quarta-feira, 4 de novembro de 2009

DAVI UNIFICA O REINO DE ISRAEL



Por 
Francisco A. Barbosa

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Explicar a importância da unificação do reino de Israel por Davi.
- Refletir acerca dos problemas que a divisão pode trazer para qualquer instituição.
- Identificar a relevância do culto ao Senhor para Davi e as consequências disso para o êxito de seu reinado.
Palavra Chave:
Unidade:- Qualidade daquilo que não pode ser dividido.
INTRODUÇÃO
O registro histórico mais antigo que se conhece sobre o termo Israel (?????), data do ano 1210 a.C., mencionado na Estela de Merneptah (num poema dedicado ao faraó Merneptah), em que o nome não é associado a um local geográfico, mas a um povo.
Nunca existiu um verdadeiro poder central em Israel pois cada tribo governava a si própria. Os líderes nacionais, que se designavam “Juizes” tinham um poder muito frágil e só conseguiam unir as várias tribos em caso de guerra com os povos inimigos. A união entre as tribos era tão frágil que por vezes guerreavam entre si. Esta nação estava fadada ao fracasso. Somente num governo dirigido por Deus poderia haver uma coalisão, mas, rejeitando o governo teocrático, as tribos israelitas intentaram unir-se e instaurar a monarquia. O profeta Samuel, último dos Juízes, orientado por Deus, ungiu a Saul, da Tribo de Benjamim, como o primeiro rei de Israel. O seu reino abrangia a região montanhosa de Judá e de Efraim, e tinha a sua capital em Gibeão, cidade benjamita, atual El-Jib, a 8 km ao norte de Jerusalém.
O segundo rei, desde sua unção por Samuel, aos treze anos até a assunção do trono de Israel, realizou uma caminhada espinhosa. Em muitos momentos, além de suas virtudes – acrescidas e potencializadas pelo Espírito Santo – Davi precisou ter muito ‘jogo de cintura’ para costurar o pano político de unificação do reino. Quais foram às atitudes tomadas por Davi que o fizeram vencedor? Que passos ele seguiu?
Davi foi coroado apenas sobre a porção de Judá e as outras tribos seguiram a Abner e a Isbosete. Quando esse general de Saul se viu afrontado pelo sobrinho e decidiu procurar Davi e propor-lhe a unificação, Davi encontrou-se em uma verdadeira ‘sinuca de bico’: teria que se sobrepor a Isbosete, único filho de Sal e legítimo herdeiro ao trono. Davi chamou Isbosete de homem justo (2Sm 4.11) e entendia que nada havia de errado em este reinvindicar o trono. Mediante a proposta de Abner, Davi deu-lhe uma resposta seca: “ótimo, estou feliz por voce querer unir o reino de Israel sob a minha liderança’ (3.13).
De Hebrom até a unificação do reino, levaram-se longos 7 anos e meio sobre a tribo de Judá; a seguir, reinou sobre as doze tribos por 33 anos (2 Sm 5.4,5). Apesar de ser de conhecimento publico a profecia que prenunciava a Davi um reinado sobre toda a nação hebraica (2 Sm 5.2), não foi fácl, precisou Davi articular com muita habilidade política, colocando em prática o aprendizado em Adulão sobre paciencia, confiança em Deus e liderança. Foi muito atribulada a jornada de Davi até chegar ao palácio real, todavia, ele estava dentro do plano de Deus para esse fim.
Hebrom se tornou a capital de Davi por sete anos e meio, mas depois Jerusalém se tornou a capital de todo o Israel unido. Para Hebrom, Davi conduziu consigo desde Ziclague, todos os que o seguiam – suas duas esposas, todos os seus homens e suas familias e eles habitaram nas cidades de Judá. Finalmente, o dia de glória para Davi havia chegado, ainda que parcialmente, desde sua unção em 1Sm 16, foram anos de sofrimente, de treinamento para essa ocasião especial. Aqui tem-se o principio do cumprimento da promessa feita por Deus de que Judá seria a tribo predominante e o rei de Judá se tornaria o predessessor do Messias que estava por vir, que seria o eterno rei de Judá e de todo o Israel (Gn 49.10; 1Cr 5.2).
I. A MONARQUIA AMEAÇADA
1. O nascimento e a morte de um sonho . Saul tinha tudo a seu favor para fazer do novissimo reino um reino glorioso, se tão somente permanecesse na direção de Deus. O que inicialmente nasceu da alegria do povo por se tornar uma nação como as demais, logo esvaneceu e certamente não terminou o seu reinado conforme eles idealizaram. O pensamento de que um rei que se assemelhasse aos monarcas das outras nações daquela época, seria capaz de levá-los à segurança não era o mesmo pensamento do Senhor. Deus havia permanecido com Saul mas quando este pecou e o rejeitou, o Senhor se foi e retirou do rei o seu Espirito Santo. Há aqui uma tremenda advertencia para nós hoje, não estamos isentos, mesmo no tempo da graça, de passarmos por esses percalços e abandonarmos ao Senhor e Ele por sua vez, retirar de nós o seu Espírito Santo! (2Tm 2.12)
Com a decadência espiritual e posterior morte de Saul, acabou também o sonho daqueles que idealizaram seu reinado. Fora da vontade de Deus, não há garantias de que sonho algum se realize. Aliás, cabe qui frizarmos que a realização de promessas e sonhos está condicionada à obediência ao Senhor. Aquela não pode acontecer sem esta (1 Cr 22.12,13).
