quinta-feira, 25 de junho de 2009

BASES BÍBLICAS NO ENSINO

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BASES BÍBLICAS DO ENSINO

EDUCAÇÃO CRISTÃ ORDENADA: a palavra ensinar é repetida mais de 200 vezes na Bíblia. Exemplos: Deuteronômio capítulo 4.versos: 1,5 e 10, Deuteronômio capítulo 6, verso 1.

Especificamente, o ensino foi ordenado por Cristo em Mateus 28.19-20.

A "Grande Comissão" dada à Igreja não envolve apenas a proclamação das boas novas (evangelismo). Os ensinos (doutrinas) precisam ser apresentados ao povo, para edificação e afastamento das heresias (erros): Romanos 15.4, Colossenses 1.28, 1 Timóteo 4.11.

O próprio ministério de Jesus foi, em grande parte, voltado ao ensino: Mateus 5.2, 7.29, 9.35, Lucas 4.15, etc.

Os primeiros cristãos foram zelosos no ensino: Atos 5.42.

As bênçãos decorrentes do ensino da Palavra de Deus são expressas em João 5.39, Romanos 15.4, Salmo 119.105, 2 Timóteo 3.14-17, Apocalipse 1.3.

ENSINO BÍBLICO ÀS CRIANÇAS

O ensino bíblico não deve ser ministrado somente a jovens e adultos. Há vários exemplos bíblicos da ênfase de ensinar a criança dentro da Palavra de Deus: Provérbios 22.6, Deuteronômio 6.7, Mateus 19.13-14, 1 Timóteo 3.14-15.

A base da personalidade é formada logo nos primeiros anos de vida. Assim como a criança está aberta para conhecer a Jesus, ela também está para o mal. As crianças sempre foram alvos do diabo, pois ele sabe a importância de investir nesta fase da vida do ser humano.

Temos a impressão que nossas crianças estão precoces, que a inocência está acabando mais cedo. O inimigo tem usado a mídia como forte aliado para destruir a infância. Sabemos que nunca será fácil, as pressões sempre serão grandes, mas “maior é o que está em vós, do que aquele que está no mundo” (1 João 4.4)

Diante disso e muito mais conclui-se que o evangelismo e o ensino bíblico deveriam ser prioridade nas igrejas. Todos precisam de Cristo, começando pelas crianças, Jesus nos ordenou isso:

“Vão e façam discípulos de todas as nações... ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei” (Mateus 28.19-20).

Quem deve evangelizar ou ensinar as crianças?

A responsabilidade é de todos nós cristãos, de alguma forma, todos tem contato com crianças. Assim como nos preocupamos com o físico e o emocional delas, também devemos nos preocupar com o espiritual. Não é necessário nenhum dom especial basta amá-las, orar, ser exemplo.

Porque devemos evangelizá-las e ensiná-las? Porque o futuro da Igreja e do país está em Suas mãos. Elas serão os líderes de amanhã!

“Uma verdade colocada no coração de uma criança irá frutificar no presente e no futuro. Aquela criança que ouve a voz gentil de seu professor pode virar um Lutero e ajudar o mundo com sua proclamação veemente da verdade. Que nenhum homem despreze as crianças ou pense que são insignificantes. Eu reivindico o lugar da frente para elas. Elas são o futuro do mundo. O passado já se foi e não podemos alterá-lo. Até mesmo o presente já se foi à medida que o vivemos... As crianças precisam do evangelho, o evangelho todo, o evangelho inalterado. Elas devem tê-lo, e se forem ensinadas acerca do Espírito de Deus serão tão capazes de recebê-lo quanto pessoas maduras. Ensine os pequeninos que Jesus morreu, o justo pelos injustos, para nos levar até Deus. Coragem; o Deus que salvou tantas de Suas crianças ainda irá salvar muitas delas, e devemos ter grande alegria a medida que virmos centenas sendo levadas a Cristo.” (Charles Spurgeon)

Invista tempo nessa terra fértil com o melhor que você pode oferecer: a Verdade de Jesus Cristo que está na Bíblia. Ensine as crianças ao seu redor a amar a Palavra de Deus e contemple o belo crescimento de um servo de Deus.

fonte: http://www.ebdonline.com.br/

AMOR, A VIRTUDE SUPREMA - CPAD

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Leitura Bíblica em Classe
1 Coríntios 13.1-8,13

Introdução:

I. A excelência do amor cristão

II. Características do amor de Deus no crente

III. O alcance do amor cristão

Conclusão:

Palavras-chave: Dons espirituais, amor de Deus, amor cristão

O livro I e II Coríntios - Os problemas da igreja e suas soluções, escrito por Stanley Horton e publicado pela CPAD, apresenta-nos uma divisão bastante interessante do capítulo 13 da primeira carta de Paulo a esta igreja.

1. A necessidade do amor (13.1-3)

O contraste neste capítulo é entre os dons espirituais sem amor e os dons espirituais com amor. Paulo já mostrou que o amor é visto em ação, especialmente no dom de Deus: Jesus e sua morte na cruz. Mas Paulo não degrada os dons, nem diz que o amor é melhor que os dons. ‘O ponto é que sem amor os melhores dons perdem sua apropriada eficácia, valor e recompensa.’ Paulo apresenta isto com sete exemplos do ministério espiritual valorizados pelos coríntios.

As línguas eram tão altamente valorizadas que alguns pensavam que eles falavam em ‘línguas […] dos anjos’ (ou esta pode ser uma figura de linguagem que Paulo usa para indicar a alta consideração dos coríntios para com as línguas). Mas, quer sejam línguas humanas ou angelicais, sem amor tais línguas não tinham mais efeito que ‘o metal que soa ou […] o sino que tine.’ Eles chamam a atenção, e isso é tudo. Assim, as línguas sem amor podem chamar a atenção, mas não contribuem para a adoração genuína.

Em Corinto, as línguas não estavam trazendo edificação nem sequer aos indivíduos que as falavam, porque a falta de amor dos coríntios os ‘fazia tolerar, ou endossar, a sexualidade ilícita, a cobiça e a idolatria (1 Co 5.9,10; fato ilustrado em 1 Co 5.1-5; 6.1-11; 6.12-20; 8.1; 10.22)’. […]
2. A natureza do amor (13.4-7)

Considerando que a palavra ‘amor’ é usada em tantos contextos diferentes, Paulo identifica doze características que descrevem o tipo de amor necessário na busca e manifestação dos dons espirituais.

O amor é sofredor (paciente) para com as pessoas que nos provocam ou ferem. Não permite que surjam ressentimentos, mesmo quando os males assolam. Ele caminha a segunda milha, oferece a outra face, suporta o insulto, é paciente com os que discordam, ou escarnecem, ou zombam (Mt 5.39,41). […]

O amor não pára com uma mera paciência que tolera aqueles que amontoam abuso sobre abuso. É ativamente gentil, vence o mal com o bem (cf. Lc 6.27; Rm 12.21), procura o que pode fazer pelos outros, põe-se a serviço dos outros, encoraja os outros a falar e ministrar (cf. 1 Co 14.30,31).

O amor não é invejoso, nunca tem ciúmes, nunca expressa má vontade, malícia ou mau humor. Seu coração é muito grande para se ocupar com insignificâncias, ou rivalidade, ou competição provocadas por ciúme. […]

O amor não trata com leviandade, nunca é fanfarrão, mas é verdadeiramente humilde. Nunca se exibe, nunca ostenta suas próprias virtudes, nunca mostra orgulho em ser usado com os dons, nunca chama atenção para si. […]

O amor não se ensoberbece, não é orgulhoso, inchado ou convencido, nem é ávido por honra. Não é como algumas pessoas que fazem um espetáculo para mostrar que são humildes, mas interiormente sentem o quanto são importantes. Não ‘se assenhoreia’ dos menos afortunados, nem trata os outros como inferiores. Nunca é enfatuado, arrogante ou despótico. Nunca exige seus direitos, nem ente reconhecimento que lhe é devido por fiéis serviços prestados (veja Mt 20.26-28; Lc 17.7-10).

