segunda-feira, 29 de março de 2010

JEREMIAS O PROFETA DA ESPERANÇA

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Pb. José Roberto A. Barbosa

Objetivo: Mostrar que a missão do homem e da mulher de Deus é inegociável. Por serem chamados para cuidar dos interesses do Senhor, não podem se eximir da proclamação da Palavra, fazendo-o com dedicação e coragem.

INTRODUÇÃO
Nas próximas 13 semanas estudaremos a mensagem profética de Jeremias. Numa época marcada pelo desespero, Jeremias se revela, mesmo em meio ao caos, como o profeta da esperança. As lições serão as seguintes: 1) Jeremias, o profeta da esperança; 2) os perigos do desvio espiritual; 3) anunciando ousadamente a Palavra de Deus; 4) chorando aos pés do Senhor; 5) o poder da intercessão; 6) a soberania e a autoridade de Deus; 7) o cuidado com as ovelhas; 8) o poder da berdadeira profecia; 9) esperando contra a esperança; 10) o valor da temperança; 11) a excelência do ministério; 120 a opção pelo povo de Deus; e 13) esperança na lamentação. Na lição de hoje, trataremos a respeito da vocação do profeta Jeremias.

1. JEREMIAS, O LIVRO E O PROFETA
O livro de Jememias, cujo nome significa “O Senhor é Alto”, tem como tema central: a mensagem de arrependimento e retorno para o Senhor antes que o julgamento chegue. O versículo-chave se encontra em Jr. 3.22: “Voltai, ó filhos rebeldes, eu curarei as vossas rebeliões. Eis-nos aqui, vimos a ti; porque tu és o Senhor nosso Deus”. Ele exerceu o ministério profético entre os anos 626 a 586 a.C. Ele nasceu em Ananote, a uns cinco quilômetros, à nordeste de Jerusalém, numa família de sacerdotes. Seu livro é composto por uma coletânea de sermões pregados durante 20 anos. Como os demais profetas bíblicos, Jeremias experimentou a impopularidade em toda a sua intensidade. A mensagem de Jeremias é dramática, repletas de denuncias contra o pecado e advertências quanto ao juízo iminente. O livro não contém uma estrutura lógica, por isso, é difícil sistematiza-lo. Na tentativa de esboçá-lo, apontamos: A missão de Jeremias (1-10), a violação da aliança (11-20), a aproximação do julgamento (27-29), a nova aliança (30-33) e a queda de Jerusalém (34-42). Esse é um livro extramente pessoal, pois nele Jeremias relata sua experiência profunda com o Senhor. Jeremias é um profeta malvisto tanto pelo poder religioso quanto político da sua época. Por esse motivo, os poderosos articularem, sem sucesso, várias estratégias a fim de desqualificá-lo enquanto profeta do Senhor.

2. A VOCAÇÃO PROFÉTICA DE JEREMIAS
Ainda na juventude, por volta dos 16 a 20 anos, Jeremias foi chamado pelo Senhor para profetizar. Ele vinha de uma família sacerdotal, seu próprio pai, Hilquias, havia sido sacerdote (Jr. 1.1). Esperava-se que Jeremias, seguindo essa linhagem, também viesse servir diante do altar. Mas o Senhor o chamou para ser profeta, e provavelmente, Jeremias sabia da responsabilidade imposta, por isso, evitou acatar essa vocação de imediato. Ser sacerdote é bem mais cômodo do que ser profeta. O ministério sacerdotal costuma ser previsível, pois o sacerdote precisa apenas cumprir os rituais do culto. Mas o profeta jamais sabe o que o Senhor vai colocar na sua boca, o que terá de anunciar. O sacerdote costuma estar preocupado com o passado, para que as tradições sejam preservadas. O profeta, por sua vez, se volta para o futuro, a fim de conduzir o povo para a direção correta. O sacerdote costuma se voltar para as práticas exteriores, enquanto que o profeta se dedica a levar o povo à transformação interna, das intenções do coração. O profeta, como aconteceu com Jeremias, não fala de si mesmo, mas da Palavra do Senhor que a ele vem (Jr. 1.2). O Senhor testemunhou que o havia escolhido ainda no ventre da sua mãe (v. 5) para o ministério profético. Por isso, ainda que ele relutasse (v. 6,7), não havia outra opção senão dobrar-se perante a Palavra do Senhor. Jeremias estava temeroso por causa da responsabilidade profética, o Senhor, contudo, o advertiu para que não tivesse medo. Esse sentimento pode levar as pessoas a deixarem de assumir as atitudes necessárias. Quantas pessoas não ficam paralizadas devido ao medo de que algo de mal venha a acontecer? Não temas Jeremias, disse o Senhor ao profeta. Essa mesma mensagem se aplica aos cristãos temerosos de hoje, que hesitam em se posicionar em conformidade com a Palavra de Deus, com receio de serem politicamente incorretos.

3. A POSTURA PROFÉTICA DE JEREMIAS
O Senhor se dirigiu Jeremias do mesmo modo que o fez com Josué (Dt. 31.6-8; Js. 1.6-9), anulando seu medo paralizante (Jr. 1.17-19). Esse receio é destruído por meio da fé, sem qual ninguém se posicionar profeticamente, o que também se constitui em pecado (Rm. 14.23). O cristão recebe, do Senhor, a direção para que permaneça firme (Ef. 6.14). Deus prometeu estar presente com ele em todas as circunstâncias, mesmo diante das mais adversas (Jr. 1.8). A vitória espiritual, portanto, não vem do homem, mas de Deus. Não podemos alegar limitações pessoais para desempenhar o ministério profético (Jr. 1.19). Sendo assim, o profeta deveria cingir os seus lombos, dispor-se e dizer ao povo tudo o que o Senhor lhe mandasse (Jr. 1.17). Deus dá, então, uma visão ao profeta a fim de fundamentar sua fé. Ele pergunta: “Que é que vês, Jeremias? E eu disse: Vejo uma vara de amendoeira. E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la”. Deus faz um jogo de palavras, pois, em hebraico, amendoeira é “saqued”, já que responde com “soqued”, que significa “velar”, dizendo, “eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la” (Jr. 1.11,12). A postura profética da igreja não se encontra nos méritos humanos, na verdade, apesar das suas limitações, ela é coluna e baluarte da verdade (I Tm. 3.15). Por isso, diante das oposições, sejam elas religiosas ou políticas, cabe a esta, a tarefa de denunciar, com amor, as práticas que se opõem à Palavra de Deus.

CONCLUSÃO
Jeremias é o profeta da Esperança e figura o papel da igreja cristã no contexto moderno. A sociedade contemporânea perdeu o norte, não sabe mais para onde está caminhando. Por desconhecer ao Deus Vivo e Verdadeiro, segue a esmo, tomada pela angústia. Mas ainda há esperança, e essa se encontra no Senhor, que se revela em Sua palavra. Somente assim “há esperança para a árvore que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos” (Jó. 14.17). Cientes dessa verdade, nós, os cristãos, não podemos viver como os demais, que não têm esperança (I Ts. 2.16).

BIBLIOGRAFIA
HARRISON, R. K. Jeremias e Lamentações. São Paulo: Vida Nova, 1980.
LONGMAN III, T. Jeremiah & Lamentations. Peabody, Mass: Hendrickson, 2008.

