terça-feira, 1 de setembro de 2009

OS FALSOS PROFETAS


POR JOSÉ ROBERTO A. BARBOSA

Texto Áureo: Mt. 7.15 - Leitura Bíblica em Classe: I Jo. 4.1-6

Objetivo: Mostrar que o conhecimento e a prática da Palavra de Deus nos tornarão aptos a identificar e refutar as doutrinas dos falsos profetas.

INTRODUÇÃO
Nos tempos de João, os falsos profetas se infiltraram na igreja e passaram a propagar doutrinas enganadoras. A mesma realidade acontece nos dias atuais, por isso, a fim de alertar a igreja contra os propagadores da mentira, estudaremos, na lição de hoje, a respeito da atuação desses falsos profetas. Em seguida, refletiremos a respeito do discernimento espiritual diante dos falsos profetas. E ao final, destacaremos o valor do conhecimento e da prática da Palavra de Deus enquanto fundamentos essenciais para refutar os ensinamentos falsos.

1. OS FALSOS PROFETAS NA EPÍSTOLA
Os falsos profetas se inserem na igreja a fim de macular a paz e o amor que há em Cristo. Para evitar que isso acontecesse, João escreveu aos crentes e alerta-os para que “não deis crédito a qualquer espírito” (v. 1). Esses falsos profetas, conforme estudamos em aulas anteriores, eram os adeptos do Gnosticismo. A partir da filosofia grega, argumentavam que a matéria era má, por isso, Cristo não poderia ter-se feito carne. Também participavam de práticas pecaminosas sem qualquer temor a Deus, pois achavam que, ao morrerem, os pecados seriam julgados através da destruição do corpo, enquanto que o espírito seria salvo. Esses falsos profetas, baseados num conhecimento que julgavam superior, a gnose - cultuavam a si mesmos, eram arrogantes, ufanavam-se em achar que eram melhores do que os outros, mas lhes faltava o essencial: o amor genuinamente cristão – o ágape. Os falsos profetas eram mundanos, serviam ao deus deste século, amavam a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida (I Jo. 2.16,17). Por esse motivo, a igreja não poderia dar crédito a eles (I Jo. 2.7,8), e muito menos amar o mundo que eles amavam (I Jo. 2.15). A igreja precisa ser cautelosa em relação aos falsos profetas, pois Jesus nos advertiu a respeito deles (Mt. 7.15; Mc. 13.22,23), bem como os apóstolos Paulo (At. 20.28-30) e Pedro (II Pe. 2.1).

2. O DISCERNIMENTO DOS FALSOS PROFETAS
Não devemos dar crédito a todo espírito, na verdade, esse tipo de incredulidade é sinal de maturidade cristã. É preciso provar os espíritos, não apenas moralmente (justiça e retidão) e socialmente (no relacionamento com os outros), mas também teologicamente (no conteúdo do ensino). A esse respeito, é válido o critério cristológico, ou seja, avaliar o que é que os falsos profetas dizem ser Cristo (Mt. 16.13). A resposta à pergunta deva ser a confissão para saber se, de fato, trata-se de um conhecimento revelado (Mt. 16.17) ou de mera especulação humana (Mt. 16.14). A confissão não pode ser outra senão a de que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, o Verbo que se fez Carne (I Jo. 1.1; Jo. 1.1). Esse teste joanino encontra eco nas palavras de Paulo em I Co. 12.3, afirmando que ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo. Esse ensinamento é fundamental para o cristianismo. Não por acaso os religiosos dos tempos de Jesus já expulsavam as pessoas da Sinagoga caso elas reconhecessem o Senhor como o Cristo (Jo. 9.22). Como o monoteísmo era o ensinamento fundamental do judaísmo (Dt. 13), a encarnação do Verbo é a doutrina basilar do cristianismo (I Jo. 4.2), ainda que esse, como aquele, também seja monoteísta (Jo. 10.30; 17.22).

3. CONHECENDO E PRATICANDO A PALAVRA
Aqueles que conhecem a Deus não se deixam enganar pelos falsos profetas (I Jô. 4.4). Esse conhecimento, entretanto, não é resultado do mero experiencialismo. O conhecimento de Deus pressupõe Espírito e Verdade (Jo. 4.24). A unção do Espírito precisa estar sobre os crentes, mas esse não atua distanciado da Palavra, que é a verdade. O Espírito é o Maior que está em nós, o qual, pela Palavra, vence o que está no mundo (I Jo. 4.6). A igreja de Cristo é apostólica, isto é, está fundamentada no ensinamento dos apóstolos. Eles testemunharam a vida, morte e ressurreição de Cristo. O Espírito Santo os inspirou para escrever a Bíblia (II Tm. 3.16,17), portanto, não podemos nos apartar da mensagem desse livro (I Tm. 4.15). Através da mensagem bíblica ouvimos a voz de Jesus (Jo. 10.4,5,8,16,26,27) e demonstramos que amamos a verdade (Jo. 18.37) e que somos de Deus porque ouvimos Suas palavras (Jo. 8.47). Do mesmo modo que os crentes a quem João endereçou sua Carta, nós, podemos vencer as ciladas armadas pelo Inimigo através dos falsos profetas. Para tanto, precisamos manter a mente alicerçada na Palavra de Deus, mas não apenas a mente, também a vida, na medida em desenvolvemos uma prática de vida condizente ao que nos instrui a Palavra.

CONCLUSÃO
Os falsos profetas propagam suas mensagens no seio eclesiástico. Muitos dos seus ensinamentos são tão sutis que encontram guarida entre os cristãos mais fervorosos. Para que não sejamos facilmente conduzidos pelo espírito engano (I Jo. 4.1), é preciso depender da Palavra de Deus e da iluminação do Espírito Santo (I Jo. 2.20,27). Ainda que o Espírito possa revelar à igreja, através do dom de discernimento (I Co. 12.10; At. 16.16-18), não podemos nos afastar da Palavra de Deus, pois ela é o critério fundamental na identificação e refutação das profecias falsas (Gl. 1.6-9).

BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. As epistolas de João. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
STOTT, J. R. W. I, II e III João: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1982.

Publicado em: subsidioebd.blogspot.com/







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