segunda-feira, 26 de abril de 2010

O PODER DA INTERCESSÃO


JEREMIAS – Esperança em Tempos de Crise
Lição 05 O Poder da Intercessão
Por PR Manoel B. M. Júnior

Texto Áureo: “E, quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o SENHOR, deixando de orar por vós; antes, vos ensinarei o caminho bom e reto” (1 Sm 12.23).

Verdade Prática: Orar é preciso; interceder é a obrigação de todo o povo de Deus.

Leitura Bíblica em classe: Jeremias 14.1-3,7,8,10; 15.1 ARC.

INTRODUÇÃO

Tem de fato a intercessão poder para transformar vidas? A obra CONFISSÕES, de Agostinho, revela que em sua vida pregressa não existe nenhum indício de que um dia ele seria esse grande cristão. De acordo com todas as indicações, esse jovem brilhante se tornaria um profissional dissoluto, provavelmente na vida jurídica ou acadêmica. Quando era um estudante de apenas dezessete anos, teve uma namorada que dividia sua cama e lhe deu um filho ilegítimo. Intelectualmente falando, Agostinho não adotou o cristianismo, mas a heresia do maniqueísmo que clandestinamente afirmava reconciliar a filosofia e a religião. Ao completar vinte e um anos, enquanto ensinava retórica, ele escreveu um livro cujo título pode parecer atualmente muito contemporâneo – “Sobre a Beleza e a Aptidão”. Agostinho era um pobre candidato à igreja e muito menos a santidade. Mas ele tinha uma coisa especial a seu favor – sua mãe, Mônica, mulher de grande fé e persistente em oração. Ela o acompanhou do norte da África até Roma (onde ele tentou escapar) e depois Milão, onde se converteu de verdade. O restante pertence à fabulosa história da igreja, pois ele se tornou Agostinho de Hipona, o maior teólogo da igreja primitiva. Por ocasião da morte de Mônica, Agostinho expressou poeticamente sua tristeza a Deus: “Chorei pela minha mãe... a mãe que durante anos esteve morta para meus olhos e durante anos intercedeu por mim, para que eu pudesse viver diante de teus olhos”. A intercessão de Mônica por seu filho serve como um estimulante exemplo do poder da intercessão. Na verdade, a maior coisa que os cristãos podem fazer pela igreja é diuturnamente interceder por ela com orações fervorosas, cheia de lágrimas e súplicas a fim de que Deus sare a nossa nação.

I. O QUE É A INTERCESSÃO

Interceder é colocar-se no lugar de outro e pleitear a sua causa, como se fora sua própria. É estar entre Deus e os homens, a favor destes, tomando seu lugar e sentindo sua necessidade de tal maneira que luta em oração até a Vitória Na Vida Daquele Por Quem intercede
Há muitas definições que nós poderíamos dar sobre intercessão. A mais simples está na Bíblia: "Orai uns pelos outros" (Tg. 5:16). Ela está cheia de exemplos: Abraão suplicou por Ló e este foi liberto da destruição de Sodoma e Gomorra; Moisés intercedeu por Israel apóstata e foi ouvido; Samuel orou constantemente pela nação; Jeremias intercedeu por Judá; Daniel orou pela libertação do seu povo do cativeiro; Davi suplicou pelo povo; Cristo rogou por Seus discípulos e fez especial intercessão por Pedro; Paulo é exemplo de constante intercessão. Toda a Igreja é chamada ao fascinante ministério da intercessão.

