RECURSOS DIDÁTICOS
Tv, vídeo, computar, quadro, mapa, cartolina, pincel ou giz, etc.
5. SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS
- Assim diz o Senhor?, CPAD.
- Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD.
- Bíblia de Estudo Almeida, SBB.
- Dicionário VINE, CPAD.
- Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD.
- Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, VIDA NOVA.
- Conheça Melhor o Antigo Testamento, VIDA.
- Heresias e Modismo: uma análise crítica das sutilezas de Satanás, CPAD.
- Jeremias e Lamentações: introdução e comentário, MUNDO CRISTÃO.
Desejo a todos uma excelente aula para a glória de Deus!

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