O amor nunca se porta com indecência, desonra ou vergonhosamente; nunca é rude ou impróprio. Jesus era um perfeito cavalheiro. O seu amor sempre é atencioso, cortês e gentil; nunca é grosso ou vulgar. O amor nunca envergonha, fere ou humilha o outro, mas é sempre amável. […]

O amor não busca os seus interesses, nunca é egoísta, cobiçoso ou avaro. Deus tanto amou que Ele deu (Jo 3.16). O mesmo amor divino nos fará mais interessado em dar do que receber. Procura o bem dos outros. Não exige que as coisas sejam feitas do seu jeito, mas aceita a liderança dada por Deus (cf. 1 Co 14.37).

O amor não se irrita. O amor não se enfurece, pouco importando as circunstâncias. Qualquer irritabilidade que surge vem de uma fonte diferente. Mas o amor mantém a vitória mesmo quando tudo parece dar errado.

O amor não suspeita mal, não mantém um registro dos erros. Não está atento ao mal que lhe é feito, antes não toma nota disso. Sempre perdoa e nunca guarda rancor. Nunca lembra as pessoas de palavras nocivas ou danos ditos ou feitos no passado.

O amor não folga com a injustiça, com o mal, nem com a queda ou infortúnios dos outros. O amor nunca diz “Eu te disse” ou “Bem feito”. Nem desenterra os pecados do passado ou deseja expor ou ridicularizar os erros dos outros. […]

O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Sempre defende, sempre confia, sempre tem esperança, sempre persevera. Nunca se rende, tolera. É obediente, fiel, confiante e esperançoso. Suporta a pressão com fé e esperança ousadas. Vê onde é preciso ajuda e se coloca sob a carga sem que lhe seja pedido ou implorado. Fornece coragem sincera aos outros. […]

3. A prioridade do amor (13.8-13)

Amor como este nunca falha (gr. Piptai, ‘cai’), acaba ou se anula. As profecias ‘serão aniquiladas’ (gr. Katargethesontai, ‘suprimidas’, ‘extinguidas’, palavra diferente de amor ‘que falha’). As línguas ‘cessarão’, serão silenciadas ou acabarão (gr. Pausontai, outra palavra diferente). O dom espiritual da palavra da ciência também desaparecerá, cessará.

Quando? Não hoje quando todos os dons são tão necessários para edificar os crentes, mas quando ‘o que é perfeito’, ou completo, vier. ‘Quando vier o que é perfeito’ se refere à perfeição que Jesus trará quando Ele voltar outra vez e recebermos nosso novo imortal e incorruptível (1 Co 15.53,54) e entrarmos nas bênçãos milenares. Até então estaremos sujeitos às nossas limitações presentes (Rm 8.18-25).

Publicado no site da CPAD

AMOR, A VIRTUDE SUPREMA

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A MAIOR DE TODAS AS GRAÇAS ESPIRITUAIS – (13.1-13)

Isaías de Jesus

No NT, a palavra para amor (que em algumas traduções é expressa como caridade) é agape. Embora esse termo não fosse comum antes do nascimento da igreja cristã, ele já era conhecido. A Septuaginta (LXX) usa freqüentemente essa palavra e ela foi adotada pelos cristãos do primeiro século para designar um amor diferente tanto de eros (amor egoísta e ligado aos desejos), como de philia (simpatia natural, ou amizade).

Ágape é um amor que está em completa harmonia com o caráter da pessoa que o exprime. Dessa forma, no NT a palavra ágape expressa cuidado e compaixão por aqueles que são totalmente indignos. Era um amor dedicado aos outros sem qualquer expectativa de benefício ou recompensa. Era um sentimento supremo e redentor, e só poderia vir de Deus. Sua maior expressão foi revelada na cruz de Cristo. Ele passaria a ser uma marca registrada especial de todos os cristãos.

“O Maior Dom” é o amor porque: 1) E o dom mais essencial, 1-3; 2) E uma característica acentuada de Cristo, 4-6; 3) E o dom mais abrangente, 7; 4) E o dom mais permanente, 8-13.

1. O Amor é Essencial (13.1-3)

Os dons têm um lugar especial na igreja e são muito úteis. Mas o amor representa a essência da vida cristã, e é absolutamente necessário. Ele encontra um lugar mesmo entre os dons carismáticos, porém os dons sem a presença do amor são como um corpo sem alma.

a) O amor é maior que a habilidade de falar (13.1). Paulo começa apresentando uma possibilidade hipotética: Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos. Se uma pessoa tiver o excelente dom da oratória, ou de pronunciar expressões angelicais, mas não tiver o amor, ela não acrescentará nada às outras pessoas. Sem amor, o dom de falar se torna vazio e imprudente — ele é como o metal que soa ou como o sino que tine. O metal que soa (“gongo barulhento”, RSV) significa um pedaço de metal não lavrado ou gongo usado para chamar a atenção.

Tinir (alalazon) significa “colidir”, ou um som alto e áspero. O sino (ou címbalo, RA) consistia de duas meias circunferências que eram golpeadas causando um estrondo. A idéia aqui é de um inexpressivo som de metal em lugar de música.

O objetivo do apóstolo é mostrar que o homem que professa o dom da glossolalia, da forma como era praticada em Corinto, mas que não tem amor, na realidade não é mais que um instrumento metálico impessoal. Entretanto, a finalidade “do versículo não é colocar a glossolalia sem amor contra a glossolalia com amor, mas compará-la com o amor”. No cristianismo não há um substituto para o amor.

b) O amor é mais necessário que a profecia, o conhecimento (ou ciência) e a fé (13.2). Paulo colocou a profecia ao lado do apostolado (12.28), sem minimizar a sua importância. Mas embora a profecia seja demasiadamente inspiradora e vital para o progresso da igreja, ela não é tão necessária quanto o amor. Os mistérios são verdades que não podem ser conhecidas pela razão humana; eles são concedidos através da revelação divina.

Estes mistérios são verdades espirituais relacionadas com a história da redenção, especialmente as verdades de natureza escatológica, isto é, relacionadas com os futuros acontecimentos do plano de Deus para o mundo. A ciência não é mais que um entendimento intelectual. Como a ciência é um dom, ela contém um elemento místico baseado na experiência e no relacionamento pessoal. Aqui, a fé se refere ao extraordinário poder de realizar milagres; portanto ela é um dom. Toda a fé indica a possibilidade de ter esse dom em seu sentido mais amplo.

A igreja de Corinto dava muita importância às pessoas que tinham conhecimento dos assuntos humanos e divinos, e que conseguiam fascinar as outras com seus feitos de fé. No entanto, Paulo faz uma declaração arrebatadora, as dizer que alguém pode ter esses dons e ainda assim não ser nada. E o amor que faz a diferença. Mesmo sem esses dons, o amor ainda representa o supremo valor. Sem amor todos os dons são insignificantes.

c) O amor é mais importante que o auto-sacrifício (13.3). Paulo comparou o amor aos dramáticos atos de falar e às dinâmicas atividades da mente e do espírito. Agora o apóstolo se volta aos fatos da misericórdia e do sacrifício. Ele escreve:

Ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade (ou amor), nada disso me aproveitaria. A palavra distribuir (psomiso) significa “partir e distribuir em pequenas porções; alimentar com pedacinhos; e pode ser aplicada até mesmo à repartição de uma propriedade em pequenas frações”. O verbo está no tempo aoristo, e indica que a ação se completou e a distribuição foi feita.