JEREMIAS O PROFETA DA ESPERANÇA

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ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL DA
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ENGENHOCA
NITERÓI - RJ
LIÇÃO 01 - DIA 04/04/2010
TÍTULO: “JEREMIAS, O PROFETA DA ESPERANÇA”
TEXTO ÁUREO – Jr 1:7
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Jr 1:1-10
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e.mail: geluew@yahoo.com.br
http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/



I – INTRODUÇÃO:

• Desde o ventre materno, Jeremias foi escolhido por Deus para ser profeta. Portanto, o que ele falou, mesmo em desacordo com a vontade do povo, foi a mensagem divina contra a idolatria judaica. Perseguido e preso, persistiu no propósito de combater o erro, a fim de que a nação se arrependesse e fosse salva do cativeiro. O ministério de Jeremias durou cerca de 40 anos e se estendeu pelo reinado dos cinco últimos reis de Judá, quais sejam:

• (1) – Josias – O soberano por meio do qual aconteceu o último despertamento espiritual de Judá – II Cr 34 e 35;

• (2) – Jeoacaz, também chamado Salum, o qual, após três meses de governo, foi deposto e levado para o Egito – Jr 22:11-12; II Cr 36:1-4;

• (3) – Jeoiaquim, também chamado Eliaquim, irmão de Jeoacaz – II Cr 36:4-8 – Rei idólatra e mau, que foi duramente repreendido por Jeremias – II Rs 23:7; Jr 22:13-19;

• (4) – Joaquim, também chamado de Conias ou Jeconias – Jr 22:24; 24:1 – reinou por um período de três meses; e

• (5) – Zedequias, também chamado de Matanias. Era o tio do rei Joaquim e, portanto, filho do rei Josias – II Rs 24:17 – Foi um rei fraco, vacilante e joguete nas mãos dos políticos de sua época. Não se humilhou perante o profeta Jeremias que lhe falava da parte do Senhor. Por sua desobediência à Palavra de Deus, pagou muito caro – II Cr 36:12; II Rs 25:5-7.

• Só nas mãos de Jeová seria possível a um jovem, nascido numa aldeia de um país insignificante na arena política do mundo, chegar a influenciar o destino das nações. Mas foi isto que Deus propôs ao jovem Jeremias. Não é de admirar que sua reação tenha sido: “SOU UM MENINO”.

• Deus, entretanto, não precisa tanto de homens experimentados quanto de homens dedicados; o Senhor dá a capacidade e experiência necessárias para que Sua obra seja executada; tudo para Sua honra e glória.

II – A IGREJA E O PODER POLÍTICO NO BRASIL:

- Pelo livro do Profeta Jeremias vemos que não é possível unir a vida política com a religiosa. A maioria dos reis de Judá perseguiu o Profeta Jeremias, não dando ouvidos às advertências de Deus.

- Nos últimos tempos em nosso País, principalmente por ocasião das eleições, podemos ouvir com bastante frequencia e fervor muitos pregadores e líderes evangélicos afirmando que a Igreja deve conquistar o poder político no Brasil e impor sobre a sociedade um governo baseado na Bíblia Sagrada.

- Multiplicam-se as vozes a favor do domínio da Igreja sobre as instituições sociais e políticas da nação. Surgiram há alguns anos as seguintes frases:

- (1) - “O Brasil é do Senhor Jesus! Povo de Deus, declare isso!”

- (2) - “A solução dos problemas do Brasil está na Igreja!”

- (3) - “Chegou a hora de a Igreja ocupar os postos de liderança desta nação!”

- (4) - “O caos social, político e econômico do Brasil é decorrência, numa primeira instância, das maldições espirituais que repousam sobre o nosso país!”

- (5) - “Já somos 35 milhões de evangélico no Brasil e está na hora de assumirmos o governo deste País!”

- No entanto, a situação política, social e econômica do Brasil não é decorrência apenas da situação espiritual. Se assim o fosse, o Japão não seria uma das maiores potências do mundo. Ora, o que predomina lá é o Budismo, o Xintoísmo e o culto aos antepassados. Logo, os problemas do Brasil são bastante complexos e não serão resolvidos apenas com a eleição de alguns evangélicos ou de um Presidente da República cristão.

- Para piorar a situação, podemos constatar, ao longo dos anos, que o envolvimento de muitos evangélicos com a política tem produzido resultados desanimadores, um vexame para a Igreja do Senhor. Muitos evangélicos, depois de eleitos, perceberam que legislar não é a mesma coisa que contar histórias bíblicas ou dar gritos de “glória Deus e aleluia!”

III - BASE BÍBLICA USADA PELOS ADEPTOS DA TEOLOGIA DO DOMÍNIO:

III.1 - Gn 1:26-28

- REFUTAÇÃO - A ordem original que Deus deu ao homem era o domínio sobre o ambiente e não sobre os seus semelhantes;

III.2 - Mt 28:18-20

- REFUTAÇÃO - Fazer discípulos de todas as nações não significa ensinar princípios bíblicos às instituições políticas do mundo. 

De fato, o N.T. usa “nações” para referir-se a entidades políticas (Mc 13:8; At 2:11). Mas também (e com maior frequencia) para grupos de pessoas, especialmente gentios (Mt 6:32; Gl 2:9; Ef 2:11). Além disso, batizam-se e ensinam-se à pessoas e não à instituições civis!

IV - EXEMPLOS BÍBLICOS DA VIDA POLÍTICA EM DESARMONIA COM A RELIGIOSA:


IV.1 - I Sm 13:8-14:

• Acumular os atributos dos sacerdotes com os do rei era proibido aos judeus. Saul foi desobediente ao porta-voz de Deus. Ao invés de esperar por Samuel, ofereceu um holocausto para unir o povo e prepará-lo para a guerra. Preferiu adorar a ética situacionista, em vez da ética bíblica e, depois, ofereceu desculpas para sua conduta. Saul tentou se justificar ao invés de confessar seu pecado (Lv 14:19-20).

IV.2 - I Rs 21:17-29; II Rs 1:1-17:

- Em atenção à humildade do terceiro capitão, Elias recebeu ordem do Anjo do Senhor para descer. Mas não recebeu ordem de alterar a mensagem que Deus tinha para aquele rei!

IV.3 - II Cr 26:16-21:

- Homens de firmeza - sua firmeza e sua coragem provinham do hábito de respeitarem mais a Deus do que aos homens. Deus julgou Uzias acometendo-o de lepra por ter usurpado prerrogativas que cabiam aos sacerdotes (Ex 30:1-10).

- Aqueles sacerdotes resistiram ao rei. O rei não podia reger fora do alcance de sua autoridade. A lei considerava todos os leprosos como cerimonialmente imundo, INCLUSIVE O REI.

- Uzias não se separou do pecado e para o Senhor. Por isso, Deus o separou dos amigos, da sua família, do seu trono e do santo Templo, que pertence ao Santo Deus.

IV.4 - Jo 18:28-38:

- Ainda que o reino de Cristo não seja reino político, tem ministros leais. Não sendo deste mundo, sua realidade celestial se demonstra na persuasão do amor e não nas armas. O rei é Cristo que reina pela força da verdade (Sl 91:4; 93:1-2, 5)

IV.5 - Dn 4:17-18, 24-27; 5:1-29:

- Daniel tinha plena consciência da sua alta missão profética. Não era hora de levantar interpretação que agradassem à casa real, nem de considerar a autoridade humana, e, portanto, as honras carnais eram desprezadas, pois bem sabia Daniel de quão pouco valiam. Daniel não poupou a família real.

IV.6 - Ne 6:10-14:

- Semaías alegou ter recebido uma revelação especial sobre um atentado contra a vida de Neemias e sugeriu que o lugar santo no Templo em Jerusalém era o único lugar seguro para Neemias. Tal sugestão, todavia, desmascarou a traição de Semaías, uma vez que somente os sacerdotes podiam entrar no lugar santo (Nm 18:7)

IV.7 - Jo 6:9-15; Mt 4:8-10:

- Jesus não aceitou tornar-se um líder político e ainda resistiu e desprezou a oferta de Satanás, não caindo, portanto, em tentação.

V – SOMOS UM POVO SACERDOTAL E PROFÉTICO:

•  Jr 1:1 - Sendo de família sacerdotal, ou seja, da Tribo de Levi, descendente de Arão, Jeremias também é sacerdote por hereditariedade, mas Deus lhe deu a missão de PROFETA, isto é,"ALGUÉM QUE FALA", "UM PORTA-VOZ" da mensagem de Jeová.