1. Definição.
(“euteuxis”, do grego), denota primariamente “iluminação em, encontro com”; então “conversação”; por conseguinte, “petição”, significado freqüente nos papiros; é termo técnico para descrever a aproximação a um rei, e, assim, para se chegar a Deus em “intercessão”. É traduzido em 1Tm 4.5 por “oração”; no plural, ocorre em 1Tm 2.1 (ou seja, buscando a presença e ouvindo de Deus em favor dos outros). No AT o verbo é pãlal: “Interferir, mediar” (1Sm 2.25; Gn 48.11; Nm 21.7; Dt 9.20; 1Sm 12.23). O intercessor é o que vai a Deus não por causa de si mesmo, mas por causa dos outros. Ele se coloca numa posição de sacerdote, entre Deus e o homem, para pleitear a sua causa.
Intercessão é dar à luz no reino do espírito às promessas e propósitos de Deus. É uma oração para que a vontade de Deus seja feita na vida de outros; É rogar a Deus por um avivamento genuíno, Para tanto, precisamos interceder junto ao trono da graça a fim de alcançarmos misericórdia. O Espírito Santo traz ao Corpo de Cristo um peso de intercessão, pois a oração intercessória é a ferramenta usada por Ele para manifestar na vida dos homens Seus poderosos feitos.
Interceder é ver a necessidade da intervenção de Deus nas mais diversas situações. É captar a mente de Cristo, de modo a ver as circunstâncias como Cristo as vê, e unir-se a Ele em súplica para que Deus se mova de tal maneira que Sua vontade e propósito Divinos sejam cumpridos nas vidas dos homens e das nações.
2. A eficácia da oração intercessória.

Na Bíblia temos vários exemplos de intercessores, porém, nenhum deles é superior a Cristo o intercessor por excelência. Jesus nos mostra através de sua própria vida a eficácia da oração intercessória A ORAÇÃO PELOS DISCÍPULOS feita por Ele em (Jo 17.9-19) – nos mostra que a unidade e reciprocidade de conhecimento entre o Pai e o Filho são os princípios em que Jesus baseia sua oração em favor dos discípulos, para que saibam que pertencem a Deus (10). Jesus é glorificado pela fé deles. Entretanto, Ele deve voltar para junto do Pai, enquanto eles hão de continuar no mundo. Jesus implora que sejam guardados de todo mal (11-15) e que a unidade existente entre eles reflita aquela que existe entre o Pai e o Filho. Notem-se as variações no vers. 11. "Guarda em teu nome aqueles que me deste" (ARC); "guarda-os em teu nome, que me deste" (ARA). A primeira concorda com Jo 6.37 e Jo 17.24. Em todo caso, Ele pede a fidelidade dos seus discípulos. Todos lhe foram fiéis, exceto Judas, o filho da perdição (12). O termo pode ser um hebraísmo que indica o fato de que Judas está destinado à perdição por causa da sua ação pecaminosa. A doutrina de predestinação para julgamento não está implicada no caso. Em seguida, Jesus pede que os discípulos possam participar do gozo da Sua missão cumprida (13). Deu-lhes a Sua palavra e na aceitação daquela palavra os discípulos incorreram na hostilidade do mundo (14). Não pede que sejam tirados do mundo, pois isto seria um obstáculo aos propósitos divinos. Pede que sejam guardados do mal que há no mundo. Algumas variantes dizem "guardados do maligno". Cfr. Jo 13.2-27. Com isso, O Senhor Jesus consagra, solenemente, os discípulos à missão, e pede que o Pai celestial "possa santificá-los àquela vida de fidelidade absoluta à verdade, encarnada em Sua própria pessoa". Os discípulos deviam permanecer no mundo, a fim de cumprir a missão do Pai (18). Logo em seguida, Jesus se santifica àquela morte de sacrifício que o espera. Suas palavras de consagração tornam Sua morte eficaz. Por essa mesma morte seria conseguida a consagração também daqueles por quem Ele ia morrer. Sem tal intercessor a igreja jamais chegaria chegou, Cristo nos mostra que, para experimentarmos e sentirmos a eficácia da oração intercessória, basta-nos interceder como ele intercedeu.

II. JEREMIAS INTERCEDE POR JUDÁ

“Ó Esperança de Israel e Redentor seu no tempo da angústia, por que serias como estrangeiro na terra e como viandante que se desvia para passar a noite? Por que serias como homem surpreendido, como valente que não pode salvar? Mas tu, ó SENHOR, estás em nosso meio, e somos chamados pelo teu nome; não nos desampares” (Jr 14.8,9).

