segunda-feira, 19 de julho de 2010

PROFECIA E MISTICISMO


Pb. José Roberto A. Barbosa

Objetivo: Refletir sobre a influência do sobrenatural místico nos dias atuais que não condizem com a revelação da Palavra de Deus.

INTRODUÇÃO
A religiosidade pós-moderna está pautada no misticismo. A crença no relativismo tem levado o ser humano à tentativa de encontrar respostas na experiência. A subjetividade, por estar na moda, está sendo posta como verdade. Em resposta a essa realidade, estudaremos, na lição de hoje, esse fenômeno a partir de uma perspectiva bíblica, e, ao final, defenderemos a espiritualidade cristã, pautada na Palavra e no Espírito, e não na mera experiência, como princípio bíblico.

1. MISTICISMO, DEFININDO O TERMO
A palavra misticismo vem do latim “mystica” que quer dizer “espiritual”. No sentido amplo do termo, qualquer pessoa espiritualizada, que esteja envolvida em práticas religiosas, pode ser considerada mística. Partindo desse pressuposto, é possível encontrar referências a determinados cristãos como se esses também fossem místicos. A partir da teologia cristã, a palavra “místico” tem a ver com a experiência religiosa destituída de fundamentação bíblica. Essas experiências remetem aos tempos antigos, já identificados por Moisés, em Dt. 131-5; 18.10-12, textos esses que denunciam a experiência de consulta a entidades cuja revelação não proceda de Deus. A esse respeito, não podemos esquecer que toda religiosidade tem base na necessidade divina de buscar o Outro. Esse, no entanto, não pode ser encontrado por meio da subjetividade, isto é, da experiência do “eu”, sem a mediação da revelação bíblica em Cristo. A consulta aos mortos, as práticas advinhatórias, feitiçarias, encantamentos e magias, bastante propagadas nos dias atuais, inclusive no cinema, através de filmes como Harry Potter, entre outros, não têm respaldo escriturístico. O misticismo, também denominado de ocultismo, é uma Torre de Babel (Gn. 11), pois se trata de uma construção meramente humana, e do mesmo modo daquele, está condenado à ruína, haja vista a numerosidade de experiências que o fundamenta, gerando confusão.

2. O MISTICISMO À LUZ DA PALAVRA DE DEUS
Quando o povo de Israel estava prestes a adentrar à Terra Prometida, o Senhor advertiu-lhe para que não seguisse à religiosidade das nações vizinhas (Dt. 18.4). Esses povos cultivavam, em sua religiosidade, ritos ainda observados pelos povos atuais, tais como: magia, astrologia, alquimia, clarividência, tarô, búzios, quiromancia, necromancia, numerologias, levitação, transe, entre outros. As pessoas que se envolvem em tais ritos estão em desobediência ao que apregoa a Bíblia Sagrada. Comumente são chamadas a prognosticarem o futuro em programas televisivos, mas seus vaticínios não se cumprem, ainda que os entrevistadores não “prestem contas” dessas profecias falsas (Dt. 18.21,22). Ao invés de buscarem a instrução na sábia Palavra de Deus, buscam orientação dos espíritos e de supostas adivinhações (Dt. 18.11). As palavras proferidas por esses médiuns (Ex. 20.3,4) não procedem de Deus, mas de ídolos, produto da invenção e religiosidade humana (Dt. 13.1-3). As mensagens místicas se opõem aos fundamentos da verdade bíblica, dentre eles, o principal, a divindade de Cristo (Cl. 2.8,9), bem como a sua humanidade (I Jo. 4.1,2). Além do mais, o centro da profecia não é o próprio Cristo, mas interesses pessoas, que geralmente são revertidos em lucros financeiros (Ap. 19.10). Esse misticismo, já praticado nos tempos de Paulo, instiga os seres humanos à abstinência, cujo fim último é a ostentação de uma pretensa santidade (I Tm. 4.3,4). O misticismo é propenso aos extremismos, por um lado promove a imoralidade sexual (Jd. 4,7), e por outro, encoraja ao legalismo (Cl. 2.16-23).

3. ESPIRITUALIDADE CRISTÃ SIM, MISTICISMO NÃO
O misticismo não é algo novo, mas remendo novo em pano velho. Ele sempre foi praticado na história da religiosidade humana. Na verdade, misticismo e religiosidade andam de braços dados, é como se fossem os dois lados da mesma moeda. O misticismo não se adequa à verdade bíblica, justamente por isso, foge dela, não dá a mínima atenção a estudos bíblicos. As práticas místicas estão respaldas na mera experiência humana. Onde há misticismo, não existe leitura criteriosa da Bíblia. O mais vergonhoso é perceber que no contexto evangélico moderno, os ritos místicos estão substituindo a leitura bíblica e a oração. A comunidade evangélica está repleta de superstições e amuletos. Penso que se os apóstolos e reformadores testemunhassem algumas atitudes de determinadas igrejas pretensamente cristãs ficariam escandalizados. Está na hora de resgatamos a genuína espiritualidade cristã. E essa não se fundamenta na mera subjetividade humana, de quem quer que seja: homens ou anjos (Gl. 1.7-9), mas na pregação comprometida da Palavra de Deus, na oração fervorosa no Espírito e na comunhão na igreja vivida em amor. Uma espiritualidade que não leva em conta a ortodoxia, isto é, a apropriada leitura e interpretação da Bíblia, os momentos de devoção fundamentados na Sagrada Escritura, não passa de misticismo. E não importa onde aconteça, seja dentro ou fora dos arraias evangélicos. A espiritualidade verdadeiramente cristã não se confunde com o misticismo, pois essa, além de partir da revelação de Deus, se concretiza em atitudes condizentes com o fruto do Espírito (Gl. 5.22).

CONCLUSÃO
Neste momento, em que a sociedade começa a negar a redução da existência à materialidade, é compreensível que muitos estejam se voltando ao misticismo. A igreja do Senhor, em resposta a essa carência, precisa assumir uma voz verdadeiramente profética. A enunciação da igreja deva ter como mote o “assim diz o Senhor”, não o “assim digo eu ou qualquer outra entidade”. Para tanto, faz-se necessário que essa busque o caminho da genuína espiritualidade, fundamentada tanto na Palavra quanto no Espírito de Deus.

BIBLIOGRAFIA
GEISLER, N. ; RHODES, R. Respostas às seitas. Rio de Janeiro: CPAD, 2000.
ZIBORDI, C. S. Evangelhos que Paulo jamais pregaria. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

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