 • II Pe 2:9 – “Mas vós sois... o sacerdócio real... para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou...”

• Diante do quadro caótico na política, será que estamos em condições de executarmos um ministério idêntico ao de Jeremias? Ou seja, de exercermos as funções de sacerdotes e de profetas? Meditemos:

V.1 - OS SERVIÇOS DOS SACERDOTES:

• (1) - Tomar conta do tabernáculo – Nm 18:1, 5, 7 - Tenhamos zelo pela Casa do Senhor;

• (2) - Acender e conservar em ordem as lâmpadas do santuário - Ex 27:20-21; Lv 24:3-4 - Sejamos cheios da Palavra (lâmpada) e da presença de Cristo, a Luz do mundo;

• (3) - Conservar sempre aceso o fogo do altar - Lv 6:12-13 - Estejamos sempre na presença de Deus, em santificação;

• (4) - Queimar incenso – Ex 30:7-8; Lc 1:9 - Oremos sem cessar;

• (5) - Colocar e remover os pães da proposição – Lv 24:5-9 - Tenhamos sempre comunhão uns com os outros;

• (6) - Abençoar o povo – Nm 6:23-27 – Na autoridade do nome de Jesus, ministremos as bênçãos celestiais ao povo de Deus;

• (7) - Purificar os imundos – Lv 15:30-31 – Oremos para que Deus perdoe nossos pecados;

• (8) - Decidir os casos de ciúmes – Nm 5:14-15 – Não fiquemos enciumados por aquele (a) que o Senhor tem usado em Sua obra: Deus usa quem Ele quer, como quer e quando quer;

• (9) - Decidir casos de lepra – Lv 13:1-59; 14:34-35 – Não brinquemos com o pecado; onde ele habitar, a santidade será extinta;

• (10) - Julgar os casos de controvérsia – Dt 17:8-13; 21:5 – Nossa palavra seja sim, sim e não, não;

• (11) - Ensinar a lei – Dt 33:8-10; Ml 2:7 – Estudemos com afinco a Palavra do Senhor, pois não podemos ensinar o que não sabemos;

• (12) - Transportar a arca – Js 3:6, 17; 6:12 – Onde pisarmos a planta dos nossos pés, a presença de Deus estará conosco;

• (13) - Encorajar o povo a ir à guerra – Dt 20:1-4 – Que os covardes e medrosos voltem para casa;

• (14) - Tocar as trombetas em várias ocasiões – Nm 10:1-10; Js 6:3-4 – Não nos calemos diante do pecado; clamemos contra ele, em nome de Jesus;

• (15) - Não podiam casar-se com mulheres divorciadas ou impróprias – Lv 21:7 – Não esqueçamos: Deus odeia o repúdio, o divórcio - Ml 2:16;

• (16) - Não podiam beber vinho - Lv 10:9; Ez 44:21 – Não vos embriagueis com vinho em que há contendas, mas enchei-vos do Espírito Santo;

• (17) - Enquanto estivessem imundos, não podiam realizar qualquer serviço - Lv 22:1-2 cf Nm 19:6-7 – Enquanto estivermos em pecado, estaremos desqualificados para fazermos a obra do Senhor;

• (18) - Enquanto estivessem imundos, não podiam comer das coisas santas - Lv 22:3-7 – Enquanto estivermos em pecado, não poderemos manter comunhão com Deus e a Sua Igreja; o pecado faz separação entre nós e Deus.

V.2 - OITO CARACTERÍSTICAS DO PROFETA:

• (1) – Tem estreito relacionamento com Deus e se torna confidente do Senhor (Am 3.7).

• (2) - Não somente ouve a voz de Deus, como também sente Seu coração (Jr 6.11; 15.16,17; 20.9).

• (3) - À semelhança de Deus, o profeta ama profundamente o povo (Ez 18.23). Por isso, suas mensagens são cheias não somente advertências, como também palavras de esperança e consolo.

• (4) - O profeta busca o sumo bem do povo, isto é, total confiança em Deus e lealdade a Ele; eis porque advertia contra a confiança na sabedoria, riqueza, poder humanos e nos falsos deuses (Jr 8.9,10; Os 10.13, 14; Am 6.8).

• (5) - O profeta tem profunda sensibilidade diante do pecado e do mal (Jr 2.12,13,19; 25.3-7; Am 8.4-7; Mq 3.8).

• (6) - O profeta desafia constantemente a santidade superficial e oca do povo, procurando desesperadamente encorajar a obediência sincera às palavras que Deus revelou na Lei - Jr 22:21 cf 29:10;

• (7) - O profeta tem uma visão do futuro, revelada em condenação e destruição (Is 63.1-6; Jr 11.22,23; 13.15-21; Ez 14.12-21; Am 5.16-20,27), bem como em restauração e renovação (Is 65.17-66.24; Jr 33; Ez 37).

• (8) - Finalmente, o profeta é, via de regra, um homem solitário e triste (Jr 14.17,18; 20.14-18; Am 7.10-13; Jn 3- 4), perseguido pelos falsos profetas que predizem paz, prosperidade e segurança para o povo que se acha em pecado diante de Deus (Jr 15.15; 20.1-6; 26.8-11; Am 5. 10 cf. Mt 23.29-36; At 7.51-53). Ao mesmo tempo, o profeta verdadeiro é reconhecido como homem Deus, não havendo, pois, como ignorar o seu caráter e a sua mensagem.

VI – CONSIDERAÇÕES FINAIS:

• Sempre que um cristão tiver a oportunidade de exercer um cargo público (O QUE NÃO É NENHUM PECADO), deve fazê-lo com justiça e com ética cristã, tendo em mente que terá que prestar contas a Deus dos privilégios e responsabilidades que lhe forem atribuídas.

• No entanto, a ética cristã na Igreja evangélica brasileira está tão comprometida hoje, que o risco de votar em crente é muito maior do que votar no descrente. Porque, pelo menos, o descrente não trará escândalo para o Evangelho e a Igreja de Deus.

• Por isso, é muito difícil um obreiro, o qual tem a chamada divina para o ministério, conciliar a obra de Deus e a política, pois uma é eterna e a outra terrena. Deve, por isso, dedicar-se somente à primeira, da qual dará conta na eternidade.

• Um obreiro realmente chamado por Deus e em plena atividade ministerial, não deve jamais trocar sua chamada por qualquer outra coisa. Caso venha fazê-lo, que deixe o exercício do ministério. Além disso, não podemos esquecer que a missão principal da Igreja antes da volta do Senhor é o evangelismo e o discipulado, e não formar cruzadas para tomar o poder ou conquistar o domínio político numa nação ou no mundo.

• Finalizando: Uma das perguntas básicas neste assunto é: 

• - “Lá no Congresso Nacional, nas Assembléias Legislativas e nas Câmaras dos Vereadores tem ministração da Santa Ceia? Tem oração? Tem pregação e estudo da Palavra de Deus? Podemos orar e falarmos em mistérios com Deus?...” -  

• Não???!!!....

• Então, homem e mulher de Deus, em nome de Jesus: 

• - “... ATENTA PARA O MINISTÉRIO QUE RECEBESTE NO SENHOR, PARA QUE O CUMPRAS” – Cl 4:17

• Amém.