Mesmo vendendo suas posses e distribuindo o dinheiro em uma atitude única, completa e decidida, alguém ainda pode oferecer o seu próprio corpo para ser queimado. Essa expressão pode se referir ao ato de castigar o cristão como o criminoso que tem seu corpo marcado com ferro em brasa. Ou pode se referir ao martírio onde a pessoa experimenta a agonia da morte ao ser amarrada a um poste cercado de lenha para ser queimada. Outros pensam que o significado pode ser o da venda voluntária do corpo como escravo, a fim de angariar dinheiro para ajudar a causa de Cristo. De qualquer maneira, não importa o sacrifício que alguém tenha feito, se não houver amor, não haverá nenhum benefício.

2. O Amor é como Cristo (13.4-6)

a) É como Cristo em sua afirmação (13.4a). O amor é parente da paciência e da bondade. Paulo declara: A caridade (ou amor) é sofredora (makrothymia). Esse item significa paciência para suportar a injustiça sem sentir ira ou desespero. “O amor tem uma infinita capacidade de suportar”. Essa paciência envolve mais as pessoas do que as circunstâncias. Ser benigno (chrestotes) é ter um tipo de “bondade e de cortesia que vem do coração e que representa a contrapartida ativa da paciência”.

b) É como Cri sto em suas negações (13.4b-6). O amor se manifesta positivamente na paciência e na bondade.

Ele também se revela negativamente através das restrições que coloca a si mesmo. Assim sendo, podemos confiar no amor tanto pelo que ele faz, como por aquilo que ele não faz.

1)O amor não sente inveja (13.4). Invejar é um verbo usado às vezes em um sentido favorável, como em 12.31: “Procurai com zelo os melhores dons”. Essa palavra significa basicamente “ser zeloso por ou contra qualquer coisa ou pessoa”.6’ Quando usada em um contexto desfavorável, ela significa ser zeloso contra uma pessoa; portanto, ter ciúme ou sentir desprazer perante o sucesso de alguém.

2)O amor não se ufana (13.4, versão ARA). A expressão não trata com leviandade introduz uma vivida palavra que quer dizer “fanfarrão ou falador”,62 Ela é “usada em relação a alguém que louva suas próprias qualidades”.63 Essa advertência foi especialmente necessária aos coríntios, que eram inclinados a se orgulhar dos seus dons.

3) O amor não se ensoberbece (13.4). Ensoberbecer (physioutai) significa inflar, ofegar, suspirar. Portanto, quer dizer “inchado de orgulho, vaidade, e auto-estima”. E diferente de jactar-se, no sentido de expressar ativamente sentimentos de orgulho e egoísmo. Um homem pode ter um sentimento de auto-exaltação e ser suficientemente inteligente para disfarçá-lo através de uma demonstração de religiosidade. Dessa forma, ele não irá se expor às críticas de ser uma pessoa soberba. O amor elimina esse sentido interior de auto-exaltação, assim como a sua manifestação exterior.

4)O amor não se porta com indecência (13.5). Aqui Paulo está falando sobre o perfeito amor e a maneira como ele opera na vida cristã. O “caminho mais excelente” é o caminho da santidade. O apóstolo não está se referindo simplesmente a um ideal a ser alcançado, mas indicando uma experiência de amor que está no tempo presente. O momento é agora. Esse amor não se porta com indecência, não faz nada que seja “vergonhoso, desonroso ou indecente”. O amor demonstra o devido respeito para com aqueles que têm autoridade, e uma adequada consideração pelas pessoas sobre as quais a autoridade é exercida. O amor “inspira tudo que é conveniente e próprio na vida, e protege contra tudo que é inconveniente e impróprio”.

5) O amor não é interesseiro (13.5). Jesus descreveu a abordagem básica à vida cristã quando falou sobre o grão de trigo que cai na terra e morre para que possa viver (Jo 12.24). Esse é o amor cristão que está em direta oposição ao interesse egoísta. O egoísmo e o amor não podem residir no espírito do mesmo homem. O amor não pode encontrar a sua própria felicidade às custas dos outros. Isso não significa que o homem não deva se preocupar com o seu próprio bem-estar, nem que ele deva se descuidar de sua saúde física, de seus bens, felicidade ou salvação, Significa que o homem não deve fazer da sua felicidade pessoal e de seu bem-estar a principal motivação da sua vida, O amor leva o cristão a procurar o bem-estar dos outros, mesmo às custas do esforço, da abnegação e do sacrifício pessoal.

6) O amor não se irrita (13.5). O amor não se deixa provocar. “A leviandade é supérflua e dá um colorido diferente a uma afirmação que é absoluta: ele não é provocado, nem exasperado. Quando usada em um sentido desfavorável, a palavra irritar significa “provocar a ira, enervar”. Portanto, o amor não é melindroso, nem hipersensível, e não se ofende. Somente o amor pode vencer as irritações reais ou imaginárias que uma pessoa experimenta na vida.

7) O amor não suspeita mal (13.5). A palavra traduzida como suspeita (logizetai) significa levar em conta, acusar, calcular ou registrar. O amor não soma, nem atribui más intenções ou desejos perniciosos a um homem. Como Godet explica: “O amor, em vez de registrar o mal como um débito em seu livro contábil, voluntariamente ‘passa uma esponja’ sobre aquilo que ele suporta”

8)O amor não folga com a injustiça de qualquer espécie (13.6). O amor não participa de qualquer ato pessoal de pecado ou injustiça. Não se alegra com os vícios dos outros homens, nem encontra prazer quando outros se revelam culpados de algum crime. Pelo contrário, o amor se alegra com a verdade e encontra prazer nas virtudes dos outros. O amor e a verdade são irmãos gêmeos na família da fé. Esse amor não pode ser indiferente ou neutro; ele sempre é a favor de algum dos lados. O amor se retrai perante a injustiça, mas abraça a verdade.

3. O Amor é a Mais Abrangente de Todas as Graças (13.7)

Nesse ponto, o apóstolo muda seu tema de retumbantes afirmações negativas para emocionantes afirmações positivas. Os dons carismáticos, especialmente a glossolalia, estavam confinados apenas a algumas pessoas e tinham pouco valor prático. O amor, por outro lado, é tão amplo e abrangente quanto o espírito do homem que é moldado pela graça de Deus.

a) O amor tudo sofre, tudo suporta (13.7a). Na literatura clássica a palavra sofrer (stego) significava “cobrir, considerar em silêncio, manter confidencial”.69 Aqui, uma excelente tradução da idéia de Paulo é “o amor que lança um manto de silêncio sobre aquilo que é desagradável em uma outra pessoa”.7° Essa palavra também contém a idéia de suportar. Portanto, o amor pode ocultar ou suportar aquilo que é desagradável em alguém. Whedon comenta: “Assim como a mãe procura cobrir as faltas dos seus filhos, Paulo preferia ocultar os erros dos coríntios, ao invés de expô-los”.7’ O amor afasta os ressentimentos e espera o melhor das pessoas, mesmo quando as aparências indicam o contrário.

b) O amor gera confiança nos outros (13.7b). Os coríntios formavam uma multidão de céticos. Sentiam dificuldade em confiar uns nos outros. A rivalidade em relação aos vários dons havia produzido um abismo em sua confiança. Paulo diz a esses filhos problemáticos que o amor acredita em tudo; o amor tudo crê. O verbo crer (pisteuei) significa ter confiança nos outros, colocar a melhor interpretação em seus atos e motivos. Certamente Paulo não está sugerindo que um cristão cheio de amor seja uma pessoa extremamente crédula que acredita em tudo o que é apresentado à sua mente. Ele quer dizer que o amor está pronto para acreditar no melhor que existe nos outros e a tolerar as circunstâncias.

