terça-feira, 2 de março de 2010

A DEFESA DA AUTORIDADE APOSTÓLICA DE PAULO



ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL DA
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO 10 - DIA 07/03/2010
TÍTULO: “A DEFESA DA AUTORIDADE APOSTÓLICA DE PAULO”
TEXTO ÁUREO – II Cor 1:1
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: II Cor 10:1-8, 17-18
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e.mail: geluew@yahoo.com.br


I – INTRODUÇÃO:

· Jo 8:44; Apc 12:10 cf At 17:5-6 - Satanás não respeita qualquer princípio ético; não tem escrúpulos em mentir; acusar é um de seus papéis. O que ele precisa é de instrumentos humanos que se deixem usar, pois isto facilita o trabalho dele contra os servos do Senhor.

· Para um Homem de Deus os atentados contra sua honra podem representar uma dor mais doída do que o ser espancado com vara numa praça pública. A vara fere o corpo; a ofensa à honra, fere a alma. Não é sem razão que a honra de um homem de Deus, de um homem decente, honesto, correto tem sido um dos alvos prediletos de Satanás. Na maioria das vezes é de difícil defesa e espalha-se como fogo em palha seca. Mesmo diante de tal quadro O HOMEM DE DEUS PRECISA ESTAR PREPARADO PARA SUPORTAR CALÚNIAS, INJÚRIAS e DIFAMAÇÕES

II - SIGNIFICADOS DA PALAVRA “AUTORIDADE”:

· A maneira como a palavra “autoridade” é empregada na Bíblia normalmente significa o direito conferido a uma pessoa para fazer determinadas coisas, em função do cargo ou da posição que ocupa; significa PODER OU DIREITO DE AGIR, PARTICULARMENTE DE DAR ORDENS E DE SE FAZER OBEDECER.

· TIPOS DE AUTORIDADE: Há duas formas básicas de autoridade:

· (1) – AUTORIDADE INTRÍNSECA – Aquela inerente à natureza ou à essência de algo. Por exemplo: A autoridade de Deus, que é absoluta e incondicional – Sl 19:10; Is 40; e

· (2) – AUTORIDADE DELEGADA – Aquela concedida, derivada ou outorgada a alguém, proveniente de outra fonte de autoridade. Por exemplo: dos governos civis (Rm 13:1-7); dos pais (Ef 6:1-4); dos pastores e líderes (Hb 13:7, 17).

III – A PALAVRA “APÓSTOLO”:

· Algumas vezes a palavra APÓSTOLO é usada no N.T. em uma acepção genérica, com o significado de MENSAGEIRO. Exemplos: Jo 13:16 (enviado = apóstolo); II Cor 8:23 (mensageiros = apóstolos das Igrejas). O próprio Jesus é chamado O APÓSTOLO, em uma alusão  a Sua função como enviado especial de Deus ao mundo – Hb 3:1

· No entanto, a palavra APÓSTOLO assume um sentido mais amplo nas Epístolas Paulinas. Abrange as pessoas que, assim como Paulo, não estavam entre os doze apóstolos, mas que haviam visto o Cristo ressurreto e foram especialmente enviadas por Ele.

· Isto exposto, APÓSTOLO significa enviado especial de Jesus Cristo; uma pessoa a quem Jesus conferiu autoridade para realizar determinadas tarefas (Mc 3:14; 6:30).

IV – AUTORIDADE APOSTÓLICA:

· A autoridade apostólica é a AUTORIDADE DELEGADA por Jesus, pois os apóstolos:

· (A) – Eram testemunhas comissionadas por Cristo e Seus representantes – Mt 10:40; Jo 17:18; 20:21; At 1:8; II Cor 5:20);

· (B) – Receberam autoridade para fundar, edificar e regular Sua Igreja Universal – II Cor 10:8; 13:10;

· (C) – Deram ordens e prescreveram disciplina em nome de Cristo, demonstrando serem porta-vozes de Deus e possuírem autoridade divina – I Cor 5:4; II Ts 3:6;

· (D) – Apontavam diáconos e presbíteros – At 6:3, 6; 14:23;

· (E) – Apresentavam ensinamentos como as verdades de Cristo, tanto quanto ao conteúdo como quanto à forma de expressão (I Cor 2:9-13 cf I Ts 2:13), a norma da fé (II Ts 2:15 cf Gl 1:8) e do comportamento (II Ts 3:4-6, 14); e

· (F) – Esperavam que suas regulamentações fossem recebidas como “mandamentos do Senhor” – I Cor 14:37.

