segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A GLÓRIA DAS DUAS ALIANÇAS



INTRODUÇÃO

POR FRANCISCO A. BARBOSA



A igreja em Corinto era uma operação da graça divina realizada através do apostolado de Paulo e seus companheiros, verdadeiros instrumentos nas mãos de Deus. Paulo tinha total confiança na autenticidae de seu inistério e que os crentes corintios eram ‘carta de recomendação’, que testificavam dessa auteenticidade. Paulo não confiava em si mesmo, mas por intermédio de Cristo. Todo poder e habiliade procedem de Deus, e não de nós mesmos.
É certo que não havia a necessidade de apresentações de Paulo àquela que foi iniciada por ele mesmo na casa de Tício Justo, a primeira casa da igreja corintia; este Tito era cidadão romano que aderira à fé cristã numa das pregações de Paulo na sinagoga durante a primavera do ano 50 d.C., permanecendo na cidade, inicialmente, por 18 meses (At 18.1,8-11). Os irmãos reuniam-se em casas particulares como a de Tito Justo (ele pode ter sido o Gaio de Rm 16.23, que foi batizado por Paulo (1Co 1.1) Gaio pode ter sido um terceiro nome usado antes de Ticio Justo). Paulo deparou-se com uma forte oposição, que colocava em dúvidas a legitimidade de seu ministério. Esse é justamente o objetivo de Paulo nessa Epístola: a defesa do seu apostolado. O versículo-chave que expressa esse intento se encontra em 2Co. 4.7: “Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor, e a nós mesmos como vossos servos por amor de Jesus Cristo”.

I. PAULO JUSTIFICA SUA AUTORRECOMENDAÇÃO (3.1,2)

1. A recomendação requerida (3.1). O versículo do sub-ítem apresenta duas perguntas cuja resposta é ‘não’. Paulo não rejeita de modo geral as cartas de recomendação como se defere de perícopes como At 18.27; 1Co 16.10-11, mas ao que nos parece, a oposição que se levantou contra seu apostolado tinham apresentado cartas à igreja de Corinto das quais não eram dignos. Paulo mostra que sua carta era muito melhor, porquanto consistia na vida dos crentes daquela igreja

2. Paulo defende sua autorrecomendação (3.1). Todos em Corinto sabiam que Paulo, mesmo não tendo sido um dos doze que estiveram com Jesus, recebera um chamado de Cristo para ser apóstolo. Seu testemunho pessoal era a prova concreta de que não lhe era necessário nenhuma recomendação. Seus sofrimentos por Cristo evidenciavam seu apostolado entre os gentios e, especialmente, em Corinto, dispensando, portanto, qualquer tipo de recomendação por escrito. No texto de 2 Coríntios 5.11, o apóstolo Paulo faz uma defesa de sua atitude dizendo que "o temor que se deve ao Senhor" lhe dava condições de se autorrecomendar, porque a sua vida e ministério eram manifestos na consciência de cada um daqueles crentes. A atitude paulina não tinha por objetivo ofender a ninguém, mas baseava-se na confiança do conhecimento que os coríntios tinham da sua pessoa e ministério.

3. A mútua e melhor recomendação (3.1). Ao invés de chegar a um consenso em relação aos problemas da igreja, Paulo é rejeitado por alguns crentes de Corinto. Tais pessoas acusam-no de leviandade (2Co. 1.15), de não ter carta de recomendação (2Co. 3.1), de dar motivo de escândalo (2Co. 5.11; 6.3-4); de se beneficiar pessoalmente das ofertas (2Co. 7.2; 12.16), de usar sua oratória em benefício pessoal (2Co. 10.10; 11.6), questionam especificamente o apostolado de Paulo. Paulo apela para uma reciprocidade que havia entre ele e a igreja, a qual dispensava a recomendação de Jerusalém requerida por alguns opositores do seu ministério Paulo, mesmo não tendo sido um dos doze que estiveram com Jesus, recebera um chamado de Cristo para ser apóstolo. Seu testemunho pessoal era a prova concreta de que não lhe era necessário nenhuma recomendação.