FONTES DE CONSULTA:


• Lições Bíblicas CPAD – 3º Trimestre de 1995 – Comentarista: Eurico Bergsten


• Plampin, Richard T. – Jeremias, seu ministério, sua mensagem – JUERP


• B.E.P. – CPAD


• Romeiro, Paulo - Evangélicos em Crise - Editora Mundo Cristão 


• A Bíblia Anotada - Editora Mundo Cristão


• A Bíblia Vida Nova - Edições Vida Nova


• Lições Bíblicas - 4º Trimestre de 1996 - CPAD - Comentarista: Antônio Gilberto

ESTUDO DO LIVRO DO PROFETA JEREMIAS

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AUTOR E DATA 
Jeremias é um dos poucos livros do Antigo Testamento que apresenta informações sobre sua composição. Ele mesmo registrou parte de suas profecias (36.1-3), com também se valeu de um amanuense, Baruque, para escrever suas palavras (36.4). Portanto, a autoria do livro de Jeremias é fato provado, tanto internamente (seu nome com o de Baruque são constantemente citados) como externamente, o livro é atribuído a Jeremias pelo profeta Daniel (Dn 9.2), como também por Esdras (Ed 1.1) e pela tradição judaica.
Esse livro conserva um relato do ministério profético de Jeremias, cuja vida e lutas são conhecidas em maior profundidade e com mais pormenores que as de qualquer profeta do Antigo Testamento. O ministério profético de Jeremias começou em 626 a.C. e terminou em algum momento após 586. Seu ministério foi imediatamente antecedido pelo de Sofonias. Habacuque era da mesma época, e talvez também Obadias. Ezequias começou seu ministério na Babilônia em 593, viveu nos últimos dias do grande profeta Jeremias. Não se sabe quando Jeremias morreu; segundo a tradição judaica, no entanto, enquanto morava no Egito foi executado por apedrejamento (Hb 11.37).
Jeremias era sacerdote membro da família de Hílquias. Sua cidade natal era Anatote (1.1), de modo que era possível descendente de Abiatar (1 Rs 2.26), sacerdote dos dias do rei Salomão. O Senhor proibiu Jeremias de se casar e criar filhos, uma vez que o juízo divino iminente contra Judá aniquilaria a geração seguinte (16.1-4). Sendo, sobretudo profeta de juízo, atraia bem poucos amigos, entre os quais Aicam (26.24), Gedalias (filho de Aicam, 39.14) e Ebede-Meleque (38.7-13). O companheiro intimo de Jeremias era seu fiel secretário, Baruque, que anotava suas palavras à medida que o profeta ditava (36.4-32). Baruque foi aconselhado por Jeremias a não sucumbir diante das tentações da ambição, mas ficar contente com sua condição de vida (Cap. 45). Recebeu ainda de Jeremias, uma escritura de compra de terreno que depositou em lugar seguro (32.11-16), e acompanhou o profeta no longo caminho para o exílio no Egito (43.6,7). É possível que Baruque também tenha sido o responsável pela compilação final do próprio livro de Jeremias.
Jeremias, era muito propenso a auto-análise e à autocrítica (10.24), revelou bastante a respeito de seu caráter e personalidade. Embora fosse temeroso por natureza (1.6), recebeu a garantia do Senhor de que seria forte e corajoso (1.18; 6.27; 15.20). Em suas confissões desvendou as profundas lutas do mais intimo do seu ser (11.18-23), e às vezes fez declarações assustadoramente sinceras no tocante aos seus sentimentos para com Deus: “JUSTO serias, ó SENHOR, ainda que eu entrasse contigo num pleito; contudo falarei contigo dos teus juízos. Por que prospera o caminho dos ímpios, e vivem em paz todos os que procedem aleivosamente? (12.1); “Por que dura a minha dor continuamente, e a minha ferida me dói, e já não admite cura? Serias tu para mim como coisa mentirosa e como águas inconstantes? (15.18).
Às vezes, chegou a pedir o castigo de seus inimigos (12.13; 15.15; 17.18; 18.19-23).
CONTEXTO DA ÉPOCA
O chamado de Jeremias ocorreu em um momento estratégico. Josias subira ao trono de Judá quando contava com oito anos de idade, mas ao chegar aos vinte (628 a.C.), está escrito que ele começou a purificar Judá e Jerusalém do culto pagão (2 Cr 34.1-8). O chamado ocorreu logo depois, em 627 a.C., que também foi o ano da morte do rei assírio, Assurbanipal, o último grande líder do Império Assírio. Isso resultou na criação de um Estado babilônico que ficara independente um ano depois, em 626. Esse Estado se tornaria o império que futuramente engoliria Judá e Jerusalém, como declarava a Palavra do Senhor por intermédio de Jeremias. Como resultado, o momento do chamado de Jeremias foi de esperança, por causa da reforma espiritual em andamento e de perigo, pois o povo inimigo surgia no horizonte.
No final, a esperança durou pouco, pois a reforma de Josias morreu com ele na batalha contra os egípcios na planície próxima a Megido. Durante os 25 anos restantes do estado independente de Judá, os filhos de Josias presidiram apenas sobre o colapso do reino. O rei Jeoaquim, filho de Josias foi implacavelmente hostil para com Jeremias. Em certa ocasião, quando um primeiro esboço dos escritos do profeta estava sendo lido diante de Jeoaquim (36.21), o rei usou uma faca de escrivão para cortar o rolo em fatias de três ou quatro colunas por vez, e o jogou, pedaço por pedaço, no braseiro do seu apartamento de inverno (36.22-23). Por ordem divina, no entanto, Jeremias simplesmente ditou as profecias a Baruque pela segunda vez, e lhes acrescentou “muitas outras palavras semelhantes” (36.32).
Em 605 a.C., os egípcios comandados pelo faraó Neco foram derrotados em Carquemis, no rio Eufrates, por Nabucodonosor (46.2), o talentoso general que sucedeu ao pai, Nabopolassar, como governante da Babilônia naquele mesmo ano. Neco voltou ao Egito depois de sofrer pesadas baixas, e a Babilônia praticamente passou a ter liberdade de ação na Ásia Ocidental nos 70 anos que se seguiram. Nabucodonosor cercou Jerusalém em 605, humilhou Jeoaquim (Dn1.1-2) e levou Daniel e seus três companheiros Ananias, Misael e Azarias cativos para a Babilônia (Dn 1.6). Posteriormente, em 598-597, Nabucodonosor atacou Jerusalém de novo, e nada mais se soube a respeito do rebelde Jeoaquim. Seu filho, Joaquim, reinou sobre Judá Três meses apenas (2 Cr 36.9). Jeremias predisse o cativeiro de Joaquim e de seus seguidores (22.24-30), predição cumprida posteriormente (24.1; 29.1-2).
Matatias, tio de Joaquim é um dos filhos de Josias, recebeu o nome de Zedequias e foi colocado no trono de Judá em 597 a.C. (2 Rs 24.17). Zedequias fraco e vacilante, às vezes agia amigavelmente com Jeremias e buscava os seus conselhos, mas em outras ocasiões deixava que os inimigos do profeta o maltratassem e o lançassem no cárcere. Perto do fim do reinado de Zedequias, Jeremias faz um acordo com ele de revelar a vontade de Deus ao rei em troca da própria segurança (38.15-16). Mesmo assim o profeta foi praticamente colocado em prisão domiciliar até a conquista de Jerusalém, em 586 (38.28).