· Assim, a autoridade que Cristo conferiu aos apóstolos era única. Não poderia ser transmitida a outros. Os apóstolos poderiam investir pessoas nas funções de presbíteros, líderes ou mestres nas Igrejas, dando-lhes autoridade para assumir determinadas responsabilidades. No entanto, a autoridade apostólica não chegou até nós através de seus sucessores, mas, sim, por seus escritos encontrados no Novo Testamento.

· Por isso, transcrevemos aqui as palavras do filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard: “NÃO SOU OBRIGADO A OBEDECER A PAULO PORQUE ELE ERA EXEPCIONALMENTE INTELIGENTE; DEVO SUBMETER-ME A PAULO PORQUE ELE TEM AUTORIDADE DIVINA.”

V – A DEFESA DA AUTORIDADE APOSTÓLICA:

· Paulo tinha opositores: eram os falsos mestres, tanto internos como externos, legalistas judeus e, por isso, chamados de judaizantes; viviam como judeus, de acordo com as normas religiosas dos judeus (II Cor 11:26; Gl 2:14); agora ingressos no Cristianismo, queriam que os gentios observassem a lei de Moisés (At 15:1). Esses homens saíram de Jerusalém por sua própria conta; Tiago disse que nãos os enviara, portanto não podiam representar a Igreja de Jerusalém (At 15:24).

· A alegação de Paulo de que era um apóstolo foi contestada pelos opositores. Entretanto, Paulo considerava que as bases para a sua condição de apóstolo eram:

· (1) - O chamado direto do Senhor glorificado, que havia lhe aparecido na estrada para Damasco; e

· (2) - A graça de Deus sobre o seu ministério de alcançar pessoas para o Evangelho e plantar Igrejas – I Cor 15:10.

· Havendo Paulo sido um perseguidor da Igreja antes de sua conversão, os opositores tentavam excluí-lo da lista dos apóstolos! Os opositores pareciam levar vantagem, por não ser Paulo um dos doze que conviveram com Jesus. Eles sabiam dos requisitos apresentados pelo apóstolo Pedro! – At 1:21-25 - mas ignoravam o que está escrito na Palavra do Senhor acerca dos apóstolos que Deus constitui sobre a Sua Igreja – I Cor 12:18; Ef 4:11. Desta forma a Igreja de Corinto estava correndo o perigo de ser persuadida pelos opositores de Paulo.

· Paulo rebateu veementemente as acusações sofridas. A ênfase que ele dá à origem de seu apostolado mostra que o único que tem autoridade de constituir apóstolos é o Senhor Jesus. Além disso, ele afirma quatro vezes ter visto o Senhor (I Cor 9:1; 15:8; II Cor 4:6; Gl 1:15-16); o Livro de Atos dos Apóstolos apresenta Paulo como apóstolo (At 14:14).

· Paulo venceu seus opositores, não com armas carnais, tais como, eloqüência, organização, propaganda e coisas semelhantes, que são por si mesmas neutras, mas que podem ser usadas para o mal, por serem subservientes ao egoísmo, artimanhas e violência caracteristicamente humanas; Paulo os venceu com as armas espirituais, que são poderosas em Deus para destruição ou demolição de fortalezas – II Cor 10:4-5.

VI - A DEFESA DA AUTORIDADE MINISTERIAL NOS DIAS DE HOJE:

· Parece que é tendência ainda hoje ser mais fácil induzir alguém ao erro do que levá-lo à verdade. Tais pessoas conhecem o seu pastor, sua história, sua origem, sua família, seu trabalho, sua dedicação à Igreja e seu cuidado com o rebanho. Porém, trocam esse homem de Deus por estranhos que sequer conhecem sua origem!