c) O amor produz uma esperança perpétua (13.7c). O amor nunca desiste — ele acompanha o homem até os limites da sepultura, sempre esperando o melhor. O amor não produz uma espécie de otimismo sentimental que cegamente se recusa a enfrentar a realidade, e se nega a aceitar o insucesso como definitivo. Em vez de aceitar o insucesso dos outros, “o amor irá se firmar nessa esperança até que todas as possibilidades de tal resultado tenham desaparecido, e é compelido a acreditar que a conduta não é suscetível a uma justa explicação”.

d) O amor permanece firme (13.7d). O amor permanece forte perante o desapontamento, é corajoso na perseguição e não se queixa. Suportar (hypomeno) significa “manter a posição, recusar-se a ceder, resistir”.73 Dessa forma, quando o cristão não consegue mais acreditar ou esperar, ainda assim ele pode amar. Essa permanência não é uma simples aquiescência, mas uma reação silenciosa e estável a pessoas ou eventos que não merecem paciência. O amor é permanente.

4. O Amor é a Graça Mais Completa (13.8-13)

Paulo atinge agora o seu clímax. Três dos dons de mais elevado conceito são mencionados como temporários. O permanente amor se coloca contra esse caráter temporário de todas as outras virtudes. Os dons carismáticos são parciais, enquanto o amor é perfeito.

a) O amor é eterno e nunca falha (13.8). Quando os redimidos estiverem diante de Deus, não haverá mais a necessidade de profecias. As línguas, tão consideradas pelo coríntios, cessarão, pois o homem estará livre de tudo que o separa de Deus e dos outros. A ciência — tanto a sabedoria adquirida pelo homem, como os mistérios revelados por Deus — desaparecerá perante o perfeito conhecimento de Deus.

b) O amor é perfeito e completo (13.9-12). Na consumação final da história redentora, todas as imperfeições serão substituídas pelo perfeito — Mas, quando vier o que é perfeito, então, o que o é em parte será aniquilado (10). Nesse dia, todas as imperfeições desaparecerão e tudo que aqui parece obscuro e incompreensível se tornará claro.

1) A imperfeição do entendimento parcial (13.11). O atual conhecimento do homem, comparado ao que ele terá no céu, é igual ao conhecimento de uma criança em relação ao de um homem maduro. Apalavra menino (nepios) quer dizer criança pequena, ou infante, embora sem nenhum limite específico de idade. Ela se refere ao primeiro período da existência antes da meninice ou da puberdade.

O verbo sentia (ephronoun) se refere aqui “ao primeiro e pouco desenvolvido exercício da mente infantil: a um pensamento que ainda não está ligado ao raciocínio”.74 O pensamento (logizomai) denota uma progressão para o entendimento, e de logizomai vem o significado de inferir as coisas ou relacionar conceitos. A idéia aqui é que quando Paulo amadureceu no amor cristão, ele abandonou as coisas infantis com deliberada decisão e finalidade.

2)A imperfeição da visão parcial (13.12). Paulo escreve: Porque, agora, vemos por espelho em enigma. Por causa da natureza dos espelhos da época de Paulo, seu reflexo era vago ou obscuro. O espelho dos gregos e romanos era um disco delgado de metal polido de um lado, sendo que o outro lado era liso ou continha algum desenho. Nessa época também eram feitos espelhos de vidro, mas não eram amplamente utilizados.

A palavra enigma (ainigmati) significa na verdade uma “adivinhação” e sugere um enigma ou uma obscura intimação. Portanto, da maneira como foi usada pelo apóstolo, a palavra significa de forma obscura, vaga, ou imperfeita. A expressão então, veremos face a face indica uma brilhante antecipação. Quando o homem estiver na presença de Deus sua visão será perfeita, e nada se colocará entre eles para obscurecer a presença de Deus.

O mesmo que acontece com a visão, acontecerá com o conhecimento. Paulo já havia afirmado que nosso conhecimento terreno é parcial (9), mesmo quando resulta de um dom especial. Contra esse conhecimento parcial o apóstolo coloca o perfeito conhecimento do redimido na presença de Deus. Os termos da versão TEV transmitem a seguinte idéia: “Agora, conheço em parte; mas, então, conhecerei de forma completa, assim como sou conhecido por Deus”.

3)A perfeição do amor (13.13). Fazendo um contraste com os dons temporários que tanto haviam ocupado a atenção dos coríntios, fica confirmada a permanência das três principais graças cristãs: Permanecem a fé, a esperança e a caridade. De acordo com Paulo a fé é essencial à salvação (Rm 3.28; Gl 2.20). E impossível viver sem esperança. Quando a esperança morre o espírito morre. Mas, dessas três graças cristãs básicas — a maior é o amor.

Faris D. Whitesell intitula esta exposição do capítulo 13 como: “A Excelência do Amor Demonstra a Sua Excelência”.

1) O amor torna os dons da vida aproveitáveis, 1-3;

2) O amor transforma os relacionamentos da vida em algo maravilhoso, 4-7;

3) O amor faz com que as contribuições da vida se tornem eternas, 8-13 (da obra Sermon Outlines on Favorite Bible Chapters).

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Comentário Bíblico Beacon

sexta-feira, 19 de junho de 2009

AJUDA AOS NECESSITADOS

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Adilson Guilhermel

AJUDA AOS NECESSITADOS – 2 Coríntios 9.6-12

Lição 12 – 21/06/2009

Texto Bíblico: 2 Coríntios 9.7 Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.

1. CONTRIBUIR É UMA QUESTÃO DE PROPÓSITO

· Os resultados divinos vem para o que semeia I Co. 9.6 E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará.

· A comunhão divina vem para o que semeia I Co. 9.7 Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.

· A abundância divina vem para o que semeia I Co. 9.8 E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra;

2. CONTRIBUIR É UMA QUESTÃO DE BENEFICIAR

· As dádivas exercitam a nossa benevolência2 Co. 9.9 Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; A sua justiça permanece para sempre.

· As dádivas multiplicam a nossa prosperidade - 2 Co. 9.10 Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça;

· As dádivas desenvolvem a nossa espiritualidade 2 Co. 9.11 Para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se dêem graças a Deus.

3. CONTRIBUIR É UMA QUESTÃO DE TESTIFICAR

· Atitudes de compaixão são louvor ao Senhor – 2 Coríntios 9.12 Porque a administração deste serviço, não só supre as necessidades dos santos, mas também é abundante em muitas graças, que se dão a Deus.

· Atitudes de bondade são louvor ao Senhor – 2 Coríntios 9.13 Visto como, na prova desta administração, glorificam a Deus pela submissão, que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade de vossos dons para com eles, e para com todos;

· Atitudes de comunhão são louvor ao Senhor2 Coríntios 9.14 E pela sua oração por vós, tendo de vós saudades, por causa da excelente graça de Deus que em vós há.