2. O trágico fim de Saul. Saul finda sua história de maneira trágica e humilhante, o suicídio tinha o fim de evitar cair nas mãos inimigas mas revela a condição espiritual deste que um dia foi morada do Espírito Santo de Deus. Gravemente ferido, pediu ao seu pajem que terminasse com o sofrimento, este negou-se a fazê-lo, Saul então atira-se sobre a própria espada. Isto não evitou o ultraje e o escárnio pois que, seu corpo foi decapitado e sua cabeça enviada à Filistia declarando publicamente a grande vitória obtida sobre Israel, colocando depois sua armadura no templo de Astarote, a deusa da fertilidade dos caaneus e pendurando a cabeça de Saul no templo de Dagon, o deus meio homem meio peixe de Asdode (1Sm 5.1-12). Em lealdade a Saul, e mesmo correndo riscos, os habitantes de Jabes-Gileade retiraram o corpo de Saul e de seus filhos da condição na qual se encontravam e levaram para Jabes-Gileade e os queimaram naquele local. Este ato de coragem foi uma expressão de gratidão pelo seu próprio resgate efetuado por Saul, narrado no capítulo 11. Além do que, era extremamente vergonhoso aos mortos ficarem expostos sem sepultura. Posteriormente os restos mortais de Saul e seus filhos foram levados para o túmulo da família (2Sm 21.12-14). Davi reconheceu o valor de Saul como guerreiro, apesar deste ter sido seu ferrenho perseguidor por mais de dez anos, Davi foi sincero ao expressar sua tristeza com o fim pífio do rei. Saul inaugurou seu reinado vencendo e triunfando e terminou perdendo, envergonhando e finalmente tirando a própria vida, deixando Israel em uma situação difícil. O declinio e queda do rei deu-se às seguintes causas e efeitos:
- Um sacrificio presunçoso: (13.7-14) – a perda do reino é predita (13.14);
- Uma maldição insensata: (14.24-28) – A maldição cai sobre Jônatas (14.43-45);
- Ter poupado a vida de Agague e seus rebanhos: (15.7-9) – A perda do reino (15.27-28);
- Perdeu a comunhão com Deus: (28.16-17) – Não obtem respostas às orações (28.26);
- Volta-se à feitiçaria: (28.7, 8) – A ruina é predita (28.19);
- Comete suicidio: (31.4) – O fim da dinastia (31.4-6).
O recomeço seria agora mais dificil, somente um homem capacitado na liderança, habil na política, paciente e confiante em Deus poderia restabelecer a ordem. O fracasso do reinado de Saul ameaçou a monarquia de Israel, no entanto, a liderança empática de Davi possibilitou um recomeço. Somente o Senhor podia agora reconstruir, alentar, encorajar, unificar e sarar o seu povo. Aqui há mais uma lição de liderança empática e de como é importante colocar as questões pessoais de lado em benefício do Reino.
REFLEXÃO:- Embora Davi fosse famoso, bem-sucedido e muito amado, soube colocar Deus em primeiro lugar na sua vida e serviu ao povo conforme os propósitos divinos.(Bíblia de Aplicação Pessoal).
II. O REINO ABALADO
1. Do exílio ao trono. A morte de Saul favoreceu o retorno de Davi do exílio, onde esteve por longos 10 anos na obscuridade. Aqui nós vemos a diferença entre o primeiro e o segundo rei, Davi antes de tomar qualquer atitude, consultou ao SENHOR sobre o que fazer naquele momento (2 Sm 2.1). Deus o dirigiu para a cidade de Hebrom com seus familiares e seus homens, isto é, sua guarda que o apoiou e protegeu no deserto. No meio de sua tribo, de sua parentela e do seu povo, Davi logo foi aclamado como rei sobre a casa de Judá (2 Sm 2.4). Apesar de ser o homem segundo o coração de Deus, Davi, assim como Saul (1 Sm 10.27), enfrentou a retaliação de uma parte do seu povo, pois Abner, precipitada e arbitrariamente, constituiu a Isbosete como rei sobre uma área que compreendia a maior parte do território de Israel. Esse acontecimento antecipa o que oitenta anos depois realmente ocorreria: a divisão do Reino (1 Rs 12.1-33).