· A melhor defesa para um homem de Deus contra qualquer tipo de acusação feita ao Seu Ministério está no fato de ter uma consciência tranqüila diante do povo e diante do seu Deus.

· Paulo tinha - I Ts 2:1-8 - Um homem de Deus que prega e ensina a Palavra do Senhor, não procura induzir o povo ao erro, a fim de tirar proveito pessoal; tem sua consciência tranqüila diante de Deus. Paulo podia dizer – “...não buscamos glória dos homens, nem de vós, nem de outros, ainda que podíamos, como apóstolos de Cristo, ser-vos pesados” - Um homem de Deus que não busca sua própria glória, que não faz a Obra de Deus para ser louvado pelos homens, que abre mão até mesmo de direitos que lhe são conferidos em virtudes do cargo que ocupa, tem sua consciência tranqüila diante de Deus (II Ts 3:6-10; At 20:17-21, 36-38)

· Moisés tinha – Nm 16:1-3 - Quando seu Ministério foi contestado, ele pode declarar sua integridade moral. Moisés era um homem que tinha as mãos limpas. Não era uma simples, mas uma rebelião de “peso”. Os Ministérios de Moisés e de Arão estavam sendo postos em dúvidas! (Nm 16:12-13). Contudo, não houve troca de acusações, escândalo, brigas! Moisés tinha sua consciência tranqüila diante de Deus; ele tinha consciência de que não havia dado causa àquela rebelião. Ele era um homem íntegro diante de Deus (Nm 16:15). Quando o homem de Deus tem sua consciência tranqüila e a certeza de estar com suas mãos limpas, ele pode entregar a Defesa de Seu Ministério nas mãos de seu Deus! Moisés fez isto e Deus tomou as providências necessárias, sem prejuízo para a integridade do povo, consumindo os rebeldes (Nm 16:32-33) - A melhor defesa para um homem de Deus contra qualquer tipo de acusação feita ao Seu Ministério está no fato de ter uma consciência tranqüila diante do povo e diante de Deus.

· Samuel tinha - No final de Seu Ministério ele desafiou a qualquer do povo para que apresentasse uma só mancha em seu Ministério (I Sm 12:1-5).

· Paulo – Moisés – Samuel - Três homens de Deus! Três Ministérios diferentes! Três homens que tinham suas consciências tranqüilas diante do povo e diante de Deus! Três homens de “mãos limpas”! Três exemplos para todos os Obreiros de hoje! Aconteceu no passado! Acontece hoje! Qualquer homem de Deus, mesmo sem causa, poderá ter Seu Ministério contestado e até colocado em dúvidas. Mas, nos três exemplos citados, aqueles homens não vacilaram em invocar o testemunho de Deus sobre seus Ministérios e não tiveram medo de desafiar o povo a apontar qualquer mancha em suas vidas e desempenho Ministerial.

· Daí voltamos a afirmar que a melhor defesa para um homem de Deus contra qualquer tipo de acusação feita ao Seu Ministério está no fato de ter uma consciência tranqüila diante do povo e diante de Deus (I Pe 3:16-17; 4:15-16).

VII - CONSIDERAÇÕES FINAIS:

· Lc 22:26-27 - O uso mais nobre da autoridade envolve a atitude de servir ao próximo. O cristão que procura seguir o exemplo de Cristo aprenderá a usar sua autoridade com as pessoas e não sobre elas. No mais, o cristão, que deve ser sábio, não se esquece de que toda forma delegada de autoridade irá um dia retornar a Deus, que a concedeu (I Cor 15:24-28). No entanto, as recompensas pela fidelidade irão durar por toda a eternidade (I Jo 2:17).

FONTES DE CONSULTA:


· Comentário Bíblico Broadman - JUERP


· Lições Bíblicas CPAD – 2º Trimestre de 1999 – Comentarista: Esequias Soares


· Lições Bíblicas CPAD – 3º Trimestre de 1993 – Comentarista: Eurico Bergstén


· Enciclopédia da Bíblia – Editora Cultura Cristã


· Dicionário Ilustrado da Bíblia – Edições Vida Nova


· O Novo Dicionário da Bíblia – Edições Vida Nova

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