Ajuda aos necessitados

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por Altair Germano

Sempre que o tema “Ajuda aos Necessitados” é abordado, observamos algumas reações e atentamos para alguns fatos no meio evangélico brasileiro. Observemos alguns deles:

1. Um Grande número de alunos, professores, dirigentes e superintendentes de ED questionam as poucas ações concretas nesta área (chamada de “social”);

2. Líderes de igrejas, aproveitando o tema da lição bíblica, resolvem fazer campanhas de doações e socorro aos necessitados, mas logo após o estudo da lição abandonam a prática;

3. Se percebe que muitas igrejas nunca vão além da simples distribuição aleatória de cestas básicas, sem nenhum levantamento das reais necessidades dos beneficiários;

4. Uma ênfase num certo socialismo ou comunismo cristão, fruto de uma interpretação equivocada do tema “Comunidade dos Bens“. Interessante, é que os que defendem teoricamente esta idéia não a colocam em prática, partilhando todos os seus bens com os necessitados;

5. Irmãos, individualmente ou em “grupos”, diante do descaso da “instituição” ou da “comunidade cristã” com a ajuda aos necessitados, acabam se achando no direito de administrarem os próprios dízimos e ofertas, não levando em consideração as recomendações (determinações) da liderança;

6. Igrejas se mobilizam para prestar socorro às vítimas de grandes catástrofes naturais em outras regiões, mas no seu dia a dia se esquecem de socorrer os seus necessitados (domésticos na fé), e os que vivem em situação de miséria na localidade onde está estabelecida;

7. Para dizer que socorrem os necessitados, algumas igrejas afirmam manterem hospitais, escolas, creches, orfanatos e abrigos de idosos funcionando. Acontece que em alguns casos, as condições de atendimento e assistência são muito precárias. As pessoas lá atendidas sofrem de um grande descaso, desumanização e maltratos;

8. É afirmado ainda por alguns, que a igreja faz o trabalho social muito bem, mas sofre por não divulgá-lo. Entendo que pelo menos os membros deveriam tomar conhecimento das ações em favor dos necessitados;

9. A calamidade dos necessitados se acentuam diante da ostentação e da vida regalada de algumas lideranças, através da aquisição e exibição dos símbolos capitalistas de “poder” e “status ministerial”. Na versão e lógica “espirituosa” deste capitalismo selvagem (Teologia da Prosperidade), quando mais o pastor ou líder ficar rico (ou pelo menos parecer), mas demonstrará o quanto o seu ministério é abençoado por Deus. Obviamente esta lógica acaba trazendo problemas para alguns líderes de igrejas na atualidade. Por exemplo, podemos citar a necessidade de um pastor precisar de “seguranças”. Tal necessidade é resultado direto da ostentação já citada. Citamos ainda o receio que alguns possuem de terem seus filhos ou parentes sequestrados. Não consigo imaginar Jesus, Pedro, Paulo, João, Tomás de Aquino, Agostinho, Lutero, Calvino e outros ícones da fé precisando de seguranças particulares. Alguma (ou muita) coisa está errada. Viver dignamente do evangelho foi trocado por viver explendorosamente do evangelho;

10. É interessante também afirmar, que diante do exposto no ponto acima, dentro de um mesmo ministério, há líderes que abusam das regalias enquanto outros passam extrema necessidade. A idéia, volto a deixar claro, não é de um socialismo ou comunismo ministerial cristão, falo sim (pois há uma série de fatores aqui envolvidos) da necessidade de diminuir a distância “econômica”, promovendo um viver digno para todos.

Não vou me deter em fundamentar biblicamente a necessidade de ajuda aos necessitados, visto que a Lição Bíblica já o faz de forma ampla e precisa.

A idéia deste subsídio, é a de promover uma análise da nossa condição pessoal e institucional em relação ao tema em questão, promovendo discussão e ação.

Obviamente, há um bom número de igrejas que fazem um trabalho relevante e exemplar de ajuda aos necessitados. Deixo um espaço neste blog para divulgação de tais obras.

Não vai adiantar muita coisa (ou nada) estudarmos mais uma vez este tema, sem refletir sobre a nossa condição (cada um deve assumir a sua responsabilidade), sem discussão, sem propostas de mudanças, sem planos e ações concretas.

Saber sobre e perceber como as coisas estão não é o suficiente. Necessário se faz mobilizar-se para que o nosso discurso religioso e piedoso (eloquência verbal) se torne carne e habite entre nós.

(Texto escrito durante o voo Brasília/Recife em 17/06/2009)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

AJUDA AOS NECESSITADO

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por José Roberto A. Barbosa

Texto Áureo: I Co. 9.7 – Leitura Bíblica em Classe: I Co. 9.6-12
Objetivo: Mostrar que a ajuda aos necessitados é um grande privilégio e responsabilidade que Deus concede a cada crente.

INTRODUÇÃO
Paulo instrui a igreja de Corinto em relação ao cuidado com os necessitados. Na aula de hoje, veremos, a princípio, que a contribuição é uma doutrina genuinamente bíblica. Em seguida, aprofundaremos a questão da contribuição em I Co. 16. Ao final, apresentaremos algumas sugestões para contribuição cristã para os necessitados.

1. A CONTRIBUIÇÃO BÍBLICA
A palavra grega “koinonia” significa não apenas “comunhão”, ela abrange também o sentido de “contribuição”, da “partilha de bens”. Desde o princípio da igreja, no capítulo 6 de Atos, está registrado que havia necessidade de cuidar das viúvas da igreja de Jerusalém. Compreendemos, assim, que esse princípio de partilha de bens era bastante comum nos primórdios da igreja (At. 2.44,45, 4.34,35). Essa, entretanto, não era uma prática apenas dos crentes de Jerusalém. Os cristãos de Antioquia compartilharam suas bênçãos materiais com os de Jerusalém (At; 11.27-30). Por causa da perseguição romana, os crentes judeus ficaram em situação de pobreza extrema. Isso mostra que nem sempre a prosperidade é resultante de pecado ou desobediência à Palavra de Deus. Ciente dessa realidade, Paulo mostrou preocupação com os crentes necessitados (O Co. 16.1; II Co. 9.12; At. 24.17; Rm. 15.25,26; II Co. 8.1). A contribuição aos necessitados era, sobretudo, um ato de amor e prova de genuína espiritualidade. Quando as contribuições partiam de igrejas gentílicas, era um sinal evidente de fraternidade, principalmente para alguns cristãos judeus que tratavam os gentios com desdém. Por isso, o apóstolo mostra interesse que os próprios contribuintes entregassem pessoalmente as ofertas aos irmãos necessitados (I Co. 16.3,4).

2. PRINCÍPIOS PARA A CONTRIBUIÇÃO CRISTÃ EM I CO. 16
As contribuições não eram apenas de uma igreja, mas de todas aquelas que haviam sido fundadas por Paulo (II Co. 8.1; 9.2). Para tanto, a cada primeiro dia da semana – com certa regularidade – cada um dos crentes – individualmente – e independentemente da condição financeira, deveria se dispor a contribuir, de acordo com as possibilidades, e esse dinheiro coletado deveria ser bem administrado (v.2). A contribuição para os irmãos necessitados deveria ser feita com liberalidade, pois o que semeia pouco também pouco ceifará (II Co. 9.6; Gl. 6.7). Mas para que seja válida, a contribuição precisa ser feita com alegria, “não com tristeza ou por necessidade, porque Deus ama ao que dá com alegria” (II Co. 9.7). Ninguém deva ser constrangido a doar, é estabelecido, nesse ensinamento, o princípio da generosidade, motivado pelo Espírito Santo (Rm. 12.8). Aqueles que assim o fazem demonstram confiança no Senhor, cientes que Ele “é poderoso para tornar abundante em vós toda graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda suficiência, superabundeis em toda boa obra” (II Co. 9.8; Rm. 8.32). Um dos princípios apresentados por Paulo nessa coleta é o da lisura. Por isso Paulo queria que os próprios irmãos entregassem a oferta aos crentes de Jerusalém, ainda que ele tivesse interesse de acompanhá-los, o que veio a acontecer (Rm. 15.25; II Co. 1.16). Ciente da tentação que o dinheiro pode causar, e a fim de evitar falatórios, não apenas uma pessoa deveria fazer a entrega da contribuição, um grupo de pessoas confiáveis (v. 3).