Depois de os babilônios derrotarem os assírios, Judá ficou sob o controle firme do Império Oriental. Insatisfeito com a condição de vassalo, Judá envolveu-se várias vezes em conspirações destinadas a fracassar, levando em 586 a.C., a destruição final de Jerusalém por Nabucodonosor, que deixou a cidade politicamente irrecuperável. Judá já provara ser espiritualmente irrecuperável. Durante todo esse período trágico, Jeremias continua a proclamar a Palavra do Senhor.
Além da destruição da cidade e do templo, o Estado de Judá foi desestruturado com a deportação do povo. A primeira fase da deportação ocorreu em 597 a.C., quando Jeoaquim se rebelou. Seu filho, Joaquim, foi levado à Babilônia, como também o profeta Ezequiel. Apesar da afirmação de alguns profetas judeus de que essa destruição de Judá era o limite do castigo do Senhor, e que daí em diante, a situação melhoraria, Jeremias afirmou que o pior estava por vir. Infelizmente isso se confirmou quando a rebelião de Zedequias, em 589, trouxe os babilônios de volta de volta a Jerusalém com a intenção de destruí-la.
Enquanto tentava fugir da cidade, Zedequias foi alcançado pelos babilônios que o perseguiam. Os filhos do rei foram executados em sua presença, e depois ele mesmo teve seus olhos furados por Nabucodonosor (39.1-7). Nabuzaradã, comandante de guarda imperial aconselhou Jeremias a morar com Gedalias, a quem Nabucodonosor nomeara governador sobre Judá (40.6). Depois de um reinado breve, Gedalias foi assassinado pelos seus oponentes (cap. 41). Outros de Judá temiam as represálias dos babilônios e fugiram para o Egito, levando consigo Jeremias e Baruque (43,4-7). Já nessa ocasião, o profeta estava provavelmente com mais de 70 anos de idade. Suas últimas palavras registradas acham-se em 44.24-30, cujo último versículo é a única referencia explícita na Bíblia ao faraó Hofra, que reinou no Egito de 589 a 570 a.C.
PROPÓSITOS E MENSAGEM
Jeremias sempre teve consciência do chamado que o Senhor lhe fizera (1.5; 15.19) para ser profeta. Nessa condição, proclamou palavras do próprio Deus (19.2) e, portanto de cumprimento inevitável (28.9; 32.24). Jeremias tinha absoluto desprezo pelos falsos profetas, como Hananias e Semaías, que anunciavam livramento, paz e prosperidade (14.11-16; 23.9-40; 28.1-7). Por ser minoria, Jeremias foi acusado de ser falso profeta e, às vezes, parecia suspeitar de que a acusação era verdadeira (20.7-10). Ele argumentou que seria um ato de dolo da parte de Deus deixar a profecia falsa ser transmitida em seu nome e não castigar o mentiroso, pois o povo não possuía meios de determinar o verdadeiro porta-voz. Em resposta, o Senhor repreendeu Jeremias, chamando-o ao arrependimento e ao serviço fiel e prometendo segurança contra os inimigos (15.15-21).
Ele esbravejava contra o pecado de seus compatriotas (44.23) e os repreendia severamente por causa da idolatria a qual às vezes até mesmo implicava em sacrifício dos próprios filhos a deuses estrangeiros (7.30-34). Mas Jeremias amava o povo de Judá, apesar de seus pecados, e orava por eles (14.7,20), mesmo quando Deus o proibia de orar (7.16; 11.14; 14.11). Mas devido à predição foi considerado traidor da sua nação, pelo povo, pelos nobres como também pelo monarca. Porém viveu para ver muitas de suas profecias se cumprirem, em especial as que referem à destruição do centro religioso - o templo.
O propósito de Jeremias como profeta era, sem dúvida, transmitir a mensagem do Senhor. Ao fazer isso, ele queria reconciliar o povo com Deus e avisá-lo sobre as conseqüências de permanência nesta conduta. O objetivo do livro é registrar as profecias de Jeremias, mas também contar algo sobre o homem Jeremias e seu destino como profeta de Deus, em conflito com o povo e com o Senhor.
Apesar de os conflitos referentes à missão (11 - 20) revelarem muito sobre o profeta, eles se reportam mais sobre como o Senhor reagiu às murmurações do homem. Da mesma forma, os problemas de Jeremias com o povo de Judá são revelados para demonstrar a resposta de Judá e de seus reis a sua mensagem. A rejeição da palavra do Senhor e as ações contra Jeremias aumentaram a culpa do povo perante Deus.
O juízo é um dos temas que permeia os escritos de Jeremias, embora ressaltem com todo cuidado que o arrependimento, desde que sincero, adiaria o inevitável. Seu conselho de submissão à Babilônia e sua mensagem de “continuar a vida normal”, dirigida aos primeiros exilados, fazem dele um traidor aos olhos de muitos. Na realidade é claro que seu conselho contra a rebeldia fazia dele um verdadeiro patriota, alguém que amava tanto seus compatriotas que não permaneceria em silencio vendo-os destruir-se. Ao adverti-los de que se submetessem e não se rebelassem, revelava-lhes a vontade de Deus - sempre a perspectiva mais sensata em quaisquer circunstâncias.
Mas o juízo divino contra seu povo (e as nações), embora fosse terrível, não seria a palavra final, a derradeira obra de Deus na história. A misericórdia e a fidelidade diante da aliança triunfariam sobre a ira. Depois do juízo, haveria restauração e a renovação. Israel seria restaurado, as nações que o tinham esmagado seriam por sua vez esmagadas, e as antigas alianças (com Israel com Davi e com os levitas) seriam cumpridas. Deus faria nova aliança com seu povo, pela qual escreveria sua lei no coração dos seus (31.31-34) e assim os consagraria ao seu serviço. A casa de Davi os governaria em retidão, e os sacerdotes fiéis o serviriam. O compromisso de Deus de redimir Israel era tão inabalável quanto à ordem segura da criação (cap. 33).
A mensagem de Jeremias iluminou o horizonte distante, e não apenas o mais próximo. Eram os falsos profetas que proclamavam a paz a uma nação rebelde, como se o Deus da paz de Israel estivesse indiferente diante da infidelidade da nação. Mas o próprio Deus que compeliu Jeremias a censurar o pecado e a decretar a sentença era o mesmo que o autorizava a proclamar que a ira divina tinha limites, o cativeiro seria de 70 anos. Depois viria o perdão, a purificação, e um novo dia em que todas as antigas expectativas, despertadas pelos atos de Deus no passado e por suas promessas e alianças, ainda seriam cumpridas de maneira transcendente em relação a todos as misericórdias de Deus na antiguidade.
Para Jeremias Deus era a realidade suprema. Jeremias atribuía a Deus, a quem servia as mais elevadas características (32.17-25), e o considerava Senhor não somente de Judá, mas também das nações (5.15; 18.7-10).
A mensagem de Jeremias pode ser resumida de acordo com o conteúdo das quatro categorias de oráculos: acusação, julgamento, instrução e consequências. Os oráculos de julgamento se concentram nos capítulos de 5 a 9. A acusação mais importante é que o povo rejeitara o Senhor e adorara outros deuses (2.5 - 3.5). Isso era violação intencional da aliança. Também estão incluídos a obstinação, a injustiça (5.20-31) e o uso inadequado do templo e dos sacrifícios (7.8-31).