1. A intercessão.

Vemos agora um exemplo do que significa orar quando se está em um estado frenético. O povo em grande angustia clama ao Senhor, mas não com arrependimento genuíno. Eles apresentam sua confissão de maneira apressada, em que sobressai a autocomiseração e não um profundo reconhecimento do pecado. Mesmo assim o profeta intercede pelo povo. A descrição é poética, aproveitando o profeta o acontecimento como símbolo apropriado da seca espiritual. O Deus vivo abandona o povo ao seu pecado; Ele não permanece mais do que uma noite, como um viandante (8). Não nos desampare (9), o ponto culminante da intercessão. Nas numerosas orações intercessórias da Bíblia, os santos de Deus intercediam para que Deus sustasse o seu juízo (Gn 18.23-32; Nm 14.13-19; Jl 2.17), que restaurasse o seu povo (Ne 1; Dn 9), que livrasse as pessoas do perigo (At 12.5,12; Rm 15.31), e que abençoasse o seu povo (Nm 6.24-26; 1Rs 18.41-45; Sl 122.6-8). Os intercessores também oravam para que o poder do Espírito Santo viesse sobre os crentes (At 8.15-17; Ef 3.14-17), para que alguém fosse curado (1Rs 17.20-23; At 28.8; Tg 5.14-16), pelo perdão dos pecados (Ed 9.5-15; Dn 9; At 7.60), para Deus dar capacidade às pessoas investidas de autoridade para governarem bem (1Cr 29.19; 1Tm 1.1,2), pelo crescimento na vida cristã (Fp 1.9-11; Cl 1.10,11), por pastores para que sejam capazes (2Tm 1.3-7), pela obra missionária (Mt 9.38; Ef 6.19,20), pela salvação do próximo (Rm 10.1) e para que os povos louvem a Deus (Sl 67.3-5). Qualquer coisa que a Bíblia revele como a perfeita vontade de Deus para o seu povo pode ser um motivo apropriado para a oração intercessória.
2. Deus rejeita a intercessão de Jeremias.

“Disse-me ainda o SENHOR: Não rogues por este povo para o bem dele. Quando jejuarem, não ouvirei o seu clamor e, quando trouxerem holocaustos e ofertas de manjares, não me agradarei deles; antes, eu os consumirei pela espada, pela fome e pela peste” (Jr 14.11,12; 15. 1-4). Ordem inexorável, esta do vers. 11, de o profeta não orar pelo seu povo. Pela espada e pela fome e pela peste (12), combinação esta que ocorre sete vezes em Jeremias. Deus enxerga além da camada superficial da religiosidade fingida de Israel. Não há nenhuma profunda tristeza pelo pecado. Suas orações não passam de meras palavras. Deus diz a Jeremias: “Não ore pelo bem-estar desse povo” (11, NVI). Ele viu que a oração deles era superficial, e que somente estavam tristes por causa do seu sofrimento. Ele seria menos que Deus se concordasse com a oração frenética deles quando, na verdade ela estava desprovida de fé genuína. “Quando jejuarem, não ouvirei o seu clamor e, quando trouxerem holocaustos e ofertas de manjares, não me agradarei deles; antes, eu os consumirei pela espada, pela fome e pela peste” (12).

3. A persistência da intercessão de Jeremias

Deveria Jeremias deixar de orar pelo povo? Não! O profeta foi orientado por Deus a não interceder, porém, esta proibição não era permanente. A persistência de Jeremias em interceder por Judá nos mostra que em quanto houver fôlego em nossos pulmões e força em nossas pernas para prostrar-se diante do Todo Poderoso devemos interceder por uma renovação “Tenho ouvido, ó SENHOR, as tuas declarações, e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó SENHOR, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida; na tua ira, lembra-te da misericórdia”. (Hb 3.2). Não importa se a nossa nação está virando as costas para Deus também não importa se a sentença Divina já foi decretada, Deus deseja encontrar intercessores que se coloquem na brecha e interceda pelo povo “Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei” (Ez 22.30). A vida de Jeremias como homem de oração é um exemplo a ser seguido por todos os cristãos em todo o mundo.

III. PORQUE DEVEMOS INTERCEDER

O comentarista da lição cita três pontos sobre porque devemos interceder:

1. É uma recomendação Bíblica
2. É uma demonstração do amor cristão
3. É um exercício da piedade

Pelo fato de estarem bem definidos e sintetizados quero apresentar a seguir um breve esboço sobre A INTERCESSÃO DO CRENTE.