3. RECOMENDAÇÕES GERAIS QUANTO A CONTRIBUIÇÃO
Os cristãos devem doar não apenas aqueles que fazem parte da igreja. Os de fora também precisam ser alvo da liberalidade eclesiástica (16.1). Não é fácil ser generoso com alguém que nunca vimos antes. Ainda que alguns digam que os olhos não vêem o que o coração não sente, a Bíblia ensina que devemos ser graciosos também com aqueles que estão distantes e que desconhecemos, mais que isso, que são nossos inimigos. É evidente que, de acordo com o ensinamento bíblico, os membros da casa devam ter prioridade (I Tm. 5.8). Devemos fazer o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé (Gl. 6.10). Aqueles que precisam devam ser claros em suas petições, e, principalmente, éticos. Os pastores, desde que com fins apropriados, e principalmente, bíblicos, não devam ter vergonha de pedir dinheiro à igreja. E essa, por sua vez, precisa saber que mais bem-aventurado é dar que receber (At. 20.35). Uma igreja que tem recursos financeiros tem a responsabilidade de ajudar os pobres e reconhecer que tal ato é adoração. Faz parte do culto divino o momento da contribuição, seja com os dízimos, ofertas e contribuições aos necessitados. Quem recebe deve demonstrar gratidão a Deus e aqueles que contribuíram (Fp. 4.18). Muitos vêem com os cestos vazios, mas esquecem de voltar para agradecer. A contribuição financeira não deve ser casual, mas sistemática e proporcional ao ganho individual. Quem administra as contribuições deva ser transparente a fim de não causar escândalo e para não perder a credibilidade.

CONCLUSÃO
Há uma estória interessante que ilustra a condição de muitos crentes da atualidade. Conta-se que um mendigo passou na residência de três pessoas e pediu-lhes ajuda. A primeira era espírita, a segunda, católica, e a terceira, evangélica. Cada uma dessas delas tinha apenas um pão e deu uma resposta diferente ao mendigo. Quando o mendigo pediu algo para comer, o espírita, por acreditar na evolução do espírito pelas caridades, deu todo o pão e ficou com fome. Ao chegar à casa do católico, por via das dúvidas, já que não tinha certeza da salvação se pela fé ou pelas obras, resolveu dividir o pão ao meio, comeu a metade e deu a outra ao mendigo. Ao chegar à casa do evangélico, o mendigo nada recebeu, o irmão disse que “iria orar por ele”, pois só tinha um pão e iria comê-lo. Afinal, pensou ele, sou salvo pela graça, não pelas obras, conforme está escrito em Ef. 2.8,9. O irmão estava parcialmente correto, pois, de fato, somos salvos pela graça, por meio da fé. Ele, porém, esqueceu do versículo 10, que diz que fomos criados para as boas obras. Em suma, não fazemos boas obras para sermos salvos, mas porque já somos salvos.

BIBLIOGRAFIA
MORRIS, L. I Coríntios: Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2007.
PRIOR, D. A mensagem de I Coríntios. São Paulo: ABU, 2001.

terça-feira, 16 de junho de 2009

HISTÓRIA DA EBD

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História – O Inicio da EBD

Surgiu nos Estados Unidos da América, com o propósito de evangelizar crianças que ficavam sem atividade durante os serviços de domingo. Atualmente, esta atividade envolve os membros da Congregação, em todas as faixas etárias e acontece em horário diverso ao serviço religioso. No Brasil, a maioria das comunidades adota a EBD matinal e os serviços religiosos vespertinos, mas algumas realizam a EBD horas antes do início dos cultos. Em países como EUA e na Inglaterra, todas as atividades dominicais acontecem durante a manhã.
Robert Raikes (14/09/1735-05/04/1811), filho de Robert e Mary Raikes, foi quem originou o Movimento de Escola Dominical. Tendo um profundo amor pelas crianças, Raikes resolveu estabelecer uma escola gratuita para esses meninos de rua. Então, Raikes contratou uma equipe de quatro mulheres no bairro para lecionar, recebendo um xelim e seis pence, cada uma. Com a ajuda do Rev. Thomas Stock, Ministro Anglicano, Raikes pôde logo associar cem crianças, de seis aos doze ou quatorze anos, nestas escolas dominicais. A primeira foi instalada na Rua Saint Catherine. Seu objetivo principal não era ensinar a Bíblia, mas alfabetizar os alunos e ministrar aulas de religião com o propósito de reformar a sociedade. O objetivo último era modificar-lhes o caráter usando os ensinamentos bíblicos.
Assim, a Escola Dominical nasceu como um instituto bíblico infantil, operando de forma independente das igrejas, alfabetizando e ensinando Bíblia às crianças carentes. Algumas crianças, a princípio, relutaram em vir para as escolas porque as suas roupas estavam tão rotas, mas Raikes providenciou tudo de que eles precisavam, inclusive banho e cabelos penteados.
As aulas começavam às 10 horas da manhã e iam até as duas da tarde, com lições de matemática, história e inglês, com um intervalo de uma hora para o almoço. Eles eram levados então à igreja para serem instruídos no catecismo até as 17:30 h. Recebiam pequenas recompensas, como livros, canetas, jogos, aqueles que tivessem dominado a lição ou aqueles cujo comportamento tivessem mostrado uma melhoria notável. Entrementes, recebiam castigo corporal aqueles de mau comportamento, como era do costume pedagógico da época.
Em 1784, eram 250 mil alunos matriculados. A taxa de criminalidade de Gloucester caiu, com o advento das escolas dominicais de Raikes, de forma que em 1792 não houve um só caso julgado pela comarca de Gloucester.
A Escola Dominical no Brasil

A Igreja Metodista trouxe a Escola Dominical para o Brasil. Em 1836, o Rev. Justin Spaulding organizou no Rio de Janeiro, entre estrangeiros, uma Congregação com cerca de 40 pessoas e em junho abriu uma Escola Dominical com 30 alunos, dos quais alguns eram brasileiros, ensinados na sua casa. Mas o espírito de Raikes, em criar um “instituto bíblico infantil”, somente surgiu dezenove anos mais tarde, através do casal de missionários escoceses independentes, Robert e Sarah Kalley. Eles são considerados os fundadores da Escola Dominical no Brasil. Em 19 de agosto de 1855, na cidade imperial de Petrópolis, no Rio de Janeiro, eles dirigiram aquela que é considerada a primeira Escola Dominical em terras brasileiras. Sua audiência não foi grande: apenas cinco crianças assistiram àquela aula. Mas foi suficiente para que seu trabalho florescesse e alcançasse os lugares mais retirados de nosso país. Essa mesma Escola Dominical deu origem à Igreja Evangélica Fluminense, marco da Igrejas Evangélicas no Brasil.
Características da Escola Dominical
A Escola Dominical, de certo modo, é uma sociedade doméstica da Igreja, mas com diferenças óbvias, pois integra todas as faixas etárias, os sexos e as várias categorias sociais e intelectuais da igreja, sendo um prolongamento da igreja.
A Escola Dominical se assemelha à escola secular pois ambas preparam para a vida em sociedade e empregam textos com materiais didáticos. Porém, a diferença é que a Escola Dominical só funciona aos Domingos (1 hora por semana versus 20 horas por semana). Ela não forma alunos, pois é para a vida toda. Seus “oficiais” (Superintendente, Vice e Secretários), professores e alunos se empenham pela obtenção de novos alunos (Evangelização e Discipulado).
E o objetivo dominante é espiritual: salvação, edificação e santificação. Portanto, nem todas as recomendações didático-pedagógicas se aplicam à Escola Dominical.
Objetivos da Escola Dominical

Evangelização - Reunir pessoas e levá-las a decidir-se por Cristo.
Santificação - Levar os crentes a estudarem a Bíblia, orarem mais e viverem em comuni-dade.
O ensino teórico e prático da Escola Dominical deve levar a um despertamento e um adestramento para o serviço cristão para honra e glória do Deus Triúno.
Comunhão – Deve levar os alunos a aprenderem a conviver entre si, levando em conta a harmonia, a amizade e a interação entre os irmaos.