Os oráculos de julgamento são mais predominantes no livro que qualquer outro tipo de oráculo. Eles se aplicam a toda nação e, em geral são de natureza política (exílio, destruição, pilhagem). Há grandes semelhanças entre eles e as maldições descritas em Deuteronômio 28.15-68 por causa da desobediência à aliança (Jr 11.8).
Há menos de uma dezena de oráculos de instrução no livro. Essa falta quase total de instrução é comum, pois o povo pertencia à aliança e sabia o que Deus exigia dele. O convite era para retornarem ao Senhor (3.12,13) e mudar de conduta (7.3-7). Jeremias também inclui instruções sobre a supremacia de Deus (10.2-16).
Os oráculos de conseqüências se encontram principalmente nos capítulos de 29 a 33. O propósito desses oráculos é resumido em 29.11; “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais“.   Sua mensagem é que o Senhor traria o povo de Israel de volta do exílio (29.10) e faria uma nova aliança com ele (31.31-34). A cidade seria reconstruída (30.18), o povo retornaria a Deus (29.12-14) e um rei justo descendente de Davi, ascenderia ao trono (33.15-26).
O propósito e a mensagem do livro são resumidos em um versículo, por ocasião do chamado de Jeremias: “Olha, ponho-te neste dia sobre as nações, e sobre os reinos, para arrancares, e para derrubares, e para destruíres, e para arruinares; e também para edificares e para plantares” (1.10).
No sermão de Jeremias na casa do oleiro, ele expõe a política do Senhor para lidar com as nações (18.7-11). Ela é vista na prática não só no livro de Jeremias, mas em todo o Antigo Testamento. Podemos ilustrá-la com uma balança para a nação, com pesos que representam boas obras de um lado e pesos que representam perversidades do outro. No lado perverso, também podemos imaginar um botão sob o prato. Quando a perversidade da nação era bem maior que a justiça, o pecado pressionava o botão, acionando um sinal de alerta que indicava a ordem de juízo divino. (Este conceito é um tema importante no livro de Habacuque e será comentado com mais detalhes no capítulo 35 de Jeremias).
A operação desta metáfora pode ser vista em Gênesis 15.16, quando Abraão descobre que vários séculos passariam antes de ele conhecer a terra, pois a maldade dos amorreus ainda não atingira a medida completa par o juízo de Deus. Também é evidente nas promessas a Ezequias e Josias que o julgamento sobre a nação não aconteceria na sua época (2 Rs 20.16-19; 22.20). É importante para Jeremias e Ezequiel, por contradizer a parábola corrente de que aquela geração sofria pelos pecados de gerações anteriores (Jr 31.29,30; Ez 18).
A metáfora demonstra que somente as gerações que colocavam peso no lado da perversidade podiam criar a ordem de juízo. Mesmo a interrupção mais superficial do pecado podia persuadir Deus a adiar seu julgamento, conforme atesta Jonas no exemplo de Nínive (Jn 3 e 4), e Jeremias afirma isso explicitamente (18.7-11).
Em conclusão, deve-se observar que este sistema se aplica a nações, não a indivíduos, portanto, ele não pode e não deve ser confundido com a salvação por obras. A balança de obras jamais é usada para explicar o modo em que Deus lida com indivíduos, e as diferenças devem ser observadas. As nações não são “salvas” do pecado e não existem para sempre. São tratadas apenas em termos físicos e temporais, e o sistema não pode ser igualado ao destino individual eterno. A graça existe no sistema comprovado pelo caráter longânimo de Deus, e Ele continua a manifestar sua graça, pois não há nada nas Escrituras sugerindo uma mudança na política de Deus lidar com as nações.
A NOVA ALIANÇA
A proclamação da nova aliança, em Jeremias 31, geralmente, é considerada a maior contribuição do profeta à teologia. Para entender sua importância, devemos examinar os termos da nova aliança e como ela se relaciona às outras.
No capítulo sobre Deuteronômio, percebemos o uso do formato de tratado da aliança. Esse formato inclui o prefácio, prólogo histórico, estipulações, cláusula do documento, lista de testemunhas e lista de maldições e bênçãos. Quando o comparamos com a nova aliança em Jeremias, descobrimos que somente a cláusula do documento é discutida. Em vez de ser gravada em pedra, ela foi escrita no coração do homem. Por isso o povo de Deus não teria de aprender a lei, ele a conhecia intrinsecamente. Deve-se notar que os termos da aliança não são explicados, mas apenas o lugar de registro do documento. Deduzimos assim que os termos desta aliança não eram diferentes da aliança em vigor, isto é, a aliança de Abraão estendida e complementada no Sinai e para Davi. Isto se confirmou no contexto imediato, pois a lei foi escrita no coração do povo (31.33) e no contexto próximo pela confirmação da promessa da terra (32.36-44) e da promessa da dinastia estabelecida de Davi (33.15-26).
Logo, o uso da palavra “nova” não deve ser considerada indício de uma aliança totalmente separada e distinta das anteriores, mas uma extensão delas com o acréscimo de novas características e dimensões. Essa nova configuração foi anunciada por Jeremias, mas foi sancionada e colocada em prática quando o meio para cumpri-la estava à mão. Os capítulos de 8 a 10 de Hebreus mostram que Jesus Cristo torna estas condições atingíveis e que a habitação do Espírito Santo realmente realiza o propósito.
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
Jeremias é o maior livro da Bíblia, por conter mais palavras que qualquer outro. Embora vários capítulos tenham sido escritos sobretudo em prosa (cap. 7; 11; 16; 19; 21; 24 - 29; 32 - 45), incluindo-se o apêndice (cap. 52), a maioria das seções tem forma predominante poética. Nenhuma parte das Escrituras é tão elevada e lírica quanto a que se acha na poesia de Jeremias.
A repetição poética era usada por Jeremias com habilidade ímpar (4.23-26; 51.20-23). Ele entendia a eficácia de repetir várias vezes uma expressão marcante. Um exemplo é “guerra, fome e peste”, que se acha em 15 versículos (14.12; 21.7,9; 24.10; 27.8,13; 29.17,18; 32.24,36; 34.17; 38.2; 42.17,22; 44.13).
Assim como Ezequiel, Jeremias muitas vezes recebeu de Deus a ordem de empregar o simbolismo para dramatizar sua mensagem: um cinto podre e inútil (13.1-11), um vaso de barro quebrado (19.1-12), um jugo feito de cordas e madeira (27), pedras grandes num pavimento de tijolos (43.8-9). Valor simbólico há também nas ordens dadas pelo Senhor para que Jeremias não se casasse nem criasse filhos (16.1-4), não entrasse numa casa em que houvesse refeição fúnebre ou festa (16.5-9) e comprasse um campo na sua cidade natal, Anatote (32.6-15). Semelhantemente, o Senhor empregava recursos visuais para transmitir a Jeremias a sua mensagem: o barro do oleiro (18.1-10), duas cestas de figos (24).
FONTES DE PESQUISA:
Panorama do Antigo Testamento, Editora Vida
Bíblia NVI de Estudo
Módulo I de Teologia Da FTB