II. A CONFIANÇA DA NOVA ALIANÇA (3.4-11)

1. A suficiência que vem de Deus. “Eu, porem, por minha vida, tomo a Deus por testemunha de que, para vos poupar, não tornei ainda a Corinto;" Paulo presta aqui um juramento solene para persuadir os crentes de Corinto quanto à sua veracidade. É como se o apóstolo estivesse dizendo: ‘Se não estou dizendo a verdade, peço a Deus que me tire a vida’. Em sua próxima visita, ele chegaria com a autoridade e o poder do Senhor, e ele queria dar-lhes oportunidade de se arrependerem. Esse foi o motivo pelo qual ele tinha alterado os seus planos e não voltou a Corinto antes de partir para a Macedônia. Essa alteração não ocorrera por vacilação mundana ou por covardia, conforme seus opositores estavam afirmando. Agora Paulo passa a usar a figura metafórica da lei escrita em tábuas de pedra, pelo próprio Deus e traça uma comparação com a graça e sua superioridade, porque veio mediante a pessoa de Jesus Cristo, que consumou todas as coisas do Antigo Pacto, em um único ato sacrificial (Hb 7.27; 12.24; 1 Pe 1.2). A razão por que a nova aliança supera a antiga é que a última era somente por um tempo e para um lugar – a Palestina, e para um povo – o judeu; a nova aliança é para o tempo todo, para todas as nações e para todas as nações.



2. A distinção entre as duas Alianças (3.6). Nas Escrituras, as alianças são acordos solenes, negociados ou impostos unilateralmente, que ligam as partes umas às outras em relações permanentes, definidas, com promessas específicas, com reivindicações e obrigações de ambos os lados. A nova aliança contrasta com a antiga visto que a nova não pode ser quebrada como foi a antiga (Jr 31.32; Hb 8. 7-8). A morte de Cristo inaugurou a nova aliança e trouxe redenção da anátema que estava sobre os transgressores da antiga aliança. A Antiga Aliança era da "letra": gravado com letras em pedras (2 Co 3.7). A Nova Aliança é do "Espírito", e ministrada por Ele (v.8). A Antiga Aliança era de condenação; a nova é de justiça e salvação (v.9). O Antigo Pacto veio por Moisés; o novo veio por Cristo (At 20.28; Hb 9.12; 7.27; 12.24).

3. A "letra" que mata (3.6). As palavras escritas da lei do Antigo Testamento sozinhas condenavam aqueles que não obedeciam, não lhes dando vida. A lei requeria obediência perfeita, mas não dava poder para isso. A afirmar que essa vida não provém da ‘letra’ Paulo não quer dar a entender que na antiga aliança não havia vida espiritual, mas que a lei escrita não produzia vida no crente. O espírito Santo, sob a nova aliança, produz vida com abundancia, em medida muito maior do que fazia sob a antiga aliança. A Antiga Aliança era de condenação; a Nova é de justiça e salvação (v.9). A Antiga Aliança veio por Moisés; a Nova veio por Cristo (At 20.28; Hb 9.12; 7.27; 12.24).

III. A GLÓRIA DA NOVA ALIANÇA (3.7-18)

1. A superioridade da Nova Aliança sobre a Antiga Aliança (3.7-12). As palavras escritas na lei da antiga aliança condenavam os que não as cumpriam cabalmente,não lhes dava vida. A antiga aliança não deixava de ter glória, embora tivesse sido escrita em tábuas de pedra, já a nova aliança deveria ser gravada nas tábuas do coração, sendo mais bela, mais poderosa e mais íntima. A glória da Primeira Aliança revelou o ministério da morte, porque condenava e amaldiçoava todo aquele que não cumpria a lei, mas a glória da Segunda Aliança revelou o ministério da vida e da graça de Deus. Por isso, a glória do Evangelho é superior à da lei.


2. A glória com rostos desvendados (3.13-16). Alguns têm pensado que o véu que Moisés usava sobre o rosto visava proteger os israelitas de serem prejudicados ou de ficarem asustados com seu resplendor. Na realidade a finalidade desse véu era impedi-los de ver que a glória estava desaparecendo, por causa do caráter temporário e inadequado da antiga aliança. Contrastando com esse quadro, Paulo não necessitava de nenhum véu, pois a glória da nova aliança nunca desvanecerá, porque Cristo a revelou no Calvário. Trata-se da liberdade que temos mediante a obra expiatória de Cristo.


