sábado, 16 de maio de 2009

Considerações acerca do Casamento



por Marcos Tuler

http://www.cpad.com.br/cpad/paginas/sub_licao_007.htm

Leitura Bíblica em Classe
1 Coríntios 7.1-5, 7, 10, 11

Introdução:

I. Casamento ou Celibato

II. A Necessidade do Casamento (vv.2-5)

III. O Solteiro (vv.7-9)

IV. Compromissos Cristãos no Casamento (vv.10,11)

Conclusão:

 Palavras-chave: Relacionamentos. Casamento. .   
 Título deste subsídio: Relacionamentos Domésticos
 Autor: Marcos Tuler

RELACIONAMENTOS DOMÉSTICOS

INTRODUÇÃO

Alguns cristãos consideravam o casamento como um dever absoluto. Outros, como uma condição moral inferior. E ainda havia os que diziam que, ao aceitar a Cristo, todos os relacionamentos sociais, inclusive o casamento, deveriam ser dissolvidos. 

Na verdade, havia uma facção: os libertinos, diziam que o que a pessoa faz com seu corpo é moralmente indiferente; e os adeptos do ascetismo, que negavam a si mesmos o prazer físico.

Foi então que alguns irmãos de Corinto escreveram uma carta para o apóstolo Paulo solicitando esclarecimentos sobre o assunto. Esta é a passagem mais abrangente das Escrituras sobre esse tema.

I. CASAMENTO E CELIBATO

Ele começa explicando o valor do celibato:

“bom seria que o homem não tocasse em mulher” [eufemismo do AT para relações sexuais]. 

Mas para Paulo, o estado de solteiro ou casado é questão de conveniência, e não de certo ou errado.

Uma pessoa casada não melhora em nada sua vida espiritual, mas também não a macula. Todavia, o casamento trás consigo obrigações que o crente não pode ignorar.

1. Por que Paulo defendia o celibato?

Bom seria que o homem não tocasse em mulher” Não é que Paulo seja contra o casamento. Tanto é que em Ef 5.23-28 ele o usa como ilustração do relacionamento de Cristo com a igreja. 

Paulo sabia que o casamento é uma instituição divina e que “não é bom que o homem esteja só” (Gn 2.18). 

Aqui ele estava respondendo aos coríntios de forma específica: “às coisas que me escrevestes”.

a) Os coríntios tinham muitas dúvidas sobre o casamento.

– Sofriam a influência dos gregos que consideravam o estado de solteiro superior ao de casado;

– Alguns interpretavam de forma errada as palavras de Jesus, em Lc 20.35.

“Mas os que forem havidos por dignos de alcançar o mundo vindouro, e a ressurreição dentre os mortos, nem hão de casar, nem ser dados em casamento…” 

– Outros espiritualizavam a “condição de solteiro” por estarem desgostosos com a ênfase sobre o sexo em Corinto.

Entretanto, havia outras pessoas…

… De formação judaica na igreja que criticavam a vida de solteiro. Porque o casamento para o judeu era uma obrigação sagrada. A família era o centro da sociedade.

Paulo então resolveu se pronunciar; e o fez em defesa do celibato.

Bom seria que o homem não tocasse em mulher”

O termo “bom”, kalon, não indica algo moralmente bom, pois não há nenhuma questão de pecado. O que Paulo está dizendo é que em algumas circunstâncias, é melhor que o homem permaneça solteiro. 

Não há um princípio geral para cada época na igreja. Paulo escreveu para os coríntios, visando suas circunstâncias específicas.

II. A NECESSIDADE PRÁTICA DO CASAMENTO.

A atitude promíscua de Corinto fazia da fornicação uma constante tentação. O casamento seria uma proteção contra o pecado. Não é que Paulo considere o casamento como um mecanismo de fuga para os fracos que não conseguem controlar as paixões da carne. O que ele está dizendo é que um resultado prático do casamento é o de evitar a tentação na área sexual.

1. Atitude cristã em relação ao sexo.

a) Obrigações de reciprocidade (7.3-4).

“O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido” (v.3). Ou seja, cumpram com seus deveres conjugais.

O verbo “pague” não significa a concessão de um favor, mas o pagamento de uma obrigação; do marido para a esposa e da esposa para o marido.

O apóstolo coloca o aspecto sexual do casamento em sua perspectiva correta, evitando tanto uma atitude promíscua como o ascetismo rígido. [supervalorização do espírito em detrimento do corpo].

As palavras “não tem poder” refere-se ao exercício da autoridade. 

Quando há o entendimento mútuo, dois extremos são eliminados:

posse do outro e a sujeição de uma parte a outra. No casamento cada parceiro tem direito legítimo à pessoa do outro.

Embora Paulo ensine que o marido é a cabeça da família e que a esposa deve sujeitar-se a ele, na área sexual ambos estão no mesmo nível.

A ênfase está em dar de si mesmo ao seu cônjuge, e não receber algo ou exigir direitos sobre o cônjuge.

“Não vos priveis um ao outro…” (v.5). [significa defraudar, causar dano em].

b) Abstinência temporária (7.5-6).

Quando um dos cônjuges resolve abster-se sexualmente para dedicar-se às atividades espirituais, três condições devem ser atendidas: 

1. Consentimento mútuo.

2. A situação deve ser temporária “por algum tempo”.

3. Deverá ser por propósitos elevadíssimos – oração, jejum.

4. Deverão juntar-se de novo, imediatamente.

Até aqui, as opiniões de Paulo sobre o casamento, são principalmente “por permissão e não por mandamento” (v.6). Ele não tem nenhuma ordem direta de Deus.