A Bíblia refere-se constantemente às orações intercessórias do crente e registra numerosos exemplos de orações notáveis e poderosas.


(1) No AT, os líderes do povo de Deus, tais como os reis (1Cr 21.17; 2Cr 6.14-42), profetas (1Rs 18.41-45; Dn 9) e sacerdotes (Ed 9.5-15; Jl 1.13; 2.17,18), deviam ser exemplos na oração intercessória em prol da nação. Exemplos marcantes de intercessão no AT, são as orações de Abraão em favor de Ismael (Gn 17.18) e de Sodoma e Gomorra (Gn 18.23-32), as orações de Davi em favor de seus filhos (2Sm 12.16; 1Cr 29.19), e as de Jó em favor de seus filhos (Jó 1.5). Na vida de Moisés, temos o exemplo supremo no AT, quanto ao poder da oração intercessória. Em várias ocasiões ele orou intensamente para Deus alterar a sua vontade, mesmo depois de o Senhor declarar-lhe aquilo que Ele já resolvera executar. Por exemplo, quando os israelitas se rebelaram e se recusaram a entrar em Canaã, Deus falou a Moisés que iria destruí-los e fazer de Moisés uma nação maior (Nm 14.1-12). Moisés, então, levou o assunto ao Senhor em oração e implorou em favor dos israelitas (Nm 14.13-19); no fim da sua oração, Deus lhe disse: "Conforme à tua palavra, lhe perdoei" (Nm 14.20; ver também Êx 32.11-14; Nm 11.2; 12.13; 21.7; 27.5; ver o estudo A ORAÇÃO EFICAZ). Outros poderosos intercessores do AT são Elias (1Rs 18.21-26; Tg 5.16-18), Daniel (9.2-23) e Neemias (Ne 1.3-11).


(2) O NT apresenta mais exemplos, ainda, de orações intercessórias. Os evangelhos registram como os pais e outras pessoas intercediam com Jesus em favor dos seus entes queridos. Os pais rogavam a Jesus para que curasse seus filhos doentes (Mc 5.22-43; Jo 4.47-53); um grupo de mães pediu que Jesus abençoasse seus filhos (Mc 10.13). Certo homem de posição implorou, pedindo a cura de seu servo (Mt 8.6-13), e a mãe de Tiago e João intercedeu diante de Jesus em favor deles (Mt 20.20,21).


(3) A igreja do NT intercedia constantemente pelos fiéis. Por exemplo, a igreja de Jerusalém reuniu-se a fim de orar pela libertação de Pedro da prisão (At 12.5, 12). A igreja de Antioquia orou pelo êxito do ministério de Barnabé e de Paulo (At 13.3). Tiago ordena expressamente que os presbíteros da igreja orem pelos enfermos (Tg 5.14) e que todos os cristãos orem "uns pelos outros" (Tg 5.16; cf. Hb 13.18,19). Paulo vai mais além, e pede que se faça oração em favor de todos (1Tm 2.1-3).


(4) O apóstolo Paulo, quanto à intercessão, merece menção especial. Em muitas das suas epístolas, discorre a respeito das suas próprias orações em favor de várias igrejas e indivíduos (e.g., Rm 1.9,10; 2Co 13.7; Fp 1.4-11; Cl 1.3,9-12; 1Ts 1.2,3; 2Ts 1.11,12; 2Tm 1.3; Fm .4-6). Vez por outra fala das suas orações intercessórias (e.g., Ef 1.16-18; 3.14-19; 1Ts 3.11-13). Ao mesmo tempo, também pede as orações das igrejas por ele, pois sabe que somente através dessas orações é que o seu ministério terá plena eficácia (Rm 15.30-32; 2Co 1.11; Ef 6.18-20; Fp 1.19; Cl 4.3,4; 1Ts 5.25; 2Ts 3.1,2).

CONCLUSÃO
A liderança de hoje se orgulha do muitos títulos que seus membros apresentam em forma de troféus. Não há motivo para tanto orgulho, pois neste exato momento não precisamos de ilustres doutores e sim de quebrantados intercessores.

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