*Editor do Site

JEREMIAS O PROFETA DA ESPERANÇA

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POR FRANCISCO A. BARBOSA


TEXTO ÁUREO
"Mas o SENHOR me disse: Não digas: Eu sou uma criança; porque, aonde quer que eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar dirás" (Jr 1.7).
- Semelhante a Moisés, Jeremias alega incapacidade e inexperiência (sou uma criança), mas o apoio e a presença de Deus (eu sou contigo) superarão a deficiência do profeta.
VERDADE PRÁTICA
A missão do homem de Deus é inegociável. Ele foi chamado para cuidar dos interesses do Todo-Poderoso, e proclamar com isenção e coragem a sua Palavra.
- O Senhor mostra a sua soberania pelo fato de ter formado, separado e designado Jeremias para ser profeta e porta-voz às nações (Assíria, Babilônia, Egito, Judá e outras).
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Jeremias 1.1-10
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Conhecer a origem sacerdotal do profeta Jeremias;
- Explicar como se deu o chamamento do profeta Jeremias, e
- Conscientizar-se de que somos um povo sacerdotal e profético.
PALAVRA-CHAVE
Vocação
(Latim vocatio, -onis)
1. Inclinação que se sente para alguma coisa; propensão, tendência.
2. Disposição natural do espírito; índole.
3. Inclinação para a vida religiosa.
COMENTÁRIO
(I. INTRODUÇÃO)
Jeremias (do hebraico יִרְמְיָהוּ, Yirmeyahu: - Yah exalta) é o nome de nove personagens do Tanakh(תנ״ך - uma sigla utilizada dentro do judaísmo para denominar seu conjunto principal de livros sagrados, sendo o mais próximo do que se pode chamar de uma Bíblia Judaica. O conteúdo doTanakh é equivalente ao Antigo Testamento, porém,com outra divisão).
Jeremias foi um crítico da conduta do seu povo e com os julgamentos que este sofreu, mediante uma visão de que Israel era a nação de Deus, vinculada a Ele por meio de um pacto e sujeita à sua Lei, o que eles violavam claramente naqueles dias praticando a idolatria, desrespeitando o descanso no dia do sábado e não libertando os escravos no Ano do Jubileu.
As denúncias de Jeremias reivindicavam a atenção dos príncipes e do povo, para que fossem responsáveis pela Lei, a qual violavam constantemente. Suas críticas eram feitas em discursos acalorados em plena praça pública e dirigidos à classe dominante - os sacerdotes, profetas, governantes e a todos aqueles que seguiam o legalismo do "proceder popular".
Sem dúvida alguma teremos neste trimestre mais um assunto vinculado à atualidade da Igreja. Jeremias deve nos inspirar e nos levar a ver que ser cristão é essencialmente ter um relacionamento moral e espiritual com Deus, um relacionamento que requer a devoção de cada indivíduo.
Que o Senhor inspirou o Pr Claudionor Correa de Andrade, um dos principais teólogos pentecostais brasileiros, para escrever esta preciosa lição, não temos dúvida, a CPAD foi muito feliz com este currículo, e nós, alunos da EBD, fomos abençoados com mais este tema vibrante e instigante. Estudemos então sobre este introvertido profeta!
(II. DESENVOLVIMENTO)
I. A ORIGEM SACERDOTAL DO PROFETA JEREMIAS
JEREMIAS iniciou seu ministério no reinado de JOSIAS,um rei bom que fez com que o Senhor adiasse temporariamente o juízo prometido em castigo aos desmandos de Manassés. Nasceu em ANATOTE, atual ANATA, aldeia 6 km a nordeste de Jerusalém (mesmo lugar onde foi exilado , por Salomão, o sacerdote Abiatar- 1Rs 2.26-27), entre 650 e 640 a.C. Era filho do sacerdote Helcias, da casa de Eli. Talvez descendesse de Abiatar (o que foi exilado por Salomão), chefe dos levitas em Jerusalém na época do rei Davi. Jeremias é um dos nove personagens chamados por este nome encontrados no Tanakh.
História segundo a tradição:
O pai de Jeremias, Hilquias, não era o sumo sacerdote que levava este nome, da linhagem de Eleazar, provavelmente era da linhagem de Itamar e possivelmente descendeu de Abiatar, o sacerdote que o Rei Salomão despediu do serviço sacerdotal. - 1Rs 2:26, 27.
Teria sido chamado a ser profeta quando era rapaz, em 647 a.C., no 13º ano do reinado do rei Josias, de Judá (659-629 a.C.). Demonstrou receio ao assumir tal tarefa. Jeremias era pesquisador e historiador, além de profeta. Seu ministério continuou até pouco tempo depois da queda de Jerusalém em 586 a.C. Jeremias exerceu seu ministério profético durante um dos períodos mais críticos da história do povo de Deus. SINOPSE DO TÓPICO (1)
II. A VOCAÇÃO DE JEREMIAS
1. O jovem Jeremias. Deus mostra a sua soberania pelo fato de ter formado, separado e dado Jeremias para ser Seu profeta e porta-voz quando este ainda era moço. Não há indícios de que fosse criança, a expressão usada (sou uma criança), semelhante a Moisés, alega incapacidade e inexperiência, não devemos entendê-la literalmente – referindo-se à idade do profeta. A seqüência da perícope nos leva a entender que Jeremias tentou esquivar-se de sua vocação, mas YAWEH promete-lhe apoio e Sua presença (eu sou contigo) para superar a alegada deficiência do profeta.
2. O chamamento de Jeremias. “conhecer”, da parte do Senhor equivale a escolher e predestinar (Am 3,2), “Consagrar” indica mais separação para o ministério profético do que santificação interior. Profetizou durante um período de quarenta anos, até o exílio babilônico do povo de Judá. Durante esse período, a palavra do Senhor veio a ele por repetidas vezes. Quando Deus chama alguém para um trabalho especial, Ele capacita para isso. A exemplo do profeta, nós costumamos também listar problemas, deficiências, fraquezas e limitações. Resta-nos entender que Deus não nos chama para um trabalho sem que nos capacite e nos ajude na execução dele. ‘A vida pessoal desse profeta é mais conhecida do que a de qualquer outro profeta porque ele nos deixou muitas marcas de seus pensamentos, preocupações e frustrações (Introdução ao Livro de Jeremias, Bíblia de Estudo Plenitude – SBB)
3. A incapacidade de Jeremias. Querer recusar sua vocação parece um ato de falta de fé daquele profeta, mas quando nos aprofundamos nos seus pensamentos, preocupações e perturbações, nos apercebemos de quão pesada foi a sua carga. Jeremias recebeu a ordem de não se casar ou ter filhos para ilustrar a sua mensagem: o extermínio da próxima geração. Tinha poucos amigos, seu mais chegado amigo foi o seu escriba Baruque e ao que parece, são qualificados como amigos apenas Aicão e seu filho Gedalias e Ebede-Meleque, isso pelo peso de sua mensagem de ruína e possível conselho à rendição aos babilônios. Seu ministério aconteceu num dos períodos mais conturbados da história de Israel, enfrentou a elite governante pregou contra a esperança do povo. É razoável seu medo em assumir sua vocação tendo alegado ser incapaz. Jeremias recebeu da parte do Senhor uma grande missão: profetizar às nações. SINOPSE DO TÓPICO (2)
III. O ESTADO CIVIL DE JEREMIAS
Próximo à idade de se casar, Deus proibiu Jeremias de fazê-lo (16.1-4). SINOPSE DO TÓPICO (3)Por qual motivo o Senhor determinou ao profeta que não casasse e gerasse filhos? Jeremias não é proibido tão somente de tomar esposa para si mas também de participar de qualquer outra atividade normal, como um sinal do julgamento vindouro: não gerar filhos era o sinal de que não havia futuro imediato para Judá.
IV. A POSTURA PROFÉTICA DE JEREMIAS