III. “FICAR SOLTEIRO” É UMA PREFERÊNCIA PESSOAL OU UM DOM PARTICULAR? (7.7-9).

Certa ocasião, Jesus ensinava a seus discípulos sobre o divórcio. Eles lhe perguntaram: “Então, não convém se casar?” Jesus lhes disse: 

“Nem todos podem receber esta palavra”. (…) “há eunucos que castraram a si mesmos por causa do reino dos céus” (…) “Quem pode receber isto, receba-o”. 

Você tem esse dom? Está disposto a receber a vocação celibatária?

Ficar solteiro requer domínio próprio, e isso é um dom de Deus. Não é dado a todos.

“… cada um tem de Deus o seu próprio dom…” (v.7)

Mas… Se a pessoa não tem esse dom, deve casar-se: 

“… mas se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se” (v.9).

Conter-se, aqui, significa “possuir em si o poder de se controlar”. 

Quem tem falta desse controle deve se casar! É melhor casar do que lutar continuamente com o fogo do desejo sexual.

A NVI diz “arder nas chamas da paixão”.

Essas chamas, às vezes, é interpretada como o castigo eterno do inferno. [Geena] que aguarda as pessoas imorais.

Um rabino comenta com o outro ao verem uma mulher caminhando à sua frente: Apressemo-nos e passemos à frente do Geena.

“Por teu amor, desci às pávidas geenas/dos não ouvidos ais, das não ouvidas penas” [poema de Gomes Leal]

1. Qual era o estado civil de Paulo? Era solteiro, casado, viúvo?

“Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo” (7.7a).

Isso sugere que Paulo não era casado e também não era viúvo. Como ele poderia expressar o desejo de que todos os homens fossem viúvos? 

Muitos dizem que Paulo era casado por ter votado no Sinédrio, segundo Atos 26.10. E sendo membro do Sinédrio, deveria ser casado. [Existiam o grande Sinédrio e os sinédrios inferiores]. 

“Ser casado” era apenas um princípio entre os rabinos, não era uma regra de elegibilidade. 

Paulo nunca se referiu à sua esposa ou filhos.

IV. OBRIGAÇÕES CRISTÃS NO CASAMENTO

Agora o apóstolo fala com autoridade: “todavia aos casados mando não eu, mas o Senhor” (v.10).

“A mulher não se aparte do marido (…) se apartar fique sem casar” (…) “o marido não deixe a mulher” (vv.10,11). 

Isso concorda com o ensino de Jesus:

“Qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério” (Mt 19.9).

A mulher ou o homem que se separar só tem duas opções: ficar sem casar ou reconciliar-se com o cônjuge.

Obs: Naquela época tanto a lei romana quanto a judaica conferia a uma ou outra parte o direito de dissolver o casamento por qualquer razão.

1. Obrigações em casamentos mistos (7.12-16).

Duas situações:

a) Casamento misto onde os parceiros estão satisfeitos (7.12-14).

Neste caso, o parceiro descrente está disposto a permanecer com o outro que se tornou cristão – O crente é obrigado a permanecer casado com o descrente. 

Não há nenhum problema de o novo convertido continuar vivendo com o cônjuge descrente. O descrente ainda receberá benefícios espirituais através do crente.

“O marido descrente é santificado pela mulher, e a mulher descrente é santificada pelo marido” (v.14). 

Não é que o descrente passe a ser santo em Cristo perante Deus. Significa que o marido ou mulher de um crente é separado ou consagrado a Deus pela vida do crente.

Através do cônjuge crente, as bênçãos do casamento são conferidas sobre o cônjuge descrente. E até os filhos de tal casamento são beneficiados… “mas, agora são santos” (v.14).

b) Casamento misto onde o descrente não está satisfeito (7.15-16).

Se o descrente se recusar a permanecer com o crente, o cristão está livre da obrigação de sustentar o casamento. Mas, a iniciativa deve ser do descrente. 

“Mas se o descrente se apartar, aparte-se” (v.15).

Isso não dá permissão para um crente casar-se com um descrente.

O casamento não é uma “instituição missionária”. Quando alguém já é casado não dá para saber se a outra parte será salva ou não. Entretanto, a mulher cristã ou o marido está sob a obrigação de tentar ganhar o outro parceiro.

“vós, mulheres, sede sujeitas aos vossos próprios maridos; para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavra” (1 Pe 3.1).

V. CONSELHOS AOS QUE PRETENDEM SE CASAR

1) Não te cases por dinheiro. O dinheiro compra uma casa, mas não compra um lar.

2) Não te cases porque todos se casam.

3) Não te cases com um homem ou mulher doente de ciúmes.

4) Não te cases com alguém comprovadamente preguiçoso.

5) Não te cases com um descrente.

6) Casa-te com a aprovação de Deus.

Marcos Tuler é chefe do Setor de Educação Cristã da CPAD, pastor, pedagogo, escritor e autor dos livros Manual do Professor da Escola DominicalRecursos Didáticos para a Escola DominicalDicionário de Educação CristãEnsino Participativo na Escola Dominical e Abordagens e Práticas da Pedagogia Cristã. Acesse o blog do autor http://prmarcostuler.blogspot.com

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