3. A liberdade do Espírito e a nossa permanente transformação (3.17,18). Hoje podemos desfrutar de uma experiência comum aos crentes da nova aliança: a liberdade do Espírito e a nossa própria transformação. A liberdade do Espírito livrou-nos da escravidão que era para a morte, pecado e esforço inútil de obedecer à lei pela nossa própria capacidade, nos libertou das amarras das tradições religiosas, que nos impediam de um relacionamento direto com o Senhor. Tal relacionamento nos conduzirá ao longo da vida, a nos tornarmos cada vez mais parecidos com Cristo, numa transformação moral e espiritual de ‘glória em glória’,, estamos sendo progressivamente restaurados a uma possessão cada vez maior da imagem de Deus, imagem corrompida na queda.






CONCLUSÃO

"Ao unir-se com seus irmãos em Cristo para perseguir um objetivo comum, você realiza muito mais do que faria sozinho". (Evelyn Christenson ). Quanto mais de perto seguirmos a Cristo, mais parecidos com Ele nos tornaremos. (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal). Paulo tinha ousadia na pregação do evangelho, gastando sua vida nesse negócio, pois tinha essa esperança, visto que o ministério da nova aliança, no poder do Espírito Santo, é tão excelente e poderoso. Confiante, Paulo se põe de pé diante do povo com o ‘rosto desvendado’, sabedor de que a glória da nova aliança jamais se desvanecerá. Quão intrépidos precisamos ser para de igual modo nos pormos de pé diante do mundo, refletindo em nós mesmos a glória de Cristo, glória que vai aumentando cada vez mais, conforme somos transformados na semelhança de Cristo, aquela glória interior, mediante a presença do Espírito de Cristo em cada um de nós.


APLICAÇÃO PESSOAL


Paulo argumenta não que o Antigo Concerto não possuía 'glória', mas que a glória do Novo Concerto supera aquela do Antigo. Ao falar sobre isto, Paulo fixa nossa atenção em como a glória de Deus é exibida em sua vinda para estar com seu povo sob o Antigo Concerto e sob o Novo. Esta é a essência do ministério do Novo Concerto: Deus exibe sua glória por meio de sua presença dentro do crente. Essa é a nova vida em Cristo. Nessa nova vida o Espírito Santo escreve a lei de Deus em nossos corações conferindo-nos amor e poder para caminharmos ao longo de nossa vida em direção a nossa transformação na mesma glória de Cristo. Essa transformação é moral e espiritual, efetuada pelo Espírito Santo que nos conduz progressivamente à restauração daquela possessão cada vez maior da imagem de Deus que tínhamos antes da queda.
A Nova Aliança é a melhor solução que Deus nos deu para a rebelião humana. Recebemos a Nova Aliança através da morte de Jesus Cristo. O próprio Jesus, como a substancia daquilo que foi prometido, e como possuidor de uma indestrutível vida ressurreta, é a nossa garantia de uma nova e melhor aliança. Em última análise, o alvo desta aliança é teocêntrico, não apenas nos livra do medo do juízo, mas nos qualifica para servir ao Senhor de modo agradável. Então, como Paulo, somos convidados a nos gastarmos na obra do Senhor, confiando na gloria da nova aliança e naquele que nos alistou para este embate triunfal, cujo alvo já vislumbramos: nossa transformação moral e espiritual, de glória em glória, à semelhança de Cristo.














N’Ele, cuja luz devo refletir,



Francisco A Barbosa
Assis.barbosa@bol.com.br





BIBLIOGRAFIA PESQUISADA

- Dicionário VINE, CPAD.

- Bíblia de Estudo Pentecostal, Rio de Janeiro: CPAD

- Comentário Bíblico Matthew Henri, p.968. Rio de Janeiro: CPAD

- Bíblia de Estudo DAKE, CPAD-Ed Atos

- Bíblia de Jerusalém, ( edição brasileira 1981) Editora Paulus


BOA AULA!

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