A RESPONSABILIDADE DO SUPERINTENDENTE

* O Superintendente, bem como seu Vice, devem ter sido, por bom tempo de experiência, professores e diretores de departamento. Devem manter boa relação com o Pastor, que é o Docente por excelência, e com o ministério (Conselho, Sessão, Junta Administrativa, etc.).
* Deve sabiamente escolher quais serão os professores para cada classe e quais pessoas dirigirão os departamentos.
* Deve incentivá-los e manter contato constante com eles. Deve possuir substitutos à altura para seus nomeados. Deve ser responsável pelo preparo e aperfeiçoamento do corpo docente.
O QUE É A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL (EBD)?

É o método de ensino da Bíblia, semanalmente, visando levar o aluno a:
1) Aceitar Jesus como Único Senhor e Salvador.
2) Crescer na fé e no conhecimento bíblico.
3) Por em prática os ensinos bíblicos.

O QUE A EBD NÃO É:
· Um grupo de estudiosos e literatos (doutos, instruídos) da Bíblia.
· Uma forma de passar o tempo, no domingo pela manhã.
· Uma organização paralela á Igreja, com seus próprios objetivos.
· Um clube para piqueniques, passeios, esportes, etc.

RECURSOS DA EBD:

1) Professores motivados e bem treinados.
2) Um currículo bíblico.
3) Materiais adequados (mapas, quadros, apostilas, etc.)
4) Uma biblioteca.
5) Salas de aulas para divisão das classes por faixas etárias.

TODO PROFESSOR DE EBD PRECISA TER EM SEU CURRICULUM:

ENTUSIASMO: para enxergar o potencial dos alunos e professores da EBD.
AMOR: para preencher nossa insuficiência e nos animar sempre.
PERDÃO: para oferecer, quando nem sempre tudo dá certo.
FÉ: para crer no poder do Espírito Santo, agindo através da EBD.
HUMILDADE: para mudar e aprender, ouvir sugestões e partilhar desafios.

TÉCNICAS DO BOM LÍDER:

1. COMUNICAR: informar de maneira clara, direta e simples. Transmitir a visão da necessidade de conseguir o objetivo.
2. DELEGAR: acionar os recursos dos seus liderados ("dons") na direção do objetivo. Organizar tarefas e funções. Formar equipes.
3. INOVAR: aceitar mudanças e novas idéias. A única coisa que o bom líder não cede é quanto ao objetivo. No caso do líder cristão, não cede quanto á doutrina bíblica.
4. MOTIVAR: incentivar novas lideranças. Elogiar. Estimular a participação dos liderados nos processos que levam ao objetivo final. Ser exemplo de conduta.
5. PLANEJAR: ter uma visão de longo prazo, definindo prioridades. Treinar as lideranças. Adotar metodologias compatíveis com os objetivos.
EXEMPLO DE LIDERANÇA: JESUS

Seu objetivo: salvar os homens do pecado, do mal e da morte.

1. Comunicou: Sua mensagem de amor e nova vida, na linguagem do povo da época (parábolas). Pregou em aramaico (língua corrente da Palestina).

2. Delegou: A missão de espalhar a mensagem de salvação a todo o mundo.

3. Inovou: Rompeu com as arcaicas tradições religiosas da época. Ensinou ao ar livre, concedeu perdão a prostitutas e cobradores de impostos, curou no sábado.

4. Motivou: Enviou Seu Espírito para que seus discípulos saíssem das casas-esconderijos. Foi exemplo de conduta em todas as áreas humanas.

5. Planejou: Deu ordens específicas ("amai-vos uns aos outros..." etc.) e escolheu 12 homens para a liderança, treinando-os durante 3 anos.

Sete aspectos fundamentais na vida dos líderes que os fazem se destacar:
Caráter, Relações, Conhecimento, Intuição, Experiência, Êxitos passados e Capacidade.
LIDERANÇA - BARREIRAS E ERROS!

Barreiras à Delegação do Poder:

1. Desejo de segurança e "status"
2. Resistência à mudança.
3. Falta de auto-estima.
4. Só os líderes seguros são capazes de doar.
5. Achar que não tem ninguém que possa substituí-lo.
Sete Qualidades de um Bom Estilo de Comunicação:

1. DIRETO: Procura falar frases simples, indo direto ao assunto (não fica “enrolando”).
2. DESEMBARAÇADO: É “leve”, sem palavras “difíceis” ou “gírias”.
3. EQUILIBRADO: Procura ouvir tanto quanto falar e não interrompe a conversa dos outros.
4. ADEQUADO: Procura não agredir os sentimentos ou opiniões divergentes.
5. CALMO: Ritmo de voz pausado e volume médio.
6. RECEPTIVO: Aceita objeções, procurando descobrir quais os motivos para tais.
7. POSITIVO: Expressa algo que beneficia o receptor da mensagem (ouvinte), elogia.

EXEMPLOS DE ATIVIDADES INOVADORAS (são só exemplos, esta lista não esgota as sugestões de inovar):

1) "Trocar os professores" uma vez a cada trimestre, entre as classes.
2) Fazer a aula ao ar livre, embaixo de uma árvore.
3) Convidar um aluno para dar a aula.
4) Convidar 2 alunos de outra classe para assistir a aula e dar suas opiniões.
5) Ensinar "em silêncio".
6) Usar uma bíblia com linguagem moderna (Bíblia viva, por exemplo).
7) Ler o texto bíblico comparando com várias traduções.
8) Convidar um professor de outra EBD/Igreja para dar uma aula especial.
9) Eleger o "aluno destaque" da EBD, a cada mês.
10) Mini apresentação teatral do tema da lição.


MARCAS DE UM BOM PROFESSOR

1) Horário: tem horário para iniciar e terminar.
2) Seja exemplo para os alunos chegando na hora certa na EBD, pois isso pode influenciar na vida dos alunos.
3) Tópicos: Tenha uma seqüência de tópicos e não saia delas.
4) Peça aos seus alunos que sempre tragam por escrito idéias e sugestões.
5) Não "cobre": visitas não é cobrança. Se há algum membro de sua EBD que está falho, vá inquiri-lo pessoal e reservadamente!
6) Não debata assuntos polêmicos. Isto só cria desgaste.
7) Utiliza Dicionários Bíblicos, Concordância Bíblica e outros materiais.
8) Não fica preso na revista.

“JESUS COMO CONSTRUTOR DE EQUIPES”:

1. DESIGNOU 70 e formou "mini-equipes" de 2 (Lc 10.1).
2. SELECIONOU 12, após passar a noite orando (Lc 6.13).
3. ESCOLHEU 3 para a cúpula de liderança (Mt 17.1, 26.37).
4. AMOU a todos (Jo 13.1).

Escolha um dos tópicos acima e comente-o.

RECURSOS MÍNIMOS INDICADOS PARA O BOM FUNCIONAMENTO DE UMA EBD

Realize um planejamento visando obter os seguintes materiais ou condições mínimas:

* 1 quadro branco (pequeno) para cada classe.
* 1 Flip Charp (com folhas). Servirá também como flanelógrafo.
* 1 Biblioteca.
* Retropojetor ou Data Show.
* Revistas para todos os alunos.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

A ressurreição de Cristo - Subsísidio lição 11

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Texto Áureo: I Co. 15.20 - Leitura Bíblica em Classe: I Co. 15.1-10
Objetivo: Mostrar que sem a doutrina da ressurreição de Cristo, o cristianismo perde sua razão de ser.  