2. Um reino sem aprovação divina. As tribulações e adversidades enfretadas pela nação foram sempre fruto de uma escolha errada e à parte do Senhor, a articulação politica de Abner para estabelecer a Isbosete no trono foi aversa ao estabelecido por Deus: que Davi seria o rei escolhido para governar Israel (1 Sm 16.1), o reino havia passado da casa de Saul e isso era de conhecimento de toda a nação. Mesmo assim o povo constituiu a Isbosete (este filho de Saul é chamado ora de Isbaal – 1Cr 8.33: 9.39 – ora Isbosete, em que o termo baal é substituido pelo termo bosete [vergonha]) rei sobre Israel (2 Sm 2.8-10). Este último filho de Saul não passou de um mero boneco nas mãos de Abner, sua assunção ao trono causou uma guerra civil entre a casa de Saul e a casa de Davi. A transferencia de poder não se deu pacificamente, houve muita resistencia por parte das tribos do norte. O reino de Israel foi abalado tanto pela morte de Saul, quanto pela constituição de Isbosete como rei de uma parte do território da nação. A unificação só foi possivel após Abner decidir juntar-se a Davi.
REFLEXÃO: “Ao unir-se com seus irmãos em Cristo para perseguir um objetivo comum, você realiza muito mais do que faria sozinho”. Evelyn Christenson
III. A MONARQUIA RESTAURADA
1. A unção real. Já são passados sete anos e meio como rei parcial, agora são os anciãos das tribos do norte que buscam aliança com Davi: “Então, todas as tribos de Israel vieram a Davi, a Hebrom, e falaram, dizendo: Eis-nos aqui, teus ossos e tua carne somos. E também dantes, sendo Saul ainda rei sobre nós, eras tu o que saías e entravas com Israel; e também o SENHOR te disse: Tu apascentarás o meu povo de Israel e tu serás chefe sobre Israel” (2 Sm 5.1,2). Alegando parentesco e outras duas razões, apresentam o desejo de juntar-se a Davi. Esta aliança não acabou com o sentimento separatista, a dissolução do reino unido aconteceu no reinado de Roboão (1Rs 12.16).
2. Restaurando o culto. Uma das diferenças básicas entre Davi e Saul é que este não demonstrava muita preocupação com o culto ao Senhor e com os ministros do culto, enquanto aquele comprova um zelo especial pela adoração a Deus (Leia os capítulos 6 e 7 de 2 Samuel). Não se pode governar, reinar ou fazer qualquer outra coisa com êxito se há negligência no culto a Deus. Quando Saul lembrou-se de levantar um altar a Deus, já estava todo complicado por causa de suas transgressões às ordens do Senhor. Não esqueçamos esse fato, pois o Eterno considera primeiramente, e antes de qualquer coisa, a obediência (1 Sm 15.22). Davi foi coroado rei de todo o Israel pelos próprios anciãos do povo que reconheceram a unção real sobre sua vida, que zelava pela adoração a Deus acima de tudo.
CONCLUSÃO
Finalmente coroado rei de todo o Israel, a promessa de Deus torna-se cumprida. Embora essa unificação durasse por meros 75 anos, a casa de Davi estaria sobre Judá por mais de 400 anos. Esperou Davi pcientemente pelo cumprIo da promessa, aos 37 anos vê-se rei sobre o reino unido. Como o Israel de Deus que hoje somos, devemos saber que sem unidade nenhum edifício se mantém de pé. É por isso que não devemos medir esforços na busca da unidade do corpo de Cristo, que é a Igreja (Ef 4.3). O Novo Testamento revela claramente a eterna unificação do reino de Deus através do perfeito e autêntico “Filho de Davi” – o Senhor Jesus Cristo (Mt 21.9; Lc 1.32,33).
APLICAÇÃO PESSOAL
Fica evidente em toda a história de Davi a sua paciencia para esperar o tempo certo, o seu temor ao Senhor, agindo apenas sob sua direção, a fé confiante no Deus de Israel que seria fiel em cumprir sua promessa.
Embora tenha passado pelo vale da sombra e da morte, não temeu, sua convicção e esperança garantiram a vitória. Quando você confia no Senhor no meio da provação, Deus faz você tão firme quanto o monte Sião. Apesar de Davi ser um homem segundo o coração de Deus, enfrentou a retaliação de uma parte do seu povo quanto a unificação do reino. Isso nos mostra que a dificuldade de o povo de Deus estar unido não é recente, mas um problema antigo, que demanda esforço e persistência da liderança em sua busca. Estarmos unidos é a premissa básica para que nossas principais instituições estejam fortalecidas. Como crentes, nosso valor próprio é baseado no fato de que Deus nos ama e nos chama de seus filhos. Saber que somos seus filhos nos encoraja a viver tal qual Jesus viveu entre nós.
Não estamos livre das adversidades e tristeza, mas elas não podem passar do círculo exterior. O próprio Deus se torna o seu perímetro interno de cuidado e proteção. Momentos difíceis não são desculpa para má conduta. É importante continuar vivendo retamente, mesmo quando tudo vai mal.
N’Ele, nosso fator de unidade,
Francisco A Barbosa [ton frère dans le sauveteur Jèsus Christ].
Professor de EBD na IEAD Ministério Belém, em São Caetano do Sul, SP
BIBLIOGRAFIA PESQUISADA
- FINNEY, C. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 2001.
- Bíblia de Estudo DAKE, CPAD-Ed Atos
- Bíblia de Estudo Genebra, Ed Cultura Cristã – SBB PURKISER, W.T.

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