No tempo de Josias,1período de sua atuação, Jeremias proclamou um julgamento contra Israel por causa de sua infidelidade a YAHWEH e sua adesão a outros deuses, especialmente os deuses que garantiam a fertilidade da natureza, os chamados baalim. Conta-nos Jr 26.1-24 que Jeremias quase morre por fazer tal denúncia. Aos olhos dos sacerdotes e profetas, Jeremias cometera duas blasfêmias: falara em nome de YAHWEH e falara contra a casa de YAHWEH. Perante o tribunal a que é levado, ele, porém, confirma suas palavras e só não morre porque alguém se lembrou do profeta Miquéias, que, um século antes, pregara destino parecido para o Templo e para a cidade e nada sofrera. Em inflamados discursos em praça pública, denuncia o governo de Joaquim como ganancioso, assassino e violento (Jr 22.13-19), um dos mais duros oráculos proféticos já pronunciados contra um rei. Jeremias compara Joaquim ao seu pai Josias e denuncia o rei como contrário a YAHWEH, pois não cumpre sua função real de exercer a justiça e o direito e de proteger os mais fracos. No começo de seu governo, Joaquim preocupa-se em construir um novo palácio - ou um anexo ao antigo - exatamente no momento em que a crise econômica se agravava. Dependente do Egito, a quem pagava tributo, colocou a população para trabalhar de graça na construção. Jeremias vai dizer ao rei que ele, quando morrer, nem merece ser sepultado, mas como um jumento deverá ser jogado para fora das muralhas de Jerusalém, pois, ao contrário de seu pai, Joaquim "não conhece YAHWEH". Foi proibido de adentrar ao Templo porque, segundo Jr 19.14-20.6, possivelmente por volta de 605 a.C., quando Nabucodonosor venceu o faraó Neco II e ameaçou Judá, o profeta foi ao pátio do Templo e anunciou a destruição de Jerusalém. Acabou preso por Fassur, chefe da guarda do Templo, surrado e colocado no tronco por uma noite. Depois disso, foi-lhe proibida, segundo Jr 36.5, a entrada no Templo. Sem poder ir até o povo, convoca o escriba Baruque e dita-lhe os oráculos de julgamento contra a nação. Este episódio da primeira escrita do livro, narrado em Jr 36.1-32, aconteceu no quarto ano do governo de Joaquim,em 605 a.C. No ano seguinte, em dezembro de 604 a.C. Jeremias manda Baruque ler o rolo no Templo. O momento é dramático: Nabucodonosor atacava, então, a cidade filistéia de Ascalon, vizinha de Judá. Por isso, talvez, Jeremias, tenha acreditado ter soado a hora da verdade para Judá. O "inimigo do norte" está às portas. Ou conversão ou destruição, alerta o profeta. Os profetas da época não compartilhavam dos mesmos pensamentos. Acreditam alguns especialistas que talvez o fato mais desorientador para Jeremias nesta época era a análise errada da situação feita por pessoas que se apresentavam para falar em nome de YAWEH como seus profetas. Por isso, em Jr 14.13-16 e Jr 23.13-40 podemos ver como Jeremias luta para desmascarar os pseudo-profetas que, falando em seu próprio interesse, "fortalecem as mãos dos perversos, para que ninguém se converta de sua maldade", que seduzem o povo com suas mentiras e seus enganos, roubando um do outro a palavra de YAWEH. Jeremias conclui que dos profetas de Jerusalém saiu a impiedade para todo o país. Jeremias não era populista nem popular; não era obcecado por índices de aceitação. Seu objetivo era agradar ao Senhor. SINOPSE DO TÓPICO (4)
(III. CONCLUSÃO)
Fica fácil compreendermos a hesitação de Jeremias em aceitar sua vocação. Seu ministério aconteceu em uma época conturbada no mundo de então, com as superpotências Egito e Babilônia disputando o poder mundial. O pano de fundo para seu ministério foi o fracasso da reforma impetrada por Josias na tentativa de provocar um grande impacto na vida do povo, plano que sucumbiu mediante a retomada dos maléficos atos de Manassés por seus sucessores. Jeremias foi chamado e capacitado para uma tarefa árdua, seu titubear não foi causa para o Senhor passar dele essa missão, mas comprovou não apenas ao profeta, mas a todos nós, que o Senhor quando chama, ele dá as ferramentas e a capacidade para desempenhar o papel recebido. Vocacionado, capacitado e enviado por Deus: em Sua soberania Deus chama mesmo antes de nascer e não há como fugir, Ele prepara tudo e supre as necessidades para a jornada. Não obstante, temos contemplado alguns hoje que ‘constroem’ a sua própria chamada através dos conchavos políticos, apadrinhamentos e amizades, contudo, seus ‘ministérios’ não estão alicerçados na Rocha e servem apenas para constrangimento da Obra e impõem sofrimentos ao rebanho e escândalo ao redil. Nossa oração ao Senhor deve ser em busca da Sua misericórdia, suplicar para que sejam levantados muitos ‘Jeremias’ em nossa geração, líderes corajosos e intrépidos no combate à promiscuidade espiritual de nossos dias, ainda que chorando, para o bem do evangelho em nossa pátria! A CPAD foi muito feliz com mais este trimestre que com toda certeza, conscientizará a muitos crentes – ao menos os alunos da EBD - de que o nosso compromisso é, sobretudo, com Deus, e a nossa motivação principal deve ser a pregação da verdade, haja o que houver. "Como Jeremias, coloque sua confiança em Deus para ir adiante de você, sossegue os seus medos e use o poder de Deus para tornar as suas limitações em possibilidades ilimitadas". Jim George REFLEXÃO
APLICAÇÃO PESSOAL
A narrativa a respeito de Jeremias apresenta o retrato de um grande homem de Deus. Contudo, não foi nenhum super-homem nem representou o ideal estóico de alguém que permitia que os embates da vida o fustigassem sem afetá-lo. Ao contrário, Jeremias foi uma pessoa real, de personalidade complexa, que não obstante, permaneceu fiel ao seu chamado e ao seu Senhor. Jeremias foi um profeta admirável. A sua coragem ante a pergunta do mau rei Zedequias (Há uma palavra do Senhor?) é exemplar. Quem hoje, ousaria e seria fiel a Deus, a ponto de dizer ao rei: "Serás entregue na mão do rei de Babilônia"? Mesmo sabendo que seria lançado outra vez no calabouço (Jr 37).
Ele experimentou medo e desespero, alegria e louvor. Chamado de ‘profeta chorão’, sofreu com o pecado de Judá e com o juízo determinado por YAWEH. Em sua época, nenhum dos profetas o acompanharam. Acreditam alguns especialistas que talvez o fato mais desorientador para Jeremias era a análise errada da situação feita por pessoas que se apresentavam para falar em nome de YAHWEH como seus profetas. (Que coincidência com a época atual!). Por isso, em Jr 14.13-16 e Jr 23.13-40 podemos ver como Jeremias luta para desmascarar os pseudo-profetas que, falando em seu próprio interesse (hum....), "fortalecem as mãos dos perversos, para que ninguém se converta de sua maldade", que seduzem o povo com suas mentiras e seus enganos, roubando um do outro a palavra de YAHWEH. Jeremias facilmente conclui que a decadência espiritual de Judá tem sua origem nos pseudo-profetas. De fraco a forte, de inexperiente a intrépido pregador, que mudança radical! Deus tem um chamado para cada um de nós, Ele espera que aceitemos sem temor nossa nomeação de porta-vozes d’Ele e anunciemos: “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23). O jovem profeta de ANATOTE, chamado para o ministério por meio de uma visão, ainda em sua mocidade – talvez aos 24 anos - sem experiência para falar aos homens de Deus, teve seus lábios ungidos para falar às gentes e aos reinos para arrancar e destruir, para arruinar e dissipar, e para edificar e plantar.
As hostilidades que começaram em ANATOTE, generalizaram-se por todo o reino - Estado e Nação (Cap. 18.18-23 ). Até mesmo seus amigos íntimos armavam ciladas, para que pudessem acusá-lo de traição. Não obstante, manteve-se fiel ao seu chamado e prosseguiu denunciando a corrupção generalizada e o descompromisso da classe sacerdotal para com YAWEH. Serve-nos de exemplo denodado, como o profeta, não podemos permanecer calados anti os desmandos da atualidade. Cada um de nós deve permanecer no seu chamado, na sua vocação. Politicamente, como vimos o profeta perdeu, mas espiritualmente obteve retumbante vitória. Não devemos temer os pseudo-profetas da atualidade, mas como Jeremias, coloquemos nossa confiança em Deus para ir adiante de nós, sosseguemos os nossos medos e usemos o poder de Deus para tornar nossas limitações em possibilidades ilimitadas. PENSE NISSO!
N’Ele, que me chama e capacita,
Francisco A Barbosa
assis.barbosa@bol.com.br
BIBLIOGRAFIA PESQUISADA
- Bíblia de Jerusalém, Paulus;
- Bíblia de Estudo Genebra, Ed Cultura Cristã – SBB;
- Imagem: http://www.cpad.com.br

EXERCÍCIOS
RESPONDA
1. Qual a origem de Jeremias?
R. Nascido em Anatote, filho de Hilquias.
2. Como se deu a vocação de Jeremias?
R. O profeta foi vocacionado por Deus por Deus ainda na flor de seus dias.
3. Qual o estado civil de Jeremias?
R. Solteiro, por determinação de Deus.
4. Qual a postura profética de Jeremias?
R. Jeremias não estava preocupado em agradar ao povo, mas a Deus, que o vocacionou e chamou para sua obra.
5. Sendo a voz profética de Deus, como deve agir a Igreja de Cristo?
R. A Igreja deve pregar o evangelho completo a toda a criatura, em toda a parte.
(BOA AULA!)

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