INTRODUÇÃO
Os crentes de Corinto deturparam a doutrina da ressurreição de Cristo. A fim de dirimir algumas questões e solucionar os problemas, Paulo apresenta algumas recomendações em sua I Epístola. Com base em tais explicações, destacaremos, na lição de hoje: 1) a doutrina da ressurreição bíblica; 2) o ensinamento paulino em I Co. 15 sobre a ressurreição; e 3) a igreja e a ressurreição. Ao final da aula, esperamos que os alunos sejam motivados a defender e a viver com base nessa agradável verdade bíblica, cujas evidências se encontram na Bíblia.

1. A DOUTRINA BÍBLICA DA RESSURREIÇÃO
Não existe uma palavra hebraica para “ressurreição” no Antigo Testamento e há muito pouco que explicitamente a descreva de modo que possamos formular uma doutrina da ressurreição nessa parte da Bíblia. A passagem mais clara que trata a esse respeito se encontra em Dn. 12.2, onde Daniel profetiza a respeito do tempo no qual “muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno”. Devido a pouca quantidade de informações a respeito da ressurreição no Antigo Testamento, os Saduceus, no Novo Testamento, que acreditavam apenas no Pentateuco e que não aceitavam os livros proféticos, negavam essa doutrina (Mt. 22.23; At. 23.8). Em I Rs. 17.17-23; II Rs. 4.19-37; 13.21, Deus mostra o Seu grandioso poder para ressuscitar os mortos, o que é reforçado em Ez. 37.1-14. No Novo Testamento, esse ensinamento bíblico está mais amplamente explicitado. O substantivo “anastasis” ocorre 42 vezes e significa “ressurreição”. Ao longo do NT, essa palavra é repetidas vezes utilizada para explicitar o momento em que Cristo virá para ressuscitar os crentes (Jo. 11.24; At. 24.15; Hb. 6.2). Essa ressurreição é superior àquela que costumava ser esperada pelos antigos crentes (Hb. 11.35) porque receberão corpos glorificados, que não estarão sujeitos às imperfeições como o corpo presente (Fp. 3.10-11,20-21). Os gregos, por acreditarem que apenas a alma era imortal, zombaram, de Paulo quando esse pregou a respeito da ressurreição do Corpo (At. 17.32). Muitas pessoas pensam do mesmo modo nos dias atuais, mas o Senhor revelou claramente que haverá um dia no qual os mortos ressuscitarão para a vida ou morte eterna (Jo. 5.29).

2. O ENSINO SOBRE A RESSURREIÇÃO EM I CO. 15
A ressurreição é o último tema abordado por Paulo nessa Epístola. Algumas pessoas na Igreja de Corinto negavam a ressurreição (v. 12). O Apóstolo mostra que esse é um grande equívoco, pois essa é parte integrante da fé cristã (v. 2). Cristo ressuscitou e esse evento é o fundamento da esperança (v. 4). Após a ressurreição, o Senhor apareceu a Cefas (Lc. 24.34. Mc. 16.7), aos demais apóstolos (Lc. 24.36. Jo. 20.19) e a mais de quinhentos irmãos (Mt. 28.16). Essas testemunham são apresentadas por Paulo a fim de mostrar a veracidade de tal relato. Se alguém não quer aceitar a ressurreição de Cristo como uma verdade, é vã a sua crença (v. 14), é sem conteúdo, sem substância, e mais que isso, atribui-se aos apóstolos uma mentira (v. 15). Se Cristo não ressuscitou, ou mais precisamente, se não acreditarmos em tal fato, ainda continuamos nos nossos pecados (V. 17). A ressurreição de Cristo trouxe algumas conseqüências para o cristão. A primeira delas é que a ressurreição do Senhor implica na ressurreição dos crentes, pois Ele é as primícias (v. 20-23). A morte, por sua vez, o último inimigo (v. 26), será destituída do seu poder. Nos dias atuais, ainda que o corpo seja semeado, chegará o tempo no qual esse será vivificado. Mas essa semente não tem vida em si mesmo, é Deus quem a dá (v. 36). Os corpos que ressuscitarão não serão terrestres, antes espirituais (v. 39-41), portanto, incorruptíveis (v. 42,43). E esses corpos espirituais estão intimamente relacionados ao espírito humano, do mesmo modo como o seu corpo atual o está com a vida terrena. Isso acontecerá em momento exato determinado por Deus (I Ts. 4.13-17), no qual os vivos serão transladados e os mortos ressuscitarão, esse é o mistério de Deus revelado à igreja (v. 50,52). Justamente nessa ocasião a morte será tragada na vitória (v. 54,55). A revelação de tal mistério deverá servir de encorajamento para que estejamos sempre atuantes na obra do Senhor, sabendo que o trabalho que aqui desempenhamos não é vão (v. 58).

3. EVIDÊNCIAS DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO
Cristo ressuscitou dentre os mortos e, graças ao testemunho bíblico, temos evidenciais cabais de tal acontecimento. Inicialmente, destacamos que sua execução foi pública, a fim de que todos atestassem sua morte. Ele foi açoitado e executado, juntamente com dois criminosos, no subúrbio de Jerusalém. Como já se aproximava o Sábado, os soldados romanos tentaram apressar a morte dos crucificados, quebrando-lhes as pernas, mas isso não ocorreu com Jesus, pois este já havia morrido. Como Jesus havia antecipado sua ressurreição, os oficiais romanos trataram de colocar seguranças no túmulo, a fim de que o corpo de Jesus não fosse roubado. Esses soldados tinham motivos para permaneceram alerta, pois, caso o corpo fosse levado, teriam que pagam com a própria vida. Paradoxalmente, após a ressurreição de Cristo, esse argumento foi usado pelos líderes religiosos contra o testemunho dos discípulos. Mesmo com a guarda do túmulo, esse foi encontrado vazio. O testemunho dos discípulos precisa ser ouvido, e muitos disseram ter visto Cristo ressuscitado, ainda em 55 d.C., informações que naquela época poderiam ser refutadas. Pedro, os doze apóstolos e mais de quinhentos irmãos, Tiago e Paulo (I Co. 15.5-8; At. 1.3). A vida dos apóstolos, devido a esse acontecimento sem precedentes, foi mudada radicalmente (At. 5.29), homens que outrora temiam as autoridades políticas e religiosas, agora falavam de Cristo com ousadia (AT. 5.42), ainda que fossem ameaçados de morte. Na verdade, muitos se tornaram mártires da fé por causa do testemunho da morte e ressurreição de Cristo, pois essa assegurava-lhes uma existência para além dessa vida terrena, pois o mesmo Espírito que ressuscitou a Cristo, ressuscitará também aqueles que nEle acreditam (Rm. 8.11).

CONCLUSÃO
Cristo ressuscitou e, porque Ele vive, podemos cantar com o autor do hino 545 da Harpa Crista “posso crer no amanhã. Porque Ele vive, temor não há. Mas eu bem sei, eu sei, que a minha vida está nas mãos de meu Jesus, que vivo está. E quando, enfim, chegar a hora em que a morte enfrentarei, sem medo, então, terei vitória: irei à Glória, ao meu Jesus, que vivo está”.

BIBLIOGRAFIA
MORRIS, L. I Coríntios: Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2007.
PRIOR, D. A mensagem de I Coríntios. São Paulo: ABU, 2001.

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